Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Manual de Sânscrito 6
Manual de Sânscrito 6
SEXTA LIÇÃO
6-0 O sânscrito possui um grande número de temas nominais em w “i” e o “u” breves,
cujas declinações são bem parecidas. Os nomes existem em todos os gêneros, apesar
dos nomes masculinos ( Pau&il/® puàliìga ) e femininos ( ñqil/® stréliìga ) em w
“i” serem mais importantes. Porque os temas em w “i” neutros (NaPau&Sak-il/®
napuàsakaliìga ) e em o “u” femininos ( ñqil/® stréliìga ) são bem mais raros
iremos omitir nesse curso o seu paradigma,
c. - ORAÇÕES COORDENADAS
Orações coordenadas são orações independentes que podem “completar” ora-
ções relativas para a formação de um período mais complexo. Temos como
exemplo os seguintes periodos:
“Todos que queiram sair, poderão ir.”
“Onde o sol nunca brilha, eu não posso viver.”
“A garota com quem estás falando é minha irmã.”
Repare bem que nesses exemplos do português somente as orações coordenadas
contem uma conjunção (no caso um pronome). Quanto à sintaxe, o sânscrito
difere do português por exigir que as orações coordenadas, assim como as
subordinadas, utilizem conjunções apropriadas.Seria como se em português
falassemos:
“Todos os que queiram sair, (eles) poderão ir.”
“Onde o sol nunca brilha, (lá) eu não posso viver.”
“A garota com quem estás falando (ela) é minha irmã.”
Tais coordenadas se caracterizam por uma série de pronomes, adjetivos e advér-
bios, correspondentes às palavras interrogativas e às conjunções subordina-
tivas. Os pronomes nesse caso não seriam outros que aqueles já vistos como
pronomes demonstrativos [Veja 5-5]; com a exceção do nominativo singular
( prathamä ekavacanam) do gênero masculino ( puàliìga) e feminino (
stréliìga), i.e., o Sa" saù e o Saa sä. Todas essas formas começam com a pa-
lavra Ta( t.
Exemplos:
Ya" SaqTaYaa Sah vNae GaC^iTa Sa raMa" )
yaù sétayä saha vane gacchati sa rämaù
( Räma é aquele que vai à floresta com Sétä.)
81
6-4 O conhecimento dessa série de indicadores Ya( - Ta( y - t é essencial pois nos pos-
sibilita desmembrar facil e rapidamente periodos complexos em orações mais
simples e trabalhaveis.
Exemplos:
YaYaa Sah vNa& GaC^iTa dXarQaSYa Pau}aSTaaMah& PaXYaaiMa )
yayä saha vanaà gacchati daçarathasya putras täm ahaà paçyämi
(Eu vejo [a garota] com quem o filho de Daçaratha está indo à floresta.)
No periodo acima, a correlação Ya( - Ta( y - t (subordinada/coordenada) YaYaa yayä/
TaaMa( täm indica que temos duas orações com um referencial comum. (Por conve-
niência utilizaremos a ordem normal das palavras dessas orações para que as con-
junções ou palavras indicatórias subordinativas ou coordenativas apareçam cada
uma no começo de sua respectiva oração.) Leremos cada oração como uma uni-
dade distinta, cada qual com sua sintexa própria.
Assim, será principal a seguinte oração:
TaaMah& PaXYaaiMa )
täm ahaà paçyämi
(Eu a vejo);
enquanto que a oração coordenada será :
k-NYaYaa Sah vNa& GaC^iTa raMa" )
kanyayä saha vanaà gacchati rämaù (Räma vai à floresta com uma garota);
que se transforma em oração relativa devido ao acrescimo do pronome relativo
apropriado [YaYaa yayä “quem”].
6-7 Essas terminações são afixadas a uma sílaba constituída de k( k , Ya( y ou Ta( t
(dependendo se quisermos transmitir idéia de interrogação, subordinação ou co-
ordenação ) e de uma vogal breve ( que será sempre o A a, exceto na interroga-
ção onde será o o u.
6-9 Juntamente com esta lista devemos aprender também a correlação para:
Yaid yadi (se) TaihR tarhi (então)
YaavTa( yävat (ao passo que, assim que, TaavTa( tävat (então, logo,
enquanto que, durante que) sempre,assim)
6-10 Essas séries devem ser assimiladas o mais rápido possível. Também devemos a-
preender o sentido geral das terminações apresentadas no parágrafo 6-6. Isso faci-
litará a compreenção de outros usos.
