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Corrosão
Corrosão_Lista_2_2021

Questões

1) Porque e quais os principais contaminantes na atmosfera que afetam a


corrosão atmosférica. (1,5).

2) Porque o meio marítimo próximo da linha do equador é agressivo aos


metais. (2,0).

3) Como prevenir a corrosão no solo. Comentar (2,0).

4) Como atuam as bactérias anaeróbicas na corrosão biológica. (1,5).

5) Comentar duas orientações referentes à geometria dos componentes


como fator para minimizar a corrosão. (1,0).

6) Destacar e comentar duas vantagens e desvantagem do uso de corrente


impressa no controle de corrosão. (1,0).

7) Uma massa de zinco é utilizado como eletrodo de sacrifício para proteger


uma estrutura metálica enterrada no solo. A corrente de proteção é
constante e apresenta um valor de 240 mA. Qual a massa do eletrodo
para proteger esta estrutura por 30 ano? PA (Zn) = 65,5 g/mol. (1,0).

Zara
1.R: Certos contaminantes presentes na atmosfera atuam de maneira a acentuar
a corrosão dos metais na atmosfera. Isso ocorre porque estes contaminantes
conseguem alterar a condutividade iônica do eletrólito por introduzir substâncias
químicas ionizáveis em água. A condutividade é inversamente proporcional a
resistividade, desta forma se reduzimos a resistividade do meio, estamos
favorecendo a condutividade dos íons e a consequentemente favorecendo a
formação de células de ação local que vão fornecer maiores densidades de
corrente, levando a uma maior taxa de corrosão do metal. Estes íons vão ser
encontrados em diferentes quantidades em diferentes regiões. Podemos
classificar estas diferentes concentrações ao comparar uma zona industrializada
com uma zona rural. Regiões industriais apresentarão maiores quantidades
destes constituintes será maior, visto que nestas zonas são emitidas (em média)
maiores quantidades de poluentes. Todavia, as quantidades para ambas as
localidades estão na mesma ordem de grandeza, μg/m³. Os principais
compostos contaminantes estão expostos a seguir, com suas concentrações na
zona industrial e rural, respectivamente: SO2 (100-350; 40-100), SO3 (1-3,5; 0,4-
1), H2S (1,5-9,0; 0,15-0,45), NH3 (4,8; 2,1), Cloreto (2,7-8,2; 5,4), partículas de
fumaça (100-250; 15-60), entre outros. A deposição de fuligem (partículas de
fumaça) sobre a superfície de um metal pode favorecer também a criação de
células de aeração diferencial sobre o substrato metálico.
2.R: A água do mar é um líquido com uma grande quantidade de sais dissolvidos.
Estes sais, ao se dissolverem, liberam íons em solução que vão atuar no
aumento da condutividade elétrica da solução. Como visto anteriormente,
aumentar a condutividade iônica do meio faz com que os elétrons sejam mais
facilmente conduzidos no meio, o que favorece o aumento da corrente elétrica
na superfície dos metais e leva a um aumento na corrente de corrosão elevando
a taxa de corrosão do metal. Regiões mais próximas a linha do Equador são
regiões com temperaturas mais elevadas do que regiões mais próximas aos
polos. Desta forma, ao aumentar a temperatura do oceano estamos também
favorecendo o aumento da solubilidade neste líquido. Assim, aumentando os
íons em solução, favorecemos um aumento na taxa de corrosão dos metais.
3.R: A corrosão no solo é uma forma de corrosão que ocorre em meio aquoso
por meio de um mecanismo eletroquímico, ou seja, pela formação de uma região
anódica e outra catódica. É válido mencionar que as condições do solo são
transitórias de acordo com a atmosfera e também se esta ou não completamente
imerso em água. Esta característica está relacionada com a capacidade do solo
em reter água. A capacidade do solo em reter água (seja pela sua porosidade,
tamanho ou forma de grão), a capacidade de adsorção sobre a superfície
metálica e a condutividade elétrica deste (presença de íons dissolvidos;
concentração de compostos solúveis como CO2, H2S, O2, ácidos inorgânicos,
bases, sais e compostos orgânicos) e até mesmo a aeração diferencial no solo
