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SUMÁRIO
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1 Fisiologia da gestação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.1 Perfil hormonal na gestação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.2 Alterações metabólicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.3 Alterações cardiovasculares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.4 Alterações renais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.5 Alterações digestórias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.6 Alterações respiratórias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.7 Alterações fisiológicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
6. Infância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
6.1 Avaliação nutricional na infância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
6.2 Avaliação das curvas de crescimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
6.3 Outras avaliações importantes em crianças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
8. Adolescência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
8.1 Avaliação nutricional na adolescência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
11. Envelhecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
11.1 Avaliação nutricional na terceira idade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
Considerações finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
Referências bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
INTRODUÇÃO
Esta aula tem como objetivo capacitar o aluno a prescrever planos alimentares adequados, além
de suplementos e fitoterápicos, em diversas fases da vida das mulheres (infância, adolescência,
fase adulta, terceira idade e durante a gestação). Cada fase apresentada começará com uma
contextualização a respeito da mulher, incluindo algumas de suas características fisiológicas e de
seus papéis sociais, para, então, chegarmos às questões nutricionais e fitoterápicas.
1 FISIOLOGIA DA GESTAÇÃO
O período gestacional compreende, normalmente, o período Figura 1 – Gravidez na 12ª semana
de 40 semanas (ou 280 dias), o que equivale a nove meses e uma
semana ou a três trimestres. O primeiro trimestre compreende
as primeiras 12 semanas; o segundo trimestre, o período da
13ª à 27ª semana; o terceiro inicia-se a partir da 28ª semana.
O período gestacional também pode ser dividido em:
Muitas alterações fisiológicas ocorrem durante o período gestacional para garantir o bom
funcionamento do metabolismo materno, propiciando o crescimento e o desenvolvimento do feto,
além de preparar a mãe para o parto e a lactação. Entretanto, essas alterações podem causar nas
gestantes alguns desconfortos, condições clínicas ou até mesmo doenças. As principais alterações
fisiológicas são de natureza:
• endócrina;
• metabólica;
• cardiovascular;
• respiratória;
• renal;
• gastrointestinal;
• imunológica;
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A avaliação do estado nutricional da gestante deve começar com a obtenção do peso pré-
gestacional. Para tanto, ela deve informar seu peso antes da gestação. Caso não saiba, deve informar
o peso do primeiro trimestre.
Após obtenção do peso pré-gestacional, deve-se calcular o índice de massa corporal (IMC)
pré-gestacional, de acordo com a fórmula a seguir:
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Para avaliar o estado nutricional da gestante, considera-se o IMC atual e utiliza-se o gráfico de
Atalah, juntamente com a informação da semana gestacional, como neste exemplo:
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Figura 3 – Curva de IMC ou Atalah
PROCEDIMENTO 38,5
38
38,5
38
O
37,5 37,5
S
32 32
31,5 31,5
2. Transportar o valor de IMC 31
30,5
31
30,5
A
27,5 27,5
27 27
26,5 26,5
Ex: IG = 20 semana
26 26
25,5 25,5
25 25
24,5 24,5
24 24
3. Diagnóstico nutricional
23,5 23,5
23 23
22,5 22,5
BP
21,5 21,5
encontra-se o ponto de 21
20,5
20
21
20,5
20
A cada nova consulta, deve-se inserir o novo dado no mesmo gráfico da gestante, para que se
possa acompanhar a curva de evolução.
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Figura 4 – Acompanhamento nutricional da gestante
Gráfico de Acompanhamento Nutricional da Gestante
Índice de Massa Corporal segundo semana de gestação
40 40
39,5 39,5
39 39
38,5 38,5
38 38
37,5 37,5
37 37
O
36,5 36,5
36 36
35,5 35,5
35 35
34,5 34,5
34 34
33,5 33,5
33 33
32,5 32,5
32 32
31,5 31,5
31 31
30,5 30,5
30 30
29,52
29
28,5
S 29,52
29
28,5
28 28
27,5 27,5
27 27
26,5 26,5
26 26
25,5 25,5
25 25
24,5
24
23,5
A 24,5
24
23,5
23 23
22,5 22,5
22 22
21,5 21,5
21 21
20,5 20,5
20 20
19,5
19
18,5
BP 19,5
19
18,5
18 18
17,5 17,5
17 17
6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
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Com base no aumento de necessidades nutricionais, a FAO, a WHO e a ONU (1985) estabeleceram
que o adicional energético da gestante com estado nutricional pré-gestacional eutrófico deve ser:
O peso utilizado na fórmula também varia de acordo com o estado nutricional pré-gestacional:
se eutrófico, utiliza-se o peso pré-gestacional; se gestante de baixo peso, utiliza-se o peso aceitável
(21 x altura²), calculado a partir do IMC 21 da gestante. Em caso de gestantes com sobrepeso ou
obesas, usa-se o peso pré-gestacional.
