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Mecânica dos solos 02 – Lista de Exercícios – Unidade 01

Discentes: Pedro Henrique de Oliveira Sousa

Raymundo Gabryel Soares Rodrigues

Questões Teóricas:

01) A compressibilidade é uma propriedade dos solos que não depende do tempo. Ela
pode ser entendida como uma relação entre a compressão do solo (variação de
volume) e a tensão efetiva aplicada no mesmo. Já o adensamento, é um fenômeno
que ocorre ao longo do tempo e que é caracterizado pela variação de volume do solo
devido à drenagem da água contida nos espaços vazios do mesmo.

02) Solos expansivos são solos não saturados, quando submetidos à saturação,
apresentam expansão. São solos coesivos que, quando há aumento de teor de água,
apresentam variação volumétrica. A expansibilidade é muito ligada ao tipo de
argilomineral presente no solo, principalmente a do tipo montmorilonita, de solos
derivados de rochas ígneas e sedimentares. Os mecanismos de expansão podem ser
mecânicos e/ou físico-químicos. A expansão mecânica ocorre em resposta às forças de
descompressão elásticas e estão relacionadas ao fator tempo.

03) Recalque, ou assentamento, é uma deformação vertical (da base a um ponto de


referência indeslocável) do solo, sofrendo um rebaixamento devido ao adensamento
do solos sob a fundação e quando submetido a cargas. Os recalques são classificados
como: Recalque elástico (ou recalque imediato) é causado pela deformação elástica do
solo seco e dos solos úmidos e saturados sem qualquer alteração no teor de umidade.
O recalque por adensamento primário, resultado de uma alteração de volume em
solos coesivos saturados devido à expulsão da água que ocupa os espaços vazios. O
recalque por compressão secundária, presente em solos coesivos saturados e
resultado de um ajuste plástico da estrutura do solo.

04) Basicamente, a analogia considera uma equivalência de um solo saturado com um


sistema composto de uma mola, pistão, água e uma válvula para controle da
drenagem, sendo que: a) o deslocamento do pistão representa o recalque observado
na superfície do solo devido à aplicação de uma tensão vertical; b) a mola representa o
arcabouço de sólidos e sua variação corresponde à variação das tensões efetivas do
solo; c) a água é o meio líquido que preenche os vazios do solo saturado (no caso, do
entorno da mola), sendo sua drenagem pelo orifício superior responsável pela saída da
água do solo, isto é, pelo adensamento do sistema mola + pistão; d) a magnitude do
deslocamento do pistão depende exclusivamente da compressibilidade da mola e não
do conjunto mola + água.

05) O solo é totalmente saturado; A compressão é unidimensional; O fluxo de água é


unidimensional; O solo é homogêneo; As partículas sólidas e a água são praticamente
incompressíveis perante a compressibilidade do solo; O solo pode ser estudado como
elementos infinitesimais, apesar de ser constituído de partículas e de vazios; O fluxo é
governado pela Lei de Darcy; As propriedades do solo não variam no processo de
adensamento; O índice de vazios varia linearmente com o aumento da tensão efetiva
durante o processo de adensamento.

06) O principal objetivo do ensaio é a determinação da curva de compressibilidade do


solo, representada pela relação entre o índice de vazios e tensão efetiva, bem como a
estimativa da tensão de pré-adensamento. O ensaio reproduz em laboratório a
condição de fluxo e deformação unidimensional, já que a amostra é impedida de se
deformar horizontalmente e a drenagem é imposta no topo e base. Assim, durante a
execução do ensaio em prensa apropriada são aplicados vários estágios de cargas
medindo-se as respectivas deformações, em tempos padronizados. Em cada estágio de
carga, de compressão ou de descarregamento, são determinados os valores de “cv”
(coeficiente de adensamento), que possibilita a estimativa do tempo de adensamento
do solo. Entre os principais parâmetros obtidos do ensaio, citam-se: índice de vazios,
tensão de pré- adensamento, variação do coeficiente de adensamento, coeficiente de
compressibilidade (av), coeficiente de variação volumétrica (mv), índices de
compressibilidade (Cc, Cr, Cs), permeabilidade (k), entre outros.