Exemplos:
PERGUNTA -
k-Qa& DaMa| JaaNaaiSa TvMa( ) kathaà dharmaà jänäsi tvam
83
PERGUNTA -
ku-Ta" Pa[NaXYaiTa Pauåz" ) kutaù pranaçyati puruñaù
(Do que um homem perece? )
RESPOSTA -
YaTaae buiÖNaRXYaiTa, TaTa Wv Pa[NaXYaiTa Pauåz" )
yato buddhir naçyati, tata eva pranaçyati puruñaù
(Quando a inteligência é destruida, disso certamente o homem perece.)
PERGUNTA -
k-da vNa& GaC^iTa MauNaYa" ) kadä vanaà gacchati munayaù
(Quando o sábio vai à floresta? )
RESPOSTA -
Yada Pau}aa<aa& Pau}aaNa( PaXYaiTa, Tada Ga*h& TYaJaiNTa vNa& c GaC^iTa )
yadä puträëäà puträn paçyati, tadä gåhaà tyajanti vanaà ca gacchati
(Quando eles vêem os filhos dos seus filhos, então deixam o lar e vão à floresta.)
PERGUNTA -
Tada ku-}a vSaiNTa ) tadä kutra vasanti (Então onde eles vivem? )
RESPOSTA -
Ya}a rMa<aqYaa" XaaNTaa Aaé[Maa vTaRNTae }aTaEv Taeza& iNavaSa" )
yatra ramaëéyäù çäntä äçramä vartante trataiva teñäà niväsaù
(Onde há äçramas encantadores e tranquilos, lá eles moram[há morade deles].)
Yaid raMaae Maa& TYaJaiTa, TaihR k-Qa& JaqvaiMa AhMa( )
yadi rämo mäà tyajati, tarhi kathaà jévämi aham
(Se Räma me abandona, então como eu vivo ?)
Yada Pau}aa<aa& Pau}aaNa( PaXYaiTa, Tada ga& TYaJaiNTa vNa& c GaC^iTa )
yävad rämo vanaà na gacchati tävad räkñasäs tatra nandante
(Enquanto Räma não vai à floresta, nesse interim os demonios desfrutam lá.)
6-11 Os advébios terminados e, da -dä e }a -tra podem vir repetidos para dar um sen-
tido distributivo em tempos e lugares variados.
Exemplo:
Ya}a Ya}a raMaae GaC^iTa Ta}a Ta}a SaqTaaNauGaC^iTa )
yatra yatra rämo gacchati tatra tatra sétänugacchati.
(Onde for que Räma vá, para lá Sétä segue.)
84
6-12 As terminações adverbiais dadas em 6-6 não se restringem aos radicais da série k(
- Ya( - Ta( k - y - t . Eles podem também ser acrescentados a uma variedade de
outros radicais pronominais (e alguns poucos casos nominais) para formar adver-
bios com significado parecido. Isso se aplica em especial no caso de adjetivos de-
clinados pronominalmente, enumerados em 5-7, Algumas das formas mais co-
muns e uteis dessas formas são:
6-16 Devemos saber que o aprendizado das indeclináveis e dos pronomes recem vistos
nos dará material adequado para construirmos orações e períodos compostos e
responder à perguntas específicas.
6-18 Um forma muito simples para dar caráter indefinido à uma construção é utilizar a
partícula relativa ou correlativa correspondente e logo a seguir a interrogativa,
que geralmente vem seguida da partícula AiPa api.
Exemplo:
Ya}a ku-}aaiPa )
yatra kuträpi (em um lugar ou outro; em qualquer lugar)
YaeNa ke-NaaPYauPaaYaeNa )
yena kenäpy upäyena ( de uma forma ou outra; a todo custo ).
6-19 A interrogativa, quando seguida pelas partículas AiPa api, cNa cana ou icTa(
cit, serve para indicar alguma coisa não muito bem especificada, indefinida. Essa
construção freqüentemente tem a força do artigo indefinido em português.
Exemplos:
Maù& ik&- icÜdid )
mahyaà kià cid vadadi ( Ele diz-me algo.)
Ta}a k-êNa b]aø<aae vSaiTa )
tatra kaçcana brähmaëo vasati ( Um [algum] brähmaëa vive lá..)
k-iSMa&iêNa( NaGare vSaiTa SMa Na*Pa" )
kasmiàç cin nagare vasati sma nåpaù ( O rei viveu em uma [alguma] cidade.)