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Após o cálculo da TMB, calcula-se o gasto energético (GE) de acordo com esta fórmula:
GE = TMB x NAF
Em caso de gestação gemelar, a necessidade proteica cresce em 50 g/dia a partir da 20ª semana
gestacional, e há adição de 1.000 kcal/dia.
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Água 3 L/dia
Tabela 5 – Necessidades diárias de micronutrientes para gestantes, de acordo com faixa etária
19-30 anos = 85 mg
31-50 anos = 85 mg
Vitamina D 14-18anos = 5 μg
19-30 anos = 5 μg
31-50 anos = 5 μg
19-30 anos = 15 mg
31-50 anos = 15 mg
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19-30 anos = 90 μg
31-50 anos = 90 μg
19-30 anos = 18 mg
31-50 anos = 18 mg
19-30 anos = 6 mg
31-50 anos = 6 mg
19-30 anos = 30 μg
31-50 anos = 30 μg
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19-30 anos = 30 μg
31-50 anos = 30 μg
19-30 anos = 3 mg
31-50 anos = 3 mg
19-30 anos = 27 mg
31-50 anos = 27 mg
19-30 anos = 2 mg
31-50 anos = 2 mg
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19-30 anos = 50 μg
31-50 anos = 50 μg
19-30 anos = 60 μg
31-50 anos = 60 μg
19-30 anos = 11 mg
31-50 anos = 11 mg
CURIOSIDADES
Em pesquisa encomendada pela Pfizer e pela Nestlé, o Ibope Conecta mostrou que grande parte
das gestantes admite não se alimentar tão bem quanto gostaria devido ao ritmo do cotidiano. Para
mais detalhes, veja a notícia na íntegra acessando o link: <https://extra.globo.com/noticias/saude-e-
ciencia/boa-alimentacao-a-principal-preocupacao-das-gestantes-mostra-pesquisa-23307216.html>.
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O maior problema em relação ao ácido fólico para fechamento de tubo neural é que esse processo
ocorre em até três semanas de fecundação, e a maioria das gestantes toma conhecimento da gravidez
depois desse período. Dessa forma, a suplementação deve se iniciar no período anterior à gestação
(cerca de três meses antes) pela futura mãe. Ainda assim, muitas gestantes acabam realizando-a
durante todo o período gestacional, para evitar deficiência e possível anemia megaloblástica. O
nutricionista não pode fazer a suplementação de 1,5 g de ácido fólico, pois deve manter a prescrição
dentro dos valores estabelecidos pela DRI, ou seja, dentro dos 600 μg/dia.
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4.2 Ferro
A necessidade de ferro aumenta em 50% durante o período gestacional. Uma mulher adulta, não
gestante, já deve consumir uma quantidade muito alta, se comparada a um homem adulto (18 mg
para elas e 8 mg para eles). A necessidade de ferro na gestação é de 27 mg/dia, o que, em muitos
casos, é impossível de atingir, principalmente no caso de gestantes que sofrem com enjoo, náusea
e inapetência. Como discutido, a partir do segundo trimestre, ocorre ganho de água intravascular,
o que pode diminuir a concentração de eritrócitos no sangue e causar anemia.
4.3 Magnésio
O magnésio é um mineral muito encontrado em alimentos integrais, entretanto, com a grande
quantidade de alimentos processados, está em falta nas dietas. A necessidade de ingestão aumenta
nesse período, o que pode acarretar ou potencializar sua carência.
O magnésio é responsável pelo metabolismo do cálcio, permitindo sua entrada nas células; além
disso, quando o nível sérico desse mineral está baixo, é excretado cálcio pela urina. A suplementação
de magnésio para gestantes é de 400 mg/dia e pode ser feita na forma de óxido de magnésio, cloreto
de magnésio, entre outras.
4.4 Vitamina A
A necessidade de vitamina A na gestação aumenta, porém deve-se tomar cuidado ao suplementá-
la, pois sua toxicidade pode causar teratogenia. Em vista disso, deve-se sempre induzir sua
ingestão por fontes naturais. É necessário observar se a gestante não faz uso de suplementos que
contenham vitamina A ou betacaroteno (muitas vezes presentes em complexos vitamínicos para
rejuvenescimento ou proteção solar) e, se for o caso, controlar a suplementação. O betacaroteno
possui efeito teratogênico muito menor em relação ao ácido retinoico ou ao retinol, portanto, é um
nutriente recomendável.
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X Contraindicados na gravidez.
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Boldo L.
Risco: C.
Preparação: extrato.
Butambeno
Risco: B.
Indicação: queimaduras por diferentes agentes (sol, água quente, metal incandescente).
Capsicum annum L.
Risco: X.
Preparação: pomada.
