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CORROSÃO DE ESTACAS DE AÇO CRAVADAS NO SOLO

Fabio Domingos Pannoni, M.Sc., Ph.D.1

INTRODUçAo
Estacas de aço são muito utilizadas em fundações e contenções, especialmente quando,
em solos resistentes, se deseja atingir grandes profundidades com elevadas solicitações de
carga. Elas possuem numerosas vantagens, tais como: (a)-não provocam o levantamento
de estacas vizinhas, mesmo em áreas com grande densidade de estacas, (b)-não possuem
o risco de quebra, (c)-permitem uma cravação fácil, provida de baixa vibração, (d)-trabalham
bem à flexão, e (e)-não tem maiores problemas quanto à manipulação, transporte, emendas
ou cortes.
Elas são constituídas, de modo geral, por peças de aço laminado (ou soldado) tais como
perfis de seção I e H, chapas dobradas de seção circular (tubos), quadrada e retangular,
além de outras possibilidades.

As estacas de aço disoensam tratamento anticofTOsivo na maior oarte das situacões


encontradas no dia-a-dia; é um fato bem estabelecido que a velocidade de corrosão de
metais enterrados em solos secos é, de modo geral, negligível2. Entretanto, o crescimento
do nível de umidade do solo faz com que a velocidade de corrosão seja controlado pela
resistividade elétrica, acidez (pH), teor de oxigênio, concentração de íons agressivos e
atividade biológica no solo.

Em situações onde o solo possa favorecer o ataque (tipicamente são solos de baixa
resistividade elétrica e baixo pH), a proteção toma-se obrigatória. Esta proteção é feita na
forma da utilização de uma espessura adicional de material, galvanização da estaca,
utilização de pintura (tipicamente epoxídica), proteção catódica ou mesmo "encamisamento"
em concreto.

Este artigoforneceuma visão geral dos principaisfatoresintervenientes


no processode
corrosãode estacasde aço carbonocravadasno solo.

1Engenheirode AssistênciaTécnicada Gerênciade Desenvolvimentode PerfisEstruturaisda Aço Minas Gerais


S.A. - AÇOMINAS.
2K.R. Tretheweye J. Chamberlain."Corrosion for StudentsofScienceand Engineering". LongmanScientific&
Technical,Harlow (UK), p. 238 (1988).
COMO SE DA A CORROSÃO DO AÇO CARBONO NO SOLO

A corrosãodo aço carbono no solo acontecede modo semelhanteao que acontecequando


o metal é imerso em eletr61itos aquosos, isto é, tem caráter fundamentalmente
eletroquímico3.

o quadro que descreve este processo


incorpora três constituintes essenciais: o
anodo (é o local onde o metal é corroído), o
solo úmido (é o meio que pode ou não ser
corrosivo) e o catodo (parte da mesma
superfície metálica, ou outro metal em contato
com ela) que constitui o outro eletrodo da
cela, e não é consumido no processo de
corrosão. O processo de corrosão da estaca
de aço cravada consiste, desse modo, de
elétrons fluindo dentro do metal e íons fluindo
no eletrólito contido no solo.

As células de corrosão podem ser originadas por um ou combinações de vários dos


seguintes fatores:

a Heterogeneidade do solo (diferença do grau de aeração, de compactação, de


composição, de umidade, da acidez, da concentração de sais solúveis, da presença
de microorganismos, etc.);

ti Heterogeneidade do material (presença de carepas e inclusões superficiais, tensões


residuais, etc.);

CJ Contato elétrico entre metais dissimilares, propiciando a corrosão galvânica

a Presença de correntes de interferência no solo, gerada por fontes externas


(correntes de fuga).

o efeito da composição química sobre a velocidade de corrosão de aços carbono


enterrados é muito modesto.. Alguns dados mostram um pequeno benefício para aços
carbono contendo 1% de Cobre e 2,5% de Níquel sobre os aços tradicionais,entretanto,o
acréscimono desempenhonão justifica os custos adicionais5.

