Diastase Abdominal, Capacidade Funcional, Estabilidade Pelvica e Dor Lombar em Gestantes (215216)

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UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO

FERNANDA MASSARI LANDGRAF

DIÁSTASE ABDOMINAL, CAPACIDADE FUNCIONAL,


ESTABILIDADE PÉLVICA E DOR LOMBAR EM GESTANTES.

Bauru/SP
2017
FERNANDA MASSARI LANDGRAF

DIÁSTASE ABDOMINAL, CAPACIDADE FUNCIONAL,


ESTABILIDADE PÉLVICA E DOR LOMBAR EM GESTANTES

Dissertação apresentada à Pós Reitoria


de Pesquisa e Pós Graduação da
Universidade do Sagrado Coração, como
parte dos requisitos para obtenção do
título de Mestre em Fisioterapia: Área de
concentração “Saúde Funcional”, sob
orientação da Profa. Dra Marta Helena
Souza De Conti.

Bauru/SP
2017
Landgraf, Fernanda Massari
L256d
Diástase abdominal, capacidade funcional, estabilidade
pélvica e dor lombar em gestantes / Fernanda Massari Landgraf. --
2017.
50f. :il.

Orientadora: Profa. Dra. Marta Helena Souza De Conti.

Dissertação (Mestrado em Fisioterapia) - Universidade do


Sagrado Coração - Bauru - SP

1. Gestantes. 2. Dor lombar. 3. Musculatura abdominal. 4.


Estabilidade pélvica. I. De Conti, Marta Helena Souza. II. Título.
FERNANDA MASSARI LANDGRAF

DIÁSTASE ABDOMINAL, CAPACIDADE FUNCIONAL,


ESTABILIDADE PÉLVICA E DOR LOMBAR EM GESTANTES

Dissertação apresentada a Pró-reitoria de


Pesquisa e Pós-Graduação da
Universidade do Sagrado Coração, como
parte dos requisitos para obtenção do
título de Mestre em Fisioterapia: Área de
concentração “Saúde Funcional”, sob
orientação da Profa. Dra Marta Helena
Souza De Conti.

Banca examinadora:

____________________________
Prof. Dra. Marta Helena Souza De Conti
Universidade do Sagrado Coração

____________________________
Profa. Dra Gabriela Marini Prata
Universidade do Sagrado Coração

____________________________
Profa. Dra Fernanda Pículo
Faculdade Integradas de Bauru

Bauru, 14 de novembro de 2017.


DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho ao meu pai


Antonio Galvão Massari (in memoria)
e a minha mãe Antônia de Sá
Massari.
AGRADECIMENTOS

Agradeço Deus pelo discernimento e pela fé, durante todo caminho


percorrido.
A minha orientadora Professora Marta pela paciência em todos os momentos
difíceis, pelo companheirismo e pela amizade, pelo seu aconchego materno
especial que nos oferece.
Ao meu marido Elder, por seu amor e companheirismo. As minhas filhas
Maria Luísa e Maria Julia, por me proporcionarem uma alegria diária e me conduzir
pelo caminho da maternidade.
Ao meu pai que mesmo não estando mais entre nós, se faz presente em
todos os momentos difíceis, através do seu amor incondicional ao qual tive o
privilegio de conhecer.
As minhas amigas Isabela, Rejane e Gislaine que se fizeram presentes na
vida das minhas filhas na minha ausência.
As minhas alunas que participaram da coleta de dados, estabelecendo um
vinculo de amizade e parceria. Ao fotografo Alessandro que disponibilizou tempo e
paciência para contribuir com o nosso trabalho.
E as gestantes que partilharam conosco um breve momento da sua
maternidade.
RESUMO

Introdução: À medida que a gravidez avança a influência da relaxina e as pressões


exercidas pelo feto em crescimento criam novas relações entre os conteúdos
torácicos e abdominais, alongando a parede abdominal. No auge dessa situação a
relaxina pode exercer influência adicional sobre a linha Alba, ocasionando diástase
abdominal. Destacam-se as inúmeras adaptações musculoesqueléticas e possível
ativação constante da cadeia posterior do tronco para compensar a instabilidade,
acarretando fadiga muscular e dor lombar nas gestantes. Objetivo: Verificar a
relação entre a diástase abdominal, capacidade funcional, estabilidade pélvica e dor
lombar em primigestas. Método: Estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética
em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade do Sagrado Coração (nº
1.586.483), com primigestas saudáveis cadastradas nas Estratégias da Saúde da
Família de Assis/SP, no período de agosto de 2016 à de janeiro de 2017. As
gestantes foram convidadas a participarem da pesquisa. Utilizaram-se os seguintes
instrumentos: caracterização das gestantes (questionário sociodemográfico),
mensuração da diástase abdominal (paquímetro digital), dados antropométricos
(peso, altura, circunferência abdominal), relatos de dor (EVA), capacidade funcional
(Questionários Oswestry e Roland Morris) e estabilidade pélvica (Biofotogametria).
Os dados foram submetidos à análise estatística descritiva (média, desvio padrão,
valores máximos e mínimos), assim como frequências absoluta e relativa. As
associações entre a diástase abdominal, capacidade funcional, estabilidade
lombopélvica e dor lombar foram realizados por meio do teste de correlação de
Pearson. Resultados: Presença de 100% de diástase na região supraumbilical, 98%
na região infraumbilical, 84% das participantes apresentou dor na região lombar,
54,9% de intensidade moderada (EVA), 31,4% mostraram incapacidades moderada
a intensa (Questionário de incapacidades de Oswestry), e 80,4% não a consideram
incapacitantes quando avaliadas pelo Questionário Rolland Morris. Observou-se
correlação moderada (r=0.50) entre DMRA infraumbilical e capacidade funcional,
correlação baixa (r= 0.43) entre o ângulo de lordose cervical e diástase abdominal, e
discreta correlação entre diástase abdominal e escala visual analógica, com r=0.41
na região infraumbilical e diástase abdominal. Conclusão: Os resultados deste
estudo permitem inferir maior ocorrência de diástase abdominal na região
supraumbilical e na infraumbilical, e a relação entre diástase infraumbilical e os
relatos de dor lombar. Embora pequena, porém positiva existe uma correlação entre
diástase abdominal e capacidade funcional.

Palavras-Chave: Gestantes, Dor lombar, Musculatura abdominal, Estabilidade


pélvica.
ABSTRACT

Introduction: As pregnancy advances the influence of relaxin and the pressures


exerted by the growing fetus create new relationships between the thoracic and
abdominal contents, stretching the abdominal wall. At the height of this situation
relaxin may exert additional influence on the Alba line, causing abdominal diastasis.
There are innumerable musculoskeletal adaptations and possible constant activation
of the posterior trunk chain to compensate for instability, leading to muscle fatigue
and low back pain in pregnant women. Objective: To verify the relationship between
abdominal diastasis, functional capacity, pelvic stability and low back pain in
primigravidae. Method: A cross-sectional study, approved by the Ethics Committee in
Research with Human Beings of the University of the Sacred Heart (nº 1,586,483),
with healthy primigrates enrolled in the Family Health Strategies of Assis / SP, in the
period of August, 2016 to the one of January of 2017. The pregnant women were
invited to participate of the research and after the accepted one, they signed the free
and informed consent term. The following instruments were used: characterization of
the pregnant women (sociodemographic questionnaire), measurement of abdominal
diastasis (digital pachymeter), anthropometric data (weight, height, waist
circumference), reports of pain (VAS), functional capacity (Oswestry and Roland
Morris Questionnaires) and pelvic stability (Biophotogrammetry). Data were submitted
to descriptive statistical analysis (mean, standard deviation, maximum and minimum
values), as well as absolute and relative frequencies. The associations between
abdominal diastasis, functional capacity, lumbopelvic stability and low back pain were
performed using the Pearson correlation test. Results: Presence of 100% diastasis in
the supraumbilical region, 98% in the infraumbilical region, 84% of the participants
presented pain in the low back, 54.9% of moderate intensity (VAS), 31.4% had
moderate to severe disability (Questionnaire of Oswestry disabilities), and 80.4% do
not consider it disabling when assessed by the Rolland Morris Questionnaire. It was
noted moderate correlation (r = 0.50) between infraumbilical DMRA and functional
capacity, low correlation (r = 0.43) between the angle of cervical lordosis and
abdominal diastasis, and a discrete correlation between abdominal diastasis and
visual analogue scale, with r = 0.41 in the infraumbilical region and abdominal
diastasis. Conclusion: The results of this study allow us to infer a higher occurrence
of abdominal diastasis in the supraumbilical and infraumbilical regions, and the
relationship between infraumbilical diastasis and reports of low back pain. Although
small but positive, there is a correlation between abdominal diastasis and functional
capacity.

Keywords: Pregnant women, Low back pain, Abdominal muscles, Pelvic stabilization.
LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Distribuição das gestantes em relação ás variáveis sóciodemograficas


(raça, estado civil, escolaridade, renda e numero de pessoas que residem no
domicílio) (n=51)........................................................................................................ 21
Tabela 2 - Distribuição das gestantes quanto aos antecedentes obstétricos,
cirúrgicos e ginecológicos (n=51). ............................................................................. 22
Tabela 3 - Distribuição das gestantes segundo a Diástase abdominal (nível da
cicatriz umbilical, supraumbilical e infraumbilical) (n=51). ......................................... 23
Tabela 4 - Distribuição das gestantes quanto ao relato de dor lombar (frequência da
dor/ duração da dor/ escala visual analógica - EVA) ( n= 43). .................................. 24
Tabela 5 - Distribuição das 43 gestantes em relação á incapacidade apontada pelo
questionário de Incapacidades de Oswetry. ..............................................................24
Tabela 6 - Distribuição das 43 gestantes em relação á incapacidade apontada pelo
Questionário de Incapacidades Rolland Morris .........................................................25
Tabela 7 - Médias e desvios padrão da avaliação postural das 51 gestantes por meio
da Biofotogametria .................................................................................................... 25
Tabela 8 - Correlação entre as medidas de DMRA das primigestas nas regiões
supraumbilical, umbilical e infraumbilical (n = 51). ....................................................26
Tabela 9 - Correlação entre DMRA e a Capacidade Funcional (QRM - Questionário
Roland Morris e QIO - Questionário de Incapacidades de Oswetry) (n=43). ............ 26
Tabela 10 - Correlação entre DMRA (supraumbilical, umbilical, infraumbilical) e
Ângulos da Lordose cervical (LC), cifose torácica (CT), lordose lombar (LL), báscula
pélvica (BP), flexo de joelho (FJ), .............................................................................. 27
Tabela 11 - Correlação entre a DMRA e a capacidade da dor avaliada pela EVA
(N=43). ......................................................................................................................28
Tabela 12 - Correlação entre a intensidade da dor (EVA) e a estabilidade pélvica
analisada por meio da Biofotogametria nos ângulos da lordose cervical (LC), cifose
torácica (CT), lordose lombar (LL), báscula pélvica ( BP), flexo de joelho (FJ) (n=43).
.................................................................................................................................. 28
Tabela 13 - Correlação entre a variável intensidade da dor (EVA) e a característica
da dor ( frequência e duração), e capacidade funcional - Questionário Roland Morris
(QRM) / Questionário de Incapacidades Oswetry (QIO) ( n=43). ..............................29
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fluxograma: Seleção das participantes ....................................................20