Carduus marianus
Risco: C.
Posologia: 70 mg, 1-2 drágeas, três vezes ao dia, v.o.; 140 mg, 1-3 cápsulas ao dia, v.o.
Cáscara sagrada
Risco: C.
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Efeitos adversos: cólicas abdominais, dependência laxativa, desequilíbrio eletrolítico, diarreia, enterite,
má absorção de nutrientes, náusea, vômito.
Risco: B.
Cassia senna L.
Risco: B.
Castanha-da-índia
Risco: C.
Posologia: gel 2%, fina camada, 2-3 vezes ao dia, uso tópico; 40 mg, 2-3 vezes ao dia, v.o.; 5-20 mg,
dose única diária, v.o.
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Risco: C.
Posologia: fina camada duas vezes ao dia, com leve fricção, uso tópico.
Cimicifuga racemosa
Risco: X.
Cynara scolymus
Risco: C.
Echinacea purpurea
Indicação: imunoestimulação.
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Ginkgo biloba
Risco: C.
Posologia: 40 mg, 3-4 vezes ao dia, v.o.; 80 mg, 2-3 vezes ao dia, v.o.
Indicação: isquemia cerebral e periférica, proteção das membranas celulares e da rede de capilares;
redução das hiperagregabilidades plaquetárias e eritrocitárias.
Glycinemax
Risco: X.
Herdera helix
Risco: C.
Hipericum perforatum
Risco: C.
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Isoflavonas
Risco: D.
Kava-kava
Risco: C.
Posologia: extrato 67-125 mg, 1-3 vezes ao dia; extrato seco: 234 mg, uma vez ao dia.
Risco: X.
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Rosmarinus officinalis
Risco: X.
Indicação: dispepsia.
Salix alba
Risco: X.
Risco: C
Posologia: 300 mg, uma vez ao dia, à noite, antes de deitar. Intravaginal.
Tanacetum parthenium
Risco: X.
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Vaccinium myrtillus
Risco: C.
Valeriana officinalis
Risco: C.
Aconteceu
A procura por remédios naturais no sistema público de saúde do Brasil está em alta. No décimo
aniversário da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, em 2016, o Ministério da Saúde
estimou que a quantidade de pessoas que buscaram os tratamentos à base de plantas havia crescido
mais de 160% em dois anos. Para mais detalhes, veja reportagem na íntegra acessando o link:
<https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/especial-cidadania/tratamento-com-fitoterapicos-
aumenta-na-rede-publica-de-saude/tratamento-com-fitoterapicos-aumenta-na-rede-publica-de-
saude>.
6. INFÂNCIA
Durante a infância, ocorre importante crescimento não Figura 7 – Nutrição infantil
apenas ósseo, mas de estatura e peso, além de acentuado
desenvolvimento de órgãos, células e tecidos. Até os dois
anos, o crescimento está relacionado às condições de
nascimento, assim como a fatores ambientais, portanto,
nessa primeira fase, o perfil genético influencia muito
pouco as características corporais. Dessa idade em diante
as características genéticas despontam, a exemplo das
“crianças altas”, mas ainda dependem de condições
Fonte: Jill111/pixabay
ambientais, como nutrição adequada. A partir dos três ou
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quatro anos, a criança apresenta velocidade de crescimento constante. Dessa forma, não podemos
avaliar as crianças apenas pelo seu peso e altura; a idade deve ser avaliada, assim como os fatores
genéticos e ambientais.
Essas curvas dividem-se por idade e gênero. As curvas de todos os gráficos deves se apresentar
sempre ascendentes até a fase adulta, com declínio esperado de desenvolvimento no final da
adolescência.
Uma curva descendente pode indicar o início de um processo de desnutrição, portanto, a avaliação
delas deve ser periódica. Considera-se eutrófica a criança que se apresente dentro dos percentis
P3 a P97. É importante que ela se encontre dentro de um mesmo percentil em todos os gráficos,
mas isso nem sempre ocorre, devido às diferentes características genéticas de cada um. Abaixo
de P3, a criança encontra-se em baixo peso; acima de P97, pode ser considerada acima do peso.
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Figura 8 – Peso por idade para meninas, do nascimento aos cinco anos
Figura 9 – Peso por estatura para meninas dos dois aos cinco anos de idade
Fonte: <http://189.28.128.100/nutricao/docs/graficos_oms/peso_por_estatura_meninas_percentis.pdf>.
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Figura 10 – Peso por comprimento para meninas, do nascimento aos dois anos de idade
Fonte: <http://189.28.128.100/nutricao/docs/graficos_oms/peso_por_comprimento_meninas_percentis.pdf>.
Figura 11 – Comprimento/estatura por idade para meninas, do nascimento aos cinco anos
Fonte: <http://189.28.128.100/nutricao/docs/graficos_oms/comprimento_estatura_meninas_percentis.pdf>.
