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N-1192

Mar 82

PINTURA DE EMBARCAÇÕES
(procedimento)

1 OBJETIVO

Esta Norma tem por objetivo fixar os sistemas de pintura a serem


utilizados na proteção anti-corrosiva das embarcações da PETROBRAS,
bem como os procedimentos a serem seguidos, para a pintura, nas fases
de construção e durante a manutenção.

2 NORMAS A CONSULTAR

2.1 Da PETROBRAS

N-5 - Limpeza de Superfícies de Aço com Solventes;


N-6 - Limpeza de Superfícies de Aço com Ferramentas Manuais;
N-7 - Limpeza de Superfícies de Aço com Ferramentas
Mecânicas;
N-9 - Limpeza de Superfícies de Aço com Jato Abrasivo;
N-13 - Aplicação de Tintas;
N-1191 - Ambientes Corrosivos;
N-1194 - Tinta de Silicato Inorgânico de Zinco de Dois
Componentes;
N-ll95 - Tinta Epoxi de Alta Espessura a Dois Componentes;
N-1198 - Tinta Epoxi para Acabamento a Dois Componentes;
N-1199 - Tinta Anti-Incrustante;
N-1201 - Pintura Interna de Tanques;
N-1204 - Inspeção Visual de Superfícies de Aço para Pintura;
N-1211 - Tinta de Fundo Epoxi Zarcão-Óxido de Ferro de Alta
Espessura Curada com Poliamida de Dois Componentes;

________________________
Propriedade da PETROBRAS Palavras-chaves: Pintura - Embarcações
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N-1228 - Tinta da Zarcão;


N-1232 - Esmalte Sintético Semibrilhante;
N-1233 - Tinta de Fundo Sintética;
N-1261 - “Wash Primer” de Cromato Básico de Zinco e
Polivinilbutiral;
N-1265 - Tinta de Alcatrão de Hulha-Epoxi de Dois Componentes
e de Alta Resistência Química;
N-1343 - Tinta de Acabamento de Borracha Clorada Não
Saponificável;
N-1375 - Pintura de Esferas e Cilindros para Armazenamento de
Gás Liquefeito de Petróleo;
N-1503 - Cores para Pintura de Embarcações;
N-1513 - Tinta de Alumínio Silicone para Alta Temperatura
(especificação);
N-l585 - “Shop Primer” Epoxi Óxido de Ferro;
N-1658 - Tinta Estirenoacrilato;
N-1794 - Primer de Borracha Clorada-Cinza de Alta Espessura
(Não Saponificável);
N-1795 - Primer de Borracha Clorada-Vermelho-Óxido, de Alta
Espessura (Não Saponificável);
N-1841 - “Shop Primer” Silicato de Zinco.

2.2 Da SIS (Sveriges Standardiseringskommission)

SIS 05 59 00-1967 - Pictorial Surface Preparation Standards for


Painting Steel Surfaces.

3 DEFINIÇÕES

3.1 Os sistemas de pintura, aqui normalizados, são estabelecidos


levando-se em conta os seguintes ambientes corrosivos, definidos na
norma N-1191.

3.1.1 Ambiente Marinho.

3.1.2 Exposição à água salgada.

3.1.3 Outros ambientes causadores de corrosão em função dos produtos


transportados.
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3.2 O limite entre os ambientes “marinho” e “exposição à água


salgada” corresponde, para as embarcações, à linha de flutuação na
condição de carregado.

3.3 Denomina-se linha de lastro, a linha determinada, durante a


construção, levando-se em consideração os calados obtidos a partir da
condição de lastro normal.

3.4 Denomina-se fundo a região abaixo da linha de lastro; ele é


subdividido em duas regiões a saber:
Fundo chato: toda superfície do fundo entre as bolinas e abaixo
das linhas obtidas a partir dos seus
prolongamentos.
Fundo vertical: toda superfície abaixo da linha de lastro e acima
do fundo chato.

3.5 Denomina-se “obras vivas” as superfícies situadas abaixo da linha


de flutuação na condição de carregado.

3.6 Denomina-se “obras mortas” as regiões acima da linha de flutuação


na condição de carregado.

3.7 Denomina-se “costado” a toda superfície externa da embarcação


acima da linha de lastro.

3.8 Faixa de linha d’água - região entre a linha de flutuação na


condição de carregado e a linha de lastro.