LISTA DE ABREVIATURAS

AIVDs............................................................. Atividades Instrumentais de Vida Diária


AVD.........................................................................................Atividade de Vida Diária
BP.........................................................................................................Bascúla Pélvica
CT..........................................................................................................Cifose Torácica
CM...............................................................................................................Centimetros
DRI...................................................................................................Distância Intra reto
DMRA................................................................Diástase do Músculo Reto do Abdome
DUR..................................................................................................................Duração
EIAS............................................................................. Espinha Ilíaca Ântero-Superior
EIPS..........................................................................Espinha Ilíaca Pôstero – Superior
FREQ...........................................................................................................Frequência
FJ........................................................................................................Flexão de Joelho
IMC........................................................................................Ìndice de Massa Corporal
KG..............................................................................................................Quilogramas
LC........................................................................................................Lordose Cervical
LL.........................................................................................................Lordose Lombar
M.........................................................................................................................Metros
QIO............................................................Questionário de Incapacidades de Oswetry
QRM...................................................................................Questionário Roland Morris
SP..................................................................................................................São Paulo
UBS.......................................................................................Unidade Básica de Saúde
UNIP............................................................................................Universidade Paulista
USC..............................................................................Universidade Sagrado Coração
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4
2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 6
2.1 Diástase do Abdômen e Dor Lombopélvica .....................................................6
2.2 Dores lombopélvica e Estabilidade pélvica ......................................................7
3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA ........................................................................ 10
4 OBJETIVOS ......................................................................................................... 11
5 MÉTODO.............................................................................................................. 12
5.1 Desenho e local do estudo ........................................................................... 12
5.2 Área do estudo..............................................................................................12
5.3 População e Tamanho amostral ................................................................... 12
5.4 Participantes ................................................................................................. 12
5.5 Procedimento de coleta de dados................................................................. 13
5.6 Instrumentos ................................................................................................. 14
5.7 Análises dos Dados .....................................................................................18
5.8 Aspectos Éticos ............................................................................................19
6 RESULTADOS ...................................................................................................... 20
7 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 30
8 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 35
REFERÊNCIAS ............................................................ Erro! Indicador não definido.
APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO ......................................................42
APÊNDICE B - SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO ............................................... 43
APÊNDICE C – FICHA DE AVALIAÇÃO ................................................................. 44
ANEXO A – RELATOS DE DOR LOMBAR .............................................................46
ANEXO B – QUESTIONÁRIO DE INACAPCIDADES DE OSWETRY .....................47
ANEXO C – QUESTIONÁRIO DE INCAPACIDADES ROLAND MORRIS .............. 50
ANEXO D – COMITÊ DE ÉTICA .............................................................................. 51
4

1 INTRODUÇÃO

A gestação se caracteriza por um período de inúmeras adaptações


metabólicas, circulatórias e musculoesqueléticas, resultantes de hormônios que
interagem no corpo feminino (DE CONTI et al., 2006), logo após a fertilização
até o final da gestação. Este processo sequencial exige do organismo materno
condições para seu desenvolvimento (DE CONTI et al., 2003,
MARQUES,SILVA, AMARAL 2011) e associa-se a modificações fisiológicas
nos compartimentos hídricos e energéticos e no desenvolvimento do bloco feto-
placentário.
As adaptações estáticas e dinâmicas são marcadas pelo crescimento
uterino, posicionamento anterior da cavidade abdominal, ganho de peso,
aumento do volume das mamas e alterações hormonais. São fatores que
contribuem para o deslocamento anterior do centro de gravidade, ântero versão
pélvica e hiperlordose lombar e maior esforço muscular nos dois últimos
trimestres da gestação, podendo acarretar dor nesta região. (MOCCELLIN,
DRIUSSO, 2013).
O aumento da lordose lombar é caracterizado como principal desajuste
postural que se justifica pela expansão uterina e consequente inclinação
anterior da pelve e aumento da flexão dos quadris, ocasionando no segmento
lombar um acréscimo na curvatura sagital, sobrecarga extra nos discos e
articulações intervertebrais. (LEMOS, 2014). As alterações hormonais possuem
influências diretas na dinâmica articular, força muscular e no centro de
gravidade, gerando maiores oscilações corporais que interferem no equilíbrio,
marcha e nas atividades de vida diária das gestantes. (MANN et al.,2008;
LEMOS, 2014).
A instabilidade pélvica durante a gestação ocasiona tensionamento
muscular, tendíneo e, em algumas situações, compressão do plexo sacral e
coccígeo. Os movimentos respiratórios são acompanhados por movimentação
do sacro em relação ao eixo transverso superior. A cada inspiração há flexão e
consequente posteriorização da base do sacro e, ao contrário, a cada
expiração ocorre extensão do sacro e deslocamento anterior de sua base. Em
condições de sobrecarga, essas alterações promovem tensão nas estruturas
5

músculotendíneas (DE CONTI et al., 2006). Todo este tensionamento pode ser
um dos fatores preditores de diástase abdominal caracterizada pelo
afastamento das fibras do músculo reto abdominal, com prevalência de 58 à
100% no terceiro trimestre de gestação. (CHIARELLO et al. 2005, SANTOS et
al., 2016, MOTTA et al., 2015).
Não foram encontrados na literatura, até a finalização desta dissertação,
trabalhos que relacionam estas variáveis.
6

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Diástases do abdome e dor lombopélvica

No período gestacional o crescimento uterino, as alterações hormonais e as


adaptações biomecânicas favorecem a diástase dos músculos retos do abdome,
definida como o afastamento desta musculatura ao longo da linha Alba. (RETT
et al., 2014).
Os músculos abdominais formam um apoio elástico de quatro vias,
constituído pelo reto abdominal, transverso do abdômen, oblíquo interno e
externo. Os músculos retos do abdome formam duas faixas musculares ao longo
da face anterior do tronco mediadas pela linha Alba. A disposição anatômica dos
músculos abdominais contribui para a manutenção da estabilidade estrutural. Os
músculos transversos do abdome pertencem a uma camada mais profunda dos
músculos largos da parede abdominal, se inserem posteriormente no ápice dos
processos transversos das vértebras lombares. O oblíquo interno se localiza na
camada intermediária, com direção de suas fibras de baixo para cima e de
lateral para medial. O músculo oblíquo externo do abdome se dispõe na camada
superficial dos músculos largos da parede abdominal, com fibras direcionadas
de superior para inferior e de lateral para medial. (KAPANDJI, 2008).
A diástase dos músculos reto do abdome, considerada como o
afastamento das fibras do inter reto abdominal, ocorre em aproximadamente
66% das gestantes no terceiro trimestre, podendo prevalecer de 30 a 60% no
período pós-parto. (RETT et al.,2012).
Estudo mostra não haver um consenso em relação às medidas da
diástase abdominal, encontrando valores que variam de >2 cm à >3 cm.
(BENJAMIN, VAN DE WATER, PEIRIS, 2014). Alguns autores consideram que
afastamento superior a 3 cm pode influenciar a dinâmica corporal e que a
diástase é considerada fisiológica quando apresentar medida inferior a 3 cm,
sendo mais frequente, o retorno espontâneo às condições pré-gravídicas, sem
demais complicações. (MESQUITA,1999; LEMOS, 2010; LEITE, 2012).
De acordo com a literatura estudada, as diástases podem surgir acima
da cicatriz umbilical, na cicatriz e, menos freqüentemente, abaixo desse nível.
7

Quando a diástase se encontra acima dos valores de corte, pode favorecer o


desenvolvimento de hérnias abdominais futuras e dificultar o retorno dos
músculos reto do abdome a sua posição anatômica pré-gestacional.
A dimensão da diástase dos músculos reto do abdome são maiores em
gestantes no terceiro trimestre com incidência de dor na região lombar quando
comparadas com o segundo. (SANTOS et al., 2016).
SIHVONEN et al., (1998) em estudo com 32 gestantes relata encontrar
menor atividade muscular dos flexores e extensores da coluna, nas
participantes que apresentaram dor lombar.
Ao estudar a relação entre a diástase abdominal e a dor lombar observa-
se que estudos recentes apontam-se contraditórios. Alguns autores
correlacionam á diástase com a presença de dor lombar. (DALAL, KAUR,
MITRA, 2014; PARKER, MILLAR, DUGAN, 2009). No entanto, MOTA et al.,
(2015) em sua pesquisa realizada com 84 gestantes notou não haver
diferenças significativas na prevalência de dor lombopélvica em mulheres com
e sem diástase abdominal. Santos et al. (2016) embora tenha encontrado
relação da dor lombar e a diástase acreditam que a avaliação da dor lombar
prévia à gestação e de outros músculos abdominais amplificaria e enriqueceria
os dados obtidos.
Vale ressaltar também que parede abdominal tem papel importante na
função postural, na respiração, movimentação de tronco, apoio visceral e
estabilidade pélvica, com a separação dos retos na diástase abdominal pode
haver ao enfraquecimento destes músculos gerando alterações nas suas
funções. (BENJAMIN, VAN DE WATER, PEIRIS, 2014).

