Simulado FUVEST 2 - Prova (2020)

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Disponibilizado Por Alexandria

ANGLO VESTIBULARES
NOME NÚMERO

PROVA GERAL - P • 2 - ALFA TIPO B-1

INSTRUÇÕES PARA REALIZAÇÃO DA PROVA


LEIA COM MUITA ATENÇÃO
1. Esta prova contém 105 questões, cada uma com 5 alternativas, das quais so-
mente uma é correta.
ATENÇÃO:
As questões 1 a 6 são relativas à Literatura – Obras Fuvest e Literatura – Alfa. Você
deverá responder somente a um dos tipos e assinalar no cartão de respostas a
opção escolhida.
As questões 91 a 105 são relativas às Disciplinas Complementares. Essas ques-
tões somente deverão ser respondidas caso o material tenha sido trabalhado em
sala de aula.
2. O cartão de respostas será entregue com o caderno de questões. Ele deve ser
preenchido e devolvido ao examinador ao término da prova.
3. Será anulada a questão em que for assinalada mais de uma alternativa ou que
estiver em branco.
4. Assinale a resposta preenchendo totalmente, com caneta preta, o respectivo
alvéolo, com o cuidado de não ultrapassar o limite dele.
5. Não assina­le as respostas com “X”, pois essa sinalização não será considerada.
EXEMPLO DE PREENCHIMENTO

6. Preencha os campos “nome” e “número” cuidadosamente para não ultrapassá-los.


7. Não rasure, não dobre nem amasse a folha de respostas.
8. Não escreva nada no cartão de respostas fora dos campos reservados.
9. É terminantemente proibido retirar-se do local da prova antes de decorridos 90
minutos (1 h e 30 min) após o início, qualquer que seja o motivo.

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CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA DOS ELEMENTOS
1 18
1 2

H He
hidrogênio hélio
1,008 4,0
2 13 14 15 16 17
3 4 5 6 7 8 9 10

Li Be B C N O F Ne
lítio berílio boro carbono nitrogênio oxigênio flúor neônio
6,94 9,0122 10,81 12,011 14,007 15,999 18,998 20,180

11 12 13 14 15 16 17 18

Na Mg A Si P S C Ar
sódio magnésio alumínio silício fósforo enxofre cloro argônio
22,990 24,305 26,982 28,085 30,974 32,06 35,45 39,948
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36

K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
potássio cálcio escândio titânio vanádio crômio manganês ferro cobalto níquel cobre zinco gálio germânio arsênio selênio bromo criptônio
39,098 40,078(4) 44,956 47,867 50,942 51,996 54,938 55,845(2) 58,933 58,963 63,546(3) 65,38(2) 69,723 72,630(8) 74,922 78,971(8) 79,904 83,798(2)

37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54

Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe
rubídio estrôncio ítrio zircônio nióbio molibdênio tecnécio rutênio ródio paládio prata cádmio índio estanho antimônio telúrio iodo xenônio
85,468 87,62 88,906 91,224(2) 92,906 95,95 [98] 101,07(2) 102,91 106,42 107,87 112,41 114,82 118,71 121,76 127,60(3) 126,90 131,29

55 56 57 a 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86

Cs Ba Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg T Pb Bi Po At Rn
césio bário háfnio tântalo tungstênio rênio ósmio irídio platina ouro mercúrio tálio chumbo bismuto polônio astato radônio
132,91 137,33 178,49(2) 180,95 183,84 186,21 190,23(3) 192,22 195,08 196,97 200,59 204,38 207,2 208,98 [209] [210] [222]

87 88 89 a 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118

Fr Ra Rf Db Sg Bh Hs Mt Ds Rg Cn Nh F Mc Lv Ts Og
frâncio rádio rutherfórdio dúbnio seabórgio bóhrio hássio meitnério darmstádtio roentgênio copernício nihônio fleróvio moscóvio livermório tenessino oganessônio
[223] [226] [267] [268] [269] [270] [269] [278] [281] [281] [285] [286] [289] [288] [293] [294] [294]

57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71
Número Atômico
La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
Símbolo lantânio cério praseodímio neodímio promécio samário európio gadolínio térbio disprósio hólmio érbio túlio itérbio lutécio
Nome 138,91 140,12 140,91 144,24 [145] 150,36(2) 151,96 157,25(3) 158,93 162,50 164,93 167,26 168,93 173,05 174,97
Massa Atômica 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103

Ac Th Pa U Np Pu Am Cm Bk Cf Es Fm Md No Lr
( ) = nº- de massa do actínio tório protactínio urânio netúnio plutônio amerício cúrio berquélio califórnio einstênio férmio mendelévio nobélio laurêncio
isótopo mais estável [227] 232,04 231,04 238,03 [237] [244] [243] [247] [247] [251] [252] [257] [258] [259] [262]

(IUPAC*. 28.11.2016.)
* Valores de Massa Atômica arredondados

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LITERATURA – OBRAS FUVEST 3. TEXTO I


Ganimedes: Herói troiano, considerado “o mais belo
dos mortais”. [...] Pastoreava os rebanhos do pai quan-
1. Posta à janela, dali a meia hora, Sofia contempla- do Júpiter o viu e, encantado com a sua beleza, raptou-
va as ondas que vinham morrer defronte, e, ao longe, -o e levou-o para o Olimpo. Variantes da lenda contam
as que se levantavam e desfaziam à entrada da barra. A que o deus teria enviado uma águia, ou teria se trans-
imaginosa dama perguntava a si mesma se aquilo era a formado ele próprio nessa ave, para raptar o jovem. Co-
valsa das águas, e deixava-se ir por essa torrente abaixo, mo compensação pelo rapto, Júpiter ofereceu ao pai de
sem velas nem remos. Deu consigo olhando para a rua, Ganimedes cavalos divinos e uma videira de ouro con-
ao pé do mar, como procurando os sinais do homem que feccionada por Vulcano. No Olimpo, Ganimedes conquis-
ali estivera, na antevéspera, alta noite... Não juro, mas tou a imortalidade; tinha como função servir o néctar nas
cuido que achou os sinais. Ao menos, é certo que cotejou assembleias dos deuses, substituindo Hebe nessa tarefa.
o achado com o texto da conversação: Dicionário de mitologia greco-romana.
São Paulo: Abril Cultural, s/d. p. 80.
“A noite era clara; fiquei cerca de uma hora, entre o
mar e a sua casa. A senhora aposto que nem sonhava co- TEXTO II
migo. Entretanto, eu quase que ouvia a sua respiração. O
Rapto
mar batia com força, é verdade, mas o meu coração não
batia menos rijamente; com esta diferença que o mar é Se uma águia fende os ares e arrebata
estúpido, bate sem saber por quê, e o meu coração sabe esse que é forma pura e que é suspiro
que batia pela senhora.” de terrenas delícias combinadas;
Sofia teve um calafrio, procurou esquecer o texto, e se essa forma pura, degradando-se,
mas o texto ia se repetindo: “A noite era clara.” mais perfeita se eleva, pois atinge
ASSIS, Machado de. Quincas Borba. a tortura do embate, no arremate
São Paulo: Moderna, 2016. p. 132-133. de uma exaustão suavíssima, tributo
com que se paga o voo mais cortante;
O comportamento de Sofia no trecho destoa de suas ati- se, por amor de uma ave, ei-la recusa
tudes costumeiras porque ela se mostra como o pasto natural aberto aos homens,
A) uma personagem trágica, temente a intuições e pres- e pela via hermética e defesa
ságios. vai demandando o cândido alimento
B) uma personagem clássica, associada à tradição das que a alma faminta implora até o extremo;
elites cariocas. se esses raptos terríveis se repetem
C) uma personagem romântica, apegada a devaneios e a já nos campos e já pelas noturnas
idealizações. portas de pérola dúbia das boates;
D) uma personagem idealizada, incapaz de enfrentar e se há no beijo estéril um soluço
problemas concretos. esquivo e refolhado, cinza em núpcias,
E) uma personagem naturalista, inclinada à frieza e ao e tudo é triste sob o céu flamante
cálculo nas atitudes. (que o pecado cristão, ora jungido
ao mistério pagão, mais o alanceia),
baixemos nossos olhos ao desígnio
2. A uma dama dormindo junto a uma fonte da natureza ambígua e reticente:
À margem de uma fonte, que corria ela tece, dobrando-lhe o amargor,
Lira doce dos pássaros cantores outra forma de amar no acerbo amor.
A bela ocasião das minhas dores ANDRADE, Carlos Drummond de. Claro enigma.
Dormindo estava ao despertar do dia. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p. 50.

Mas como dorme Sílvia, não vestia Considerando a relação entre os textos, observe as afir-
O Céu seus horizontes de mil cores; mações:
Dominava o silêncio sobre as flores, I. Embora o poeta modernista inspire-se em um tema
Calava o mar, e rio não se ouvia. clássico, ele não explora, no poema, uma estrutura
métrica tradicional.
Não dão o parabém à bela Aurora
II. O poema sutilmente aborda formas de amor conde-
Flores canoras, pássaros fragrantes,
nadas pela moral religiosa.
Nem seu âmbar respira a rica Flora.
III. Segundo o poema, o rapto mitológico não encontra
Porém abrindo Sílvia os dois diamantes, relação com dimensões reais da vivência amorosa
Tudo à Sílvia festeja, e tudo a adora das pessoas.
Aves cheirosas, flores ressonantes. Está correto apenas o que se afirma em:
MATOS, Gregório de.
Poemas escolhidos de Gregório de Matos. A) I, somente.
São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 235. B) II, somente.
C) I e III.
Na maneira como relaciona o sono da dama com a natu- D) II e III.
reza, o enunciador se vale de típicos recursos barrocos, E) I, II e III.
tais como
A) o tom de censura em relação à vaidade.
B) a reflexão pessimista sobre a brevidade da vida.
C) a religiosidade contrarreformista evocada na referên-
cia mitológica.
D) a caracterização preconceituosa da mulher dotada de
autonomia frente à natureza.
E) o ornamentalismo de feição cultista observado na as-
sociação da mulher com elementos da natureza.

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ANGLO VESTIBULARES ✉

4. Romance XLVIII ou do jogo de cartas 5. De todo aquele romance as particularidades que


Grandes jogos são jogados melhor guardei na memória foram os montes de cisco,
entre a terra e o firmamento: a água empapando a terra, o cheiro dos monturos, uru-
longas partidas sombrias, bus nos galhos da mangueira farejando ratos em decom-
por anos, meses e dias, posição no lixo. Tão morno, tão chato! Nesse ambiente
independentes do tempo... empestado Marina continuava a oferecer-se negaceando.
Soldados e marinheiros, Conservava-me preso, fazendo gatimanhos, esticando a
camponeses e fidalgos, saia estreita que lhe mostrava bem as coxas e as nádegas.
RAMOS, Graciliano. Angústia.
ministros, gente da Igreja,
Rio de Janeiro: Record, 2000. p. 87
não há mais ninguém que esteja
fora dos vastos baralhos. No texto, Graciliano Ramos, escritor modernista da cha-
Batem as cartas na mesa, mada “geração de 1930” do romance brasileiro:
na curva mesa da terra. A) Idealiza a figura feminina e engaja-se na denúncia so-
Partida sobre partida, cial da miséria.
perde-se renome ou vida: B) Emprega o detalhismo e o preciosismo verbal típicos
mas a perdição é certa. dos romances oitocentistas.
Lá vêm corações em sangue, C) Demonstra influência romântica ao descrever animais
lá vêm tenebrosos chuços: em seus habitats urbanos.
defrontam-se ouros e espadas, D) Cria um personagem psicologicamente complexo em
saltam coroas quebradas, uma ambientação de molde naturalista.
morrem culpados e justos. E) Descreve cenários degradados das periferias cariocas e
Batem as cartas na mesa... busca chocar com uma cena de forte conteúdo erótico.
Cruzam-se naipes e pontos:
não se avista quem baralha 6. Eu fui para o meu quarto, fechei-me lá, a tremer, sen-
esta confusa batalha tindo ainda, regeladas e ameaçadoras, as palavras da Titi,
de enigmas, quedas e assombros. para quem os homens “acabavam quando se metiam com
Grandes jogos são jogados. saias”. Também eu me metera com saias, em Coimbra, no
E os silenciosos parceiros Terreiro da Erva! Ali, no meu baú, tinha eu documentos
não sabem, a cada lance, do meu pecado, a fotografia da Teresa dos Quinze, uma
que o jogo, fora de alcance, fita de seda, e uma carta dela, a mais doce, em que me
pertence a dedos alheios. chamava “único afeto da sua alma” e me pedia dezoito
Mesas de Queluz cobertas tostões! Eu cosera essas relíquias dentro do forro de um
de ouros, paus, espadas, copas... colete de pano, receando as incessantes rebuscas da Titi,
(Minas, sangue, sofrimento...) por entre a minha roupa íntima. Mas lá estavam, no baú
No baralho bate o vento de que ela guardava a chave, dentro do colete, fazendo
e o jogo segue outras voltas. uma dureza de cartão que qualquer dia poderiam palpar
MEIRELES, Cecília. Romanceiro da inconfidência. os seus dedos desconfiados... E eu acabava logo para Titi!
São Paulo: Global, 2015. p. 141-142. QUEIRÓS, Eça de. A relíquia.
São Paulo: Ateliê Editorial. p. 71.
Explorando o contexto histórico da Inconfidência Minei-
ra, o poema ressalta Sobre o trecho de A relíquia, é correto afirmar:
A) o caráter elitista dos participantes do movimento polí- A) O tom confessional do narrador prova o arrependi-
tico. mento e a busca por perdão.
B) a revolta dos jogadores contra as derrotas no jogo de B) A expressividade estética do texto reside no uso con-
cartas. tido de figuras de linguagem.
C) o vício do jogo como uma das causas do malogro da C) O caráter dramático da cena é expressão do senti-
inconfidência. mentalismo romântico do autor.
D) os destinos humanos, que são marcados pelo caráter D) As ações caricatas do narrador mostram como ele
imponderável. não se deixava levar pelas emoções.
E) o poder da metrópole em determinar até o caráter im- E) A ambiguidade das declarações de Teresa dos Quinze
ponderável do destino dos habitantes da colônia. carrega a cena de humor irônico.

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LITERATURA – ALFA terial, até a badalada vitamina C, que favorece a beleza


da pele, contribuindo no combate à flacidez. São os moti-
vos que justificam um velho ditado estrangeiro: “Comer
uma maçã por dia afasta o médico”!
1.