3 J.A.VOUFraunbofer."ConciseCorrosiooScience",Portcullis PressLtd., Loodon, p.68 (1974).


4 J.R. Davis (editor). "ASM Handbook,voto13 - Corrosioo".ASM Internatiooal,p. 512(1997).
SK.H. Logan. "Corrosioo by Soils", io "Tbe CorrosiooHandbook",H.H. Uhlig, Jobo Wiley & sOns, p.446
(1948).
FATORES QUE CONTROLAM A VELOCIDADE DO ATAQUE CORROSIVO

1. TIPO DE SOLO

Os solos tem sua origem na desagregação de rochas, através de processos de


intemperismo. Sua composição física e mineralógica resulta da origem, decomposição e
deposição das rochas constituintes, da vida vegetal e animal existente e da topografia do
solo.

Os solos podem ser classificados6 em função do tamanho das particulas de seus


constituintes inorgânicos como ~ (particulas cujo tamanho varia entre 0,075 mm e 2
mm), ~ (particulas cujo tamanho varia entre 0,002 mm e 0,075 mm) e .@fgll.@
(particulas de
tamanho menor que 0,002 mm). Um solo pode ser composto por um ou mais destes
constituintes, sendo que a proporção da mistura determinará várias de suas propriedades.
Solos compostos de particulas maiores permitem o acesso da água e oxigênio,
conseqüentemente, o mecanismo de corrosão do aço será em tudo semelhante à corrosão
dos metais imersos em meios aquosos (corrosão eletroquimica). Solos contendo
constituintes mais finos são menos permeáveis ao oxigênio, e podem reter, como regra,
mais água.

De modo geral, a velocidade de corrosão do aço é menor em solos bem aerados do que em
solos pouco aerados. Um solo homogêneo, de mesma constituição e distribuição
granulométrica, apresenta diferenças de concentração de oxigênio com a profundidade, que
pode levar ao aparecimento de pilhas de aeraçâo diferencial. A passagem da estaca por
solos distintos também pode propiciar a formação de tais células, assim como a criação de
solos com diferentes níveis de compactação, criados pelo remanejamento mecânico. A
Figura 2 ilustra esse conceito.

Alguns solos são naturalmente mais corrosivos do que outros. Os solos que merecem maior
atenção são aqueles que produzem substâncias solúveis em água que possuam
características alcalinas, tais como os elementos químicos Sádio, Potássio, Cálcio e
Magnésio, e os que possuem constituintes formadores de ácidos, tais como os carbonatos,
bicarbonatos, ctoretos , nitratos e sulfatos. Solos potencialmente mais corrosivos, em
contraste com solos arenosos, são aqueles classificados como silte e argila, solos ricos em
materiaisorgânicose solos pouco aerados.

6 W. Hachich et ai. (editores)."Fundações- Teoria e Prática- 2&edição".Editora Pini, SãoPaulo,p. 52 (1998).


Figura 2. Corrosaopor aeraçaodiferencialde uma estacacravada no solo. (a) Experimentolaboratorialpara o
desenvolvimentode uma pilha de aeraçaodiferencial.A célula consistede um frasco separadoao meio por uma
placa de ceramicaporosa (barreiraque dificulta a difusao do oxig6niodo ar). Ambos os lados sao preenchidos
com o mesmoeletrólito(por exemplo,soluçaodilulda de NaCI).Introduz-seem ambasas camarasespécimesdo
mesmo aço carbono.A medida da corrente,feita atrav6s da introduçaode um miliamperimetrono circuito nao
mostra a passagemde nenhumacorrente- ambos os esp6cimesmetálicosestao corroendono eletrólitocom a
mesma velocidade.Atrav6s do borbulhamentode ar (ou oxig6nio) em uma das camaras pode.-senotar a
passagemde correnteel6trica.O esp6cimeintroduzidona camaraaeradase comportacomo catodo(nao corrói),
enquantoque o esp6cimeimerso na camara desaeradatorna-seanodo,e se corrói. (b) Uma estacacravadaem
um solo homog6neo(ou heterog6neo)podeapresentaráreasanódicase catódicasseparadas.A porçaosuperior
da estacaestá em contatocom um solo mais oxigenadodo que a porçaoinferior,assim sendo,a porçaosuperior
se torna preferivelmenteum catodo(e nao sofre ataque),enquantoque a porçaoinferiortoma-sepreferivelmente
um anodo(e pode sofrer corrodo, em funçao das caracterlsticasdo solo).