2.2 Dores lombopélvica, estabilidade pélvica e Capacidade Funcional

A ativação hormonal e, consequente, frouxidão ligamentar durante a


gestação influencia na estabilidade pélvica resultante da retenção hídrica e
hipermobilidade pélvica. (MARQUES, SILVA, AMARAL, 2011).
A lombalgia pode ser classificada em dor lombar e dor pélvica posterior
e combinação das duas, sendo um dos principais sintomas que acometem
gestantes (GOMES et al., 2013), mostrando-se frequente, no período vespertino
e noturno. Alguns autores relatam que é mais frequente no terceiro trimestre
8

(SANTOS, GALLO, 2010; OSTGAARD, 1991) e outros, que a prevalência de dor


lombar é maior no período de quatro a sete meses de gestação, onde de 50% a
73% das gestantes relata que a manifestação clínica interfere nas (AVD)
atividades de vida diária básica,) atividades instrumentais de vida diária e nas
laborais(AVDIs). (RODRIGUES et al., 2012; MADEIRA et al., 2013)
Dentre os fatores relacionados à dor lombar em gestantes, destaca-se o
relaxamento das articulações sacrilíacas e intervertebrais, provocada pela ação
hormonal da progesterona, estrogênio e relaxina. Essa disfunção gera dor e
caracteriza-se incialmente por hipermobilidade articular e, posteriormente,
instabilidade, sobrecarga das estruturas ligamentares e musculares.
(FIRMENTO et al., 2012, SANTOS et al., 2016).
No entanto, as dores lombares nas gestantes são multifatoriais. Em
estudo realizado por FIRMENTO et al. (2012) com 13 mulheres avaliadas no
primeiro, segundo e terceiro trimestre do período gestacional, não observou
correlação entre a curvatura lombar e a dor lombopélvica em gestantes.
A dor lombar seria um sintoma prévio a gestação, que provavelmente
retornaria durante a gravidez, com queixas de caráter constantes, com
dificuldade durante a marcha e na postura estática, redução da amplitude de
movimento da coluna lombar, dor referida a palpação dos músculos
paravertebrais e teste de provocação a dor pélvica posterior negativa. A dor
pélvica posterior seria uma lombalgia específica do período gestacional, de
caráter intermitente, com irradiação para ambos os glúteos, não possui
alterações da mobilidade da região lombar, provoca dor durante a marcha, em
postura estática e a palpação a região glútea, apresenta teste para provocação
de dor pélvica posterior positiva. (SANTOS; GALLO, 2010).
Em estudo realizado por CORTEZ et al., (2012) com 54 gestantes,
classificadas entre os três períodos gestacionais, observou-se que quanto
maior a idade gestacional, maior a incidência de dor e desconfortos
relacionados às alterações posturais. No entanto, não foi possível estabelecer
correlações estatisticamente significativas entre as adaptações das curvaturas
corporais avaliadas por meio da analise postural com a presença de dor lombar
durante a gestação.
9

GUTKE et al., (2008) relata que a disfunção muscular está associada à


dor lombar e da cintura pélvica, que deve ser levada em consideração ao
desenvolver estratégias de tratamento e nas medidas preventivas.
Estes fatores consequentes da diástase abdominal, associados a dor
lombar podem inferir na capacidade funcional das gestantes. Estudo realizado
utilizando os Questionários de Incapacidade de Oswestry e Rolland Morris
identificaram prevalência de dor lombopélvica em 73% das gestantes, com
relatos de grau de incapacidade moderado. (MADEIRA et al., 2013).
Vale ressaltar que a capacidade funcional das gestantes, normalmente é
verificada por ter influência direta nas atividades de vida diária pela intensidade
e gravidade da dor e comprometimento da coluna lombar, permitindo uma
avaliação indireta da qualidade de vida das mulheres. (VIGATTO et al., 2007).
A postura corporal é definida como um arranjo balanceado das estruturas
corporais, sendo determinado pelas posições dos segmentos entre si num
dado momento. (KENDALL, 2007). No decorrer da gravidez a postura sofre
grandes modificações devidas a possíveis ações hormonal da relaxina sobre os
ligamentos, ao aumento do peso das mamas e do útero na parte anterior e o
deslocamento do centro de gravidade para frente e para cima que levam a
alterações importantes da biomecânica corporal. (STEPHENSON, CONDOR,
2004).
10

3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA

O período gestacional é um processo fisiológico natural, compreendido


pela sequência de adaptações que ocorrem no corpo da mulher. Esse período
é marcado por inúmeras modificações, contemplando alterações anatômicas,
fisiológicas, biomecânicas entre outras. A associação desses fatores contribui
para o estiramento da musculatura abdominal, atingindo principalmente os
músculos retos do abdome.
Acredita-se que existe associação entre a diástase abdominal, capacidade
funcional, instabilidade pélvica e a dor lombar durante o ciclo gravídico. Os
principais motivos para ocorrência da dor lombopélvica na gestação são as
adaptações da coluna vertebral, acarretadas principalmente pela ação da
relaxina e ao aumento considerável do abdome.
No entanto, a diástase também acarreta estiramento na musculatura do
reto do abdome levando à instabilidade articular pélvica, sobrecarregando
musculatura posterior, favorecendo o alto índice de lombalgia a alterando a
capacidade funcional em gestantes. A dor lombopélvica durante a gestação
pode levar a inúmeras alterações na qualidade de vida dessas mulheres
comprometendo a sua funcionalidade.
Considerando-se que as pesquisadoras encontraram poucos estudos na
literatura nacional e internacional, relacionando a associação entre esses
fatores presentes no período gestacional e suas consequências para o bem
estar da gestante, justifica-se o objetivo deste trabalho.
11

4 OBJETIVOS

Verificar a relação entre a diástase abdominal, capacidade funcional,


estabilidade pélvica e relatos de dor lombar em primigestas.
12

5 MÉTODO

5.1 Desenho e local do estudo

Tratou-se de um estudo transversal, de caráter observacional com


primigestas residentes no município de Assis (SP), no período de agosto de
2016 a janeiro de 2017.

5.2 Área do estudo

A cidade de Assis (SP), situada na região oeste do Estado, possui


população estimada pelo Censo 2010, de 95. 144 habitantes, sendo 48.827
do sexo feminino. (IBGE, 2010).
O serviço público de saúde de Assis oferece assistência obstétrica nas
Unidades Básicas de Saúde (UBS) denominadas: Bonfim, Fiúza, Jardim
Paraná, Maria Izabel, Central, Operária e Vila Ribeiro. (IBGE, 2010).

5.3 População e tamanho amostral

Utilizou-se o processo de amostragem não probabilística por julgamento


e se deu por meio de demanda espontânea. Foram selecionadas as gestantes
adscritas nos serviços municipal de saúde.
O tamanho amostral foi calculado segundo Santos (2016), disponível em
http://www.publicacoesdeturismo.com.br/calculoamostral/, considerando o
desfecho diástase, estimado em 66% em primigestas no terceiro trimestre
gestação (LEITE, ARAÚJ, 2012; BOISSONAULT, BLASCHAK, 1988). Portanto,
o tamanho amostral mínimo foi de 45 gestantes.

5.4 Participantes

A amostra foi constituída por 51 gestantes, atendendo aos critérios de


inclusão: gestantes primigestas, na faixa etária entre 18 e 40 anos de idade, no
último trimestre de gestação, sem diagnóstico de patologias associadas e com
acompanhamento obstétrico nas UBS, do município de Assis / SP.
13

Critério de não inclusão: mulheres que tiveram cirurgias abdominais


anteriores, gestação gemelar, gestação na pré-adolescência e adolescência
(10 aos 18) ou após 40 anos, evitando-se assim, grandes diferenças
maturacionais relativas à idade e disfunções hormonais e aquelas com déficits
cognitivos. (YAZLLE, 1996).
Critério de exclusão: mulheres que não responderam aos questionários,
com dados ausentes nos registros das UBS e que não compareceram a
biofotogrametria.
Participantes foram informadas sobre o estudo, o caráter voluntário da
participação, a possibilidade de abandonar a pesquisa a qualquer momento e o
direito ao sigilo dos dados individuais e, as que aceitaram participar do projeto,
assinaram o termo de consentimento (Apêndice A).

5.5 Procedimento de coleta de dados

Inicialmente foi realizado contato com os gestores das UBS para se


estimar a demanda e a possibilidade de resgatar os registros realizados nos
prontuários das gestantes e, encaminhamento da carta de autorização para
coleta de dados ao Secretário Municipal de saúde (Apêndice B). As atividades
de coleta de dados tiveram início somente após autorização do Secretário
Municipal de Saúde de Assis.
As gestantes foram abordadas nas salas de espera, em datas e horários
pré-agendados pelas UBS enquanto esperavam a consulta de pré-natal e
posteriormente foram encaminhadas a sala para realização da avaliação e ao
estúdio fotográfico para realização da Biofotogametria. Como rotina do
Ministério da Saúde, cada gestante deve ser submetida a, no mínimo, sete
consultas pré-natal.
A coleta de dados foi realizada por três alunas do curso de Graduação
em Fisioterapia da Universidade Paulista (UNIP) e uma do mestrado em
Fisioterapia da Universidade do Sagrado Coração (USC), de Bauru, após o
treinamento teórico-prático.
14

5.6 Instrumentos

Foi utilizado um formulário contendo itens: a) caracterização das


participantes (aspectos sociodemográficos), que tem como base o suporte
teórico de outras investigações (MARTARELLO, 2009; BIFF, 2006;
BACHIEGA, 2009); b) Antropometria: Índice de massa corporal (IMC); c) Relato
de dor lombar e Capacidade funcional (questionários); d) Medida da diástase
dos músculos retos abdominais; e) estabilidade pélvica (Biofotogametria
computadorizada). A avalição ocorreu em 30 minutos para cada participante.

a) Caracterização das participantes


Os aspectos demográficos foram constituídos por questões fechadas
que abrange a idade (em anos completos), arranjo familiar (casado ou em
união consensual, solteiro, separado, viúvo e não respondeu), cor da pele
(branca, preta, parda, amarela e indígena). Os aspectos sócios econômicos
foram investigados pela escolaridade (em anos de estudo) e renda, definido a
partir do Critério de Classificação Econômica Brasil divulgado pela Associação
Nacional de Empresas de Pesquisa (BRASIL, 2015) que estima o poder de
compra das pessoas e famílias urbanas (APÊNDICE C).

b) Antropometria
Os dados referentes à antropometria foram coletados dos prontuários
das gestantes. A altura foi registrada em metros (m); peso pré-gravídico e
atual, em quilogramas (kg); a circunferência abdominal avaliada 2 centímetros
(cm) abaixo da cicatriz umbilical. O peso pré-gravídico foi registrado para o
cálculo do ganho de peso ponderal (diferença entre o peso no final da gestação
para o peso pré-gravídico, em kg). Posteriormente foram calculados os IMC
atual e pré gravídico, por meio da fórmula de Quetelet = Peso (kg) /Altura (m²)
e classificado em três categorias: 18,5 - 24,9 kg/m² (normal); 25,0 - 29,9 kg/m²
(sobrepeso) e ≥ 30,0 kg/m² (obesidade) (APÊNDICE C).