(C) EDOUARD FRAIPONT/CORTESIA DO ARTISTA E


GALERIA LUISA STRINA
Disponível em: http://www.saude.abril.com.br.
Acesso em: 2 nov. 2019.

Os textos tratam da mesma fruta. Uma das diferenças


que se estabelece entre eles é que
A) o caráter fantástico e hiperbólico do poema contrasta
com a sobriedade acadêmica do texto jornalístico.
B) o texto poético explora uma série de metáforas para
denunciar a miséria dos quartos de hotel das grandes
cidades.
C) o poema não hesita em apresentar traços negativos
da fruta, enquanto o texto jornalístico elogia franca-
mente a maçã.
D) a linguagem poética, no Texto I, associa imagens inu-
sitadas à fruta, enquanto a linguagem, no Texto II,
busca informar e envolver o leitor.
E) o poema, em seus versos metrificados, explora a lin-
guagem estética, enquanto o texto jornalístico vale-se
Caetano de Almeida. Sem título (1999).
de exatidão inspirada na literatura científica sobre o
A fotomontagem sobre papel, do artista paulista Caetano assunto.
de Almeida, revela elementos relacionados à
A) inspiração na religiosidade afro-brasileira. 3. JOÃO GRILO
B) influência da arte abstrata nas grandes cidades. Falta de respeito nada, rapaz! Isso é o versinho de
C) crítica à impessoalidade das relações humanas na Canário Pardo que minha mãe cantava pra eu dormir. Is-
metrópole. so tem nada de falta de respeito!
D) sobreposição de temporalidades e formas de expres- Já fui barco, fui navio,
são convergentes. Mas hoje sou escaler.
E) apropriação paródica de elementos da arte urbana, Já fui menino, fui homem,
como o grafite. Só me falta ser mulher.
Valha-me Nossa Senhora,
2. TEXTO I Mãe de Deus de Nazaré.
Cena igual à da aparição de Nosso Senhor, e Nossa
Maçã Senhora, A Compadecida, entra.
Por um lado te vejo como um seio murcho ENCOURADO, com raiva surda
Pelo outro como um ventre cujo umbigo pende ainda o Lá vem a compadecida! Mulher em tudo se mete!
[cordão placentário JOÃO GRILO
És vermelha como o amor divino Falta de respeito foi isso agora, viu? A senhora se
Dentro de ti em pequenas pevides zangou com o verso que eu recitei?
Palpita a vida prodigiosa A COMPADECIDA
Infinitamente Não, João, por que eu iria me zangar? Aquele é o
E quedas tão simples versinho que Canário Pardo escreveu para mim e que eu
Ao lado de um talher agradeço. Não deixa de ser uma oração, uma invocação.
Num quarto pobre de hotel. Tem umas graças, mas isso até a torna alegre e foi coi-
BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. sa de que eu sempre gostei. Quem gosta de tristeza é o
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, s/d. p. 168-169. diabo.
JOÃO GRILO
TEXTO II
É porque esse camarada aí, tudo o que se diz ele
Ela povoa o imaginário popular e aparece em histó- enrasca a gente, dizendo que é falta de respeito.
rias diversas. É chamada de fruto proibido e já represen- A COMPADECIDA
tou o pecado, sendo apontada como o motivo da expul- É máscara dele, João. Como todo fariseu, o diabo é
são de Adão e Eva do paraíso. Conta-se que os galhos muito apegado às formas exteriores. É um fariseu con-
da macieira serviam para fazer as varinhas dos druidas, sumado.
os sábios celtas. Branca de Neve se deixou seduzir pela ENCOURADO
beleza do alimento. Também, reza a lenda, teria sido a Protesto.
fonte de inspiração para o cientista inglês Isaac Newton SUASSUNA, Ariano. Auto da compadecida.
(1643-1727) bolar a lei da gravidade. São Paulo: Editora Nova Fronteira, 1984. p. 75.
Muito além de narrativas fantásticas, a maçã com-
bina com uma vida equilibrada. Ela oferece quercetina, Fortemente vinculada ao folclore e à poesia nordestina, a
antioxidante que blinda nossas células e previne o en- peça de Ariano Suassuna liga-se à literatura ibérica me-
velhecimento precoce. O mesmo ingrediente dificulta o dieval
acúmulo de gordura nas artérias. A) pelo caráter revolucionário de sua temática.
Claro que a fruta não se faz só de quercetina. Tanto B) por meio de seu humor simples, popular e religioso.
a polpa quanto a casca guardam a pectina, um tipo de C) pelo racionalismo com que critica o comportamento
fibra que, não bastasse atuar em prol do coração, cola- dos poderosos.
bora para a saúde intestinal. Há evidências de que ajude D) pela expressão literária que se vale de métricas popu-
inclusive a reduzir o risco de tumores no intestino. lares, como a redondilha menor.
Pra completar, o vegetal entrega nutrientes que vão E) pelo conservadorismo em afirmar valores sociais liga-
do potássio, mineral conhecido por abaixar a pressão ar- dos a antigas tradições religiosas.

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4. Julga-me a gente toda por perdido, C) a ação pedagógica no Brasil do século XVI buscava
vendo-me, tão entregue a meu cuidado, transmitir valores admitidos pela tradição letrada e
andar sempre dos homens apartado, religiosa.
e dos tratos humanos esquecido. D) os indígenas tinham mais facilidade do que os portu-
gueses em incorporar valores morais e religiosos do
Mas eu, que tenho o mundo conhecido,
continente europeu.
e quase que sobre ele ando dobrado,
E) os saberes inculcados pelos colonizadores europeus
tenho por baixo, rústico, enganado,
eram recebidos com superficialidade e desconfiança
quem não é com meu mal engrandecido.
pelos indígenas.
Vão revolvendo a terra, o mar e o vento,
busquem riquezas, honras a outra gente, 6. Benze-se o poeta de várias ações que observa
vencendo ferro, fogo, frio e calma; na sua pátria
que eu só, em humilde estado, me contento, Destes que campam no mundo
de trazer esculpido eternamente sem ter engenho profundo,
vosso fermoso gesto dentro n'alma. e entre gabos dos amigos,
CAMÕES, Luís de. Sonetos. os vemos em papa-figos
Cotia: Ateliê Editorial, 1998. p. 115. sem tempestade, nem vento:
Anjo Bento.
O Classicismo valorizou estéticas e formas de pensamen-
to da antiguidade greco-latina. Considerando o soneto De quem com letras secretas
de Luís de Camões, pode-se afirmar que a presença do tudo o que alcança é por tretas,
chamado “neoplatonismo” é baculejando sem pejo
por matar o seu desejo
A) negado na primeira estrofe, uma vez que o enuncia-
desde a manhã té a tarde:
dor se mostra arredio no trato social.
Deus me guarde.
B) afirmado no último terceto, na resolução do enuncia-
dor em valorizar intelectualmente a memória do ser Do que passeia farfante
amado. muito prezado de amante,
C) contrariado na segunda estrofe, pois o enunciador por fora luvas, galões,
opta por dedicar sua atenção a elementos concretos insígnias, armas, bastões,
da existência. por dentro pão bolorento:
D) confirmado na terceira estrofe, já que o enunciador Anjo Bento.
atribui a si próprio grande experiência nas questões
mundanas. Destes beatos fingidos
E) afirmado no primeiro terceto, em que o enunciador cabisbaixos, encolhidos,
vivencia de maneira intensa e prazerosa os aspectos por dentro fatais maganos,
sensoriais da paisagem em que se insere. sendo nas caras uns Janos,
que fazem do vício alarde:
5. Os meios e os fins da catequese, da educação, do Deus me guarde.
ensino e da instrução das faculdades da memória, da [...]
vontade e da inteligência, que então definem a humani- MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos de Gregório de Matos.
dade da pessoa, realizam a “política católica” portugue- São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 65-66.
sa como um conjunto de normas. Estas definem saberes A poesia de Gregório de Matos traz valores e formas de
a serem ensinados e condutas a serem inculcadas em expressão correntes na sociedade baiana do século XVII.
crianças, jovens e adultos indígenas, mamelucos e portu- O excerto acima permite identificar o(a)
gueses. Representam também um conjunto de práticas,
que permitem a transmissão desses saberes e a incorpo- A) ironia crítica voltada contra os mais diversos estratos
ração de comportamentos, normas e práticas. da sociedade de seu tempo.
HANSEN, João Adolfo; NÓBREGA, Manuel da. B) patriotismo com que o enunciador exaltava tipos so-
Recife: Fundação Joaquim Nabuco/Ed. Massangana, 2010. p. 12. ciais de destaque na época.
C) devoção religiosa que, confirmando o título, exalta a
O texto crítico a respeito das ações colonizadoras portu- ação catequética na Bahia.
guesas na América permite afirmar que D) uso de versos livres, atestado na variação métrica do
A) os colonizadores portugueses não consideravam que poema e no uso de rimas irregulares.
os índios fossem plenamente humanos. E) crítica social que poupa apenas os letrados, na medi-
B) os colonizadores atuaram no sentido de educar os indí- da em que o próprio enunciador se identificava com
genas para que eles pudessem frequentar faculdades. eles.

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DISCIPLINAS DE NÚCLEO COMUM D) predominam variantes linguísticas que revelam erudi-


ção, como “debilita” e “mérito”.
E) revelam falta de domínio pleno da variedade culta,
como “fracote” e “monstruosas”.
Leia o fragmento da crônica “Cuidado com os sabichões”
para responder às questões 7 a 12.
Acho que a pessoa só deve botar reparo gramatical 9. Quando nomeiam ações, qualidades ou sentimentos, os
na língua dos outros, e mesmo assim com pudor, quan- substantivos assumem significados abstratos. No frag-
do lhe pedirem ou quando tiver mandato profissional (ou mento, é exemplo disso o vocábulo
afetivo, vá lá) para tanto. A) absurdo.
Vejo apenas duas exceções. A primeira envolve o B) autoridade.
interesse público, quando o erro é sintoma de um mal C) sabichão.
maior e tem efeito multiplicador devido ao poder de D) súditos.
quem o comete. E) sustentação.
Para ficar num exemplo absurdo, vamos imaginar
que o ministro da Educação fosse um inepto capaz de
escrever gato com jota. Nesse caso, denunciar seus erros 10. As frases abaixo foram extraídas de gramáticas e obras
seria obrigatório. acadêmicas. Entre elas, a mais aderente ao discurso que
A outra exceção é o combate ao sabichonismo. Tan- embasa o fragmento lido é a seguinte:
to quanto a autoridade ignorante, o sabichão deve ser A) Todas as variedades linguísticas são estruturadas, e
corrigido sempre que vier a público dedurar os erros fic- correspondem a sistemas e subsistemas adequados
tícios que fabrica. às necessidades dos seus usuários (Celso Cunha).
Para quem não o conhece, o sabichão é aquele pa- B) No plano de norma coletiva é natural que distingamos
trulheiro que adora corrigir até o que não está errado. entre o que é comum a toda uma nação (idioma) e
Em troca do prazer de comprar com notas falsas a vitória o que é peculiar às diversas regiões (dialetos) (Celso
sobre o interlocutor desavisado, espalha confusão. Luft).
Bom, não é como se, em matéria de língua, precisas- C) Falar é como andar. Acontece naturalmente, da mes-
se de mais confusão um país em que milhões de letrados ma forma, nas mesmas faixas etárias, em qualquer
matam a crase na canela, confere? parte do planeta Terra, independentemente de raça,
O sabichonismo é uma doença oportunista que de- de cultura, de cor, de gênero e de ensino formal (Mar-
bilita mais um pouco nossa já fracote autoestima linguís- ta Scherre).
tica. D) Se todos os mapas e livros de geografia trazem a for-
Combater o sabichonismo tem o mérito adicional de ma Antártida, que autoridade tem Sacconi para dizer
contribuir para a guerra maior contra a desinformação, que isso é “lamentável” e que a forma “certa” é “An-
praga antiga que ganhou proporções monstruosas no tártica”? (Marcos Bagno).
mundo das redes sociais. E) As diferenças linguísticas entre os vários dialetos não
Por exemplo, a tese cascateira de que a forma certa são estanques, pois os usos populares podem ser in-
do ditado é “Quem tem boca vaia Roma”, em referência corporados à norma culta (Marli Quadros Leite).
aos apupos que os súditos reservariam aos césares, ja-
mais teve fumaça de sustentação histórica ou mesmo de
verossimilhança. Pensando bem, é ridícula. E convenceu. 11. Tomando por base a versão correta do ditado “Quem
RODRIGUES, Sérgio. Cuidado com os sabichões!. tem boca vaia Roma”, pode-se dizer que a “tese casca-
Folha de S.Paulo. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ teira” nasce de uma
colunas/sergio-rodrigues/2019/10/cuidado-com-os-sabichoes.
A) homofonia, que, no entanto, produz um sentido inve-
shtml?loggedpaywall. Acesso em: 18 out. 2019.
(Fragmento adaptado.) rossímil.
B) ironia, que considera a fala uma distorção da norma-
7. Os “sabichões” a que se refere o texto são -padrão da língua.
C) ambiguidade sintática, que provoca um significado
A) especialistas em teoria gramatical que rechaçam va- ridículo.
riedades populares em favor da norma culta. D) intertextualidade programada entre o ditado e sua pa-
B) falantes não especializados que, como autodidatas, ródia.
dominam a variedade culta e exigem respeito a ela. E) falta de repertório, pois os césares convenciam multi-
C) professores tradicionalistas que consideram a descri- dões.
ção linguística como prioritária na formação escolar
básica.
D) usuários cultos da língua que reconhecem o uso da 12. Para o enunciador, a desinformação
norma-padrão como único critério de correção lin- A) nasce do “reparo gramatical” na língua dos outros.
guística. B) é a origem de todas as confusões linguísticas midiáti-
E) falantes supostamente eruditos que propõem como cas.
corretas variantes linguísticas sem lastro na tradição C) sempre existiu, embora não atingisse questões lin-
gramatical. guísticas.
D) se intensificou recentemente no universo das redes
8. Sobre os usos linguísticos adotados no fragmento, pode- sociais.
-se afirmar que E) deve ser combatida apenas quando diz respeito ao in-
teresse público.
A) refletem uma opção consciente pela informalidade,
como se vê em “vá lá” e “inepto”.
B) ocorrem casos próprios de variedades eruditas popu-
lares, como “sabichão” e “na canela”.
C) há marcas de oralidade que simulam interação face a
face, como “bom” e “confere?”.