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Figura 12 – IMC por idade para meninas, do nascimento aos cinco anos
Fonte: <http://189.28.128.100/nutricao/docs/graficos_oms/imc_por_idade_meninas_percentis.pdf>.
Figura 13 – Peso por idade para meninas, dos cinco aos dez anos
Fonte: <http://189.28.128.100/nutricao/docs/graficos_oms/maiores_5anos/peso_por_idade_meninas_escores.pdf>.
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Fonte: <http://189.28.128.100/nutricao/docs/graficos_oms/maiores_5anos/
estatura_por_idade_meninas_escores.pdf>.
Fonte: <http://189.28.128.100/nutricao/docs/graficos_oms/maiores_5anos/imc_por_idade_meninas_escores.pdf>.
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Considera-se desnutrição crônica evolutiva quando a criança apresenta baixo peso pronunciado
e baixa estatura. Trata-se de uma desnutrição já instalada há algum tempo, e a criança apresenta
comprometimento de desenvolvimento.
Considera-se desnutrição pregressa quando a criança apresenta peso normal, porém baixa
estatura. Ela não está desnutrida atualmente, entretanto, passou por episódio de desnutrição
durante a gestação ou o primeiro ano de vida, acarretando diminuição do crescimento. Pode ser
considerada eutrófica.
Mede-se a circunferência mínima colocando a fita sobre a região frontal e sobre a proeminência
do occiptal. A fita deve contornar a cabeça, ao mesmo nível, à esquerda e à direita.
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Fonte: mediaphotos/iStock
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Idade Fórmula
Equação para obtenção do gasto energético basal (GEB), segundo DRIs (IOM, 2002), para meninas
de 3 a 18 anos:
Para obtenção do gasto energético total (GET), realiza-se GEB X “fator atividade”, com base na
tabela 7.
Característica Fator
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Como as recomendações proteicas podem variar de acordo com o peso, recomenda-se o cálculo
das necessidades proteicas a partir do peso da criança, utilizando-se os valores descritos na tabela 9.
Tabela 9 – Recomendação da ingestão diária de proteínas para crianças, de acordo com a idade
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Tabela 10 – Necessidades diárias de micronutrientes para crianças do sexo feminino, de acordo com a idade
7-12 meses = 50 mg
1-3 anos = 15 mg
4-8 anos = 20 mg
9-13 anos = 45 mg
7-12 meses = 5 μg
1-3 anos = 6 μg
4-8 anos = 7 μg
9-13 anos = 5 μg
7-12 meses = 5 mg
1-3 anos = 6 mg
4-8 anos = 7 mg
9-13 anos = 11 mg
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1-3 anos = 30 μg
4-8 anos = 55 μg
9-13 anos = 60 μg
7-12 meses = 4 mg
1-3 anos = 6 mg
4-8 anos = 8 mg
9-13 anos = 12 mg
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7-12 meses = 80 μg
1-3 anos = 2 mg
4-8 anos = 3 mg
9-13 anos = 4 mg
7-12 meses = 6 μg
1-3 anos = 8 μg
4-8 anos = 12 μg
9-13 anos = 20 μg
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1-3 anos = 11 μg
4-8 anos = 15 μg
9-13 anos = 21 μg
1-3 anos = 90 μg
4-8 anos = 90 μg
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7-12 meses = 11 mg
1-3 anos = 7 mg
4-8 anos = 10 mg
9-13 anos = 8 mg
7-12 meses = 75 mg
1-3 anos = 80 mg
7-12 meses = 3 μg
1-3 anos = 17 μg
4-8 anos = 22 μg
9-13 anos = 34 μg
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7-12 meses = 20 μg
1-3 anos = 20 μg
4-8 anos = 30 μg
9-13 anos = 40 μg
7-12 meses = 3 mg
1-3 anos = 3 mg
4-8 anos = 5 mg
9-13 anos = 8 mg
1-3 anos = 3 g
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Os outros nutrientes costumam ser ignorados, portanto deve-se, nesses casos, indicar uma
suplementação adequada quando houver necessidade. Alguns são importantes para o crescimento,
como o zinco, e para aumentar o apetite, como as vitaminas do complexo B (especialmente a niacina).
Esta, especificamente, deve ser suplementada, respeitando o limite da DRI e a ingestão alimentar,
pois sua toxicidade é muito baixa. Para a prescrição desses nutrientes, deve-se sempre obedecer
à recomendação da DRI.
SAIBA MAIS
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• tintura de ratânia;
• decocto a 10% de fruto de mirtilo (Myrtilli fructus).