c) Relatos de dor lombar e Capacidade funcional


15

A dor lombar foi verificada pela ocorrência dos relatos de sintomas de


desconforto músculo esquelética e suas características: frequência e duração
(DIONNE et al., 2008) e a intensidade pela Escala visual Analógica de dor
(EVA) (ANEXO A). Considerou-se dor leve quando EVA entre 1 e 3; moderada
entre 4 e 6 e intensa entre 7 e 10.
A influência da dor lombar nas atividades de vida diária e instrumental
foram analisadas pelos questionários de Incapacidade de Oswestry (QIO)
(ANEXO B) e o questionário Rolland Morris (QRM) (ANEXO C). Questionário
de Incapacidade de “Oswestry” é uma ferramenta utilizada efetivamente para
investigar a presença de lombalgia, bem como a interferência desta sobre as
atividades diárias. Foi validado para a língua portuguesa, no Brasil, em
pacientes com dor lombar. É composto por dez sessões de perguntas com seis
alternativas cada. Para cada alternativa, existe um escore correspondente que
varia de 0 a 5 pontos, de acordo com a intensidade e gravidade da dor e
comprometimento da coluna lombar. (MADEIRA et al., 2013).
O questionário de Rolland Morris (ANEXO C) é especifico para medir a
incapacidade funcional provocada pela lombalgia e permite uma avaliação
indireta da qualidade de vida das mulheres. Instrumento validado no Brasil,
composto por 24 questões dicotômicas (sim e não), relacionadas às atividades
diárias, dor e função. O resultado final corresponde à soma das repostas
afirmativas (sim) e pode variar de 0 a 24, sendo 0 o relato do individuo sem
queixa e o valor máximo, limitações graves (MONTEIRO et al., 2010). Rolland
e Morris, ao introduzirem o questionário para avaliação de lombalgias,
consideraram que indivíduos com valores superiores a 14 pontos tinham uma
incapacidade grave. (ROLLAND, MORRIS, 1983; NUSBAUM, 2001).
A intensidade da dor também foi avaliada pelo EVA de dor, que gradua a
intensidade em intervalos de zero (0) a dez (10), em que zero, um e dois indica
intensidade leve de dor; intervalos de três a sete indicam intensidade
moderada; e oito, nove a intensidade intensa da dor.

d) Medida da distancia inter-reto abdominal


A posição da gestante para avaliação da distância inter reto abdominal
foi em litotomia modificada (decúbito dorsal, com joelhos e quadris flexionados,
16

pés apoiados na cama (ou colchonete) e braços ao longo do corpo). Nessa


posição, em primeiro lugar, com auxílio de uma fita métrica, foram demarcados,
com lápis dermográfico, três regiões de interesse: região umbilical (nível da
cicatriz umbilical), supraumbilical (4,5 cm acima da cicatriz umbilical) e
infraumbilical (4,5 cm abaixo da cicatriz umbilical). (RETT et al., 2014).
Posteriormente, foi solicitado que a gestante realizasse a flexão anterior do
tronco até que o ângulo inferior da escápula esteja fora da maca. Assim, o
examinador pode palpar os limites das bordas mediais dos músculos reto
abdominais para depois, posicionar o paquímetro digital (Paquímetro Universal
Digital 150MM 6 Polegadas - Zaas) e realizar a aferição precisa nas três
regiões demarcadas anteriormente. O valor final para cada região foi
considerado como a média de 3 medidas consecutivas.
O paquímetro é um instrumento de precisão que obedece às normas
internacionais para auxiliar na medição da diástase abdominal e possui alta
confiabilidade intra e inter avaliadores. (BOXER e JONES, 1997; CHIARRELLO
et al., 2013). Os resultados em milímetros foram transformados em centímetros
(10 mm = 1 cm) e apresentados em uma escala a partir de 0. Neste estudo a
distância inter-reto abdominal (DRI) foi considerada com diástase do músculo
reto abdominal (DMRA) a partir dos seguintes valores: ≥ 2,0 cm na região
supraumbilical, (RETT, 2014); ≥ 2,7 cm na região umbilical (RATH et al., 1996);
e ≥ 1 cm na região infraumbilical (RETT, 2014), sendo que este ponto de corte
foi utilizado para categorização da “diástase sem complicação” (medidas
inferiores a supra citadas) e, “com complicação” (medidas superiores a supra
citadas) considerada prejudicial a saúde da mulher. No entanto, como a
literatura ainda não apontou consenso no ponto de corte, apresentou-se
também as categorizações segundo Noble (1982) que considera diástase
abdominal acima de 3 cm, Rett (2014) e Chiarello (2013) que avaliaram
considerando ≥ 2 cm região supraumbilical e ≥ 1 cm infraumbilical, Rath et al.,
(1996) que consideram ≥ 1,0 cm na região supraumbilical, ≥ 2,7 cm na
umbilical e ≥ 0,9 cm na infraumbilical. A literatura aponta grande variação nos
critérios de diagnostico da DMRA (BURSCH, 1987; BOISSONAULT,
BLASCHAK, 1988; GILLEARED, BROW, 1996; BEER, et al., 2009; LIAW, LIU,
17

HSIAO, 2011; CHIARELLO, MCAULEY, 2013; RETT, et al., 2014; MOTTA et


al., 2015.

e) Estabilidade pélvica
A estabilidade pélvica foi analisada por meio da Biofotogametria
computadorizada com a captação dos ângulos da curvatura cervical (C),
torácica (T), lombar (L), báscula pélvica (BP) e flexão de joelho (FJ). Para
interpretação e avaliação foi utilizado o Software para avaliação postural
(CorelDRAW). De acordo com a American Society of Photogrammetry–ASP, a
definição de fotogrametria era: “ciência e arte de obter medidas confiáveis por
meio de fotografias”. No entanto, com o advento de novos tipos de sensores
uma definição mais abrangente de Fotogametria foi proposta também pela ASP
(1979, apud Miranda, 2014, p.20) como sendo:

Fotogrametria é a arte, ciência e tecnologia de obtenção de


informação confiável sobre objetos físicos e o meio ambiente
através de processos de gravação, medição e interpretação de
imagens fotográficas e padrões de energia eletromagnética
radiante e outras fontes. (MIRANDA, 2014, p.20).

Foi realizada a demarcação dos pontos anatômicos nos processos


espinhosos das regiões cervical (C4 e C7), torácica (C7 e T12), lombar (T12 e
L5), báscula pélvica (espinha ilíaca póstero-superior - EIPS) e espinha ilíaca
ântero-superior (EIAS) e para angulação de joelho (trocânter maior do fêmur,
cabeça da fíbula, maléolo lateral).
As proeminências ósseas selecionadas foram marcadas por palpação
com marcadores cutâneos e hastes plásticas na vista lateral, sempre na
mesma sequência em pontos predeterminados. Para garantir que a voluntária
adotasse postura mais próxima da fisiológica foi orientado a realizar um passo
para frente e outro para traz e se manter na posição. Os registros fotográficos
foram realizados na posição de vista lateral direito, através da câmera digital
fotográfica da marca Nikon Coolpix P500 HD,4.2 Mega Pixels e um tripé para
posicionar a máquina. (CORTEZ et al., 2012; FIRMENTO et al., 2012).
As voluntárias foram posicionadas a uma distância de 50 cm da parede,
mantendo na postura lateral (vista lateral), com o fio de prumo fixado a 30 cm a
18

frente da voluntária. A parede recoberta por tecido de feltro na cor preta, o tripé
a uma distancia de 1,80 M da parede a uma altura de 1m para se posicionar a
máquina fotográfica. (ABRAÃO, FORNASARI, 2005).
Depois de captadas as imagens foram analisadas seguindo o protocolo
proposto por IUNES et al., (2008). De acordo com os seguintes aspectos:
 Lordose cervical (LC): ângulo formado entre a reta que liga o processo
espinhoso de C7, no ponto de convergência com o prolongamento da reta
do processo de C4, sendo que o aumento do ângulo indica maior
retificação da curvatura cervical.
 Cifose Torácica (CT): ângulo formado entre a intersecção das retas que
unem os prolongamentos dos processos espinhosos de C7 e T12. Quanto
maior o ângulo, maior a retificação da curvatura torácica.
 Lordose lombar (LL): ângulo formado entre a intersecção das retas que
unem os prolongamentos dos processos espinhosos de T12 e L5. O
aumento do ângulo significa retificação lombar.
 Báscula Pélvica (BP): ângulo formado entre uma reta paralela ao solo e a
reta que ligava a EIPS á EIAS, quanto maior o ângulo, maior a anteversão
pélvica.
 Flexão de joelho (FJ): ângulo de intersecção da reta que liga o trocanter
maior a cabeça da fíbula e ao maléolo lateral.
As voluntárias permaneceram na posição ortostática e mudaram o
posicionamento quando solicitado pelo avaliador. Foi utilizado um fio de prumo
para auxiliar na avaliação mantido a uma distância de 30 cm da parede e da
voluntária, localizada por uma fita amarela. As orientações foram individuais
para cada indivíduo.

5.7 Análises dos dados

Para análise estatística descritiva dos dados realizou-se medidas de


tendencial central (média), dispersão (desvio padrão), frequências absoluta e
relativa. Adicionalmente, aplicou-se o teste de Kolmogorov – Smirnov para
verificar distribuição de probabilidade das variáveis quantitativas e o teste
Coeficiente de Correlação de Pearson, para verificar a correlação
estatisticamente significativa (r= 0,00 – 0,25 pequeno; r=0,26 – 0,49 baixo;
19

r=0,50 – 0,69 moderada; r=0,70 – 0,89 alta; r= 0,90 – 1,00 muito alta) entre dor
lombar, estabilidade da cintura pélvica e diástase abdominal. Os dados foram
analisados com o programa estatístico Bioestat versão 5.0. Os resultados da
análise para posterior discussão foram representados por meio de tabelas.

5.8 Aspectos éticos

A pesquisa foi inserida na Plataforma Brasil e, consequentemente,


submetida à direção da entidade e ao Comitê de Ética em Pesquisa em seres
Humanos da Universidade do Sagrado Coração (USC), em consonância com o
princípio anunciado na Declaração de Helsinque e nos termos da resolução
466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, sendo aprovada pelo parecer nº
1.586.483.
20

6 RESULTADOS

Foram abordadas 94 primigestas, sendo que 11 gestantes não foram


incluídas no estudo (08 por serem menores de 18 anos e 03 por não aceitaram
a participar da pesquisa) e 32 foram excluídas por não compareceram para a
coleta de dados referente à Biofotogametria. Portanto, foram analisadas 51
primigestas. Sendo que destas somente 43 apresentaram dor lombopélvica.