são elementos que vão exercer alteração na taxa de corrosão de um metal em
contato com o solo. Existem várias formas distintas de se combater esta corrosão
no solo, sendo que dispomos de várias estratégias para tal que serão
empregadas de acordo com sua disponibilidade, custo e outros fatores de
projeto. Um dos métodos mais tradicionais é uso de um revestimento metálico
sobre a peça que está em contato direto com o solo. Nesta mesma linha
podemos proteger o metal utilizando o método da corrente impressa e por
proteção catódica se utilizando de metais de sacrifício. Esta última é uma forma
bastante consagrada de proteção e também é bastante viável economicamente.
Podemos revestir o metal não apenas com outro metal menos nobre, mas
também podemos usar revestimentos betuminosos, a base de cimento, tintas
(outro método bastante consagrado), borracha resinas sintéticas entre outros
que vão ser empregados como barreiras físicas (e algumas vezes também
químicas) entre o metal que estaria em contato direto com o solo e o próprio solo.
Países industrializados e mais desenvolvidos apresentam vários quilômetros de
tubulações enterradas no solo, os quais são em geral empregados para o
transporte de fluídos. Desta forma se faz necessário o uso de revestimentos
muito baratos e que possam proteger de maneira satisfatória o conteúdo
transportado no tubo, sem que este tubo venha a reagir com o conteúdo que esta
sendo transportado em seu interior.
4.R: A corrosão bacteriana, seja pela ação de bactérias aeróbicas e anaeróbicas,
é definida como a perda de massa de materiais metálicos por ação direta ou
indireta de microorganismos ou bactérias que estão presentes em particular em
meios aquosos. A corrosão por bactérias anaeróbicas (que operam em meios
ausentes de O2) se dá porque estes microorganismos são redutores de sulfatos.
Estas bactérias utilizam o hidrogênio do processo catódico para produzir o
composto H2S, o qual por sua vez reage com um material metálico ferroso
formando sulfato ferroso. Este composto causa uma corrosão rápida do ferro
caso o pH do meio seja favorável e esteja entre 5,5 e 8,5. Bactérias são seres
muito sensíveis ao pH do meio, uma vez que até leves alterações deste podem
levar a morte de uma grande quantidade desses indivíduos. Ela é muito fácil de
ser detectada, uma vez que ela revela pites uniformes, produz um produto de
corrosão preto (Fe2S) e um cheiro forte característico do gás H2S e, para os
ferros fundidos, é possível verificar corrosão grafítica. A prevenção para esta
corrosão segue as mesmas ideias já vistas anteriormente, como o uso da
proteção catódica, revestimento de concreto, betume ou asfalto (o que diminui a
atividade microbiológica).
5.R: A escolha da geometria dos componentes é um fator crítico em um projeto,
uma vez que certas geometrias e conceitos de designe podem levar ao
favorecimento de certos tipos de corrosão. A geometria e o modo de instalação
de um componente (como em uma tubulação) deve ser projetado para que este
possa ser completamente inspecionado e que operações de manutenção e
limpeza possam ser executadas sem maiores dificuldades; os projetos devem
favorecer geometrias e conceitos de designe mais simples, onde há uma
predominância de transições e cantos mais suaves para que estes não
acumulem água ou componentes que estão sendo transportados no tubo; o
projeto deve evitar condições que favoreçam a corrosão por aeração diferencial;
é desejado que o projeto possibilite que ar seco chegue em localidades que
abrigam água para que esta possa ser lentamente removida e não permita a
formação de células de aeração diferencial, por exemplo; também deve-se evitar
superfícies que possam reter água ou outros componentes no tubo, uma vez que
eles podem aumentar a taxa de corrosão. Vários outros fatores precisam ser
considerados no projeto, contudo o objetivo final é limitar a capacidade de se
reter compostos nos objetos metálicos que podem levar a diferentes formas de
corrosão. Em conexões em “T” de tubos metálicos, é preciso evitar que estas