Alterações do trato respiratório em crianças são muito comuns e levam à inapetência alimentar,
o que afeta o estado nutricional dela e sua conduta nutricional. Por apresentarem metabolismo
mais intenso, crianças em jejum prolongado sofrem maiores efeitos e podem ter piora nos quadros
respiratórios. Muitas vezes, o tratamento dessas alterações leva a um benefício nutricional, portanto,
é importante que os nutricionistas tenham arsenal terapêutico para esse tipo de patologia.
Em caso de secreções que partam de vias respiratórias, aplica-se inalação com óleos essenciais
– incluem-se os óleos em preparações –, que também podem ser nebulizados. Recomenda-se
gargarejos e lavagens.
Folha de sálvia
Preparações e posologias:
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Observação: a coloração escura indica a decomposição dos glicosídeos iridoides com atividade
antibacteriana (incluindo 0,3-0,7% de aucubina, dependendo da procedência e das condições do
cultivo).
Chá:
• Galeopsis erva, 60 g.
• Serpylli erva, 40 g.
Dosagem:
• Tomar uma xícara várias vezes ao dia, usando sempre uma colher de sopa da mistura do chá
para cada 150 mL de água fervida. Em recém-nascidos, basta uma colher de chá da planta.
Cuidado: Polygalae radix também é indicada para secreções nasais, mas preparações à base
de suas raízes não são indicadas para pediatria, porque produzem efeitos colaterais indesejáveis
com o uso, como irritação do trato gastrointestinal.
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Posologia: 2-8 mL, ou uma colher pequena de chá, ou até 2 colheres de sopa. Aplicar várias
vezes ao dia. A infusão deve ser a frio. É preferível comprar a preparação pronta.
A infusão desse líquen tem um efeito colateral muito importante para a nutrição, pois aumenta
o apetite.
• 3-4 g da droga seca ou uma colher de sopa das flores em 200 mL de água; deixar infundir por
15 minutos, adoçar com mel e tomar entre as refeições.
• De gosto bom, é indicado para uso pediátrico.
• Tosse com expectoração viscosa (tosse produtiva)
Os fitofármacos que apresentam saponinas em sua preparação são indicados, pois têm ação
secretolítica e secretomotora.
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Posologia: tomar uma xícara do chá, várias vezes ao dia, preparado com 1 colher de sopa da
mistura. Para recém-nascidos, recomenda-se metade da dosagem.
• Liquirithae radix – 50 g.
• Primulae radix – 10 g.
• Althaea radix – 30 g.
• Anisi fructus – 10 g.
Posologia: tomar cinco copos diariamente, preparados como infusão, usando 1 colher de chá
da mistura. Se possível, tomar ainda quente.
Esses medicamentos são indicados na tentativa de aumentar a resposta imunológica das crianças,
evitando infecções e afecções oportunistas que possam levar à desnutrição. Esses medicamentos
podem ser utilizados nos primeiros sintomas ou para terapia profilática de curto período, com
aplicações no período da manhã e da noite, no máximo por quatro dias.
Posologia:
a) falta de apetite;
b) mal-estar gástrico;
c) dispepsia, associada a flatulência;
d) diarreia aguda e de curto prazo;
e) obstipação crônica.
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Nesses casos, para maior eficácia do tratamento, a terapia deve começar imediatamente e ser
assertiva, pois a desnutrição pode ser severa e acarretar males piores. O pólen de flores é considerado
um estimulante de apetite de ótima ação.
Posologia:
• 2 g ou uma colher de chá para 1 xícara de água, ou colocar 20 gotas da tintura em 1 xícara de
chá de hortelã-pimenta. Tomar antes de cada refeição.
São indicadas em preparações para estimular o apetite. A seguir, destacamos algumas plantas
utilizadas para essa finalidade.
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Quadro 3 – Drogas que apresentam ação estimulante de apetite contra dispepsia ou complicações dispépticas
Condurango cortex
Cynara folium
Coriandri fructus
Foeniculi fructus
Salviae folium
Pólen de flores
Tônico amargo
Posologia: 10 gotas para meio copo de água antes das refeições. Tomar lentamente. A concentração
de álcool no tônico é considerada insignificante a partir de dois anos de idade.
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Preparação 1
Posologia: dependendo da necessidade, de três a cinco copos diários usando 1 colher de chá
ou até 1 colher de sopa da mistura para infusão.
Preparação 2
Posologia: 1 colher de chá para uma xícara de água fervida; deixar em infusão por 10 minutos
e administrar duas a três vezes ao dia.
Preparação 3
Indicada para casos de anorexia, plenitude gástrica, flatulência e leves distúrbios espasmiformes
gastrointestinais.
Posologia: até três xícaras do chá por dia antes das refeições, preparado com 1 colher de chá
da mistura. Para crianças menores de quatro anos, somente 1/2 colher de chá da mistura.
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• Efeitos adversos: mal-estar gástrico, reação alérgica tipo asmática, suor com odor de alho.