07) O recalque imediato ocorre de forma instantânea à aplicação do carregamento


vertical, devido ao deslocamento horizontal do solo de fundação. O recalque por
adensamento se dá pela lenta saída d´água dos interstícios (vazios) do solo, sendo
necessário um tempo tanto maior quanto menor for a permeabilidade do solo. A
fluência se refere às deformações viscosas que evoluem com o tempo sob um estado
de tensões constante, após completado o adensamento primário. Um exemplo em
que o recalque imediato pode ser nulo é o que ocorre quando o carregamento é
“infinito”, ou seja, quando a área carregada é muito superior à espessura da camada.

08) Algumas limitações da Teoria da Elasticidade aplicada em solos: Variação do E com o


nível de tensão aplicado e com a tensão de confinamento (ao longo da profundidade);
A aplicação da Teoria da Elasticidade é limitada a um meio uniforme (solos são
heterogêneos). Não se adequa a análise de uma camada compressível (depósito de
argila mole ou areia fofa) em meio a duas camadas menos de formáveis. Camada de
solo pouco permeável, cuja espessura é menor que a largura do carregamento, entre
duas camadas arenosas.

09) Neste caso, o recalque calculado poderia estar sendo subestimado uma vez que o
recalque primário real estaria iniciando antes da tensão de pré-adensamento
erroneamente atribuída.

10) Os drenos verticais em determinadas situações a utilização da sobrecarga não é


suficiente para atingir a diminuição nos prazos de ocorrência dos recalques, conforme
se deseja. Nestes casos, podem ser utilizados, de maneira geral associados com a
sobrecarga, os drenos verticais. Estes, inicialmente, eram compostos por drenos de
areia, sendo substituídos por drenos verticais pré-fabricados, também chamados de
drenos fibroquímos ou geodrenos. São materiais com núcleo plástico e canaletas
internas envoltas em filtro geossintético para condução da água. Sua utilização visa
acelerar o processo de expulsão da água dos vazios do solo, e consequentemente os
recalques.

Questões Práticas:

𝜎×𝐵
01) V = 0,4 𝜌 = 𝐼𝑃 × × (1 − 𝑉 2 )
𝐸

E = 13,5 𝑀𝑃𝐴

(125×103 ×15)
𝜌 = 1,42 × × (1 − 0,42 )
13,5×106

𝐼𝑝 = 1,42

𝐿
𝑀1 = 𝐵 = 45/15 = 3 𝜌 = 0,071 𝑚 𝑜𝑢 7,1 𝑚𝑚

𝜎×𝐵
𝜌𝑐𝑎𝑛𝑡𝑜 = 𝐼𝑝𝑐𝑎𝑛𝑡𝑜 × × (1 − 𝑉 2 )
𝐸

125×103 ×15
𝜌𝑐𝑎𝑛𝑡𝑜 = 0,89 × × (1 − 0,42 ) = 0,104 𝑚 = 104 𝑚𝑚
13,5×106

02) 𝑍 = 𝐻 𝑜𝑢 5𝐵 = 5𝑚

(10000×2)+(8000×1)+(12000×2)
𝐸= 5
= 10400 𝑘𝑁/𝑚2

Para o recalque no centro:

𝐿 2 𝐻 5 𝐵 1
𝑚´ = 𝐵
=1=2 𝑛´ = 𝐵 = 1 = 10 𝐵´ = 2
= 2 = 0,5
2 2
1−0,32
𝑆𝑒 = 150 × 4 × 0,5 × ( 10400 ) × (0,659 × 0,71) = 0,0123 𝑚 = 12,3 𝑚𝑚