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Texto para as questões 13 a 16 16. De acordo com o texto, o dono da casa seguiu a galinha
Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não A) impulsionado somente pela curiosidade.
passava de nove horas da manhã. B) em razão de suas habilidades esportivas.
Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num C) por causa da fome que assolava toda a família.
canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém D) estimulado pela destreza motora do animal.
olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpan- E) por dois motivos, diferentes e complementares.
do sua intimidade com indiferença, não souberam dizer
se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um Texto para as questões 17 e 18
anseio 1. Rep and Roll
Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas
de curto voo 2, inchar o peito e, em dois ou três lances, SP ZL, minha região
alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vaci- A rua chama, Urbana minha Legião
lou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em bre- Armas pra revolução eles não dão
ve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo Televisão, damas de Biquíni Cavadão
desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno 3 Rigoroso nos traje, atitude
Invadindo sua praia, a Plebe é Rude
deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família
Nossa juventude tem potencial
foi chamada com urgência e consternada viu o almoço 4
Mas falta o Capital Inicial
junto de uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da
Polícia para quem precisa, Ira
dupla necessidade de fazer esporadicamente algum es-
É us tira roubando a brisa, mira
porte e de almoçar, vestiu radiante um calção de banho e
Pretos, são alvos do algoz
resolveu seguir o itinerário 5 da galinha: em pulos caute-
Preto longe das Blitz, Nenhum de Nós
losos alcançou o telhado onde esta, hesitante e trêmula,
O Tempo não para, ponteiro correndo
escolhia com urgência outro rumo 6. A perseguição 7 tor-
Hey! Pode vir quente que eu estou fervendo
nou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido
No olhar do mais sóbrio a tristeza
mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta 8
Por isso que eu sou um Maluco Beleza
mais selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por
Mandaram me perguntar qual é a minha intenção
si mesma os caminhos 9 a tomar, sem nenhum auxílio de
Fazer o dinheiro girar e um pouco de subversão
sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E
Um salve pros irmão de cor isso Faz Parte do Meu Show
por mais ínfima que fosse a presa 10 o grito de conquista
Pra muitos é uma confusão porque eu sou... Rep and Roll
havia soado.
SAPIÊNCIA, Rincon. Rep and Roll. Disponível em:
LISPECTOR, Clarice. Uma galinha. In: ______.
https://www.letras.mus.br/rincon-sapiencia/rep-and-roll/.
Todos os contos. Rio de Janeiro: Rocco, 2016. p. 156.
Acesso em: 28 nov. 2019.

13. O conto sugere diferentes perspectivas sobre a galinha, 17. O rapper Rincon Sapiência, em Rep and Roll, utiliza uma
protagonista da narrativa. Essa variedade de visões pode forma de registro que se aproxima
ser apontada no uso dos termos
A) do erudito, numa variante padrão, como se percebe
A) anseio (ref. 1) e almoço (ref. 4). por meio das referências a bandas utilizadas.
B) voo (ref. 2) e adorno (ref. 3). B) da fala, numa variante informal, como se percebe por
C) itinerário (ref. 5) e perseguição (ref. 7). meio das contrações e de expressões como “um salve”.
D) rumo (ref. 6) e luta (ref. 8). C) da escrita, numa variante padrão, como se percebe no
E) caminhos (ref. 9) e presa (ref. 10). uso de palavras como “sóbrio” e “subversão”, pouco
utilizadas em registros orais.
14. Sobre sua forma de composição, pode-se afirmar que o D) da arte, numa variante histórica, como se percebe na
fragmento é retomada de temáticas críticas em relação à comuni-
A) exclusivamente narrativo, porque a tentativa de fuga dade negra e periférica da Zona Leste.
da galinha figura como tema essencial. E) do descuido, numa variante informal, como se perce-
B) predominantemente narrativo, pois os eventos se su- be na incorreção de concordância em “um salve pros
cedem temporalmente, embora permeados pela des- irmão” em lugar de “um salve para os irmãos”.
crição.
C) exclusivamente descritivo, visto que se concentra em 18. A respeito da interdiscursividade promovida na canção,
apresentar as personagens do enredo de forma pro- nota-se que
gressiva. A) para compreender o título, é necessário associar as
D) predominantemente descritivo, já que a temporali- referências a bandas e músicas de rock brasileiras ao
dade dos eventos dá lugar à subjetividade das per- gênero musical do qual a letra faz parte.
sonagens. B) as inversões realizadas em relação a alguns nomes
E) predominantemente dissertativo, pois a narratividade de bandas, como em relação à “Legião Urbana” no
do fragmento está a serviço da defesa de uma tese segundo verso, descaracterizam a intertextualidade.
sobre a realidade. C) o uso de letras maiúsculas para marcar nomes pró-
prios em meio aos versos não é eficiente, porque
15. Os dois primeiros períodos do texto sugerem que acontece também de forma aleatória, como em rela-
A) a galinha só estava viva porque tinha conseguido fu- ção ao termo “blitz”.
gir. D) para compreender corretamente a canção, é necessá-
B) galinhas de domingo costumam ser mortas para o al- rio conhecer o contexto de criação de cada uma das
moço. bandas a que se faz referência, pois ele se associa ao
C) as refeições de domingo sempre tinham um prato de tema de negritude proposto.
carne. E) o domínio de Rincon Sapiência da história do rock
D) as galinhas não eram vigiadas nos domingos pela brasileiro o associa ao gênero musical rock e o distan-
manhã. cia do universo do rap, como se afirma em “pra mui-
E) a galinha mantinha a calma por desconhecer seu des- tos é uma confusão”, o que reduz as possibilidades de
tino. interpretação musical.

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19. A etapa fotoquímica da fotossíntese, conhecida como A alternativa que associa, corretamente, as operações
“reação de claro”, é assim chamada por ocorrer somente aos equipamentos listados é:
na presença de luz. A) I-c; II-a; III-d; IV-b; V-e.
A reação da fotossíntese pode ser representada simplifi- B) I-b; II-c; III-d; IV-a; V-e.
cadamente por: C) I-c; II-a; III-d; IV-e; V-b.
6 CO2(g) 1 6 H2O(v) → C6H12O6(s) 1 6 O2(g) D) I-c; II-b; III-d; IV-e; V-a.
E) I-b; II-d; III-c; IV-e; V-a.
Considerando as informações e os átomos 11H; 16 O; 12C,
8 6
são feitas as seguintes afirmações: 22. A adição de cloreto de sódio à água reduz o seu ponto de
I. O número total de prótons presentes nos reagentes congelamento. A presença de 23,3% de NaCl(s) na água
é igual ao número total de prótons presentes nos pode reduzir o seu ponto de congelamento a 221,1 ºC,
produtos. devido à formação de uma mistura eutética. Se NaCl(s)
II. O número total de nêutrons presentes nos reagentes for adicionado ao gelo acima dessa temperatura, parte
é igual ao número total de nêutrons presentes nos desse gelo se fundirá, e ocorrerá a dissolução do sal adi-
produtos. cionado. Se mais sal for adicionado, o gelo continuará a
III. O número total de moléculas presentes nos reagen- fundir. Essa é uma prática comum, utilizada para remo-
tes é igual ao número total de moléculas presentes ver o gelo das ruas das cidades em que neva no inverno.
nos produtos. Assinale a alternativa na qual a curva de aquecimento da
IV. A razão entre o número total de átomos dos reagen- mistura eutética citada no texto está corretamente repre-
tes e dos produtos é menor que 1. sentada.
São corretas somente as afirmações: Legenda:
A) I e II. S 5 Sólido; L 5 Líquido; G 5 Gasoso.
B) III e IV.
C) I, II e III. A)
D) II, III e IV. G

T (ºC)
E) II e IV.
L
20. No início dos anos de 1970, foram dados os primeiros
passos nos estudos sobre as baterias de lítio. Os cientis- S
tas John B. Goodenough, M. Stanley Whittingham­e Akira t (min)
Yoshino criaram o “mundo recarregável”, e seu prêmio
foi mais do que merecido. As primeiras baterias de lítio/
iodo foram utilizadas em marca-passos. Atual­mente, al-
gumas baterias de celulares são constituídas de íon-lítio B)
G
ou lítio polímero. O lítio é um elemento químico de sím-
T (ºC)

bolo Li e número atômico 3. Na natureza são encontrados


dois isótopos de lítio: lítio-7 (92,5%) e lítio-6 (7,5%). L
Dado: Constante de Avogadro 5 6,0 ? 1023 mol21
S
Com base nessas informações, foram feitas as seguintes
afirmações: t (min)
I. A massa atômica do elemento lítio é igual a 6,925 u.
II. O isótopo menos abundante apresenta menor núme-
ro de prótons. C)
III. Uma amostra de 7,0 g do átomo do isótopo mais
G
abundante apresenta 1,8 ? 1024 elétrons.
T (ºC)

São corretas as afirmações: S


A) I e II.
B) II e III.
C) I e III. t (min)
D) Somente II.
E) Somente I.
D)
21. Um ramo muito popular da Medicina é a Fitoterapia (do S
grego: phyton 5 vegetal; terapia 5 tratamento).
T (ºC)

A produção de pomadas, tinturas, extratos e cápsulas a L


partir de vegetais envolve diversas operações e equipa-
mentos de laboratório. G
Processos:
t (min)
I. Trituração.
II. Secagem.
III. Medidas de líquidos.
IV. Filtração comum. E)
S
V. Filtração a vácuo.
T (ºC)

Equipamentos: L
a) Estufa.
b) Funil de Büchner.
c) Almofariz e pistilo. G
d) Provetas e pipetas. t (min)
e) Funil e papel de filtro.

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23. Aproximadamente 70% de nosso corpo é constituído por água, fundamental para nosso metabolismo e para a manutenção da
vida. Por esse motivo, é muito importante a qualidade da água consumida. O esquema de uma estação de tratamento de água
está representado a seguir.
Reservatório elevado

Represa Rede de distribuição


Sulfato de Adutora
Cloro e flúor
Adutora de Alumínio,
captação Cal, Cloro
Canal de água
Carvão ativado
filtrada
Areia
Cascalho

Reservatório
de água
tratada
Floculação Decantação Filtração

Com base nas informações apresentadas e nos conhecimentos sobre processos de tratamento da água, podemos afirmar que:
A) a floculação facilita o processo de decantação.
B) a fluoretação é necessária para termos água potável.
C) na decantação, temos agitação do sistema para facilitar a filtração.
D) o processo de filtração serve para eliminar os germes patogênicos.
E) após o tratamento da água, temos no reservatório uma substância pura.

24. A vitamina E tem sido relacionada à prevenção do câncer de próstata, além de atuar como antioxidante para prevenir o enve-
lhecimento precoce. A dose diária recomendada para uma pessoa acima de 19 anos é de 15 mg. Considerando que em alguns
suplementos alimentares existam 10,5 ? 1018 moléculas de vitamina E por comprimido, o número de comprimidos que deve
ser consumido em um mês (30 dias) para manter a dose recomendada diária é cerca de
Note e adote:
Constante de Avogadro 5 6,0 ? 1023 mol21
Fórmula molecular da vitamina E 5 C29H50O2
A) 30 comprimidos.
B) 45 comprimidos.
C) 60 comprimidos.
D) 75 comprimidos.
E) 90 comprimidos.

25. O estudo dos átomos e das partículas subatômicas norteou muitos estudos da Química e da Física. Há 130 anos nascia, em Co-
penhague, o cientista dinamarquês Niels Henrick Davis Bohr, cujos trabalhos contribuíram decisivamente para a compreensão
da estrutura atômica e da Física Quântica. A respeito do modelo atômico de Bohr, assinale a alternativa correta.
A) Os átomos são, na verdade, grandes espaços vazios constituídos por duas regiões distintas: uma com núcleo pequeno,
positivo e denso e outra com elétrons se movimentando livremente ao redor do núcleo.
B) Os elétrons que circundam o núcleo atômico têm energia quantizada, podendo assumir quaisquer valores.
C) É considerado o modelo atômico vigente e o mais aceito pela comunidade científica.
D) Os saltos quânticos decorrentes da interação fóton-núcleo são previstos nessa teoria, explicando a emissão de cores quan-
do certos elementos metálicos são postos em uma chama (excitação térmica).
E) Os átomos são estruturas compostas por um núcleo pequeno e carregado positivamente, cercado por elétrons alocados em
órbitas circulares.

26. A condutibilidade elétrica de sistemas envolve a movimentação ordenada de partículas dotadas de cargas elétricas diante de
uma diferença de potencial. Essas cargas podem ser os próprios elétrons, como ocorre em uma barra de cobre ou grafite, ou
ainda podem ser íons que apresentem livre movimentação.
Sobre esse assunto, um estudante fez três afirmações:
I. Em uma solução aquosa de cloreto de hidrogênio há íons livres devido a um processo químico de ionização desse com-
posto e, portanto, essa solução é eletrolítica.
II. Em uma solução aquosa de cloreto de potássio há íons livres devido a um processo físico de dissociação iônica desse
composto e, portanto, essa solução é eletrolítica.
III. Em uma solução aquosa de sacarose não há íons livres, pois as moléculas apenas se dissolvem em água sem que ocorra
qualquer tipo de reação de ionização e, portanto, o sistema não é eletrolítico.
A(s) afirmação(ões) correta(s) é(são):
A) Apenas I e II.
B) Apenas I e III.
C) Apenas II e III.
D) Apenas III.
E) I, II, III.

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27. Os fermentos utilizados na indústria alimentícia podem
ser de origem biológica ou química. Nos fermentos bio- Rascunho
lógicos, microrganismos (geralmente Saccharomyces
cerevisiae) consomem matéria orgânica produzindo
um gás que faz a massa crescer (gás carbônico). Já nos
fermentos químicos, esse mesmo gás é gerado em rea-
ções químicas envolvendo substâncias presentes no fer-
mento. Muitos deles são preparados pela mistura de di-
hidrogenof­osfato com bicarbonato. A reação desses íons
produz hidrogenofosfato e ácido carbônico, que por sua
vez se decompõem gerando água e dióxido de carbono.
As fórmulas químicas de todas as substâncias menciona-
das no texto, na ordem de citação, são, respectivamente:
A) CO2, H2PO422, HCO2 32
3 , HPO4 , H2CO3, H2O, CO2
B) CO2, H2PO42, HCO2 2
3 , HPO4 , H3CO3, H2O, CO2
C) CO2, H2PO42, HCO2 22
3 , HPO4 , H2CO3, H2O, CO2
D) CO2, H2PO42, HCO2 32
3 , HPO4 , H2CO3, H2O, CO2
E) CO2, H2PO2 2 22
3 , HCO3 , HPO3 , H2CO3, H2O, CO2

28. Amônia é uma das dez substâncias mais produzidas no


mundo. Sua obtenção se dá por meio da reação entre ni-
trogênio e hidrogênio, de acordo com a equação a seguir:
N2(g) 1 3 H2(g) → 2 NH3(g)
Do ponto de vista químico, a amônia tem um caráter
básico, pois sua solução aquosa colore de rosa uma so-
lução incolor de fenolftaleína, e é capaz de neutralizar
soluções ácidas.
Em um experimento, foram preparadas três soluções de
ácidos diferentes, sendo colocado apenas um mol de ca-
da ácido em cada frasco, rotulados A, B e C.
A quantidade de amônia utilizada para a neutralização
total dessas soluções é mostrada na figura a seguir.
1 mol NH3 2 mol NH3 3 mol NH3

A B C
Com base nessa figura, pode-se afirmar que os ácidos
contidos nos frascos A, B e C são, respectivamente:
A) Nítrico, fosfórico e sulfúrico.
B) Clorídrico, nítrico e fosfórico.
C) Nitroso, clórico e clorídrico.
D) Clórico, sulfúrico e carbônico.
E) Acético, sulfídrico e fosfórico.