• Contraindicação: gastrite aguda, úlcera, em grande quantidade na gravidez e lactação.
• Interação: anticoagulante, hipotensor, hipoglicemiante.
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Posologia: sachê aromatizado para diluir em água ou extrato seco: 200 mg a 400 mg.
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8. ADOLESCÊNCIA
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, Figura 19 – Adolescente alimentando-se de salada
2007), a adolescência compreende o período entre
os 10 e os 20 anos incompletos de um indivíduo.
Pode ser considerado o segundo período da vida
extrauterina, pois o crescimento atinge sua velocidade
máxima (15% total da estatura é atingida nessa fase).
Os meninos têm crescimento de 9 cm a 10 cm por
ano, e as meninas, de cerca de 8 cm por ano. Além
disso, nessa fase, há um aumento considerável de
massa óssea, representando 50% da massa óssea Fonte: fstop123/Istock
total de um adulto (OMS, 2007).
No período denominado puberdade, ocorre o aparecimento de características sexuais secundárias
em resposta à ativação do mecanismo neuro-hormonal do eixo hipotálamo-hipófise-gônadas. Essa
ativação é responsável por:
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Como discutimos, a adolescência é caracterizada pela intensa liberação hormonal responsável por
alterações físicas diferenciadas entre os gêneros e de acordo com a idade. Dessa forma, a maturação
sexual ocorre de forma diferente entre meninos e meninas e em etapas e idades diferentes entre
indivíduos do mesmo sexo. Para melhor avaliação do estágio de maturação sexual dos adolescentes,
foram desenvolvidos critérios enumerados de 1 a 5, que levam em consideração o desenvolvimento
de mamas (M), pelos pubianos (P) e genitália masculina (G), denominados estágios de Tanner. A
avaliação deve ser realizada por exame físico ou autoavaliação (o médico pode avaliar o estágio ou
questionar o adolescente sobre em qual estágio se encontra).
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Características infantis
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SAIBA MAIS
Fonte: FG Trade/Istock
As necessidades energéticas dos adolescentes são ainda altas quando comparadas às do adulto,
devido ao seu crescimento acelerado. Para se estimar o gasto energético de um adolescente, deve-
se avaliar o seu estágio pubertário, pois aquele sofre grande variação de acordo com o estágio em
que o jovem se encontra. Infelizmente, não há fórmulas que estimem o gasto energético de acordo
com o estágio pubertário, o que dificulta ainda mais a precisão do cálculo. Dessa forma, o cálculo
do gasto energético basal (GEB) pode ser feito por meio de fórmulas das DRIs.
Obtenção do gasto energético total de adolescentes mulheres: equações para obtenção de GEB
Meninas de 3 a 18 anos GEB = 189 – (17,6 X idade) + 625 X estatura + 7,9 X peso
Para obtenção do gasto energético total (GET), realiza-se GEB X fator atividade com base na
tabela 11:
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Tabela 11 – Fator atividade de crianças e adolescentes de acordo com seu nível de atividade física diário
Outra forma de calcular as necessidades energéticas é por meio do EER (cálculo do requerimento
energético estimado), recomendado também pelas DRIs. Veja o cálculo do requerimento energético
estimado de adolescentes do sexo feminino de acordo com IOM (2002):
• PA = 1,0 sedentário
• PA= 1,16 pouco ativo
• PA=1,31 ativo
• PA = 1,56 muito ativo
11 a 14 anos 14 kcal/cm
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Crianças de 4 a 18 anos
Carboidrato 45-65%
Proteína 10-30%
Como as recomendações proteicas podem variar de acordo com o peso, altura e idade, recomenda-
se o cálculo das necessidades proteicas a partir de várias formas, utilizando-se os valores descritos
na tabela a seguir:
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Vitamina A 700 μg
Vitamina C 65 mg
Vitamina D 5 μg
Vitamina E 15 mg
Vitamina K 75 μg
Tiamina 1,0 mg
Riboflavina 1,0 mg
Niacina 14 mg
Vitamina B6 1,2 mg
Folato 400 μg
Ácido pantotênico 5 mg
Biotina 25 μg
Colina 550 mg
Cálcio 1.300 mg
Cromo 24 μg
Cobre 890 μg
Flúor 3 mg
Iodo 150 μg
Ferro 15 mg
Magnésio 360 mg
Manganês 1,6 mg
Molibdênio 43 μg
Fósforo 1.250 mg
Selênio 55 μg
Zinco 9 mg
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Potássio 4,7 g
Sódio 1,5 g
Cloro 2,3 g
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Para cálculo da TMB, encontram-se à disposição fórmulas que são estimadas a partir do peso
corporal dos indivíduos. Entretanto, algumas delas levam em consideração também a estatura, a
idade e o gênero.