2. ACIDEZ DO SOLO (pH)

A acidez do solo, ou pH7, tem grande influência em sua corrosividade. Solos extremamente
ácidos (pH S 4) causam corrosão severa na maioria dos metais enterrados. A corrosão
acontece, neste caso, na ausência do oxigênio, pois o hidrogênio gasoso pode ser liberado
por difusAo diretamente no so108. Neste caso específico, a resistividade do solo nAo é

7Acidez é definida em termosda concentraçãohidrogeniônicado solo ( pH = -log[H1 )


aEm solosfracamenteácidos,neutrosou alcalinosaeradosa principal reaçãocatódicaenvolvidano processode
corrosãodo açoé a reduçãodo oxigênio. Entretanto,em solosácidos,não aeradostemoscomoprincipal reação
catódicaa redu~ãodo hidrogênio (veja Figura 3).
importante9,pois a região catódica , onde o hidrogênio é formado, estará próximo à área
anódica onde acontece o ataque corrosivo.

Em solos insuficientemente ácidos para liberar o hidrogênio (solos fracamente ácidos,


neutros e alcalinos), e onde não se espera corrosão microbiológica, a resistividade do solo
se toma uma variável importante, pois a corrente iônica tem que fluir a grandes distâncias
das áreas catódicas (onde existe um suprimento de oxigênio) até as regiões anódicas.

Solos muito ácidos não


são, todavia, comuns. O
solos costumeiramente
apresentam pH's
variando entre 5 e 8. O
pH do solo depende da
composição da rocha de
origem, das condições
climáticas durante sua
formação, da presença
de material orgânico e
da poluição causada
pela atividade humana.

A Figura 3 mostra,
esquematicamente, as
características básicas
do solo intervenientes
no processo de
corrosão de estacas de
aço.

Figura 3. Caracterlsticasbásicas pertinentesao processode corrosao do aço carbono no solo. As primeiras


camadas de solo contém oxigAnio cuja concentraçao decresce com a profundidade. A corrosao do aço enterrado
acontece através do mecanismo e/etroqulmico, isto é, reações anódica e catódica acontecendo em locais
distintos do mesmo metal.

9 V.R Evans."Tbe Corrosionand Oxidation ofMetals: Scientific Principiesand PracticalApplication", Edward


Arnold Ltd., London, p. 271 (1967).
DISPONIBILIDADE DE OXIGÊNIO

Em adição à existência de água. o oxigênio também deve estar presente para que o
processo de corrosão possa acontecer. Conforme ilustrado na Figura 2, uma das reações
catódicas de grande importância no processo de corrosão dos metais no solo é a de
redução do oxigênio dissolvido na água, gerando hidroxilas. Assim, a aeração do solo, ou
seja, a capacidade de penetração do ar atmosférico no solo, é fator de grande importância
no processo.

No entanto, na maioria dos casos de corrosão Delo solo (na condição em que a redução do
oxigênio é a reação catódica predominante), os produtos de corrosão formados são
insolúveis e criam uma barreira protetora, uma "atmosfera" junto ao metal, ou seja, o metal
sofre algum tipo de passivação 1°. A presença de oxigênio toma-se, assim, necessária para a
formaçãodesta barreira.