6-21 NEGAÇÃO
Temos basicamente dois tipos de negação em sânscrito. São as chamadas nega-
ções proposicional, onde nega-se uma frase verbal, e as negações de termo, onde
unicamente um item nominal é negado.
Na negação proposicional insere-se a particula de negação Na na (ou Maa mä; veja
11-18) na oração, e geralmente antes do verbo finito se estiver sendo expresso.
Exemplo:
raMaae vNa& Na GaC^iTa )
rämo vanaà na gacchati. (Räma não vai à floresta.)
Naah& b]aø<a )
nähaà brähmaëa. (Eu não sou um brähmaëa.)
Na negação de termo , unicamente um item nominal pode ser negado pela prefi-
xação da sílaba A a , que tem o mesmo significado dos prefixos un-, in-, non-,
im- etc., em português. Se o item começa com uma vogal, o prefixo será ANa( an.
Exemplo:
TadSaMaqcqNa& >aviTa )
tad asamécénaà bhavati. (Isso não é bom.)
ANaaYaaR" ku-}a vSaiNTa )
anäryäù kutra vasanti. (Onde vivem os não-arianos ?)
88
SEXTA LIÇÃO
LEITURA
SEXTA LIÇÃO
EXERCÍCIOS
SEXTA LIÇÃO
VOCABULÁRIO
ABREVIATURAS
m. masculino popr. nome próprio
f. Feminino lit. literalmente
n. neutro Ä. ätmanepada - voz ativa
a. adjetivo P. parasmaipada - voz reflexiva
indecl. indeclinável (advérbio) (os números são das classes de conjugação verbal).
pl. plural
ATYaNTaMa(
atyantam (indecl) - Excessivamente, muito, ao máximo.
AQa
atha (indecl) - Então, eis que, nisto, então agora.
AiPa
api (indecl) - Também, e, além disso, embora, mesmo.
Av + GaMa( - AvGaC^iTa
ava + gam (1P), avagacchati - Entender, compreender, aprender.
AaNaNd"
änandaù (m.) - Prazer, bem aventurança.
Aaé[Ma"
äçramaù (m.) - Eremitério, mosteiro.
od( + ivJa( - oiÜJaTae
ud + vij (6Ä), udvijate - Tremer, recuar.
od( + ô - oÖriTa
ud + hå (1P), uddharati - Levantar, tirar para fora, fazer sair, arrancar.
‰iz"
åñiù (m.) - Sábio.
Wv
eva (indecl) - [Partícula enclítica confirmativa da palavra que a pre-
cede, a qual geralmente dá enfase.] Justamente, exata-
mente, mesmo, de fato etc.
k-MPa( - k-MPaTae
kamp (6Ä), kampate - Tremer (de ira, de medo, se susto); oscilar.
GaiTa"
gatiù (f.) - Caminho, curso; alternativa; refúgio; situação,
condição, estado de existência.
cNa
cana - [Veja 6-19].
icNTa
91
Pa[iTa
prati (indecl.) - [após acusativo] Para a, até.
iPa[Ya
priya (adj.) - Agradável, amado, querido, caso.
ba<a"
bäëaù (m.) - Flecha, seta.
baiDaTa
bädhita (adj.) - Aflito, oprimido.
>aae"
bhoù (indecl.) - Interjeição exclamativa. ”Oh Senhor! Oh! Eh! [Obs.;
sobre sandhi: antes de fonema inicial sonoro, o bhoù
perde o visarga (ù).]
MaiTa"
matiù (f.) - Mente.
MauiNa"
muniù (m.) - Sábio, filósofo.
MaNauZYa"
manuñyaù (m.) - Homem, mortal.
Ya"
yaù (m.) - Pronome relativo “quem”.
YaTa(
yat (n.) - Pronome relativo “o que”.
YaTa"
yataù (indecl.) - Dali, daí, de onde, desde.
YaQaa
yathä (indecl.) - Por forme, tal como, de modo tal como (relativo).
Yaid
yadi (indecl.) - Se.
Yaa
yä (f.) - Pronome relativo “que”.
YaavTa(
yävat (indecl.) - Durante que, enquanto.
YauTa
yuta (adj.) - Unido com, juntado com, conectado.
ra+ak-"
räkñakaù (m.) - Protetor.
ra+aSa"
93