A fórmula foi extraída segundo recomendação das DRIs para o cálculo da TMB (IOM, 2002):
TMB (kcal/dia) = 247 – 2,67 X idade (anos) + 401,5 X estatura (m) + 8,6 x peso (kg)
Após o cálculo da TMB, deve-se determinar o melhor NAF (nível de atividade física) para cada
indivíduo de acordo com suas atividades diárias:
Leve (≥ 1,4 < 1,6) Caminhadas (6,4 km/h), além das mesmas
atividades relacionadas ao NAF sedentário.
Moderado (≥ 1,6 < 1,9) Ginástica aeróbica, corrida, natação, jogar tênis,
além das mesmas atividades relacionadas ao NAF
sedentário.
Após a determinação das necessidades energéticas diárias, deve-se distribuir as calorias por
macronutrientes de forma balanceada. Os intervalos de distribuição aceitáveis dos macronutrientes
(AMDR) – carboidratos, proteínas, gorduras totais, ácido linoleico e ácido linolênico – para indivíduos
foram estabelecidos de acordo com a tabela 17.
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Nutriente AMDR %
Carboidratos 45 a 65
Proteínas 10 a 35
Gorduras totais 20 a 35
Ômega-6 5 a 10
SAIBA MAIS
Para mais detalhes sobre nutrição para mulheres com foco para recomendações e informações
técnicas mais apuradas, consulte o seguinte livro:
BOSCO, Simone Morelo Dal. Nutrição da mulher: uma abordagem nutricional da saúde à doença. São
Paulo: Metha, 2010.
31-50 anos = 75 mg
31-50 anos = 5 μg
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31-50 anos = 15 mg
31-50 anos = 90 μg
31-50 anos = 14 mg
31-50 anos = 5 mg
31-50 anos = 30 μg
31-50 anos = 25 μg
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31-50 anos = 3 mg
31-50 anos = 18 mg
31-50 anos = 45 μg
31-50 anos = 55 μg
31-50 anos = 8 mg
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Outras situações merecem cuidados, como a retirada de outros grupos alimentares, por exemplo,
laticínios. Nesses casos, deve-se atentar ao baixo consumo de cálcio, vitamina D e vitamina A.
◊ Contraindicações: lactação.
Urucum
• Posologia:
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◊ Ferver por 20 minutos em recipiente tampado. Após a preparação, coar e tomar 3 xícaras
de chá ao dia.
Fruta-do-conde
• Posologia:
◊ Preparar como decocção com tempo de fervura de 15 minutos. Ingerir três xícaras de chá
ao dia.
Cáscara sagrada
• Posologia:
◊ Preparação: ferver por 20 minutos e abafar, coar e ingerir duas xícaras de chá ao dia, pela
manhã e à noite.
◊ 2 colheres de sopa das folhas fatiadas de sene em 2 copos de água. Preparação: deixe em
contato 20 minutos em recipiente tampado, coar e ingerir duas xícaras de chá ao dia, uma
de manhã e outra à noite.
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• Contraindicação: não usar por mais de uma semana, obstrução intestinal, refluxo, inflamação
intestinal aguda, dor abdominal desconhecida, pólipos intestinais, gravidez, lactação.
Genciana
• Posologia:
◊ Preparar por decocção durante 20 minutos, coar e ingerir três xícaras de chá ao dia.
Figo
• Posologia:
◊ Deixar em contato por 20 minutos em recipiente tampado, coar e ingerir três xícaras de chá
ao dia.
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• Contraindicação: não utilizar em casos de: obstrução de vias biliares, doenças severas no
fígado e gravidez.
• Cuidado: doença hepática aguda e severa, colecistite séptica, espasmos do intestino e íleo e
câncer hepático.
• Interação: anticoagulantes.
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A obstipação é bem frequente e, por questões hormonais, afeta muito mais mulheres do que
homens. Causas frequentes:
• má alimentação;
• hábitos alimentares errados;
• adiposidade;
• supressão do reflexo de defecção (por local estranho);
• medo de dores causadas por fissuras, infecções ou hemorroida;
• fatores psicossomáticos.
A primeira medida terapêutica deve ser a busca pela eliminação da causa. Se isso for difícil,
existem alternativas:
Psyllii semen
Astragalus
Pectinas
Celulose carboximetílica
Lactulose
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Drogas antranoides podem causar efeito vicioso e devem ser ingeridas com cautela, conforme
demonstra o quadro 8.
Cáscara sagrada
Casca de frângula
Raiz de ruibarbo
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◊ Infusão: 5-10 g.
• Reações adversas: quando ingerida fresca, causa graves distúrbios orgânicos (edemas e
inflamações internas).
• Contraindicado: indivíduos com história de LES (lúpus eritematoso sistêmico).
• Interação: a ingestão de grandes doses pode potencializar a terapia anticoagulante e interferir
na reposição hormonal.