3.9 Corpo médio paralelo - região do navio em que a seção transversal


é constante.

4 CONDIÇÕES GERAIS

4.1 A aplicação das tintas pode ser feita por meio de trinchas,
rolos, pistolas convencionais, pistolas sem ar, de acordo com a N-13 e
recomendações do fabricante. A aplicação de tintas em cantos,
escalopes e cordões de solda deve anteceder às das demais superfícies
e deve ser feita com pincéis, brochas ou, quando possível, com pistola
sem ar.
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4.1.1 As cores das diversas superfícies, locais e regiões devem


obedecer a N-1503 - “Cores para Pintura de Embarcações”.

4.2 0 intervalo de tempo para a aplicação de uma demão de qualquer


tinta sobre outra já aplicada, deve ser o intervalo entre demãos
exigido pela tinta já aplicada.

4.3 No caso de pintura de manutenção, quando não puderem ser


utilizados os esquemas das tabelas 1 e 2, por razões de
compatibilidade entre as tintas ou entre os sistemas, utilizar o
esquema anteriormente aplicado.

4.4 As superfícies metálicas não ferrosas, como as de bronze, cobre,


latão, aço inoxidável e alumínio, não devem ser pintadas; efetuar
polimento destas regiões com materiais não abrasivos; elas podem ser
depois engraxadas ou “oleadas” quando esse recurso não for prejudicial
ao asseio do ambiente.

4.5 Não devem ser pintadas as telas de arame e as partes rosqueadas


em geral, tais como parafusos, porcas, graxeiras, pinos dos
atracadores das tampas dos tanques e das portas estanques e vigias,
assim como cabos de aço e outras peças que devem ser “refrescadas” com
escovas e conservadas com graxa ou com preparados plombaginados
especiais.

4.6 As juntas de borracha ou gaxeta das portas e vigias, escotilhas e


agulheiros estanques, também não devem ser pintados.

4.7 Ao se pintar os turcos, rodetes, piões de pau de carga e outras


peças de giro, os respectivos pinos ou copos de lubrificação devem ser
conservados livres de tinta.

4.8 Quaisquer respingos que venham porventura atingir os anodos


instalados no casco do navio, devem ser cuidadosamente removidos.

4.9 Todas as tintas usadas para marcação das chapas, seções e


perfilados devem ser compatíveis com todo o sistema de pintura. Em
particular não devem ser usados lápis à base de óleo.
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5 CONDIÇÕES ESPECÍFICAS

5.1 Navios em Construção

A pintura de navios em construção compreende 3 fases distintas, a


saber:

(a) fase anterior à fabricação;


(b) fase de construção de blocos;
(c) fase de prontificação de compartimentos, tanques e
superfícies no próprio navio.

5.1.1 Fase anterior à fabricação

5.1.1.1 Fazer rigorosa inspeção visual em todas as chapas, perfilados


e seções a pintar, de acordo com a N-1204. Anotar os pontos que
apresentarem vestígios de óleo, graxa ou gordura e o grau de corrosão
em que se encontram as superfícies (A, B, C ou D), segundo a norma SIS
05 59 00-1967.

5.1.1.2 Submeter as chapas, perfilados e seções a serem pintados a


processo de limpeza com solvente, segundo a norma N-5, apenas nas
regiões onde, durante a inspeção constatou-se vestígios de óleo, graxa
ou gordura. Aplicar jateamento abrasivo no grau Sa 2 1/2, segundo a
norma N-9, em toda a superfície a pintar, de forma a se obter um
acabamento que corresponda, no mínimo, a uma das gravuras Sa 2 1/2 da
norma SIS 05 59 00-1967. Chapas, perfilados e seções com espessura
inferior ou igual a 6 mm poderão ser tratados por decapagem química.

5.1.1.3 Aplicar uma demão de “Shop Primer” do tipo e espessura


indicados nas tabelas 1 e 2, de acordo com o local a que as chapas,
seções e perfilados se destinam.