29. O ácido cítrico é o principal ácido que confere sabor aze-


do às chamadas “frutas cítricas”. Sua fórmula estrutural
é apresentada a seguir.
O OH
O O

HO OH
OH
Um derivado desse ácido é o citrato de cálcio, que é en-
contrado em suplementos alimentares que têm a função
de aumentar a quantidade de cálcio na dieta e de facilitar
a absorção da vitamina D no organismo.
Esse composto pode ser obtido por meio da reação de
neutralização entre o ácido citado e uma base adequada.
Na equação dessa reação, os menores coeficientes ex-
pressos por números inteiros para o ácido, a base, o sal
e para a água são, respectivamente:
A) 1, 2, 1, 4 D) 2, 3, 1, 6
B) 2, 1, 1, 4 E) 1, 2, 1, 2
C) 3, 2, 1, 3

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30. Existem números racionais a, b, c e d, tais que 4a 5 x,


xb 5 y, yc 5 z e zd 5 8, em que x, y e z são números reais Rascunho
positivos.
Qual é o valor numérico de abcd?
A) 0,8
B) 0,9
C) 1,3
D) 1,5
E) 2,0

31. A figura representa a reta real e os pontos A, B, C, D e E


pertencentes a ela.

A B C D E
x

0,5 1,5 2,5

0,0 1,0 2,0

1 1 √5
O ponto D representa o número irracional , conhe-
2
cido como o número áureo.
2
Qual dos pontos dados representa o número ?
21 1 √5
A) A
B) B
C) C
D) D
E) E

32. Para testar a eficiência do carburador do seu carro velho,


Bruno encheu o tanque com 56 litros de gasolina pura
que ele havia ganhado de um amigo. Ele andou 80 km
e concluiu que o rendimento do motor foi de 10 km/L.
Então, ele adicionou 8 litros de etanol puro no tanque
e prosseguiu com sua viagem até gastar 14 litros dessa
mistura, terminando assim o teste. Note que os volumes
gastos de álcool e de gasolina são sempre proporcionais
aos volumes desses combustíveis presentes na mistura.
Terminado o teste, que volume de gasolina restou no
tanque?
A) 34 litros
B) 35 litros
C) 36 litros
D) 37 litros
E) 38 litros

33. Considere que F, m1, m2 e d sejam variáveis reais po-


sitivas, sendo F diretamente proporcional a m1 e m2, e
também, inversamente proporcional ao quadrado de d.
A tabela anexa mostra alguns valores particulares dessas
variáveis.

F m1 m2 d

z 5 8 x

z y 10 5

Nessas condições, qual é o valor de x2 ? y?


A) 0,01
B) 1,6
C) 100
D) 200
E) 400

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34. Na figura abaixo, sabendo que a reta r1 é paralela à reta
r2, obtenha a medida do ângulo α a partir dos ângulos Rascunho
fornecidos.

r1


3θ 2θ
27º

γ γ

β
r2 β

A) 137º D) 141º30’
B) 138º30’ E) 141º
C) 140º

35. Seja O o centro da circunferência, A, B e C pontos sobre


a circunferência, tais que CA 5 CB, e t uma reta tangente
à circunferência no ponto B, conforme ilustra a figura.

A
O t

α B
C

Sabendo que o ângulo BĈA tem medida 130º, qual a me-


dida do ângulo α 5 CB̂D?
A) 25º D) 55º
B) 35º E) 65º
C) 45º

36. Na figura a seguir há quatro segmentos de reta, tais que


AL 5 AS, LĤE 5 α, AT̂E 5 β e TÊA 5 θ.

S
θ
β α
T E H

Qual das seguintes relações é verdadeira?


θ2β β
A) α 5 D) α 5 θ 2
2 2
B) α 5 180º 2 θ 2 β E) α 5 θ 1 β 2 90º
C) α 5 θ 2 β

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37. Das siglas abaixo, qual é a única em que todas as letras


apresentam algum tipo de simetria? Rascunho
A) FUVEST
B) UNESP
C) UNIFESP
D) UNICAMP
E) ENEM

38. A figura abaixo representa o logotipo de uma empresa:

A empresa deseja fabricar uma réplica desse logotipo pa-


ra decorar a entrada da sede. A peça será fabricada a partir
de uma chapa de aço de formato quadrado, com lado me-
dindo 1,306 m, fazendo-se nela quatro cortes de formato
também quadrado, cada um de lado medindo 0,353 m.
Após os cortes, um dos lados da peça deverá ser tratado
com um verniz especial, de custo bastante elevado. As-
sim, é necessário estimar com precisão a área de metal
que será tratada por esse verniz.
Essa área é de exatamente:
A) 1,2000 m2
B) 1,2100 m2
C) 1,2096 m2
D) 1,2072 m2
E) 1,2102 m2

39. Considere a seguinte inequação na incógnita x, com x ∈®:


Mx 1 4M > Nx 1 4N
sendo M e N números reais tais que M Þ N.
O conjunto solução dessa inequação é dado por:
A) {x ∈® / x > 24}, para quaisquer valores reais de M e N.
B) {x ∈® / x < 24}, para quaisquer valores reais de M e N.
C) {x ∈® / x < 24}, se M > N, ou {x ∈® / x > 24},
se M < N.
D) {x ∈® / x > 24}, se M > N, ou {x ∈® / x < 24},
se M < N.
E) {x ∈® / x > 4}, para quaisquer valores reais de M e N.

40. Existem apenas dois números reais tais que, se somar-


mos cada um deles ao seu quadrado, obtemos 1 002 co-
mo resultado em cada uma das somas. A soma desses
dois números resulta em
A) 1 002
B) 21
C) 2
D) 21 002
E) 2501

41. Seja a seguinte equação na incógnita real x:


x2 2 2x
53
2x 2 4
Seu conjunto solução é
A) {22,6}
B) {22,26}
C) {2,6}
D) {2}
E) {6}

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42. As pesquisas biológicas dos últimos anos evidenciaram As informações fornecidas pelo texto, se forem associa-
a existência de um novo tipo de participação nos ecos- das ao gráfico com curvas de crescimento populacional,
sistemas de diversas espécies microscópicas de am- levam à conclusão de que essa população está:
bientes aquáticos, denominadas mixotrofos. O modelo
a seguir representa a participação de algumas dessas Curvas de crescimento populacional
espécies: Número de
indivíduos
B
Luz Matéria Luz
orgânica C
A
D

Fitoplâncton Mixotrofos

Tempo

A) em estágio intermediário da curva B.


Restos B) prestes a atingir o valor A.
orgânicos C) crescendo conforme a curva C.
D) sendo favorecida pelos fatores referentes à área D.
E) em estágio anterior ao início das curvas B e C.

Bactérias 44. Os pandas (Ailuropoda melanoleuca) vivem nas florestas


das regiões montanhosas do sudeste da China, em ca-
vernas e no oco de árvores. Alimentam-se principalmen-
te de folhas e brotos de bambu, além de alguns insetos e
ovos como fontes de proteínas.
Material Não hibernam durante o inverno, e o acasalamento ocor-
inorgânico re na primavera, sendo que o nascimento dos filhotes
dissolvido ocorre no inverno. A baixa taxa de natalidade e a destrui-
ção das florestas onde vivem colocam a espécie, atual-
mente, em situação de extinção.
A partir desse modelo, pode-se inferir que os mixotrofos A descrição acima sobre o panda diz respeito ao seu
A) são organismos anaeróbios. A) hábitat.
B) competem com bactérias. B) ecossistema.
C) consomem restos orgânicos. C) nivel trófico.
D) podem ocupar dois níveis tróficos. D) nicho ecológico.
E) atuam como decompositores. E) bioma.

43. Trinta anos de ninhos de Dermochelys coriacea em 45. Os corredores [ecológicos] são criados com base
tartaruga-de-couro no Espírito Santo, 1988-2017: em estudos sobre o deslocamento de espécies, sua área
biologia e conservação da reprodução de vida e a distribuição de suas populações. A partir das
Cientistas estudaram as áreas de desova da espécie informações obtidas são estabelecidas as regras de uti-
no litoral norte do estado do Espírito Santo – o único sí- lização dessas áreas, a fim de amenizar e ordenar os im-
tio de desova regular da espécie conhecido no Oceano pactos ambientais das atividades humanas. Essas regras
Atlântico Sudoeste. Os dados desta pequena população farão parte do plano de manejo da Unidade de Conserva-
de tartarugas-de-couro mostram que entre 1988 e 2017, o ção à qual o corredor estiver associado.
número médio de ninhos por ano aumentou de 25.6 nos Após os estudos, os corredores ecológicos só se tor-
primeiros cinco anos do estudo para 89.9 nos cinco anos nam oficiais quando ganham reconhecimento do Minis-
mais recentes. tério do Meio Ambiente.
[...] Nosso estudo também revelou que houve um de- Disponível em: https://www.oeco.org.br/dicionario-
créscimo significativo no tamanho médio das fêmeas que ambiental/28538-o-que-sao-corredores-ecologicos/.
vêm desovar nas praias do Espírito Santo ao longo dos Acesso em: 4 out. 2019.
anos, o que sugere que novas fêmeas estão fazendo parte Considerando o papel dos corredores ecológicos, é cor-
da população reprodutivamente ativa de tartarugas. reta afirmar que eles:
[...] Os resultados são muito positivos, no entanto,
A) promovem a diminuição da troca de genes entre po-
esta população tem uma distribuição geográfica restrita
pulações próximas.
e é superpequena – menos de 20 fêmeas desovam nas
B) agravam o efeito de borda causado pela fragmenta-
praias do Espírito Santo por ano, cada uma depositando
ção de hábitats.
múltiplos ninhos por temporada – o que torna essa popu-
C) facilitam a dispersão de sementes e a polinização de
lação ainda criticamente ameaçada.
espécies vegetais.
Disponível em: https://www.tamar.org.br/noticia1.php?cod=917.
Adaptado da revista Endangered Species Research, com o título: D) favorecem a especiação ao unirem duas áreas próxi-
Thirty years of leatherback turtle Dermochelys coriacea mas.
nesting in Espírito Santo, Brazil, 1988-2017: E) evitam a exploração dos recursos do hábitat pela co-
reproductive biology and conservation. munidade daquela área.

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46. A figura abaixo ilustra a sequência de surgimento dos processos energéticos dos seres vivos, de acordo com a hipótese de
origem da vida de Oparin:

1 2 3
camada de ozônio

oxigênio livre

mar

A B C

material atividade
orgânico
material
orgânico
energia energia

Os processos 1, 2, 3 e as substâncias A, B e C são, respectivamente:


A) Fotossíntese, respiração, quimiossíntese, O2, CO2, O2.
B) Fermentação, quimiossíntese, respiração, CO2, O2, H2O.
C) Respiração, fermentação, fotossíntese, glicose, CO2, O2.
D) Fermentação, fotossíntese, respiração, CO2, O2, CO2.
E) Fotossíntese, respiração, fermentação, O2, H2O, O2.

47. O gráfico abaixo mostra a porcentagem de água em relação à massa corporal em seres humanos.

100
Porcentagem da massa corporal total

50

0
Recém-nascido Homem adulto Mulher adulta
80% 60% 50%

A partir da análise do gráfico e de seus conhecimentos, é correto afirmar que:


A) A diminuição da quantidade de água com a idade ocorre pelo aumento da massa muscular na fase adulta.
B) O recém-nascido tem maior porcentagem de água porque seus órgãos estão liquefeitos durante o processo de formação.
C) Homens adultos apresentam maior porcentagem de água do que as mulheres adultas porque eles têm maior porcentagem
de gordura corporal.
D) Mulheres adultas têm uma porcentagem menor de água porque esta é perdida no leite produzido na amamentação.
E) A porcentagem de água corporal está diretamente relacionada com a atividade metabólica do organismo.

48. Entre as quatro classes de lipídios, existe uma categoria quimicamente bastante complexa, que não contém ácidos graxos e
é de grande importância na manutenção de vários processos vitais, participando da estrutura da membrana plasmática da
célula animal e da síntese de vitaminas e determinados hormônios. Essa classe de lipídios é constituída pelos
A) fosfolipídios.
B) cerídeos.
C) carotenoides.
D) triglicerídeos.
E) esteroides.

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SOMMAI/SHUTTERSTOCK
49. A) A seta 1 indica o pseudoceloma, cavidade gastrovas-

VIPMAN/
SHUTTERSTOCK
cular dos poríferos, a seta 2 indica o cnidoblasto e a
seta 3 um poro, local por onde a água filtrada sai da
esponja.
B) A seta 1 indica o ósculo, a seta 2 o átrio e a seta 3
indica um coanócito.
C) A seta 1 indica o átrio, a seta 2 o cnidoblasto e a seta
A diferença entre o ovo cru e o ovo cozido ocorre devi- 3 um poro, local por onde a água filtrada é eliminada.
do ao processo de desnaturação proteica, que ocorre em D) A seta 1 indica o átrio, a seta 2 o coanócito e a seta 3
consequência da quebra da(s) um poro, local por onde a água a ser filtrada entra na
A) ligações peptídicas, que acarretam a destruição da es- esponja.
trutura primária da proteína. E) A seta 1 indica o ósculo, a seta 2 o coanócito e a seta
B) ligações de hidrogênio, que provocam a separação 3 o poro, local por onde a água a ser filtrada entra na
dos aminoácidos. esponja.
C) ligações entre os radicais, com a perda da forma espa-
cial da proteína. 53. A figura seguinte, fora de escala, mostra uma bola de
D) estrutura secundária proteica, com a formação de bilhar branca colidindo com duas outras bolas de bilhar.
pontes dissulfeto.
E) estrutura quaternária, com a divisão dos grupos car-
boxila e amina. 2

50. O grau de parentesco evolutivo entre duas espécies é Q 8


utilizado atualmente pela taxonomia para classificar
os seres vivos. Dessa forma, são evolutivamente mais
próximos(as): Nessa figura, o vetor Q representa a quantidade de mo-
vimento da bola branca antes da colisão. Sabe-se que
A) uma lombriga e uma planária, ambas diblásticas. |Q | 5 8 kg ? m/s.
B) uma estrela-do-mar e um tamanduá, ambos deuteros-
tômios. Suponha que, após a colisão, a bola branca retorne pela
C) um inseto e um ouriço-do-mar, ambos protostômios. mesma trajetória e que as bolas 2 e 8 sigam trajetórias
D) uma água-viva e uma planária, ambas com simetria inclinadas, conforme ilustrado a seguir, fora de escala.
radial.
E) uma anêmona e um caracol, ambos triblásticos.