juntas apresentem cantos de “raio quadrado”, ou seja, tenham uma transição
abrupta. Nestes casos o fluido escoando no tubo vai desviar para ambos os lados
na conexão em T e também gerar um impacto na superfície que está em
ortogonal com o sentido e direção de escoamento que o fluído mantinha no seu
tubo de origem. Estes impactos podem levar a quebras do filme de óxido e ir
lentamente removendo massa nessa conexão em T. O adequado seria usar
tubos com um raio não “quadrado” que vão gerar uma transição mais suave e
não vão gerar impacto do fluido com a parede oposta na conexão em T. Em
casos onde um fluido irá de um tubo de maior diâmetro para um de menor
diâmetro, não é adequado deixar espaços que possam reter parte do fluido em
contato direto com o metal e que não podem ser facilmente removidos desta
localidade. O tubo de menor conexão não pode ser instalado na lateral sem que
esteja encaixado exatamente no fundo do tubo maior, pois essa diferença de
altura entre o tubo de menor diâmetro e o fundo do tubo de maior diâmetro irá
abrigar parte do líquido. Ao encaixar o tubo de menor diâmetro diretamente ao
fundo do de maior diâmetro não podemos deixar pedaços do tubo de menor
diâmetro para dentro do tubo de maior diâmetro, pois essa diferença de altura
também permitirá o armazenamento de fluído. Um caso que seria ideal para este
sistema é adicionar o tubo de menor diâmetro ao fundo de maior diâmetro, não
permitindo que o de menor diâmetro entre no de maior diâmetro, mas ainda sim
é necessário que na conexão entre estes dois tubos apresente um raio de
transição, para que seja evitado o acúmulo de qualquer quantidade de fluido na
região de transição.
6.R: Uma das primeiras vantagens que se destacam no uso de corrente
impressa quando o comparamos com a proteção por metal de sacrifício, é que
este pode ser empregado para proteger uma estrutura de grande porte, como o
casco de um barco, uma tubulação, entre outras estruturas de grande porte. Isto
se dá porque a minha fonte que aplicará esta corrente impressa é bastante
potente e pode ser usada em conjunto com outros dispositivos que apresentam
a mesma finalidade. O uso de mais de uma máquina precisa ser corretamente
dimensionado para que uma máquina não interfira na operação da outra. Estas
características vão influenciar outra característica favorável do uso de corrente
impressa: elas podem ser projetadas para proteger uma estrutura por períodos
grandes de tempo, geralmente acima de 20 anos. Esta vantagem fica mais
evidente ao comparar o método da corrente impressa com o uso de eletrodos de
sacrifício, pois este, de acordo com a taxa de corrosão da estrutura, vão perder
massa de forma variável, podendo ser consumidos de forma mais rápida ou mais
lenta. Independente disto, chegara um momento onde o eletrodo de sacrifício
será completamente consumido e precisará ser substituído. Existem sistemas de
eletrodos de sacrifício que podem alcançar períodos de uso tão grades quanto
estes, mas vão depender da interação do sistema com o meio o que pode alterar
a taxa de corrosão como mencionado anteriormente. Uma das desvantagens do
uso da corrente impressa é que este pode interagir com outras estruturas
enterradas que estejam relativamente próximas a estrutura protegida por
corrente impressa. Caso as condições do solo sejam favoráveis, os elétrons
podem ser conduzidos pelo solo e interagir com esta estrutura vizinha por meio
do campo elétrico gerado pelos elétrons da fonte de corrente continua que são
fornecidos a esta estrutura protegida. Este sistema também estará sujeito a
cortes do fornecimento de energia elétrica na região, uma vez que o
equipamento empregado nesta proteção está ligado a rede de distribuição de
energia por corrente alternada, sendo que este vai a transformar em corrente
contínua. Caso ocorra esta queda de energia, a estrutura ficará desprotegida e
poderá sofrer corrosão neste intervalo de tempo.

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