94 primigestas abordadas

32 excluídas 11 não foram


incluídas no
estudo
Participaram da pesquisa
não compareceram 51 primigestas
para coleta de dados

08 < de 18 03 não
anos aceitaram
43 participantes participar
apresentaram dor
lombopélvica

Figura 1 - Fluxograma: Seleção das participantes

Observou-se idade média de 24,6 ± 4,6 anos e menarca aos 12,7 ± 1,4
anos. Ressalta-se que o intervalo de idade de maior frequência (78%) foi de
mulheres entre 20 e 30 anos. Na análise dos aspectos sociodemográficos
notou-se que a maioria das participantes era da raça branca (74,5%), em união
estável (86,3%), com mais de 12 anos de estudo (84,3%), renda familiar de um
a cinco salários mínimos (58,8%), com até duas pessoas residindo no mesmo
domicilio (68,3%).(Tabela 1).
21

Tabela 1- Distribuição das gestantes em relação ás variáveis


sóciodemograficas (raça, estado civil, escolaridade, renda e numero de
pessoas que residem no domicílio) (n=51).
Frequências
Variável
Absoluta Relativa (%)
Raça
Branca 28 74,5
Parda 11 21,6
Negra 2 3,9
Estado civil
União estável 44 86,3
União não estável 7 13,7
Escolaridade
Fundamental (≤ 8 anos) 1 2,0
Médio (9 a ≤ 12 anos) 7 13,7
Superior (≥ 12 anos) 43 84,3
Renda *
até 1salário mínimo 9 17,7
de 1 a 5 salários mínimos 30 58,8
de 5 a 20 salários 11 21,7
Não sabe/não respondeu 1 2,0

Arranjo familiar
Até 2 pessoas 35 68,6
De 3 á 4 pessoas 12 23,5
Mais de 4 pessoas 4 7,8
Fonte: Elaborada pela autora
*Salário mínimo vigente em 2016 – R$880,00

As características antropométricas e obstétricas apontaram um IMC pré-


gravídico de 24,7 ± 5,4 Kg/m2 e o IMC atual (no momento da avaliação) de 28,9
± 5,7 Kg/m2, circunferência umbilical de 102,9 ± 11,1 cm e idade gestacional de
31,9 ± 3,7 semanas. Em relação aos antecedentes obstétricos e ginecológicos
constatou-se que algumas gestantes relataram episódios de aborto espontâneo
(7,84%), procedimentos cirúrgicos na cavidade uterina (3,92%) e câncer de
útero (1,96%). (Tabela 2).
22

Tabela 2 - Distribuição das gestantes quanto aos antecedentes obstétricos,


cirúrgicos e ginecológicos (n=51).
Frequências
Variável
Absoluta Relativa (%)

Antecedentes Obstétricos
Aborto 4 7,8
Nenhum 47 92,2

Antecedentes Cirúrgicos
Útero 0 0,0
Ovários 2 3,9
Outros 13 25,5
Não 36 70,6

Antecedentes Ginecológicos
Câncer de colo do útero 1 2,0
Nenhum 50 98,0

Fonte: Elaborada pela autora

A mensuração da diástase abdominal segundo Rath (1996), apontou que


as gestantes possuíam distância intra-reto ≥ 1,0 cm na região supraumbilical
(100%), na região umbilical ≤ 2,7 cm (52,9%) e na infraumbilical ≥ 0,9 cm
(98,0%) (Tabela 3). Vale ressaltar que a grande maioria das participantes
apresentou a categoria de “diástase com complicações” nas regiões
supraumbilical e infraumbilical. Ao considerar a categorização de Noble (1982)
para diástase abdominal a partir de 3 centímetros (cm) em gestantes,
observou-se diástase que podem acarretar complicações em (11,8%) na região
supraumbilical, (25,5%) na cicatriz umbilical e (9,8%) na infraumbilical.
Considerando Chiarello (2013) e Rett (2014) observou-se (58,8%) na
supraumbilical e (98%) infraumbilical. ( Tabela 3).
23

Tabela 3 - Distribuição das gestantes segundo a Diástase abdominal (nível da


cicatriz umbilical, supraumbilical e infraumbilical) (n=51).
Frequências
Variável
Absoluta Relativa (%)
Nível da região supraumbilical
Rath (1996)
≤ 1,0 cm 0,0 0,0
≥ 1,0 cm 51 100
Noble (1982)
>3,0 cm 0,6 11,8
Rett (2014); Chiarello, (2013)
≥ 2,0 cm 30 58,8
Nível da cicatriz umbilical
Rath (1996)
≤ 2,7 cm 27 52,9
≥ 2,7 cm 24 47,1
Noble (1982)
≥ 3,0 cm 13 25,5
Nível da região infraumbilical
Rath (1996)
≤ 0,9 cm 01 2,0
≥ 0,9 cm 50 98,0
Noble (1982)
>3,0 cm 5 9,8
Rett (2014); Chiarello, (2013)
≥1,0 cm 50 98,0
Fonte: Elaborada pela autora

Para análise estatística das características da dor lombar (frequência,


duração e intensidade – EVA) considerou-se somente as gestantes que
referiram ocorrência de dor lombar 84,3%. Destas, 58,1% referiram frequência
de poucos dias, e 55,8% duração de três a sete meses. A intensidade da dor
apontada pelo EVA mostrou relatos de sintomas categorizados como dor
moderada em 65,1% das gestantes. (Tabela 4).
24

Tabela 4 - Distribuição das gestantes quanto ao relato de dor lombar


(frequência da dor/ duração da dor/ escala visual analógica - EVA) ( n= 43).
Frequências
Variável Dor
Absoluta Relativa (%)

Frequência
Poucos dias 25 58,1
Muitos dias/todo dia 18 41,8

Duração
Até 3 meses 15 34,8
De 3 a 7 meses 24 55,8
De 7 meses a 3 anos 4 9,3

Escala Visual Analógica


Leve 7 16,3
Moderada 28 65,1
Intensa 8 18,6
Fonte: Elaborada pela autora

Em relação aos relatos de interferências da dor lombar sobre as atividades


de vida diária de acordo com a gravidade da dor e comprometimento da coluna
lombar (Questionário de Incapacidades de Oswestry) observou-se que, embora
a maioria 58,1% apontou incapacidade mínima, destaca-se percentual
considerável de 41,9% das gestantes com incapacidade de moderada a
intensa. (Tabela 5).

Tabela 5 - Distribuição das 43 gestantes em relação á incapacidade apontada


pelo questionário de Incapacidades de Oswetry.
Variável Frequências
Incapacidade Absoluta Relativa (%)
Mínima 25 58,1
Moderada 14 32,5
Intensa 2 4,7
Aleijado 2 4,7
Inválido 0 0,0
Fonte: Elaborada pela autora
25

Quando se analisou os dados apontados pelo Questionário Rolland Morris,


identificaram-se média de 6,2 ± 5,2 pontos do escore de dor lombar,
demostrando que, embora relatassem tal sintoma, 38 (80,4%) das gestantes,
não a consideraram incapacitante. (Tabela 6).

Tabela 6 - Distribuição das 43 gestantes em relação á incapacidade apontada


pelo Questionário de Incapacidades Rolland Morris
Frequências
Variável
Absoluta Relativa (%)
< que 14 pontos 41 80,4
≥ que 14 pontos 5 9,8
Não responderam 5 9,8
Fonte: Elaborada pela autora

Na avaliação postural realizada por meio da Biofotogrametria, notou-se um


incremento dos ângulos da lordose cervical 32,5 ±13,4, lordose lombar 31,6 ±
12,6 graus, báscula pélvica 11,7 ± 4,5 graus e flexão de joelho 176,2 ± 5,3
graus. Estes dados evidenciam um desajuste postural em que ocorreu
inclinação anterior pélvica, acarretada pela hiperlordose lombar. (Tabela 7).

Tabela 7 - Médias e desvios padrão da avaliação postural das 51 gestantes por


meio da Biofotogametria
Variável Média DP
Lordose Cervical 32,5 13,4
Cifose Torácica 44,2 9,9
Lordose Lombar 31,6 12,6
Báscula Pélvica 11,7 4,5
Flexão de Joelho 176,2 5,3
Fonte: Elaborada pela autora.

Na correlação dos valores da DMRA ( Tabela 8), observou-se correlação


moderada entre os valores das medidas supraumbilical/umbilical;
supraumbilical/infraumbilical e umbilical/infraumbilical, onde 26% da
variabilidade de uma variável podem ser contabilizadas pela outra,
demonstrando diferença estatisticamente significativa.
26

Tabela 8 - Correlação entre as medidas de DMRA das primigestas nas regiões


supraumbilical, umbilical e infraumbilical (n = 51).
Variável r IC R2 p
Supraumbilical/umbilical 0.46 0.21 a 0.65 0.21 0.0007*
Supraumbilical/infraumbilical 0.49 0.24 a 0.67 0.24 0.0003*
Umbilical/infraumbilical 0.51 0.27 a 0.69 0.26 0.0001*

Fonte: Elaborada pela autora – valores obtidos do coeficiente de Correlação Pearson


* Diferença estatisticamente significante.

Quando se analisou a influência da DMRA sobre a capacidade funcional


por meio dos questionários Roland Morris e o questionário de incapacidades de
Oswetry (Tabela 9), observaram-se correlação pequena entre os valores das
medidas supraumbilical e o Roland Morris, supraumbilical e Incapacidades de
Oswetry; umbilical e Roland morris; umbilical e Incapacidades de Oswetry
correlação baixa . Na região infraumbilical houve diferença estatisticamente
significante, como mostra a tabela 9, apontando uma correlação moderada
entre a Infraumbilical e os questionários de Roland Morris e o de Incapacidades
de Oswetry.

Tabela 9 - Correlação entre DMRA e a Capacidade Funcional (QRM -


Questionário Roland Morris e QIO - Questionário de Incapacidades de
Oswetry) (n=43).

Variável r IC R2 p
Supraumbilical /QRM 0.2255 -0.08 a 0.49 0.0509 0.1459
Supraumbilical /QIO 0.2696 -0.03 a 0.53 0.0727 0.0803
Umbilical/QRM 0.3619 0.07 a 0.60 0.1310 0.0170
Umbilical/QIO 0.3725 0.08 a 0.61 0.1388 0.0138
Infraumbilical/QRM 0.5054 0.24 a 0.70 0.2554 0.0005*
Infraumbilical/QIO 0.5055 0.24 a 0.70 0.2555 0.0005*
Fonte: Elaborada pela autora – valores obtidos do coeficiente de Correlação Pearson
* Diferença estatisticamente significante.
Legenda: QRM = Questionário Roland Morris, QIO – Questionário de Incapacidades
de Oswetry

Ao verificar a correlação entre a DRMA (supraumbilical, umbilical e


infraumbilical) e a estabilidade pélvica (ângulos de lordose cervical, cifose
27

torácica, lordose lombar, báscula pélvica e flexão de joelho (p > 0,05).