51. Nos últimos cinco anos, equipes da Superintendên- Q2


cia de Controle de Endemias (Sucen) encontraram 135 in-
setos transmissores do protozoário causador da doença
de Chagas em municípios da Grande São Paulo. Desses, α 5 30º
2
30,8% estavam infectados. Por enquanto, o risco de con-
taminação é pequeno. Qb 8 α 5 30º
Disponível em: <https://revistapesquisa.fapesp.br/2019/07/10/
folheie-a-edicao-281/>. Acesso em: 27 dez. 2019.
Q8
Dentre as diversas formas de contaminação pelo proto-
zoário Trypanosoma cruzi, destacam-se a
A) contaminação vertical e as transfusões sanguíneas.
B) picada do barbeiro e as transfusões sanguíneas.
C) contaminação através das fezes contaminadas do bar- Nessa figura, os vetores Q b, Q 2 e Q 8 representam, res-
beiro e a ingestão de alimentos contendo o T. cruzi. pectivamente, as quantidades de movimento das bolas
D) ingestão de água contaminada e os alimentos mal la- branca, 2 e 8 depois da colisão.
vados contendo T. cruzi.
Sabe-se que |Q 2| 5 |Q 8| 5 4√3 kg ? m/s.
E) contaminação através das fezes contaminadas do bar-
beiro e a contaminação vertical. Sabendo que Q 5 Q b 1 Q 2 1 Q 8, assinale a alternativa
que indica corretamente o módulo da quantidade Q b da
52. A partir da análise da imagem, assinale a alternativa bola branca após a colisão.
correta: Note e adote:
2 Caso necessário, utilize a lei dos cossenos, explicitada a
seguir:

b α
água
c ⇒ a2 5 b2 1 c2 2 2 ? b ? c ? cos α

1
A) 0 kg ? m/s
3
B) 2 kg ? m/s
C) 4 kg ? m/s
D) 6 kg ? m/s
E) 8 kg ? m/s

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54. O sítio Rancho Fundo é atravessado pelo rio Pardo, que D)


o divide em duas partes. Por esse motivo, Zeca, seu pro-
prietário, precisa cruzá-lo com o seu barco diversas vezes
ao longo de uma semana.
Qual é o menor intervalo de tempo possível para Zeca
atravessar o rio com seu barco e qual é a distância per-
corrida pelo barco em relação à Terra quando ele atra-
vessa o rio dessa maneira?
Note e adote:
• As margens do rio são paralelas entre si e sua largura E)
é igual a 36 m.
• A velocidade da correnteza é de 0,9 m/s, constante e
idêntica em qualquer ponto do rio.
• A velocidade do barco em relação à água é de 1,2 m/s,
constante para qualquer situação.
A) 30 s; 36 m
B) 45 s; 36 m
C) 30 s; 45 m
D) 40 s; 48 m
E) 60 s; 80 m 56. Em setembro de 2019 um asteroide batizado de “2019
OK” passou bastante perto do nosso planeta. A menor
55. A figura seguinte ilustra um jogador de basquete lançan- distância em que ele esteve de nós foi de aproximada-
do uma bola ao cesto. mente 73 mil quilômetros. Só para ter uma ideia, a dis-
tância entre a Terra e a Lua é de 384 000 km. O que gerou
um certo alarde foi o fato de que o asteroide foi detec-
tado pela Nasa pouco antes de se aproximar do nosso
planeta.
A velocidade média do 2019 OK era de aproximadamente
24 km/s. Qual seria o intervalo de tempo que o asteroide
levaria para percorrer a distância entre a Terra e a Lua?
A) 16 h
B) 16 min
C) 1 600 min
D) 16 000 h
E) 16 000 s

57. Um brinquedo que chama a atenção no parque de di-


Considere que, durante o movimento da bola, a resistên- versões, seja positiva ou negativamente, é a montanha-
cia do ar, que atua no sentido oposto ao do vetor veloci- -russa. Nele, carrinhos percorrem uma pista, realizando
dade, não pode ser desprezada. Nessas condições, qual, curvas fechadas, passando por valetas e lombadas, sem-
dentre as alternativas seguintes, melhor indica a resul- pre em altas velocidades. As velocidades, bem como as
tante de todas as forças aplicadas sobre a bola? acelerações dos carrinhos, variam ao longo do tempo.
A) As equações a seguir ilustram as funções horárias da ve-
locidade e da aceleração de um carrinho de montanha-
-russa, em um mesmo trecho de sua trajetória.
1
V(t) 5 ? t3 1 t2 2 2 ? t 1 5
2
3
a(t) 5 ? t2 1 2 ? t 2 2
2
Unidades no SI.
B) Pode-se afirmar que no instante 4s:
A) O movimento é a favor da orientação da trajetória e
acelerado.
B) O movimento é contrário ao da orientação da trajetó-
ria e acelerado.
C) O movimento é a favor da orientação da trajetória e
retardado.
D) O movimento é contrário ao da orientação da trajetó-
ria e retardado.
C) E) O movimento é a favor da orientação da trajetória e
uniforme.

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58. Em uma prova de corrida de F1, dois pilotos, Rafael e Ru-
bens, disputam a primeira colocação. Rafael entra na reta Rascunho
dos boxes a uma velocidade de 70 m/s, e, após percorrer
uma distância de 60 m, percebe que Rubens entra na reta
dos boxes, logo atrás dele. Sabendo-se que a velocidade
de Rubens é igual a 85 m/s, e que o comprimento da reta
dos boxes é igual a 350 m, pode-se afirmar que:
Note e Adote:
As velocidades dos pilotos são mantidas constantes ao
longo da reta.
A) Rubens não consegue ultrapassar Rafael nessa reta,
ficando 10 m atrás de Rafael quando este atinge o fi-
nal da reta dos boxes.
B) Rubens não consegue ultrapassar Rafael nessa reta,
ficando 20 m atrás de Rafael quando este atinge o fi-
nal da reta dos boxes.
C) Rubens emparelha com Rafael no final da reta dos
boxes.
D) Rubens ultrapassa Rafael 10 m antes do final da reta
dos boxes.
E) Rubens ultrapassa Rafael 20 m antes do final da reta
dos boxes.

59. Um automóvel de 3 metros de comprimento inicia uma ul-


trapassagem sobre um caminhão de 22 metros de compri-
mento. Por questões de segurança, inicia a manobra quan-
do sua dianteira está localizada a 10 metros da traseira do
caminhão, e termina quando sua traseira está localizada
10 metros à frente da dianteira do caminhão. Nessas con-
dições, a ultrapassagem dura 9 segundos. Sabendo-se que
a velocidade do caminhão era igual a 72 km/h e ficou cons-
tante durante a manobra, determine a velocidade do au-
tomóvel, também mantida constante, durante a manobra.
A) 25 km/h D) 110 km/h
B) 45 km/h E) 120 km/h
C) 90 km/h

60. A figura mostra um trocador de calor, cuja finalidade é


propiciar a transferência de calor exclusivamente entre
água e óleo, inicialmente a temperaturas diferentes.

Óleo Água
quente quente
Cabeçote
Casco
de entrada

Cabeçote
Tubos
de saída

Água Óleo
fria frio

Nesse trocador de calor, a água, inicialmente a 40 ºC, flui


pelo equipamento na razão de 100 L/min e sai à tempe-
ratura de 20 ºC. Já o óleo entra no equipamento a 50 ºC,
flui na razão de 150 L/min e sai a 90 ºC. Considere que o
calor específico da água seja 4,2 ? 103 J/(kg ? ºC) e que to-
da energia térmica cedida pela água seja absorvida pelo
óleo.
Nessas condições, o calor específico do óleo vale:
Note e adote:
Densidade da água: 1 g/cm3
Densidade do óleo: 0,8 g/cm3
A) 1,40 ? 103 J/(kg ? ºC) D) 1,90 ? 103 J/(kg ? ºC)
B) 1,60 ? 103 J/(kg ? ºC) E) 2,15 ? 103 J/(kg ? ºC)
C) 1,75 ? 103 J/(kg ? ºC)

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61. Certa substância foi colocada em contato com uma fonte


térmica de potência constante. O gráfico registra o com- Rascunho
portamento da temperatura dessa substância, inicial-
mente no estado sólido, em função do tempo. Considere
que todo calor liberado pela fonte tenha sido absorvido
pela substância.

θ (ºC)

330

30
0 2,0 4,0 6,0 8,0 t (min)

Consultando sites específicos, verificou-se que o calor espe-


cífico da substância no estado sólido vale 1,2 ? 102 J/(kg ? ºC).
Nessa circunstância, a quantidade de calor por unidade
de massa usada pela substância em seu processo de fu-
são é igual a:
A) 4,3 ? 103 J/kg D) 2,7 ? 104 J/kg
B) 7,2 ? 103 J/kg E) 6,4 ? 104 J/kg
C) 2,0 ? 102 J/kg

62. Em Tóquio, Japão, localiza-se a estátua de bronze


Daibutso, com 100 metros de altura, apoiada sobre uma
base de alvenaria de 20 m de altura. Inaugurado em
1995, esse monumento representa o corpo de Buda e
é a estátua mais alta do Japão. Para se ter uma ideia, o
Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, possui 38 metros de
altura.
KRITSAROOT UDKWAE/SHUTTERSTOCK

A posição das mãos de Buda representa a aceitação


de todas as raças do mundo.

Suponha que, em um dia ensolarado, um dos lados


dessa estátua, devido ao recebimento de luz solar, seja
aquecido de 20 ºC a 50 ºC, enquanto o lado oposto, mais
à sombra, seja submetido a um aquecimento de 20 ºC
a 30 ºC.
Essa diferença no aquecimento acarreta dilatações tér-
micas distintas nos lados da estátua e pode ocasionar
possíveis fraturas.
Para avaliar essa diferença nas dilatações, considere
que o coeficiente de dilatação linear do bronze seja
1,8 ? 1025 ºC21.
Nessas condições, a diferença entre as dilatações linea-
res no eixo vertical dos dois lados da estátua é igual a:
A) 5,40 cm D) 3,24 cm
B) 4,32 cm E) 1,80 cm
C) 3,60 cm

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63. Um calorímetro, cujo equivalente em água é 600 g, con- D) produção de açúcar para exportação estava interliga-
tém 1,0 L de água a 10 ºC, ambos em equilíbrio térmico. da a mecanismos econômicos locais.
A seguir, 2,0 kg de gelo a 25 ºC foram inseridos nesse E) busca por alternativas econômicas à cana tinha como
calorímetro, junto a um aquecedor elétrico de potência objetivo combater possíveis crises cíclicas de venda
3 kW. Após 5 minutos e 15 segundos contados a partir de açúcar.
do momento em que o aquecedor foi ligado, o conjunto
atingiu a temperatura de 20 ºC. 66. Dos quase 11 milhões de africanos introduzidos co-
O valor aproximado da porcentagem da energia liberada mo escravos nas Américas [...], 45% desembarcaram no
pelo aquecedor que não foi convertida em energia térmi- Brasil, compondo perto de desafortunados 5 milhões de
ca absorvida pelo conjunto foi de: homens, mulheres e crianças. Nessa conta estavam os
Note e adote: cativos destinados à Bahia, mais de 1,5 milhão, que re-
presentaram 33% das pessoas traficadas para o território
Densidade da água: 1 g/cm3
brasileiro, especificamente. Apenas o Rio de Janeiro su-
Calor específico do gelo: 0,5 cal/(g ? ºC)
perou a Bahia em número de africanos desembarcados
Calor específico da água: 1,0 cal/(g ? ºC)
no Brasil, com cerca de 40%. [...] Do Rio partiram navios
Calor latente de fusão do gelo: 80 cal/g
responsáveis pelo transporte oceânico dos cativos vin-
1 cal 5 4 J
do para o continente americano, e da Bahia, 15%. Assim,
A) 6,5% 32% dos africanos escravizados nas Américas foram car-
B) 9,0% regados em navios saídos apenas desses dois portos lu-
C) 22,5% so-brasileiros. Em seguida vinham Liverpool e Londres.
D) 80,0% REIS, João José. Ganhadores: a greve negra de 1857 na Bahia.
E) 93,0% São Paulo: Companhia das Letras, 2019. p. 35-36.
O comércio de africanos escravizados movimentou lu-
64. No caso [da Câmara Municipal do] Rio de Janeiro, crativas rotas comerciais atlânticas entre os séculos XVI
desde as primeiras investidas batavas ao Brasil, passan- e XIX. Sobre o tráfico negreiro, é possível afirmar que:
do pela conquista que fizeram dos portos de Angola até
a sua expulsão definitiva dos dois lados do Atlântico, não A) apesar de sua lucratividade, foi combatido pela mari-
raro seus moradores foram conclamados a contribuir pa- nha britânica, que permanentemente apreendeu na-
ra a defesa de praças e territórios onde não eram "assis- vios negreiros.
tentes", ou ainda para despesas com armadas destinadas B) gerou fortes disputas entre os mercadores luso-brasi-
a reconquistar e expulsar os invasores de outros pontos leiros e os comerciantes africanos, com os primeiros
da colônia e do Império. dominando as rotas da costa etíope.
C) assegurou que a mão de obra escravizada africana
BICALHO, Maria Fernanda. As Câmaras Municipais no Império
Português: o exemplo do Rio de Janeiro. Revista Brasileira de predominasse em todas as atividades econômicas co-
História. São Paulo, v.18, n. 36, p. 251-580, 1998. loniais brasileiras.
D) sofreu constantes interrupções no abastecimento das
De acordo com a pesquisadora, dentre as funções exer- rotas brasileiras, por conta das guerras entre holande-
cidas pelas Câmaras Municipais brasileiras no período ses e portugueses na disputa por Angola.
colonial, estava o papel de E) promoveu redes de comércio diretas entre a América
A) deliberar sobre questões e problemas locais. e a África, aproveitando-se das fissuras existentes no
B) arrecadar impostos para auxiliar a ocupação batava. exclusivo metropolitano.
C) apoiar a coroa portuguesa diante de partidos políticos
opositores. 67. Em Portugal não foi possível – do século XVI ao XVIII
D) angariar votos para as eleições locais do ouvidor-mor – separar a Igreja da Inquisição, que para os portugueses
e dos capitães donatários. eram sinônimos. Muitas vezes os homens que ocupavam
E) manter a segurança de territórios distantes diante de os mais altos cargos na Igreja eram também inquisido-
invasões estrangeiras. res. [...]
A Inquisição portuguesa, assim como a espanhola,
65. Em Pernambuco, como na Bahia e no Rio de Ja- foi uma instituição racista. Era preciso encontrar o here-
neiro, a importação de escravos africanos e sua dedica- ge e para isso buscou a origem étnica dos portugueses
ção à produção de açúcar aumentaram a demanda de até a sétima, oitava, nona geração. Judeus, mouros, ín-
alimentos e especialmente a demanda da farinha [de dios, negros, mulatos, ciganos eram excluídos, por lei,
mandioca] que, mais que qualquer outro produto, era dos serviços públicos, da Igreja, das ordens religiosas,
facilmente guardada e transportada, e ainda resistia aos dos estudos superiores.
atropelos do tempo e do clima. As culturas da cana e da NOVINSKY, Anita Waingort. Inquisição: prisioneiros do Brasil,
mandioca coexistiram muitas vezes na mesma proprie- séculos XVI a XIX. São Paulo: Perspectiva, 2009. p. 24-25.
dade. A produção do açúcar dependeu da produção de
Assim como em Portugal, no Brasil Colonial a persegui-
farinha para alimentar escravos e toda a população dos
ção aos hereges pautou-se também em critérios étnicos.
engenhos.
Dessa forma, durante o período colonial brasileiro:
SOARES, Mariza de Carvalho. Engenho sim, de açúcar não:
o engenho de farinha de Frans Post. Varia História, A) A liberdade religiosa foi assegurada a todos os cris-
Belo Horizonte, v. 25, n. 41, jan/jun. 2009. tãos, independentemente de serem protestantes ou
católicos.
A leitura do texto evidencia uma visão econômica pe- B) Somente as irmandades luteranas foram perseguidas
culiar sobre a economia colonial brasileira. Segundo a no Brasil Colonial, visando o fortalecimento do catoli-
autora, a cismo.
A) economia brasileira colonial era caracterizada pela C) Religiosidades indígenas e africanas, assim como
produção exclusiva de cana-de-açúcar. protestantes e judaicas, foram combatidas pela Igreja.
B) compra de escravos por parte da elite colonial visava D) Diferentemente da Inquisição europeia, não houve coi-
potencializar a produção de farinha. bição da religião muçulmana na América Portuguesa.
C) farinha de mandioca era o principal produto de expor- E) Apesar da força da Igreja no território colonial, famí-
tação brasileiro no período colonial. lias judaicas professaram livremente sua fé no Brasil.