5.1.2 Fase de construção de blocos

5.1.2.1 Uma vez prontificados os blocos, fazer rigorosa inspeção


visual em toda a superfície a pintar, segundo a N-1204. Anotar os
pontos que apresentarem vestígios de óleo, graxa ou poeira e as
regiões que se encontram corroídas, classificando-as em A, B, C ou D,
segundo a norma SIS 05 59 00-1967.
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5.1.2.2 Após a limpeza que se fizer necessária (retirada de poeira,


ou limpeza com solvente conforme N-5) as áreas corroídas, se pequenas,
deverão ser tratadas com escovas de aço ou abrasivos rotativos no
padrão St 3 da norma SIS 05 59 00-1967 e retocadas com a demão
subsequente do sistema indicado para o local a que o bloco se destina.
Se as áreas a serem tratadas forem muito extensas ou seu somatório
maior que 20% da superfície do bloco, jatear segundo a norma N-9 ao
grau Sa 2 1/2 da norma SIS 05 59 00-1967 e aplicar a demão subsequente
do sistema.

5.1.2.3 Deve ser deixada sem tratamento e pintura uma faixa de


100 mm, a partir das linhas de emenda de blocos.

5.1.2.4 Aplicar as demãos subsequentes, de acordo com os sistemas


recomendados nas tabelas 1 e 2, conforme o cronograma de obra.

5.1.3 Fase de prontificação de compartimentos, tanques e superfícies


no próprio navio

5.1.3.1 Uma vez prontificados as superfícies, tanques e


compartimentos e feitas todas as soldas, fazer rigorosa inspeção
visual, limpeza e tratamento como descrito em 5.1.2.1 e 5.1.2.2, nas
regiões corroídas e adjacentes aos cordões de soldas anteriormente
deixados sem pintura. Aplicar, nessas regiões, a demão subsequente do
sistema indicado nas tabelas 1 e 2 para o local em questão. Para as
superfícies do fundo e faixa de linha d’água o tratamento deve ser
feito no padrão Sa 2 1/2, para o qual poderá ser utilizado equipamento
de jateamento local “spot vacuum blast”.

5.1.3.2 Aplicar as demãos subsequentes de acordo com as tabelas 1 e


2, certificando-se porém que todo trabalho estrutural em ambos os
lados das anteparas, conveses e chapeamento, bem como que todas as
redes e seus acessórios estejam instalados.

5.2 Pintura em Manutenção

5.2.1 Fundo

5.2.1.1 Durante a docagem proceder lavagem do fundo com jato de


água doce de alta pressão (13,8 MPa = 2000 psi, ou acima) a fim de
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serem removidas as incrustações e vegetações marinhas, bem como as


partes de tinta solta. Após a lavagem proceder inspeção visual
determinando os pontos onde será necessária limpeza adicional que será
efetuada com auxílio de raspas e escovas.

5.2.1.2 Fazer rigorosa inspeção visual, em toda a superfície a


pintar, segundo a N-1204, anotando os pontos que apresentarem
vestígios de óleo, graxa ou gordura, o grau de corrosão em que se
encontram as partes corroídas (A, B, C ou D segundo a norma
SIS 05 59 00-1967), assim como as regiões onde a pintura estiver
danificada.

5.2.1.3 Nas regiões onde se constatou a presença de vestígios de


óleo, graxa ou gordura, efetuar a limpeza com solventes, de acordo com
a N-5. Nas áreas corroídas ou onde a pintura estiver danificada,
aplicar jateamento abrasivo no grau Sa 2 1/2, segundo a norma N-9.

5.2.1.4 Após a operação de jateamento retocar as áreas jateadas de


acordo com o sistema de pintura escolhido para o fundo e as tabelas 1
e 2, com uma demão de tinta de fundo recomendada.

5.2.1.5 Após a aplicação da 1a demão, respeitado o tempo de secagem


recomendado, e assim que todo trabalho de jateamento esteja acabado,
lavar todo o casco com água doce a fim de retirar toda poeira e demais
impurezas.

5.2.1.6 Nas áreas anteriormente retocadas com tinta de fundo aplicar


as demãos de tinta subsequentes de acordo com as tabelas 1 e 2,
respeitados os intervalos de tempo entre demãos prescritos.

5.2.1.7 Aplicar as demãos de tinta anti-incrustante de acordo com o


prescrito nas tabelas 1 e 2, respeitados os intervalos de tempo entre
demãos previstos e de alagamento do dique.