𝑆𝑒𝑟í𝑔𝑖𝑑𝑜 = 0,93 × 12,3 = 11,44 𝑚𝑚

𝐺𝑠 +𝑒 2,7+0,76
03) 𝛾𝑠𝑎𝑡 = 1 +𝑒
× 𝛾𝑤 = 1+0,76
× 9,8 = 19,3 𝑘𝑁/𝑚3

𝛾 ´ = 𝛾𝑠𝑎𝑡 − 𝛾𝑤 = 19,3 − 9,8 = 9,5 𝑘𝑁/𝑚3

𝑙0 = 𝑤 × 𝐺𝑠 = 0,43 × 2,7 = 1,16

𝐺𝑠 +𝑒 2,7−1
𝛾𝑠𝑎𝑡 = 1 +𝑒
× 𝛾𝑤 = 1+1,16
× 9,8 = 7,7 𝑘𝑁/𝑚3

𝜎𝑣0 = (19,3 × 3) + (9,5 × 7,4) + (7,7 × 1) = 135,9 𝑘𝑃𝑎

𝜎𝑣1 = 135,9 + 140 = 275,9 𝑘𝑃𝑎

𝐻0 𝜎𝑣 2 275,9
𝜌= 1+ 𝑒0
× 𝐶𝑐 × 𝑙𝑜𝑔 𝜎 1 = 1+1,16
× 0,3 × log 135,9 = 0,085 𝑚
𝑣0

𝐺𝑠 −1 2,7−1
04. 𝛾 = × 𝛾𝑤 = × 9,8 = 8,2 𝑘𝑁/𝑚3
1 +𝑒 1+1,03

𝜎𝑣0 = (19,3 × 3) + (9,5 × 7,4) + (8,2 × 1) = 136,4 𝑘𝑃𝑎

𝜎0 = 136,4 × 2,5 = 341 𝑘𝑃𝑎

𝜎𝑣1 = 136,4 + 140 = 276,4 𝑘𝑃𝑎

𝐻0 𝜎𝑣 2 276,4
𝜌= 1+ 𝑒0
× 𝐶𝑠 × 𝑙𝑜𝑔 𝜎 1 = 1+1,03
× 0,05 × log 136,4 = 0,015 𝑚 = 15 𝑚𝑚
𝑣0
05. 𝜎𝑎 = 136,4 + 1,5 = 204,6 𝑘𝑃𝑎

𝜎𝑣1 = 136,4 + 140 = 276,4 𝑘𝑃𝑎

𝐻0 𝜎𝑣1 𝜎𝑣1 2 204,6 204,6


𝜌= × 𝐶𝑠 × 𝑙𝑜𝑔 + 𝐶𝑐 × log = × 0,05 × log + 0,3 × log =
1+ 𝑒0 𝜎𝑣0 𝜎𝑣0 1+1,03 136,4 136,4
0,047𝑚 = 47 𝑚𝑚

06. Em 250 dias ocorreu 32% do recalque previsto, logo:

1400
14 mm ---------- 32 % 𝑋= 32
= 43,75 𝑚𝑚

X ---------- 100 %

Para U = 0,3, a tabela nos fornece: T = 0,0804

Para 12 anos, temos:

12 ×365
𝑇= = 17,52
250

𝑇 = 17,52 × 0,0804 = 1,41

Para T = 1,41 ; U = 97,5 % = 0,975

Recalque = 0,975 . 43,75 = 42,66 mm

07. Tendo U = 50 % o coeficiente de adensamento é dado por:

0,197𝑑 2 0,197(0,12 ) 𝑐𝑚2


𝐶𝑈 = 𝑡𝑠0
= 1200
= 1,642 × 10−6 𝑠

P / 0 ≤ 𝑈 ≤ 60 % , tem-se:

𝜋 𝑣 2 𝜋 50 2
𝑇𝑉 = 40
× 100 → 𝑇50% = 40
× 100
= 0,196
Assim:
0,196 ×5002 1 𝑎𝑛𝑜
𝑡= 1,642 × 10−6
= 2,984 × 1010 𝑠 × 365 ×864
= 945 𝑎𝑛𝑜𝑠

𝜋 502
08. a. 𝑇50% = × = 0,196
40 1002

0,196 × 3002 1 𝑑𝑖𝑎


𝑡= = 35853658,54 𝑠 × = 415 𝑑𝑖𝑎𝑠
4,92 × 10−4 86400 𝑠

0,196 × 1502 1 𝑑𝑖𝑎


b. 𝑡 = = 8963414,63 𝑠 × = 103, 74 𝑑𝑖𝑎𝑠
4,92 × 10−4 86400

09. a. 𝜎 = (1,83 × 17,9) + (3,66 × 18,5) + (3 × 18,3) = 155,37 𝑘𝑁/𝑚2

u = (3,66 . 10) + (3 . 10) = 66,6

𝜎 ´ = 𝜎 − 𝑢 = 155,37 − 66,6 = 88,77

CC = 0,009 ( LL – 10 ) = 0,009 ( 38 – 10 ) = 0,252

0,252 ×6 88,77+26
𝑃𝑝 = × log = 0,0975 𝑚 = 97,5 𝑚𝑚
1+0,73 88,77

𝑘𝑁
b. 𝜎0 ´ + ∆𝜎 = 88,77 + 26 = 114,77 𝑚2 > 𝜎𝑣𝑚 = 105 𝑘𝑁/𝑚2

6 105 114,77
𝑃𝑃 = 1,73
× 0,0378 × log 88,77 + 0,252 × log 105
= 0,0433 𝑚 = 43,3 𝑚𝑚

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