Observou uma correlação baixa, porém significativa entre Diástase Umbilical e
Lordose Cervical, apresentando um r=0.43 com p<0,05, estatisticamente
significativo. Entre as medidas da região Supraumbilical e Infraumbilical com os
ângulos da lordose Cervical observamos uma correlação pequena.(Tabela 10).

Tabela 10 - Correlação entre DMRA (supraumbilical, umbilical, infraumbilical) e


Ângulos da Lordose cervical (LC), cifose torácica (CT), lordose lombar (LL),
báscula pélvica (BP), flexo de joelho (FJ),

Variável r IC R2 p
SU/LC 0.1433 -0.14 a 0.40 0.0205 0.3156
SU/CT 0.0918 -0.19 a 0.35 0.0084 0.5216
SU/LL 0.0021 -0.27 a 0.28 0.0000 0.9881
SU/BP -0.2304 -0.48 a 0.05 0.0531 0.1038
SU/FJ -0.3111 -0.54 a 0.04 0.0963 0.0262
UMB/LC 0.4348 0.18 a 0.63 0.1891 0.0014
UMB/CT 0.1334 -0.15 a 0.39 0.0178 0.3507
--
UMB/LL - 0.1822 -0.10 a 0.44 0.0332 0.2005
UMB/BP -0.1449 -0.40 a 0.14 0.0210 0.3103
UMB/FJ -0.0408 0.31 a 0.24 0.0017 0.7762
INF/LC 0.2401 -0.04 a 0.48 0.0576 0.0896
INF/CT 0.1006 -0.17 a 0.37 0.0114 0.4557
INF/LL -0.0951 -0.36 a 0.19 0.0091 0.5066
INF/BP -0.1456 -0.40 a 0.14 0.0212 0.3078
INF/FJ -0.0858 -0.35 a 0.19 0.0074 0.5493
Fonte: Elaborada pela autora – valores obtidos do coeficiente de correlação Pearson

Quando se analisou a influência da DMRA sobre a intensidade da dor


(EVA), observou-se pequena correlação entre os valores das medidas
supraumbilical, umbilical, infraumbilical e os valores da escala, sendo que na
região infraumbilical houve diferença estatisticamente significante, como mostra
a tabela 11.
28

Tabela 11 - Correlação entre a DMRA e a capacidade da dor avaliada pela


EVA (N=43).

Variável r IC R2 p
EVA/ Supraumbilical 0.2515 -0.05 a 0.51 0.0632 0.1037
EVA/Umbilical 0.0651 -0.24 a 0.36 0.0042 0.6782
EVA/ Infraumbilical 0.4150 0.13 a 0.64 0.1722 0.0056*
Fonte: Elaborada pela autora – valores obtidos do coeficiente de Correlação Pearson
* Diferença estatisticamente significante.

Na análise da correlação entre a estabilidade pélvica (avaliada pela


biofotogrametria) e a intensidade da dor (EVA) não foram verificados resultados
significativos.

Tabela 12 - Correlação entre a intensidade da dor (EVA) e a estabilidade


pélvica analisada por meio da Biofotogametria nos ângulos da lordose cervical
(LC), cifose torácica (CT), lordose lombar (LL), báscula pélvica ( BP), flexo de
joelho (FJ) (n=43).

Variável r IC R2 p
EVA/ LC -0.0033 -0.30 a 0.30 0.0000 0.9832
EVA/CT 0.1319 -0.18 a 0.42 0.0174 0.3992
EVA/LL -0.0743 -0.37 a 0.23 0.0055 0.6357
EVA/BP -0.1095 -0.40 a 0.20 0.0120 0.4844
EVA/FJ -0.1392 -0.42 a 0.17 0.0194 0.3733
Fonte: Elaborada pela autora – valores obtidos do coeficiente de Correlação
Pearson.

Na análise de correlação das variáveis da escala analógica de dor (EVA)


e suas características com a capacidade funcional avaliada por meio dos
Questionários de Incapacidades de Oswetry (QIO) e Questionário Roland
Morris (QRM), observou-se pequena correlação entre as variáveis EVA/QIO;
EVA/frequencia de dor (FREQ); frequência da dor / duração da dor
(FREQ/DUR); duração da dor/QRM e duração da dor/QIO. Notou-se também
correlação moderada entre EVA/QRM; frequência da dor/ QRM. No entanto, os
dados apontaram alta correlação entre QIO/QRM.(Tabela 13).
29

Tabela 13 - Correlação entre a variável intensidade da dor (EVA) e a


característica da dor ( frequência e duração), e capacidade funcional -
Questionário Roland Morris (QRM) / Questionário de Incapacidades Oswetry
(QIO) ( n=43).

Variável r IC R2 p
EVA/FREQ 0.2068 -0.10 a 0.48 0.0428 0.1832
EVA/DUR 0.1546 -0.15 a 0.43 0.0239 0.3223
EVA/QRM 0.5058 0.24 a 0.70 0.2558 0.0005*
EVA/QIO 0.4373 0.16 a 0.65 0.1913 0.0033*
FREQ/DUR 0.2002 -0.11 a 0.47 0.0401 0.1980
FREQ/QRM 0.5783 0.34 a 0.75 0.3345 <0.0001*
FREQ/QIO 0.7168 0.53 a 0.84 0.5138 <0.0001*
DUR/QRM 0.1787 -0.13 a 0.45 0.3345 0.0104*
DUR/QIO 0.1668 -0.14 a 0.44 0.0278 0.5893
QRM/QIO 0.7677 0.61 a 0.87 0.5893 <0.0001*
Fonte: Elaborada pela autora – valores obtidos do coeficiente de correlação Pearson.
* Diferença estatisticamente significante.

Ao analisar a correlação entre os ângulos na biofotogametria observou-se


uma correlação baixa entre os ângulos da lordose cervical e cifose torácica
apresentando um r=0.47 com p<0,05. Entre os ângulos cifose torácica, lordose
lombar, báscula pélvica e flexão de joelho não se observou diferença
estatisticamente significante (p > 0,05). Portanto, não houve influências entre
eles.
30

7 DISCUSSÃO

O objetivo deste estudo foi verificar a relação entre a diástase


abdominal, capacidade funcional, estabilidade pélvica e relatos de dor lombar
em primigestas. No presente estudo, observou-se que a DMRA na região
supraumbilical foi de 58,8% segundo os critérios de Chiarello (2013); Reth
(2014, 52,94% na umbilical (Rath,1996) e 98,03% na infraumbilical, seguindo
os parâmetros de Chiarello (2013); Reth (2014). Dados semelhantes foram
encontrados na literatura. Mota et al. (2015) relatou 100% de DMRA em
gestantes no terceiro trimestre gestacional. Santos et al., 2016 identificou
percentual de 30 a 70% das gestantes com DMRA, sendo que os maiores
valores encontrados foram na região umbilical. Chiarello et al. (2013),
apontaram maiores índices na região infraumbilical. Rett et al. (2009)
referiram que a prevalência e a média da DMRA são maiores na região
supraumbilical, tanto em multíparas quanto em primíparas no puerpério
imediato.
A avaliação e o tratamento da DMRA são importantes para os
fisioterapeutas, considerando uma classe de profissionais envolvidos com a
funcionalidade e qualidade de vida. Parker, Millar, Dugan (2009) em estudo
relata que as mulheres com DMRA tendem a apresentar maior grau de dor da
região abdominal ou pélvica.
Na correlação dos valores da DMRA, observamos uma pequena relação
entre os valores da medida supraumbilical/umbilical e
supraumbilical/infraumbilical e correlação moderada entre os valores de
umbilical e infraumbilical, onde 26% da variabilidade de uma variável podem
ser contabilizadas pela outra. Apresentando valor significativamente estatístico
(p<0,05). A baixa correlação entre as medidas supraumbilical/umbilical e
supraumbilical/infraumbilical, são condizentes com a literatura, Rett et al.
(2009) aponta uma fraca correlação entre a DMRA infraumbilical e
supraumbilical no puerpério imediato.
Uma DMRA acima de 2,0 cm na região supraumbilical, 2,7 cm na
umbilical e 1,0 cm na infraumbilical são consideradas DMRA com complicação
(RATH et al.,1996; Chiarello, 2013; Reth, 2014), podendo levar a alterações
31

funcionais do musculo reto abdominal e consequentemente a estabilização do


tronco. (TORANTO, 1990, SAPSFORD, 2004;). No entanto, a literatura
cientifica ainda não aponta consensualidade no que se refere ao parâmetro
classificatório de diástase com complicações, ou seja, não estabelece uma
padronização sobre o ponto de corte da distancia inter-reto abdominal, não
acarretar desajuste na dinâmica corporal das gestantes.
A redução da estabilidade do segmento lombo-pélvico pode contribuir
para o desenvolvimento da dor lombar. A literatura aponta várias pesquisas
(TURAN et al., 2011; BOISSONNAULT , KOTARINOS, 1988, NOBLE, 1995)
que identificaram relação leve entre a DMRA e a dor lombar, no pós parto.
Durante a gestação são poucos os trabalhos que avaliaram a DMRA e a
dor lombar. Sihvonen (1998) observaram em avaliação da atividade muscular
da musculatura flexora e extensora do tronco, que mulheres com dor lombar
apresentavam menor atividade muscular que as mulheres sem dor. Toranto
(1990) relata alívio da dor nas costas em 24 dos 25 pacientes, após
abdominoplastia de reto abdominal largo, que antes apresentavam dor crônica
e persistente. No mesmo estudo, aponta uma melhora significativa na força
muscular do complexo muscular que envolve oblíquos interno e transverso do
abdome.
A dor lombar é uma queixa frequente na população e um sintoma
frequente relacionado à gestação, é conhecida como dor; tensão muscular e
até rigidez, apresentada durante uma semana ou mais, localizada entre á
decima segunda costela e a prega glútea que pode irradiar para os membros
inferiores. (MOGREN, POHJANEN 2005; KRISNER, VAN TULDER 2007). No
presente estudo, a prevalência de dor lombar em primigestas no terceiro
trimestre gestacional foi de aproxidamente 84,3% corroborando com dados de
outros estudos. Brito et al. (2014) em estudo com 70 gestantes, relata que a
dor lombar esteve presente em 87,1% da amostra. Gomes et al. (2013) relata
que 95,2% das gestantes analisadas apresentaram episódios de dor lombar
durante a gestação.
Estudos prospectivos apontaram que a lombalgia quando comparada
entre gestantes e não gestantes apresentaram maior prevalência de dor em
32