5.2.1.8 Quando da manutenção de esquemas com tinta de fundo epoxi, a


limpeza de superfície pode ser efetuada, manual ou mecanicamente (N-6
ou N-7) grau St 3 seguida da aplicação de uma demão de Wash Primer
vinílico, refazendo-se o esquema original.
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5.2.1.9 Na docagem de entrega, aplicar mais duas demãos de tinta


“anti-fouling”.

5.2.2 Costado

5.2.2.1 Adotar os mesmos procedimentos de 5.2.1.1 a 5.2.1.3.

5.2.2.2 Após a operação de jateamento, retocar as áreas jateadas com


o sistema de pintura escolhido para o costado e as tabelas 1 e 2, com
uma demão da tinta de fundo recomendada.

5.2.2.3 Após a aplicação da 1a demão, seguir o prescrito em 5.2.1.5.

5.2.2.4 Aplicar as demãos subsequentes do sistema, conforme as


tabelas 1 e 2.

5.2.3 Demais regiões do navio

5.2.3.1 Proceder rigorosa inspeção visual nas regiões a pintar


segundo a N-1204, anotando os pontos que apresentarem vestígios de
óleo, graxa ou gordura, o grau de corrosão em que se encontram as
partes corroídas (A, B, C ou D, segundo a norma SIS 05 59 00-1967),
assim como as regiões onde a pintura estiver danificada.

5.2.3.2 Utilizar os tratamentos e tintas indicados nas tabelas 1 e 2


para a região a ser tratada, desde que compatíveis com o sistema
existente ou repetir o esquema anteriormente aplicado.

5.2.3.3 Seguir as recomendações do Capítulo 4.

5.3 Esquemas de Pintura

5.3.1 Os esquemas de pintura a utilizar são os descritos nas tabelas


1 e 2.

5.4 Pintura Interna de Tanques de Carga e de Esferas e Cilindros para


Armazenamento de Gás Liquefeito de Petróleo

Para estes casos consultar, respectivamente, as normas N-1201 e


N-1375.
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6 ANEXO

Esta Norma possui um anexo, totalizando 2 folhas , constituído das


tabelas:

Tabela 1 - Tintas e Espessuras Utilizadas;


Tabela 2 - Esquemas de Pintura.

CONTEC - Subcomissão de Pintura.

Toda norma é dinâmica, estando sujeita a revisões. Comentários e


sugestões para seu aprimoramento devem ser encaminhados à Comissão de
Normas Técnicas da PETROBRAS - CONTEC - RJ.
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ANEXO

Tabela l

Tintas e Espessuras Utilizadas

Espessuras
Tintas Normas por demão
µm
“Shop Primer” Epoxi Óxido de Ferro N-1585 15 - 25
"Shop Primer" Silicato de Zinco N-1841 15 - 25
Tinta Primária de Borracha Clorada-Vermelho
Óxido de Ferro de Alta Espessura, Não
Saponificável N-1795 75 - 85
Tinta Primária de Borracha Clorada-Cinza de
Alta Espessura, Não Saponificável N-1794 75 - 85
Tinta de Acabamento Borracha Clorada
Não Saponificável N-1343 25 - 35
Tinta Anti-Incrustante (Borracha Clorada)
(Tipo I) N-1199(I) 50 - 75
Tinta Anti-Incrustante (Vinílica)
(Tipo II) N-1199(II) 50 - 75
Tinta de Zarcão (Tipo III) N-1228(III) 30 - 40
Tinta de Estirenoacrilato N-1658 25 - 35
Esmalte Sintético Semibrilhante N-1232 30
Tinta de Fundo Sintética N-1233 25 - 35
Tinta de Alcatrão de Hulha Epoxi de Alta
Resistência Química (2 componentes) N-1265 125 - 175
Tinta de Silicato Inorgânico de Zinco de 2
Componentes N-1194 50 - 75
Tinta Alumínio Silicone N-1513 20 - 30
Tinta de Fundo Epoxi Zarcão Óxido de Ferro
de Alta Espessura, Curada com Poliamida N-1211 120 - 150
“Wash Primer” de Cromato Básico de Zinco e
Polivinilbutiral N-1261 15 - 25
Tinta Epoxi de Alta Espessura Tipo II (para
tanques de Água Doce) N-1195(II) 120 - 150(*)
Tinta Epoxi para Acabamento N-1198 30 - 40

(*) Lavar com água doce após a cura.

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