A intensidade da velocidade de corrosão é um indicativo do grau de deterioração da


estrutura enterrada. No entanto, deve-se levar em consideração o valor da velocidade em
função do tempo, ou seja, a continuidade do processo corrosivo deve ser verificada. Se a
velocidade de corrosão, com o decorrer do tempo, se mantiver constante e for elevada,
certamente as estruturas metálicas sofrerão deterioração de modo acelerado. Se,
entretanto, diminuir com o decorrer do tempo, o desempenho do aço pode ser muito bom,
mesmo que, no início da cravação, as velocidades sejam elevadas. A continuidade do
processo corrosivo é função da natureza dos produtos de corrosão que se formam. Se estes
forem solúveis e facilmente removidos da interface metal/solo, a corrosão terá continuidade.
Se, no entanto, os produtos de corrosão forem insolúveis e capazes de se aderirem à
superfície metálica, formando uma barreira protetora, a velocidade de corrosão poderá
diminuir a níveis desprezíveis.

A grandes profundidades (maiores do que 10m), a velocidade de corrosão deixa de ser


controlada preferencialmente pela resistividade do solo, e passa a ser determinada pela
disponibilidade de oxigênio dissolvido nas águas subterrâneas, isto é, a difusão limita a
velocidade de corrosão.

10 W. Hachich et aI. (editores)."Fundações- Teoria e Prática- 28edição".Editora Pini, SãoPaulo,p. 376


(1998).
RESISTIVIDADE ELÉTRICA DO SOLO

Assim como a acidez, a resistividade elétrica tem grande influência na corrosividade dos
solos. Quanto maior a resistividade, menor a corrosão das estruturas enterradas. A
resistividade do solo está diretamente relacionada com a quantidade e qualidade dos sais
dissolvidos, temperatura, teor de umidade, compactação e da presença de materiais inertes.

Como regra geral, quanto maior a quantidade de


sais solúveis, menor será a resistividade, e,
portanto, maior será a corrosividade do solo.

Dentre os métodos de medição, um dos mais


utilizados é o dos quatro pinos, também conhecido
como método de Wenner11. Este método consiste
em cravar no solo quatro eletrodos de cobre com o
mesmo espaçamento. Através dos pinos externos,
aplica-se uma corrente e mede-se a queda de
tensão através dos pinos internos. A resistividade do
solo é, então, calculada através de uma simples
equação matemática:

(1): PG= 2m AY

onde Pa é a resistividade do solo, a é a distância


entre os eletrodos, ~ V é a diferença de potencial e i é a corrente elétrica.

A Tabela 1 fornece uma relação comumente empregada entre a resistividade do solo e a


corrosividade, em relação ao aço carbono12. Deve ser observado que valores de
resistividade, por si só, não permitem avaliar corretamente a corrosividade de um solo.
Variáveis tais como pH, distribuição granulométrica, tipo de solo, atividade microbiológica,
etc., devem ser sempre levadas em consideração.

A Tabela 2 traz a relaçãoentre a resistividadeelétricae a corrosividadede solos superficiais


da Dinamarca, para pH < 613. Pode ser observada certa correlação entre os valores
descritos na Tabela 1 e na Tabela 2 no que diz respeito à resistividadee corrosividadedo
solo.

11 ASTM G57-951(2001) "StandardTestMethod for Field MeasurementofSoil Resistivity Using the Wenner
Four-Electrode Method".
12Z. Panossian. "Manual- Corrosão e Proteção Contra Corrosão em Equipamentos e Estruturas Metálicas, voto
ll". Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A. - I.P.T., p. 364(1993).
13 G. Wranglén."An Introduction to Corrosionand ProtectionofMetals".lnstitut for Metallskydd,Stockholm,p.
128(1972).
Tabela 1. Relaçao entre a resístividade elétrica e a corrosividade dos 8010s13,

Resistividade (ohm.cm) Corrosividade

Menor do que 1.000 Muito alta

De 1.000 a 4.000 Alta

De 4.000 a 10.000 Baixa

Maior do que 10.000 Muito baixa

Tabela2. Relaçaoentre a resistividadeelétrica e a corrosividadede solos superficiaisda Dinamarca,com pH<614.