gestantes, especialmente no terceiro trimestre. (CECIN et al., 1992; MANN et


al., 2008).
No presente estudo 58,1% das gestantes referiram frequência de poucos
dias de dor e 55,8% com duração de três a sete meses, de 65,1% de
intensidade moderada. Santos et al.2016 relata que gestantes no terceiro
período apresentam relatos de dor intensa na coluna lombar.
Em relação à capacidade funcional, o estudo demonstrou que 90,6 %
das gestantes apresentaram incapacidades mínimas a moderadas, segundo o
Questionário de incapacidades de Oswestry. Resultados muito semelhantes
aos encontrados com o questionário Roland Morris (incapacidade leve),
evidenciando aptidão de ambos os questionários para avaliar incapacidades
funcionais em gestantes relacionadas à dor lombar. No presente estudo aponta
uma correlação alta entre os escores dos questionários Oswetry e Roland
Morris, onde 58% da variabilidade de uma variável podem ser contabilizadas
pela outra. Madeira (2103) em estudo com 269 gestantes aponta uma
correlação moderada entre os escores dos mesmos questionários.
A média de escore da dor lombar foi de 6,2 ± 5,2 de acordo com o
questionário Roland Morris, demostrando que embora apresentassem dor as
gestantes não consideraram essa dor incapacitante (incapacidade =
escores >14). Santos et al. (2016) estudaram a influência da DMRA sobre a dor
lombar durante a gestação, avaliaram 128 gestantes por meio do questionário
Roland Morris e encontraram médias semelhantes as encontradas no presente
estudo.
Rodrigues et al. (2012) relatam que 69,4% das gestantes tiveram
algumas atividades prejudicadas, principalmente as que referiram sentir dor
lombar. O presente estudo aponta uma frequência de “poucos dias de dor”, o
que pode contribuir para uma moderada incapacidade funcional das gestantes.
Na correlação entre a intensidade da dor (EVA) e suas caraterísticas com a
capacidade funcional (Roland morris/ Oswertry) observa-se uma correlação de
moderada a alta.
Sabe-se que as alterações hormonais são muito frequentes no período
gestacional e acarretam em diversas mudanças estruturais na composição
corporal, que afeta de maneira significativa o sistema músculo esquelético.
33

Destacando-se o crescimento uterino e o das mamas, que ocasiona uma


sobrecarga de peso sobre a coluna e pelve, de modo especial na região
lombosacra e torácica. (MARTINS, 2005). Em relação à avaliação da
biomecânica, as gestantes não apresentaram alterações constantes dos
segmentos da coluna cervical, torácica, lombar, báscula pélvica e flexão de
joelho. Foram encontradas gestantes em que a curvatura apresentava uma
angulação alta e outras angulações baixas, Segundo protocolo de Iunes et al.,
(2008) quanto maior o ângulo, maior a retificação da curva. Observou-se uma
correlação baixa entre os ângulos da lordose cervical e cifose torácica.
A pelve proporciona a união entre o tronco e o membro inferior e está
ligada ao tronco por vários músculos. A posição da pelve é sustentada pela
ação eficiente e equilibrada dos músculos abdominais, dos extensores
vertebrais e do quadril. (GREWAR,MCLEANL, 2008; SOUZA, 2002). O
músculo reto do abdome pode levar o púbis para retroversão. Durante o
movimento da anteroversão a pelve se move inteira sobre os quadris. Acredita-
se que existam influências da cavidade abdominal sobre a pelve, onde ocorrem
variações de pressão na cavidade abdominal, que pode influenciar no
posicionamento da mesma. (FOZZATTI et al., 2008; MATHEUS et al., 2006).
No presente estudo observaram-se, em média, curvaturas mais
acentuadas na região lombar (31,6 ± 12,6 graus) e cervical (32,5 ± 13,4 graus).
O ângulo da báscula pélvica indicou 11,7± 4,5 graus que caracteriza
anteroversão, o que pode ser explicado pela distensão dos músculos
abdominais à ação do musculo psoas. O relaxamento da musculatura
abdominal leva a alteração das curvaturas da coluna vertebral, ocasionando
uma hiperlordose lombar, acentuação da curvatura da cifose torácica e lordose
cervical, por esse motivo observa-se uma projeção anterior da cabeça e
anteroversão da pelve. A ação músculos psoas acentua a lordose lombar
devido a sua hipertonicidade. (KAPANDJI, 2008).
A literatura relata que o desequilíbrio na força muscular do tronco
causado pelo enfraquecimento dos músculos abdominais e sobrecarga dos
extensores da coluna pode contribuir para acentuação da lordose lombar e
para desenvolvimento de dor lombar. (BENN, KALICHAM 2014; SKIM et al.,
2005). A baixa resistência dos músculos eretores da coluna tem sido visto
34

como um fator de risco para o desenvolvimento da dor lombar. (WALKER,


2000).
Kouhkan et al., (2015) em seu estudo, relata o aumento da curvatura da
lordose lombar, quando comparado gestante do primeiro trimestre com o
segundo e o terceiro trimestre gestacional. No entanto, a literatura não se
apresenta unânime com relação às alterações biomecânicas encontradas nas
gestantes.
Achados divergentes deste estudo foram apontados recentemente por
Viana (2017) que não observou alterações constantes na curvatura lombar das
gestantes. Relata ter encontrado mulheres em que a curvatura se manteve,
outras que aumentaram e/ou reduziram. Segundo Okamishi et al., 2012 a
curvatura da coluna lombar em gestantes demostrou uma tendência de se
manter plana.
Moccellin et al., (2016) avaliaram 19 primigestas e notaram que no
terceiro trimestre gestacional ocorre uma redução significativa da musculatura
do assoalho pélvico e da musculatura abdominal.
A literatura se mostra controversa em relação à associação dos fatores
apresentados no referido estudo, no entanto os resultados apresentados
corroboram para uma afirmação na correlação dos mesmos e que podem
contribuir de maneira positiva para redução da qualidade de vida das
gestantes.
Considera-se como limitações do estudo a coleta de dados que foi
realizada por três alunas do curso de Graduação em Fisioterapia da
Universidade Paulista (UNIP) e uma do mestrado em Fisioterapia da
Universidade do Sagrado Coração (USC), de Bauru, após o treinamento
teórico-prático. Esse fato pode ter apresentado algum viés visto que aferição
das medidas da Diástase Abdominal foi realizada por paquímetro digital e
demarcação dos pontos para Biofotogametria por palpação anatômica.
35

8 CONCLUSÃO

O presente estudo destaca-se pela correlação entre Diástase abddominal,


capacidade funcional, estabilidade pélvica e dor lombar.
Os resultados deste estudo permitem inferir maior ocorrência de diástase
abdominal na região supraumbilical e na infraumbilical.
A grande maioria das gestantes relatou dor lombar com influência leve ou
moderada nas atividades de vida diárias, não tornando-as incapazes.
Contudo, embora pequena, existe correlação entre a diástase abdominal,
capacidade funcional e estabilidade pelvica.
Destaca-se a relação direta entre a diástase infraumbilical e os relatos de
sintomas de dor lombar.
Estes dados podem auxiliar no conhecimento de profissionais de saúde
que prestam assistencia às gestante, no sentido de entender suas queixas e
porpor terapeuticas adequadas para as gestantes.
36

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2015.
42

APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO

Título do Projeto: Diástese abdominal , Capacidade funcional, estabilidade


pélvica e dor lombar em gestantes.
Citar endereço completo e telefone: Universidade do Sagrado Coração
Rua Irmã Arminda, 10-50 –Jardim Brasil. CEP: 17011-160.
Pesquisador responsável:Fernanda Massari Landgraf
Local em que será desenvolvida a pesquisa: Unidades Básicas de Saúde do
município de ASSIS/SP.

Por meio deste documento te informo que você é convidada a participar de um


estudo no qual responderá um questionário com perguntas sobre sua idade,
renda, raça, escolaridade e estado civil, dados sobre a gravidez e se possui
dores na coluna baixa (região lombar). Logo após, você será avaliada por uma
fisioterapeuta que irá medir sua barriga e fará uma fotografia da sua postura. A
pesquisadora se compromete em manter sob sigilo os seus dados. Você é
voluntária no estudo, sendo permitido que não aceite participar, bem como,
desistir em qualquer momento do mesmo, sem qualquer efeito negativo. A
pesquisa terá duração aproximada de meia hora (30 minutos), podendo
estender ou reduzir este tempo de acordo com a necessidade da voluntária; o
sujeito não sofrerá nenhum tipo de prejuízo físico com este estudo.
Considerando esses pontos, Eu entendo que estou livre para recusar a
participação de neste estudo ou para que desista a qualquer momento e que a
minha decisão não causará prejuízo. Eu certifico que li ou me foi lido o texto de
consentimento e entendi seu conteúdo. Uma cópia deste formulário ser-me-á
fornecida. Minha assinatura demonstra que concordei livremente em participar
deste estudo. A dor lombar (dor nas costas baixa) é um sintoma freqüente em
gestantes, assim como distanciamento dos músculos da barriga e alteração
nas articulações do quadril. Acredita-se que os alguns destes itens podem
estar relacionados. Portanto, o objetivo deste estudo será verificar se existe
relação entre a dor lombar, o distanciamento dos músculos da barriga
(diástase) e a alteração no quadril de gestantes.

Data:.................................

Assinatura do Pesquisador
Responsável: .............................................................

Data: _____________________

Assinatura da voluntária: ________________________________________


43

APÊNDICE B - SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO

SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO

Assis, 10 de Fevereiro de 2016.


Ao Secretário Municipal de Saúde de Assis
Exmo Dr. Denise Fernandes Carvalho

Vimos por meio desta, solicitar autorização para coleta de dados nos
prontuários das gestantes assistidas nas Estratégias de Saúde da Família do
município de Assis, em 2016.
Estes dados serão utilizados para a Iniciação Cientifica da Universidade
do Sagrado Coração-Bauru, intitulada “Verificar a relação entre a diástase
abdominal, capacidade funcional, estabilidade pélvica e dor lombar em
gestantes” da aluna Fernanda Massari Landgraf, sob orientação da Prof. Dra
Marta Helena Souza De Conti.