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68. As invasões holandesas que ocorreram no século A) o legado histórico mesopotâmico foi mais significati-
XVII foram o maior conflito político-militar da Colônia vo para o Ocidente que o egípcio, devido à região ter
brasileira. Embora concentradas no Nordeste, elas não acesso a mais vias de circulação e contato com outros
se resumiram a um simples episódio regional. Ao contrá- povos.
rio, fizeram parte do quadro das relações internacionais B) Mesopotâmia e Egito acabaram constituindo um con-
entre os países europeus, revelando a dimensão da luta junto complementar ao mundo europeu antigo, con-
pelo controle do açúcar e das fontes de suprimento de quistados pelas grandes potências militares do perío-
escravos. do, Grécia e Roma.
FAUSTO, Boris. História do Brasil, 1996. p. 84. C) o Egito permaneceu fechado a outras civilizações da
região oriental, priorizando o mais veloz e estratégico
A partir do texto sobre as invasões holandesas na Améri-
comércio marítimo com as cidades-estados da Fenícia
ca Portuguesa, pode-se afirmar que:
e Magna Grécia.
A) Foi um evento pontual, uma vez que o monopólio co- D) tanto o Egito quanto as civilizações da Mesopotâmia
mercial exercido pelos portugueses era plenamente fizeram parte da integração histórica articulada atra-
respeitado e era rara a presença estrangeira na costa vés do Mediterrâneo, processo que envolveu diferen-
brasileira. tes povos.
B) Diferentemente das invasões francesas norteadas E) ao contrário do que a visão eurocêntrica defende, a
pelo mercantilismo, as invasões holandesas privile- produção cultural da Antiguidade foi muito influencia-
giaram as áreas pouco habitadas por portugueses e da pelas civilizações orientais, mais originais e aber-
lograram em estreitar laços com os povos nativos. tas que as ocidentais.
C) A União Ibérica, o embargo do comércio luso-flamen-
go por parte dos Habsburgos espanhóis, além do in- 71. Leia os textos a seguir sobre a organização das leis na
teresse comercial holandês no comércio e refino de Mesopotâmia e na Grécia Antiga.
açúcar estão entre as suas causas.
Quando Anu, o Sublime, [...] e Bel, o senhor dos céus
D) O domínio holandês por um lado foi conveniente, da-
e da terra [...] chamaram por meu nome, Hamurabi, o
dos os empréstimos e obras públicas dos tempos de
príncipe exaltado, que temia a deus, para trazer a justiça
Nassau; entretanto, por serem predominantemente
na terra, destruir os maus e criminosos, para que os for-
judeus e protestantes, os holandeses impuseram o
tes não ferissem os fracos; [...] e trouxesse esclarecimen-
seu credo aos colonos.
to à terra, para assegurar o bem-estar da humanidade.
E) O modelo colonial experimentado pela Cia. das Índias
Trecho do prólogo do Código do Hamurabi, da Mesopotâmia.
Ocidentais na América Portuguesa privilegiava o con-
Disponível em: https://jmbrandet.jusbrasil.com.br/artigos/
trole dos engenhos e do setor produtivo em detrimen- 441819784/o-codigo-de-hamurabi-a-religiao-no-direito-
to do comércio, gerando tensão com a elite colonial. da-mesopotamia. Acesso em: 31 out. 2019.
Orgulhosos de serem cidadãos livres, os atenien-
69. A palavra história é uma palavra antiquíssima [...].
ses talvez ainda sintam mais orgulho de serem cidadãos
Mesmo permanecendo pacificamente fiel a seu glorioso
iguais. [...] A todos assistem os mesmos direitos. Podem
nome helênico, nossa história não será absolutamente,
entrar na Assembleia para, se assim o quiserem, fazer
por isso, aquela que escrevia Hecateu de Mileto; assim
como a física de lord Kelvin não é a de Aristóteles. uso da palavra, e também para votar [...].
GLOTZ, Gustave. A cidade grega. São Paulo: Difel, 1980. p. 108.
BLOCH, Marc Leopold Benjamin. Apologia da história, ou,
o ofício de historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. p. 51. A comparação entre os textos traz indícios:
De acordo com o autor, a história ou o ofício do histo- A) Da presença da isonomia nas sociedades da Mesopo-
riador: tâmia, em oposição à Grécia Antiga.
B) Das diferenças entre monoteísmo e politeísmo na ar-
A) Pouco se alterou nos últimos 2 mil anos, visto que os
ticulação do poder político na Antiguidade.
fatos passados não podem ser alterados e, portanto,
C) Do papel da religiosidade e das leis escritas na cons-
a narrativa histórica é o acúmulo de informações.
trução da democracia na Grécia.
B) Junto das ciências exatas evoluiu muito nos últimos
D) Das diferenças na constituição do poder político e na
2 mil anos devido às inovações tecnológicas e novas
construção das leis na Mesopotâmia e em Atenas.
descobertas, tornando-se muito melhor.
E) Do papel dos governantes e da religiosidade na cons-
C) Tal qual as ciências exatas, é um conhecimento vivo
trução da identidade cultural.
e em constante transformação, devendo, portanto, ig-
norar antigas versões para a construção de novas.
72. Leia o trecho a seguir sobre os significados da escravi-
D) Assemelha-se às ciências exatas por ser um conhe-
dão na Antiguidade greco-romana:
cimento em constante transformação, mesmo sem
negar a importância de historiadores antigos e seus O homem livre era quem não vivia sob o domínio
trabalhos. e trabalhava para outrem. A criação desse homem livre
E) Permanece fiel à tradição helênica que enfatiza os fei- num mundo de baixa tecnologia levou ao estabelecimen-
tos dos grandes homens, como Hecateu de Mileto e to de uma sociedade escravista.
Aristóteles. FUNARI, Pedro Paulo. Resenha sobre a Escravidão Antiga.
Segundo o texto:
70. O Egito, por sua geografia, mergulha na direção
A) A existência de um grande contingente de escravos
da África e se abre para o Mediterrâneo: encontra-se,
levou à construção do conceito de “homens livres”.
de fato, quase isolado do restante do conjunto oriental.
B) Os poucos recursos tecnológicos justificariam as
Essa posição acentua seu particularismo e sua origina-
guerras de conquista e o desenvolvimento de “ho-
lidade. A Mesopotâmia, em compensação, oferece uma
mens livres”.
plataforma aberta para duas imensidões, o Oriente e o
C) A criação do “homem livre” explicaria os escassos
Ocidente, que lhe eram igualmente acessíveis: ela está
desenvolvimentos tecnológicos na Antiguidade.
exposta a todos os fluxos de circulação.
D) A existência de uma cultura de “homens livres” expli-
BOTTÉRO, Jean. No começo eram os deuses.
caria o desenvolvimento da escravidão.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.
E) A dependência da escravidão foi a responsável pelo
A partir do texto, pode-se afirmar que baixo desenvolvimento tecnológico.

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73. Leia o trecho abaixo.
Muitos adultos se vendiam para não morrer de fome.
VEYNE, Paul (org.). História da vida privada, 1: do Império Romano ao ano mil.
São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
Pode-se afirmar que, na Roma antiga, a escravidão foi
A) simultânea a outras formas de exploração do trabalho e resultou em escassez permanente de bens de consumo.
B) adotada na época da oficialização do cristianismo e legitimada através do discurso da remissão ao pecado original.
C) empregada em larga escala a partir do final do Império, fortalecendo e ampliando o latifúndio escravista.
D) imposta pela camada militar aos homens livres, como consequência de sua situação de pobreza e falta de assistência.
E) o principal regime de trabalho na civilização romana, e ampliou-se durante a crise da época republicana.

74. A produção agrícola ao redor do Mediterrâneo depende diretamente das chuvas. Todo ano, em alguns lugares do Me-
diterrâneo, chove menos que o necessário e há crises periódicas de produção. Por isso [...] nenhuma produção agrícola no
Mediterrâneo pode ser autossuficiente. Todos os lugares são “microrregiões”, cujos habitantes tentam diminuir o risco de um
ano ruim diversificando a produção agrícola e permanecendo em contato com outras comunidades.
GUARINELLO, Norberto. História Antiga. São Paulo: Contexto, 2014. p. 51.
Uma consequência da situação descrita no texto, para as civilizações do Mediterrâneo na Antiguidade, foi a
A) tendência à formação de vastos impérios terrestres e militarizados, dos quais Atenas e Roma foram exemplos notáveis.
B) precariedade das condições de vida, que resultou em religiões extremamente espiritualizadas, cuja organização clerical
dominava a esfera política.
C) transformação do mar Mediterrâneo em uma rede de conectividade, possibilitando diversas conexões e amplo desenvolvi-
mento da navegação marítima.
D) existência de comunidades isoladas que só conseguiriam garantir sua sobrevivência graças à expansão militar, das quais
Esparta e Cartago são exemplos.
E) estagnação técnica, devido à precariedade da agricultura e à dependência maciça da mão de obra escrava.

75. Observe o mapa a seguir.

CALDINI, Vera; ISOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2009.
A respeito da regionalização brasileira proposta no mapa e elaborada pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger, pode-se afirmar que:
A) A maior parte dos fluxos de capitais, mercadorias, pessoas e informações no Brasil se concentra na Amazônia, graças à
expansão da fronteira agrícola para essa região.
B) O complexo Nordestino apresenta baixo desenvolvimento, fraca urbanização, e a população rural ainda se sobressai sobre
a urbana.
C) O complexo Amazônico coincide com a região Norte da regionalização do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
D) A porção ocidental do Maranhão foi incorporada à Amazônia devido à sua participação no circuito econômico de indústrias
de bens de consumo não duráveis.
E) A divisão regional utilizou como critério, especialmente, a observação do processo histórico de desenvolvimento econômi-
co e social do país.

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76. O peso da história certamente não desapareceu: ocupadas e estruturadas em função de atividades econômicas diversas, du-
rante períodos distintos, as regiões brasileiras ainda estão organizadas em bacias de exportação quase autônomas. As dispa-
ridades que existem entre elas refletem ainda, em boa parte, o maior ou menor sucesso de sua história econômica específica.
THÉRY, Hervé; MELLO, Neli Aparecida de. Atlas do Brasil:
Disparidades e Dinâmicas do Território. São Paulo: Edusp, 2018. Adaptado.

As desigualdades regionais destacadas no texto podem ser associadas


A) à elevada biodiversidade que favoreceu a exploração econômica do território.
B) à diversidade de tributações que provocou o isolamento de algumas regiões.
C) aos ciclos econômicos que tornaram o território um “arquipélago econômico”.
D) à excessiva ocupação litorânea do país que perpetuou o subdesenvolvimento interiorano.
E) ao desenvolvimento de cidades autônomas que dificultaram o povoamento do país.

77. Segundo a Teoria da Tectônica de Placas, a litosfera é fragmentada em placas tectônicas que se deslocam em diferentes dire-
ções conforme movimenta-se sobre a Astenosfera. A dinâmica da Litosfera foi reconhecida inicialmente pelo pesquisador ale-
mão Alfred Wegener, que elaborou no começo do século XX a Teoria da Deriva Continental, cujos princípios estão ilustrados
a seguir.