PREVISAo DE DESEMPENHO

Como indicado anteriormente, existe certo número de variáveis que podem influenciar a
corrosão de estacas de aço enterradas, e o efeito da composição química do aço carbono
sobre a corrosão pelo solo é pequeno. O National Bureau of Standards (agora National
Institute for Standards and Technology - NIST) conduziu um extenso trabalho de campo
tratando de estruturas enterradas14. Este estudo, juntamente com experimentação de campo
adicional15, serviu como referência para o desenvolvimento da Figura 516, pela Atlas
Systems Inco Esta figura permite, através do uso de informações tais como tipo de solo, pH
e resistividade, avaliar, de modo oreliminar, a necessidade ou não de proteção anticorrosiva.

Figura5. Técnica para avaliaçãopreliminardo potencialde corrosaopara estruturasde aço enterradasno solo,
adaptado 18,

14 M. Romanoff."UndergroundCorrosion". National AssociationofCorrosion Engineers(republicadode


National BureauofStandards Circular 759), Houston, 1989.
15 Proceedings:
Eigbth International Ash Utilization Symposium,vol. 2. American Coal Ash Association,
Washington,October,1987.
16TechnicalGuide- Atlas SystemsIoc, edition 1.4,Part C.l (2000).
A experiência brasileira indica que a corrosão
severa de estacas metálicas cravadas no
solo é um fato incomum. A Fotografia 1
mostra uma das estacas que serviu de
fundação, por mais de 20 anos, da ponte da
Rua Wandenkolk, sobre o Rio Tamanduateí
(São Paulo). removidas quando da
retificação e alargamento do ri017. A seta
indica o ponto de separação entre o trecho
enterrado e o imerso no concreto do
encontro da ponte, tudo em perfeito estado
de conservação.

A NBR 6122 exige18, a favor da segurança


que, da estaca enterrada, se desconte uma
espessura de 1,5 mm por toda a superfície
mergulhada no solo, resultando em uma área
útil menor do que a área real do perfil. Deste
modo, esta espessura adicional do metal
propiciará, na grande maior parte dos casos,
a "atmosfera" de produtos de corrosão Fotografia1: Estacametálicaretiradaàs margens
do Rio Tamanduatef(SAoPaulo)após mais de 20
envolvendo a estaca que a protegerá do anos de serviço17.Pode-seobservarque estaca
está em prefeitoestadode conservaçao.
ataque posterior.

TÉCNICAS USUAIS DE CONTROLE DA CORROSÃO EM ESTACAS

Várias são as alternativas existentes para a proteção de estacas que deverão ser enterradas
em solos considerados agressivos.

Estacas destinadas a solos cuja corrosividade é considerada entre leve a severa podem ser
protegidas de modo eficiente pela galvanização aquente 19 ou através da pintura epoxi
alcatrão de hulha2O, Diversos dados disponíveis indicam que os revestimentos epoxídicos

17 W. Hachich et ai. (editores)."Fundações- Teoria e Prática- 2&edição".Editora Pini, SãoPaulo,p. 377


(1998).
18 NBR 6122 (1996) "Projeto e Execuçãode Fundações".AssociaçãoBrasileira de NormasTécnicas- ABNT.
19Technical Guide - Atlas SystemsInc, edition 1.4, Part C.I (2000).
20Utilizar preparo de superficie Sa 2 1/2 ou melhor, e duas demãos, com espessuratotal seca de 350-400J.ln1
(p.ex. SHER- T AR 200 BR ou SUMASTIC 266 da Sherwin- Williams do Brasil- Divisão Sumaré ou similar).
ampliam a vidade estacascravadasem ambientesagressivos
por5 a 15anos,dependendo
da espessurado revestimentoe das caracteristicasdo so1021.