Atenciosamente,

Profa Dra Sandra de Oliveira Saes


Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação

Profa Dra Marta Helena Souza De Conti


Orientadora
44

APÊNDICE C – FICHA DE AVALIAÇÃO

IDENTIFICAÇÃO E VARIÁVEIS DEMOGRÁFICAS E SOCIOECONOMICAS

Nome
_____________________________________________________________
Data Nascimento ___/___/_____
Endereço
__________________________________________________________
Fone residencial __________________ Celular:
____________________________
Fone de contato: __________________ Celular de contato:
__________________

1. Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino

2. Quantas pessoas vivem em sua casa? ____________ pessoas

3. Qual a sua raça ou cor?


1- Branca 4- Amarela
2- Preta 5- Indígena
3- Parda/mulato (a) 6- Outros

4. Estado civil ou arranjo familiar


1- Casado ou em união 4- Viúvo (a)
consensual
2- Solteiro 5- - Não Respondeu
3- Separado (desquitado/ divorciado/ separado judicialmente)

5. Quantos anos você estudou? _________ anos

6. Qual é a renda total por mês das pessoas que moram no seu domicílio,
somando a sua e a de todos os outros, considerando todas as fontes, como
salários, horas extras, aluguéis, bicos, pensões, aposentadorias, etc.? Em
Salário Mínimo Nominal – (SMN) vigente em 2015.

1 Até 1 SMN 5 Mais de 20 SMN


2 De 1 a 5 SMN 6 Não Sabe
3 De 5 a 10 SMN 7 Não Respondeu
4 De 10 a 20 SMN

Dados da gestante
Nome: Registro
Antecedentes obstétricos:
45

Antecedentes Cirúrgicos:
Antecedentes Ginecológicos:
Menarca: ..........anos
Idade Gestacional:
PESO Pré-gravídico: ......... kg
PESO atual ........kg
Circunferência abdominal: cm
Diástase abdominal
Nível da cicatriz umbilical: ( ) ≤ 2,7 cm ( ) > 2,7 cm
Supraumbilical (4,5 cm acima da cicatriz umbilical: ( ) ≤ 1,5 cm ( ) >1,5
cm
Infraumbilical (4,5 cm abaixo da cicatriz umbilical): ( ) ≤ 1,4 cm ( ) > 1,4
cm
PREENCHIDO POR:
DATA: ____/____/____
46

ANEXO A
RELATOS DE DOR LOMBAR

Relato de dor lombar nas 4 últimas semanas ( ) sim ( ) não

Frequência
( ) poucos dias ( ) muitos dias ( ) todo dia
Duração:
( ) até 3 meses ( ) de 3 a 7 meses
( ) 7 meses a 3 anos ( ) mais que 3 anos
PREENCHIDO POR:

DATA: ____/____/____

Fonte: DIONNE et. al., 2008


ESCALA VISUAL ANALOGICA – EVA

A Escala Visual Analógica – EVA consiste em auxiliar na aferição da intensidade da dor no


paciente, é um instrumento importante para verificarmos a evolução do paciente durante o
tratamento e mesmo a cada atendimento, de maneira mais fidedigna. Também é útil para
podermos analisar se o tratamento está sendo efetivo, quais procedimentos têm surtido
melhores resultados, assim como se há alguma deficiência no tratamento, de acordo com o grau
de melhora ou piora da dor.
A EVA pode ser utilizada no início e no final de cada atendimento, registrando o resultado
sempre na evolução. Para utilizar a EVA o atendente deve questionar o paciente quanto ao seu
grau de dor sendo que 0 significa ausência total de dor e 10 o nível de dor máxima suportável
pelo paciente.
Dicas sobre como interrogar o paciente:
 Você tem dor?
 Como você classifica sua dor? (deixe ele falar livremente, faça observações na pasta
sobre o que ele falar)
Questione-o:
a) Se não tiver dor, a classificação é zero.
b) Se a dor for moderada, seu nível de referência é cinco.
c) Se for intensa, seu nível de referência é dez.

OBS.: Procure estabelecer variações de melhora e piora na escala acima tomando cuidado para
não sugestionar o pacien
47

ANEXO B

QUESTIONÁRIO DE INCAPACIDADE DE OSWESTRY

Por favor, você poderia completar este questionário? Ele é elaborado para nos dar
informações de como seu problema nas costas (ou pernas) têm afetado seu dia-a-dia. Por
favor, responda a todas as seções. Marque apenas um quadrado em cada seção, aquele que
mais de perto descreve você hoje.

Seção 1: INTESIDADE DA DOR

Sem dor no momento


A dor é leve neste momento
A dor é moderada neste momento
A dor é mais ou menos intensa neste momento
A dor é muito forte neste momento
A dor é pior imaginável neste momento

Seção 2: CUIDADOS PESSOAIS (vestir-se, tomar banho, etc.)

Eu posso cuidar de mim sem provocar dor extra


Posso me cuidar, mas me causa dor
É doloroso me cuidar e sou lento e cuidadoso
Preciso de alguma ajuda, mas dou conta de me cuidar
Preciso de ajuda em todos os aspectos para cuidar de mim
Eu não me visto, tomo banho com dificuldades e fico na cama

Seção 3: PESOS

Posso levantar coisas pesadas sem causar dor extra


Se levantar coisas pesadas sinto dor extra
A dor me impede de levantar coisas pesadas, mais dou um jeito, se estão bem
posicionadas, e. g. numa mesa
A dor me impede de levantar coisas pesadas mas dou um jeito de levantar coisas
leves ou pouco pesadas se estiverem bem posicionadas
Só posso levantar coisas muito leves
Não posso levantar nem carregar nada.

Seção 4: Andar

A dor não me impede de andar ( qualquer distancia)


A dor me impede de andar mais que 2 Km
A dor me impede de andar mais que ..... Km
A dor me impede de andar mais que poucos metros
Só posso andar com bengalas ou muletas
Fico na cama maior parte do tempo e tenho que arrastar para o banheiro.
48

Seção 5: Sentar

Posso sentar em qualquer tipo de cadeira pelo tempo que quiser


Posso sentar em minha cadeira favorita pelo tempo que quiser
A dor me impede de sentar por mais de 1 hora
A dor me impede de sentar por mais de ? hora
A dor me impede de sentar por mais que 10 minutos
A dor me impede de sentar

Seção 6: De pé

Posso ficar de pé pelo tempo que quiser sem dor extra


Posso ficar de pé pelo tempo que quiser, mas sinto um pouco de dor
A dor me impede de ficar de pé por mais de 1 h
A dor me impede de ficar de pé por mais ? hora
A dor me impede de ficar de pé por mais de 10 minutos
A dor me impede de ficar de pé

Seção 7: Sono

Meu sono não é perturbado por dor


Algumas vezes meu sono é perturbado por dor
Por causa da dor durmo menos de 6 horas
Por causa da dor durmo menos de 4 horas
Por causa da dor durmo menos de 2 horas
A dor me impede de dormir.

Seção 8: Vida Sexual

Minha vida sexual é normal e não me causa dor extra


Minha vida sexual é normal, mas me causa dor extra
Minha vida sexual é quase normal, mas é muito dolorosa
Minha vida sexual é muito restringida devido à dor
Minha vida sexual é praticamente inexistente devido à dor.
A dor me impede de ter atividade sexual.

Seção 9: Vida Social

Minha vida social é normal e eu não sinto dor extra


Minha vida social é normal, mas aumenta o grau de minha dor.
A dor não altera minha vida social, exceto por impedir que faça atividades de
esforço, como esportes, etc
A dor restringiu minha vida social e eu não saio muito de casa
A dor restringiu minha vida social a minha casa
Não tenho vida social devido a minha dor.
49

Seção 10: Viagens

Posso viajar para qualquer lugar sem dor.


Posso viajar para qualquer lugar, mas sinto dor extra
A dor é ruim, mas posso viajar por 2 horas
A dor restringe minhas viagens para distâncias menores que1 hora
A dor restringe minhas viagens para as necessárias e menores de 30 minutos
A dor me impede de viajar, exceto para ser tratado.
50

ANEXO C

QUESTIONÁRIO DE INCAPACIDADES ROLLAND MORRIS

Quando tem dores nas costas, pode sentir dificuldade em fazer algumas das coisas que
normalmente faz. Esta lista contém frases que as pessoas costumam usar para se
descreverem quando têm dores nas costas. Quando as ler, pode notar que algumas se
destacam porque o descrevem hoje. Ao ler a lista, pense em si hoje. Quando ler uma
frase que o descreve hoje, coloque-lhe uma cruz. Se a frase não o descrever, deixe o
espaço em branco e avance para a frase seguinte. Lembre-se, apenas coloque a cruz na
frase se estiver certo de que o descreve hoje.

1. Fico em casa a maior parte do tempo por causa das minhas costas.
2. Mudo de posição freqüentemente para tentar que as minhas costas fiquem
confortáveis.
3. Ando mais devagar do que o habitual por causa das minhas costas.
4. Por causa das minhas costas não estou a fazer nenhum dos trabalhos que
habitualmente faço em casa.
5. Por causa das minhas costas, uso o corrimão para subir escadas.
6. Por causa das minhas costas, deito-me com mais frequência para descansar.
7. Por causa das minhas costas, tenho de me apoiar em alguma coisa para me levantar
de uma poltrona.
8. Por causa das minhas costas, tento conseguir que outras pessoas façam as coisas por
mim. 9. Visto-me mais lentamente do que o habitual por causa das minhas costas.
10. Eu só fico em pé por curtos períodos de tempo por causa das minhas costas.
11. Por causa das minhas costas, evito dobrar-me ou ajoelhar-me.
12. Acho difícil levantar-me de uma cadeira por causa das minhas costas.
13. As minhas costas estão quase sempre a doer.
14. Tenho dificuldade em virar-me na cama por causa das minhas costas.
15. Não tenho muito apetite por causa das dores das minhas costas.
16. Tenho dificuldade em calçar peúgas ou meios altas por causa das dores das minhas
costas.
17. Só consigo andar distâncias curtas por causa das minhas costas.
18. Não durmo tão bem por causa das minhas costas.
19. Por causa da dor nas minhas costas, me visto com a ajuda de outras pessoas.
20. Fico sentado a maior parte do dia por causa das minhas costas.
21. Evito trabalhos pesados em casa por causa das minhas costas.
22. Por causa das dores nas minhas costas, fico mais irritado e mal-humorado com as
pessoas do que o habitual.
23. Por causa das minhas costas, subo as escadas mais devagar do que o habitual.
24. Fico na cama a maior parte do tempo por causa das minhas costas.
51

ANEXO D – COMITÊ DE ÉTICA


52

CONFIRMAÇÃO DE SUBMISSÃO DO ARTIGO

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