A LAURÁSIA
I
E
G

Equador Equador
N
P A

G
O
N
DW
AN
A

Permiano Triássico
250 milhões de anos atrás 200 milhões de anos atrás

Equador Equador

Jurássico Cretáceo
135 milhões de anos atrás 65 milhões de anos atrás

AMÉRICA ÁSIA
DO NORTE

ÍNDIA
ÁFRICA
Equador
AMÉRICA
DO
SUL AUSTRÁLIA

ANTÁRTIDA

Atualmente

Alfred Wegener utilizou diferentes evidências científicas para comprovar a Teoria da Deriva Continental, dentre elas, a
A) configuração do continente europeu atual.
B) existência de apenas um oceano no planeta.
C) presença de cordilheiras no oeste das américas.
D) conexão entre a rede hídrica da América do Sul e da África.
E) correspondência de fósseis na África, Índia e Antártica.

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78. Observe as ilustrações a seguir.

Localização das placas tectônicas

Placa
Placa Euro-asiática
Norte-americana Placa
do Pacífico
Placa
do Pacífico 1 Placa 2
Iraniana
Placa
Placa
Placa Placa das Filipinas
Árabe
de Cocos do Caribe

Placa Placa
Placa Sul-americana Africana
Placa
de Nazca
Indo-Australiana

O L

Placa Antártica
S
0 3 020 km

Placas tectônicas

Origem e direção do deslizamento das placas Linha de colisão das placas

Tipos de movimentos das placas tectônicas


A B C D

As placas podem Uma placa pode mergulhar As placas podem colidir Uma placa pode deslizar
romper-se e separar-se. sob outra. e elevar-se juntas. em relação à outra.

Assinale a alternativa que apresenta a correlação entre as áreas assinaladas com os números 1 e 2 e o respectivo tipo de mo-
vimentos das placas (A, B, C ou D) e uma alteração provocada por esses movimentos na superfície.
A) 1 e 2 correlacionam-se ao tipo de movimento A e B, provocando a formação de dorsais e de cordilheiras na superfície,
respectivamente.
B) 1 e 2 correlacionam-se ao tipo de movimento B e C, ambos provocando a formação de cordilheiras na superfície.
C) 1 e 2 correlacionam-se ao tipo de movimento A e D, provocando a formação de cordilheiras e de falhas tectônicas na super-
fície, respectivamente.
D) 1 e 2 correlacionam-se ao tipo de movimento D e C, provocando a ocorrência de terremotos e a formação de cordilheiras
na superfície, respectivamente.
E) 1 e 2 correlacionam-se ao tipo de movimento C e D, provocando a formação de cordilheiras e de falhas tectônicas na super-
fície, respectivamente.

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79. Observe os processos a seguir.

Rio escavando um vale Ondas esculpindo rochedos

vento
glaciar

rochas arredondadas
Vento removendo a camada
superior do solo Glaciar movendo pedras Delizamento

Todas as situações representadas envolvem o processo de


A) intemperismo físico.
B) intemperismo químico.
C) erosão.
D) lixiviação.
E) ação antrópica.

80. Procurando por cachoeiras e belas paisagens, um viajante marca no GPS os pontos da trilha que pretende percorrer, desta-
cando no percurso o local de partida e os pontos de visita, como descrito abaixo:

Pontos – Descrição Localização Distância


Partida
19º 07’ 01” S 43º 40’ 49” O 0 km
(Santana do Riacho)
Pico do Breu 19º 06’ 19” S 43º 38’ 56” O 18 km
Cachoeira de Tabuleiro 19º 05’ 17” S 43º 33’ 06” O 20 km
Chegada
19º 02’ 31” S 43º 25’ 04” O 22 km
(Conceição do Mato Dentro)

Do ponto de partida ao ponto de chegada, o sentido da direção percorrida pela viajante foi
A) Nordeste.
B) Noroeste.
C) Sudeste.
D) Sudoeste.
E) Sul-Sudeste.

81. PROJEÇÃO A PROJEÇÃO B


MERCATOR
MERCATOR PETERSPETERS

Antártida Antártida

Uma das diferenças encontradas entre as projeções destacadas acima seria:


A) Uma visão de mundo considerada “terceiro-mundista” em A e eurocêntrica em B.
B) A conformidade dos continentes em A e a preservação proporcional das áreas em B.
C) A deformidade das regiões austrais em A e a deformidade das regiões setentrionais em B.
D) As menores distorções em regiões tropicais em A e menores distorções em regiões temperadas em B.
E) A relação diretamente proporcional entre latitude e deformidade em A e a relação inversamente proporcional entre latitude
e deformidade em B.

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82. Final de ano não terá horário de verão pela primeira vez C) um mapa de símbolos proporcionais, apontando
em 34 anos quantitativamente os recursos naturais disponíveis
A esta altura do ano, moradores das regiões Sul, no território representado.
Sudeste e Centro-Oeste já estariam se preparando para D) uma anamorfose com características lineares, indi-
acordar uma hora mais cedo com o início do horário de cando os principais meios de comunicação e trans-
verão, em vigor desde 1985. Porém, um decreto assinado portes dispostos pelo território mundial.
[...] cancelou a mudança nos relógios este ano. E) uma representação cartográfica conhecida como ana-
Disponível em: <https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/ morfose, e expressa os países mais populosos do
2019/10/08/final-de-ano-nao-tera-horario-de-verao-pela- mundo.
primeira-vez-em-34-anos>. Acesso em: 30 nov. 2019.

A mudança apresentada no texto 85. Ao longo de sua história, a Cartografia passou por
A) é válida apenas para as regiões de menor latitude no várias modificações em relação à sua concepção e evolu-
Brasil. ção tecnológica. Inicialmente a Cartografia era retratada
B) pode trazer alterações no cotidiano das pessoas, prin- apenas como objeto de representação da Terra, poste-
cipalmente no amanhecer e entardecer. riormente passou a preocupar-se com o usuário do ma-
C) está pautada em questões econômicas, já que sem o pa, com a mensagem transmitida e com a eficiência do
horário de verão há um melhor aproveitamento da luz mapa como meio de comunicação.
do dia. SIMIELLI, Maria Elena. O mapa como meio de comunicação
D) está baseada na posição longitudinal do Brasil, onde e a alfabetização cartográfica. In: ALMEIDA, Rosângela Doin
de (org.). ita. 1. ed. 1. reimpressão.
não há grandes variações de iluminação solar ao lon-
São Paulo: Contexto, 2008.
go do ano.
E) fará com que, no verão, haja menores diferenças en-

REPRODUÇÃO/UNESP, 2019
tre os fusos horários brasileiros, se comparado com o
mesmo período antes da implementação da mudança.

83. O planeta Terra realiza uma série de movimentos no es-


paço. Destes, os principais são os movimentos de rota-
ção e de translação terrestre. Com base nessa informa-
ção, analise as afirmações abaixo:
I. Alternância entre os dias e as noites.
II. Ocorre no sentido anti-horário, de oeste para leste.
III. Produz as diferentes estações do ano.
IV. Giro em torno do seu próprio eixo.
V. Completa seu ciclo em aproximadamente 365 dias.
Referem-se ao movimento de translação terrestre so- É possível afirmar que a imagem acima representa o pro-
mente: cesso de
A) I e III. A) precisão geográfica, com fenômenos representados
B) II e IV. com exatidão.
C) III e V. B) ajuste de orientação na representação de áreas.
D) I, II e IV. C) diversificação de símbolos para ilustrar os fenôme-
E) II e V. nos.
D) generalização cartográfica, conforme os diferentes
ajustes de escala.
84. As representações cartográficas consistem em meios de E) alterações de altimetria da área representada, man-
comunicação notadamente presentes no cotidiano das tendo as proporções.
pessoas, principalmente por meio da imprensa. Além
disso, são úteis ao planejamento e conhecimento do ter-
ritório ao expressarem, por meio de símbolos gráficos
específicos, as relações e os fenômenos geográficos.
REPRODUÇÃO/UNESP, 2010

A imagem acima consiste em:


A) um mapa com variação de tonalidade, que visa ex-
pressar de acordo com a intensidade do tom o índice
de urbanização de cada país.
B) um mapa do tipo anamorfose, com a indicação pro-
porcional dos países de maior PIB do mundo.

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Texto para as questões 86 a 89 89. Segundo o estudo científico publicado recentemente no


Eating more gluten early in life is tied to children's JAMA (Journal of the American Medical Association):
higher risk of celiac disease, a study says A) Crianças podem ingerir níveis de glúten acima do nor-
Bad news for lovers of bread, pasta and baked goods: mal apenas durante os 5 primeiros anos de vida, sem
Eating lots of gluten-heavy foods from a young age could problemas posteriores.
eventually lead to gluten intolerance. B) A doença celíaca, que costuma se manifestar na maio-
ria dos recém-nascidos,é um distúrbio que danifica o
1 A study published Tuesday in the jornal JAMA intestino grosso.
suggests that eating higher-than-normal levels of gluten C) 7,2% das crianças abaixo dos 5 anos de idade têm in-
during the first five years of life can increase a child's tolerância ao glúten.
likelihood of developing celiac disease, a digestive D) Cerca de 6,1% das crianças desenvolvem a doença ce-
5 disorder that damages the small intestine. líaca nos primeiros 5 anos de vida, ao passo que 7,2%
Higher gluten intake was associated with a 6.1% dos adultos têm doenças autoimunes.
increased risk of celiac disease autoimmunity, an E) Estima-se que, no mundo todo, 1% da população seja
immunological response to gluten, and a 7.2% increased celíaca.
risk of celiac disease per each additional gram of gluten
10 per day, according to the study. Texto para a questão 90
Researchers evaluated more than 6,600 newborns in
the United States, Finland, Germany and Sweden born Celiac disease is a serious autoimmune disease
between 2004 to 2010. All of the children carried a genotype that occurs in genetically predisposed people where the
associated with Type 1 diabetes and celiac disease. ingestion of gluten leads to damage in the small intestine.
15 Every few months, the study's authors recorded the It is estimated to affect 1 in 100 people worldwide. Two
children's gluten intake until the age of 5 and compared and one-half million Americans are undiagnosed and are
the levels to reference amounts of gluten intake in at risk for long-term health complications.
healthy children at each age. Celiac disease
Over the course of the study, 1,216 of the children Healthy intestine
20 – nearly 20% – developed celiac disease autoimmunity,
the first sign of the body's negative response to the
protein, said study author Carin Andrén Aronsson, study
manager at the Unit for Diabetes & Celiac Disease at
Lund University in Sweden.
25 Another 450 participants developed celiac disease,
about 7%. Most of the diagnoses occurred between the
Normal
ages of 2 and 3, according to the study.
villi
Celiac disease affects millions of people
In people diagnosed with celiac disease, eating
30 gluten damages the lining of the small intestine and
prevents nutrient absorption. It's estimated to affect Small
about 1 in 100 people worldwide, and more than 2 million intestine
people might not even know they have it, according to Villous
the Celiac Disease Foundation. Celiac disease atrophy
35 Gluten intake is considered to be a factor in When people with celiac disease eat gluten (a
developing celiac disease, but according to Tuesday's protein found in wheat, rye and barley), their body
study, quantity plays a major role, too. mounts an immune response that attacks the small
Disponível em: https://edition.cnn.com/2019/10/11/health/uk-butt- intestine. These attacks lead to damage on the villi, small
lift-ban-scli-intl-gbr/index.htm. Acesso em: 28 out. 2019.
fingerlike projections that line the small intestine, which
86. No trecho da introdução do texto “Eating lots of gluten- promote nutrient absorption. When the villi get damaged,
heavy foods from a young age could eventually lead to nutrients cannot be absorbed properly into the body.
[...]” , a palavra “eventually” poderia ser substituída, sem Celiac disease is hereditary, meaning that it runs in
mudança de sentido na oração, por families. People with a first-degree relative with celiac
disease (parent, child, sibling) have a 1 in 10 risk of
A) by chance D) in the end
developing celiac disease.
B) instead E) helpfully
Celiac disease can develop at any age after people
C) formerly
start eating foods or medicines that contain gluten. Left
87. No trecho do primeiro parágrafo “[...] suggests that untreated, celiac disease can lead to additional serious
eating higher-than-normal levels of gluten during the health problems.
first five years of life can increase a child’s likelihood of Disponível em: https://celiac.org/about-celiac-disease/
what-is-celiac-disease/. Acesso em: 28 out. 2019.
developing celiac disease [...]”(l. 2-4) , o termo likelihood
Glossary
A) indica exemplificação.
villi: vilosidades
B) sugere intensificação. to line: revestir
C) sinaliza uma comparação.
D) indica autoestima. 90. According to the information in the text:
E) dá ideia de probabilidade. A) Celiac is a minor disorder that can lead to auto-
immune diseases.
88. In the segment from paragraph 8, “[...] and more than B) Celiac disease affects roughly 2,5% of American
2 million people might not even know they have it [...]” people nowadays.
(l. 32-33), the pronoun it refers to C) When people with celiac disease eat gluten, the
A) gluten. disease is unlikely to cause damage.
B) nutrient absorption. D) If not properly treated, celiac disease can trigger
C) celiac disease. further major health problems.
D) the Celiac Disease Foundation. E) People with celiac disease have healthy fingerlike
E) damages. projections in the large intestine.

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DISCIPLINAS COMPLEMENTARES

91. Os mitos aparecem de forma sistemática, e suas multifacetadas aparições se revelam nos deuses, como o Eros do Ban-
quete, nas suas várias formas e discursos, o mito dos três sexos, o mito da divisão dos sexos, as aparições de Dionísio e
Afrodite [...]. De outra maneira ainda, no Fedro, teremos, no início do diálogo, os pés molhados, uma relação possível com a
água da sabedoria relacionada a Aqueloo (deus do rio do mesmo nome que deságua no mar jônico) que casou com a musa
Melpômene, ou ainda com o deus fluvial Asopo, filho de Poseidon, ou ainda com Peneios, um rio da Tessália.
ZUBARAN, Luiz Carlos. A gênese do conceito de verdade na filosofia grega.
Canoas: Libra, 2004. p. 109-110.

O trecho acima trata de duas obras do filósofo Platão, O Banquete e Fedro. O autor sustenta que Platão buscava racionalizar
as narrativas mitológicas. A relação entre Mito e Filosofia apresentada, nesse caso, é de
A) continuidade, pois toda filosofia repete os mitos sem racionalizações.
B) continuidade, pois as narrativas míticas não são abandonadas inteiramente.
C) indiferença, pela ausência de referências mitológicas em Platão.
D) ruptura, devido às críticas severas feitas em relação aos mitos.
E) ruptura, o que é demonstrado pelo predomínio de explicações racionais.