Os resultados obtidos pelo NBS mostram que a galvanização a quente é um modo efetivo
de se proteger o aço no solo. Um recobrimento de Zinco de 0,127 mm (5 mil) de espessura
propicia proteção ao aço superior a 10 anos para solos inorgânicos oxidantes e redutores, e
de 5 anos para solos orgânicos altamente redutores. Foi observado, entretanto, que, uma
vez que a camada de zinco tenha sido destruida, a velocidade de corrosão do aço é ~
muito reduzida. Este fato é ocasionado pela "atmosfera" de produtos de corrosão
desenvolvida ao redor da estaca, já descrita anteriormente.

As velocidades de corrosão observadas para o zinco foram diferentes (menores) daquelas


obtidas sobre o aço carbono. Para revestimentos galvanizados de 0,127 mm de espessura
(5 mil), a seguinte equação pode ser utilizada para a estimativa da perda de massa metálica
de zinco22:

(2): PM R
= 0,25-0,121og-
150
onde PM é a perda de massa metálica, em oz/tt2 por ano (1 oz/tt2 equivalente a 0,030515
g/cm2)e R é a resistividade do solo, em ohm.cm.

Para revestimentos de zinco de 0,0762 mm de espessura (3 mil), a velocidade da perda do


zinco é cerca de 2 a 3x aquela determinada pela equação acima.

EXEMPLO DE ANALISE PRELIMINAR DA VIDA DE UMA ESTACA (CORROSAO)

Tipo de solo: silte orgânico (barro siltoso).

pH do solo: 5.

Resistividade do solo: 5.000 ohm.cm.

A observaçãoda Figura 5 indica que a estaca


estará sujeita a um ambiente moderadamente
severo em termos de corrosão. A estaca
Doderá ou não ser protegida (p.ex..
galvanizaçãoou tinta epoxídica).

21 M. Romanoff."UndergroundCorrosion". National AssociationofCorrosion Engineers(republicadode


National BureauofStandardsCircular 759), Houston, 1989."Corrosion Testsand Standards- Application and
Interpretation", ASTM Manual Series:MNL 20,1995.
22 M. Romanoff."UndergroundCorrosion". National AssociationofCorrosion Engineers(republicadode
NationalBureauofStandardsCircular759),Houston,1989.
Estimativa da vida do revestimento galvanizado:

A utilização da equação (1) resulta em uma perda de massa de zinco, por ano, devida à
corrosão de:

PM = 0,25 - 0,12 log(1000/150) = 0,25 - 0,12 (0,824)

PM = O,15 o~ = 0,0045 g/cm2 por ano de zinco = 45 g/m2 por ano de zinco.

Para uma camada de revestimento de zinco de 610 g/m2 (100 ~m de espessura), a vida útil
da galvanização, estimada, será de 610/45 = 13,5 anos.

Estimativa da vida do aço:

A Figura 5 indica, para o meio


em questão, uma perda de
massa devida à corrosão da
ordem de 0,10 a 0,20 g/cm2 para
um período de 10 anos.
Utilizando-se o valor
intermediário de 0,15 g/cm2 para
um período de 10 anos,
teremos, então, 0,015 g/cm2 por
ano de perda metálica.

A perda de espessura de 1,5


mm por toda a superfície em
contato com o solo (conforme
prescrito na NBR 6122)
pressupõe a perda de massa (conservadora) de aço de 1,17 g/cm2(densidade do aço =
7,85 g/cm1. Então, a vida estimada adicional da estaca será de:

Vida aproximada da estaca de aço = 1,17 g/crn210,031 g/cm2/ano= 72 anos

É Importante ressaltar que a estaca, cravada em um solo com as propriedades


descritas acima, levará cerca de 72 anos para perder a ~~dicio~ de 1,5
mm considerada na NBR 6122. Isso significa dizer que, após 72 anos de vlda23,a
estaca ainda estará suportando a carga máxima permissível originalmente
concebida.

23 Caso a estaca seja galvanizada (IOOmm de Zinco), a estaca estará suportando a carga máxima permissível
originalmenteconcebidapor (72 + 13), aproximadamente85 anos.

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