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Naftenatos

Assuntos
• Introdução aos naftenatos

• Problemas causados

• Previsão

• Prevenção e remediação
Exemplo de deposição de naftenatos
em um separador

(Oil plus, UK)


Ácidos naftênicos
Ácidos Naftênicos são classificados como ácidos carboxílicos contendo o

grupamento , onde o radical ligado é uma estrutura cicloalifática.

Contudo, o termo “ácido naftênico” é usado em um sentido mais genérico para

se referir a todos os ácidos carboxílicos presentes no petróleo, incluindo

compostos cíclicos, acíclicos ou aromáticos, e contendo heteroátomos ( e ).

Os ácidos naftênicos estão dissolvidos (entre e .) no óleo sob

condições de reservatório e demonstram pouca atividade interfacial. (*mas são

responsáveis pela corrosão naftênica). Em geral, os petróleos mais pesados

apresentam maior acidez.

De forma geral, determina-se o teor de ácidos através da titulação com ,

obtendo-se então o índice ou número de acidez naftênica (total acid number -

TAN). Este índice pode ser indicativo de atividade corrosiva do óleo. Exemplos

de ácidos naftênicos no slide.

ARN – tetrácido C80.


Apontada como a molécula
modelo para ácido naftênico
no petróleo.
Naftenatos
• Naftenatos são sais de carboxilato orgânico que são formados através da

interação de ácidos naftênicos em óleo cru com íons metálicos como cálcio e

sódio na água produzida de relativo alto pH.

• Sais formados pela reação química (troca por metal+) entre os ácidos

naftênicos presentes no petróleo e os íons sódio e/ou cálcio presentes na água

produzida. Esta reação pode ocorrer devido ao pH básico causado pela partida

do para a fase gasosa. Estes sais tendem a acumular nos equipamentos de

superfície, e aparecem especificamente na interface água-óleo nos

separadores de baixa pressão. Podem atuar na estabilização de emulsões.

Sal de carboxilato orgânico


Mecanismo de formação dos
naftenatos
Mecanismo de formação dos naftenados
• A água é naturalmente saturada com (reservatório carbonático). O seguinte equilíbrio iônico
ocorre:

• Como o passa para a fase gás com a despressurização, esta reação é deslocada para a
esquerda aumentando o .

• As moléculas de ácidos naftênicos não ionizadas são associadas ao óleo. Contudo, a elevação
do pH da fase aquosa, promovida pelo desprendimento de para a fase gás, leva à formação
de íons de naftenatos interfaciais ativos (ocorre a dissociação dos ácidos para equilibrar a
situação). Formados esses íons podem reagir com íons da água de produção como cálcio ou
sódio para formar o correspondente sal de naftenato. O íon naftenato ( ) reage com sódio
ou cálcio (petróleo ácido + água alcalina = sal).

• Os naftenatos policarboxílicos de cálcio tem baixa solubilidade em óleo e água, acumulando na

interface O/W. Estes depósitos são bastante pegajosos.

• Naftenatos de sódio atuam na estabilização de emulsões do tipo água em óleo.

• O controle do pH é parâmetro crítico.


Problemas causados
• Problemas na produção e separação primária.

• Depósitos de neftenato de cálcio, depósitos mistos de naftenato de cálcio e carbonato de cálcio

e emulsões estabilizadas por naftenatos de sódio são as ocorrências mais comuns.

• A obstrução de equipamentos de superfície pode tornar necessária uma limpeza com parada da

produção.

• A precipitação de sais de ácidos naftênicos em sistemas de produção de petróleo é ditada pela

composição e presença dos ácidos naftênicos no petróleo, alto teor de sódio e/ou cálcio e

bicarbonatos na água produzida e o aumento do pH da água ao longo de seu escoamento.

• O problema é maior na superfície.

• O naftenato não apresenta boa solubilidade nem na água nem no óleo e tem densidade

intermediária. Dessa forma, ele fica na interface entre as duas fases (tem elevada elasticidade).

• O aumento da temperatura favorece o aparecimento do sal.


Previsão e prevenção de problemas
com naftenatos
• Os problemas de sal naftenato muitas vezes são tratados de forma reativa, e não
planejados na fase de projeto. Embora seja possível prever o pH elevado, não há
indicadores precoces confiáveis quanto a presença dos ácidos naftênicos que
causariam problemas.

• A maneira tradicional de evitar a deposição de naftenato é diminuir o pH adicionando


um ácido. A experiência de campo mostrou que baixar o pH para cerca de 6 pode
evitar a formação de depósitos de naftenato. Reduzir o pH demasiadamente não traz
benefícios adicionais e aumenta os riscos de corrosão. Usam-se: ácidos inorgânicos
(ex. ácido fosfórico), ácidos orgânicos (ex. ácido acético Hac), ácido surfactante [ex.
Dodecil benzeno ácido sulfônico (DDBSA)].

• Os inibidores do naftenato são surfactantes que atuam pelo mecanismo de


“aglomeração interfacial” para inibir a formação do sal. O surfactante é mais ativo que
o ácido naftênico, o que reduz a probabilidade da formação de sal naftenato.
Mitigação
• Os problemas de naftenatos podem ser atenuados pela redução da temperatura do processo de
separação água - óleo.

• Redução da pressão diferencial entre o primeiro e segundo vasos de separação.

• Maximização da remoção de água no separador de pressão mais alta.

• A estratégia pode ser injeção contínua de inibidor de naftenato e eventual injeção de ácido (Hac mais
usado). Porém, apesar da boa solubilidade do naftenato em ácido acético, existe a possibilidade de
problemas de corrosão no processamento e incompatibilidades diversas além de obstáculos logísticos
para manter um grande volume de ácido acético na plataforma. Serve também como remediação.

• O ácido deve somente diminuir o pH até 6 e ainda inibidores de corrosão devem ser adicionados.
Baixo pH inibe a dissociação do ácido naftênico.

• Usa-se a inspeção visual para identificação da formação de naftenato de cálcio na interface água /
óleo em amostras coletadas nos separadores eletrostáticos.

• Análises de varredura termográfica têm sido usadas para monitorar a deposição de naftenato de
cálcio. O uso desta técnica é útil para avaliar a eficácia dos tratamentos com ácidos e inibidores ao
longo do tempo.

• A solução para os naftenatos é a integração entre aspectos operacionais e adição de químicos.


Atividade interfacial dos Naftenatos
• Comportamento de fases de tolueno, água e naftenato de sódio comercial (Horvath-
Szabó et al. 2001). Podem estabilizar emulsões.

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