92. Dogmatismo
1. Rubrica: teologia.
Conjunto dos preceitos de caráter incontestável segundo a teologia.
2. Rubrica: filosofia.
Pressuposto teórico, comum a diversas doutrinas filosóficas, que considera o conhecimento humano apto à obtenção de
verdades absolutamente certas e seguras.
3. Rubrica: filosofia.
No kantismo, crença equivocada na capacidade do espírito humano para a elaboração de sistemas de pensamento que
dispensam o movimento reflexivo da crítica, isto é, o debruçar-se da razão sobre si mesma na busca de seus limites e ilusões.
4. Derivação: por extensão de sentido.
Qualquer pensamento ou atitude que se norteia por uma adesão irrestrita a princípios tidos como incontestáveis.
Ex.: suas opiniões revelavam-se de um d. insuportável.
5. Derivação: por extensão de sentido.
Tendência à credulidade exagerada.
Ex.: o d. ingênuo do orador provocou risos.
6. Rubrica: história da medicina.
Sistema seguido pela primeira das escolas pós-hipocráticas, caracterizado por um formalismo traduzido no respeito rígi-
do à doutrina do mestre.
Fonte: Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa.

O verbete do dicionário, acima reproduzido, apresenta algumas definições sobre “dogmatismo”. Quanto a este, a atitude da
filosofia tende a ser de
A) apoio, no sentido de que toda filosofia procura uma verdade universal.
B) concordância, especialmente quanto à credulidade exagerada.
C) discordância, porque os filósofos não podem aderir a princípios racionais.
D) negação, pois os filósofos defendem que tudo é relativo.
E) rejeição, já que faz parte da tarefa filosófica o questionamento constante.

93. De 490 a 470 a.C., Esparta e Atenas, esquecendo o ciúme e unindo forças, combateram e derrotaram os esforços dos
persas, sob Dario e Xerxes, de transformar a Grécia em uma colônia do império asiático. Nessa luta da jovem Europa contra
o senil Oriente, Esparta forneceu o exército, e Atenas, a marinha. Terminada a Guerra, Esparta desmobilizou suas tropas e
sofreu as perturbações econômicas típicas desse processo; enquanto Atenas transformou sua marinha de guerra numa frota
mercante e se tornou uma das maiores cidades comerciais do mundo antigo. Esparta voltou a cair no isolamento agrícola e na
estagnação, enquanto Atenas se tornava um movimentado mercado e porto, o local de encontro de muitas raças de homens
e de diversos cultos e costumes, cujo contato e cuja rivalidade geraram comparações, análise e reflexão.
Tradições e dogmas se atritam, caindo a um mínimo em tais centros de intercâmbio variado; onde existem mil crenças,
tendemos a nos tornar céticos em relação a todas elas.
DURANT, Will. A História da Filosofia. São Paulo: Nova Cultural, 1996. p. 30.

O trecho se refere ao momento histórico em que a Filosofia surgiu. Entre as condições para o desenvolvimento dessa nova
forma de pensar, o autor destaca
A) a guerra, que deu a Esparta e a Atenas as características necessárias para o filosofar.
B) a religião, que oferecia um outro acesso à realidade metafísica.
C) o comércio, que permitiu a observação e a comparação de diversos cultos e costumes.
D) o exército, cujas lideranças foram também responsáveis pelas primeiras filosofias.
E) os mitos, cujos seres fantásticos e sobrenaturais podiam ser observados nas navegações.

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94. TEXTO 1 D) interesse da filosofia por novos assuntos, como a éti-


No dia que ele estava vindo para criar o ayé 1 ca e a política.
No tempo que a existência começou E) fato de que suas ideias não despertaram interesse de
Olódùmarè 2 era uma massa infinita de ar filósofos posteriores.
Começou a mover-se lentamente, a respirar.
O ar transformou-se em massa de água 96. As fotos mostram, respectivamente, crianças paramenta-
Dessa água nasceu Òrìsà-nlá das para participar de um festival hinduísta em Calcutá
O grande Òrìsà-Funfun, o Òrìsà da cor branca. (Índia) e um grupo de torcedores de futebol conhecidos
O que é agora a nossa terra como hooligans russos, que se organizavam para apoiar
Era um pântano desolado sua equipe na Copa do Mundo da Rússia, em 2018.
Em cima estava o òrun 3

SAIKAT PAUL/SHUTTERSTOCK
Onde também moravam os Òrìsà
Tudo que eles precisavam estava no òrun
Nos pés da árvore baobá
Poema sobre a criação do mundo, de origem Nagô.
Disponível em: http://www.revistas.usp.br/africa/article/
view/115347/113005. Acesso em: 28 out. 2019
1
Ayé: terra ou mundo físico.
2
Olódùmarè: ser supremo
3
Òrun: céu

TEXTO 2
Anaxímenes de Mileto, filho de Eurístrates, compa-

JULIYA SHANGAREY/SHUTTERSTOCK
nheiro de Anaximandro, afirma também que uma só é a
natureza subjacente, e diz, como aquele, que é ilimitada,
não porém indefinida, como aquele (diz), mas definida,
dizendo que ela é ar. Diferencia-se nas substâncias, por
rarefação e condensação. Rarefazendo-se, torna-se fogo;
condensando-se, vento, depois, nuvem, e ainda mais,
água, depois terra, depois pedra, e as demais coisas (pro-
vêm) destas.
Simplício, Física. In: Os Pensadores, vol I – Pré-socráticos.
São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 57.
A questão sobre o princípio do mundo sempre resultou
em diversas respostas por toda a história. O Texto 1 tem As comunidades humanas criam identidades culturais
origem em povos da África Ocidental, enquanto o Texto que se manifestam nos mais variados aspectos, entre
2 trata de concepções surgidas na Grécia. Apesar de suas os quais religiões, esportes, atividades militares, artísti-
diferenças, as explicações oferecidas para o princípio do cas etc. Os indivíduos sentem necessidade de pertenci-
mundo têm em comum mento ao grupo e, para tanto, geram símbolos e mar-
A) a ausência de seres sobrenaturais no processo de sur- cas comuns. Esses símbolos, que podem incluir desde
gimento do mundo. tatuagens a uniformes e bandeiras, servem também para
B) a ideia de que elementos da natureza não fazem parte diferenciá-los dos outros, vistos como componentes es-
da criação. tranhos ao grupo.
C) a referência a elementos naturais que sofrem trans- As imagens e o texto sugerem que nas Ciências Sociais
formações. a Antropologia estuda, entre outros aspectos, respectiva-
D) uma origem divina para o primeiro movimento da mente a dicotomia entre:
criação. A) Rivalidade e solidariedade.
E) um relato místico com cenários e personagens fabu- B) Identidade e alteridade.
losos. C) Nacionalidade e direitos humanos.
D) Cooperação e violência.
95. Como relata Aristóteles, os pitagóricos começaram E) Racismo e etnocentrismo.
observando as razões numéricas das consonâncias mu-
sicais ou harmoniais e, ao encontrarem muitos pontos de 97. Na construção do pensamento sociológico contempo-
correspondência entre os números e o mundo, concluí- râneo, Émile Durkheim escreveu As regras do método
ram que “o céu todo é harmonia e número”. Esta noção sociológico, obra em que propõe o objeto de estudo por
de uma rede de ligações entre a música, a matemática excelência da Sociologia: o fato social. Para Durkheim,
e os fenômenos celestes, que é resumida na noção de esse conceito implica necessariamente que:
música das esferas, constitui um dos dois princípios fun-
A) Todo acontecimento histórico que marca a vida de
damentais do pensamento pitagórico.
uma sociedade ou de toda a humanidade.
KAHN, Charles H. Pitágoras e os pitagóricos –
uma breve história. São Paulo: Edições Loyola, 2007. p. 18. B) Fatos que ocorrem independentemente dos indivídu-
os, mas não afetam seu comportamento.
Os pitagóricos são classificados, junto a outros conjuntos C) Acontecimentos eventuais, mas que por serem ex-
de pensadores, como pré-socráticos. Como indica o tre- ternos às pessoas modificam suas formas de pensa-
cho, o pensamento grego do período é marcado pela(o) mento.
A) busca de explicações e correlações racionais para os D) Fatos externos aos indivíduos que se repetem ao lon-
fenômenos naturais. go de suas vidas e exercem coerção sobre seus com-
B) continuidade em relação ao período dominado pelas portamentos.
narrativas homéricas. E) Ações pessoais de líderes políticos, religiosos, perso-
C) separação da filosofia em relação a outros campos de nalidades científicas, artísticas etc. que marcam uma
conhecimento. época.

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98. Em que pese o fenômeno da estratificação social se C) Análise da produção de bens materiais, jurídicos,
constituir numa das mais comuns características das so- científicos e religiosos no meio social.
ciedades humanas ao longo da história, os conceitos de D) Contabilidade de lucros auferidos do comércio de
“estratos” e “classes sociais” são dos mais controversos mercadorias mediado pelo dinheiro.
das Ciências Sociais. E) Relações humanas com o meio natural para produ-
ção, distribuição e consumo de bens.

REPRODUÇÃO/UNESP, 2019
100. Diferentes formas de organizações sociais criadas pelos
seres humanos, como o escravismo, o feudalismo e o
capitalismo, foram conceituadas nas obras de Karl Marx
(1818-1883) como “modos de produção”. Dentre os ele-
mentos componentes deste conceito, cabe destacar o(a)
A) produção de bens agrícolas ou industriais por siste-
mas como a Plantation e o Fordismo.
B) meios de produção, como a terra e as máquinas,
como característica básica das sociedades.
C) inter-relação entre uma infraestrutura econômica e a
superestrutura jurídico-política.
D) divisão social do trabalho como única diferenciação
entre os tipos de modos de produção.
REPRODUÇÃO/UNESP, 2019 E) predomínio constante das religiões e ideologias sobre
as formas de produção material.

Observa la historieta y contesta las preguntas 101 a 103

REPRODUÇÃO/<HTTP://WWW.MEOLLOCRIOLLO.COM/>
Em sociedades como a do Egito Antigo – de senhores
e escravos – ou dos feudos medievais europeus – de
nobres e servos –, as diferenças entre camadas sociais
eram bastante claras e justificadas pelas ideologias vi-
gentes. Já nas sociedades modernas e contemporâneas PALACIOS y NEVES. La peluqueria. Disponível em:
as diferenças se evidenciam pela distribuição de renda, http://www.meollocriollo.com/comic/la-peluqueria/.
posição na estrutura de produção, prestígio político, reli- Acesso em: 7 dez. 2019.
gioso etc. que, combinados, definem:
101. De acuerdo con la historieta, madre e hija están yendo
A) As relações entre as classes dominantes e classes su- a la peluquería. Marca la opción correcta cuanto a la
balternas na estrutura social. reacción de la niña al llegar al local.
B) A inexistência de classes sociais, principalmente pela A) La niña está triste porque van a cortar su pelo.
distribuição de renda igualitária. B) La niña está entusiasmada porque va a la peluquería.
C) O predomínio da classe média, cujo crescimento a C) Está nerviosa porque no le gusta cortar el pelo.
tornou majoritária. D) La niña está contradiciendo al peluquero.
D) O domínio individual sobre as ações de classes coleti- E) A la niña no le gustan los cortes de moda.
vas cada vez mais enfraquecidas.
E) O desaparecimento da consciência de classe presente 102. Observa que las palabras peluquería del primer cuadro
no escravismo e no feudalismo. de la historieta y frutería, del tercer cuadro, son
acentuadas porque
99. As noções de trabalho e de economia, além de intima-
mente ligadas, acabaram por gerar uma ciência correla- A) el acento recae sobre un diptongo y la vocal i es abierta.
cionada à Sociologia: a Economia Política. Hoje usamos B) son palabras agudas terminadas por vocal.
corriqueiramente o termo “economia”, seja no sentido C) son palabras esdrújulas terminadas por vocal.
D) el acento recae sobre la vocal cerrada de un hiato.
do não desperdício de recursos materiais, seja nos as-
E) son palabras con acento diacrítico.
pectos que interessam aos sociólogos para melhor com-
preender e explicar a sociedade.
103. De acuerdo con el texto la reacción de la mamá al llegar
Como conceito das Ciências Sociais, podemos entender a la peluquería dice que
Economia como:
A) está de acuerdo con las ideas de la niña.
A) Práticas exclusivamente voltadas para melhorar as B) le van a dejar con el cabello corto.
condições de vida dos trabalhadores. C) le van a cortar el pelo como lo de una uva.
B) Relação entre a concentração de riquezas e o poder D) le van a cortar las puntas del pelo.
político de elites sociais no Estado. E) apenas le van a colorear de uvita a su pelo.

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Lee el texto y contesta las preguntas 104 y 105 A la hora de cocinar también es recomendable
Sencillos trucos para enfriar tu casa em verano descantarse por recetas más veraniegas reduciendo el
sin aire acondicionado uso del horno que sin duda subirá la temperatura de
la cocina. ¡Busca recetas frías! Si usas lo fogones no

REPRODUÇÃO/
<HTTP://WWW.DIARIOVASCO.COM/>
olvides encender la campana en la cocina para que salga
el calor.
APARICIO, Rossel. Sencillos trucos para enfriar tu casa en
verano sin aire acondicionado. El Diario Vasco, [S.l.],
17 jun. 2017. Disponível em: <http://www.diariovasco.com/
sociedad/201706/17/sencillos-trucos-paraenfriar-
20170617185523.html>. Acesso em: 18 jun. 2017.

104. De acuerdo con el texto, una forma de evitar el calor del


verano en el hogar es
A) lavar la ropa a manos al mediodía.
Usa bien los electrodomésticos B) elegir comidas frías en temperaturas altas.
C) utilizar el ordenador durante la madrugada.
Los electrodomésticos son uma fuente de calor
D) preparar comidas en el horno.
em casa y por ello debes apagar todos los que no estés
E) dejar todos los aparatos desligados incluso el aire
usando durante el día. El ordenador, el televisor o alguna
acondicionado.
que otra lámpara no tienen por qué estar todo el dia
enchufados si no los utilizas.
En el caso de que necesites poner la lavadora, por 105. El texto, al final hace una recomendación:
ejemplo, intenta ponerla a primeira hora de la mañana A) que se abran todas las ventanas para el aire circular.
y así, además de evitar las horas de temperaturas B) que sean utilizadas las chimeneas en las cocinas.
sofocantes com el centrifugado, aprovecharás las altas C) que sean abiertos los hornos de las casas.
temperaturas de la mañana para que la ropa seque antes. D) que sean apagados todos los hornillos de la casa.
Otra opción es lavar la ropa a última hora del dia. E) que se enciendan los fogones y el horno.

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