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• Evitar ultrapassar a dose recomendada – há um possível efeito tóxico pelo alcaloide pirroizidínico.
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• Contraindicação: pessoas com cálculos biliares, irritação gástrica e hipertensão arterial. Não
usar em crianças. Não usar em caso de tratamento com anticoagulantes.
◊ Extrato seco: 20-60 mg/dia, durante sete dias, depois 20 mg da erva pó como manutenção.
◊ Deccoção: caule e raiz triturados 20 g da mistura/L, ferver por 45 minutos (repor volume
perdido). Uso: 10 dias.
• Cuidados:
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• Cuidados: uso crônico não recomendado – causa perda da capacidade de estímulo imunológico
e danos celulares.
• Interação com imunossupressores e corticoides.
◊ Infusão: 3 g (1 colheres de sopa) em 150 mL (1 xícara de chá). Utilizar uma xícara, 2 a 3 x/dia.
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◊ Pomada de confrei 15% em 100 g de pomada qsp (atenção: é proibido o uso interno do
confrei. Esse produto deverá ser utilizado por, no máximo, seis semanas consecutivas ao
ano. Não usar em lesões abertas).
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• Contraindicado: pessoas com úlcera gástrica e duodenal, colite ulcerativa e diverticulite. Devido
à presença de taninos, pode reduzir a absorção de ferro.
• Cuidado: em raros casos, pode causar dermatite de contato. Não usar em gestantes, lactantes,
crianças menores de dois anos, alcoolistas e diabéticos. Evitar o uso em pessoas alérgicas
ou com hipersensibilidade a calêndula ou plantas da família Asteraceae.
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• Cuidados: em casos isolados, pode provocar reações alérgicas na pele. Não utilizar por via oral,
pois pode causar gastroenterites e distúrbio cardiovascular. Evitar o uso em concentrações
superiores às recomendadas (fatal: acima de 70 g de tintura de arnica).
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11. ENVELHECIMENTO
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, Figura 23 – Idosa almoçando
2007), os indivíduos são considerados idosos quando
completam 65 anos (países desenvolvidos) ou 60 anos
(países de economias emergentes). Nesse estágio da
vida, muitas mudanças metabólicas, fisiológicas e físicas
ocorrem, dificultando a avaliação nutricional, assim como
a determinação de necessidades nutricionais específicas,
pois estas variam de acordo com cada alteração. Dentre
as principais mudanças que podem levar à alteração do
Fonte: real444/iStock
estado nutricional, podemos destacar:
• redução da capacidade funcional.
• alterações do paladar;
• alterações de processos metabólicos do organismo;
• alteração da composição corporal;
• utilização crônica de fármacos que podem alterar absorção e metabolização de nutrientes;
• queda do funcionamento digestório;
• diminuição do apetite ocasionada por fatores fisiológicos ou psicológicos;
• alteração da composição corporal causada pela alteração hormonal;
• presença de doenças crônicas neurológicas que afetam o apetite ou a memória.
• problemas posturais;
• indivíduos na cadeira de rodas ou acamados, impossibilitados de ficar em pé;
• falta de equilíbrio;
• rigidez muscular causada por doenças como Parkinson.
Nesses casos, deve-se calcular a altura estimada utilizando-se esta fórmula, de acordo com
Chumlea, Roche e Steinbaugh (1985):
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Observação: AJ = altura do joelho (obtida com o idoso em posição supina e com o joelho dobrado,
formando um ângulo de 90°. Realiza-se a medida considerando o espaço entre a planta do pé e a
superfície anterior da perna, na altura do joelho).
PEmulher = [(1,27 X CP) + (0,87 X AJ) + (0,98 x CB) + (0,4 X DCSE) – 62,35]
A classificação do IMC pode ser realizada segundo duas tabelas diferentes. O Sistema de
Vigilância Alimentar e Nutricional do Ministério da Saúde (Sisvan) utiliza a classificação de Lipschitz
(1994), conforme as tabelas 19 e 20.
Tabela 19 – Classificação do estado nutricional de idoso segundo o IMC proposto por Lipschitz (1994)
< 22 Desnutrição
22-27 Normal
> 27 Obesidade
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Tabela 20 – Classificação do estado nutricional de idoso segundo o IMC proposto por Opas (2012)
23-27,9 Normal
28 – 29,9 Sobrepeso
>27 Obesidade
Além do IMC, outras formas de avaliar o estado nutricional do idoso são importantes, como
verificar redução da massa muscular a partir da circunferência da panturrilha (CP) e da circunferência
muscular do braço (CMB), pois essas medidas estão relacionadas à perda das reservas proteicas.
Pode-se também verificar a dobra cutânea (DCT) e classificá-la de acordo com a classificação
proposta pelo NHANES III (CDC, 1996) ou por Burr e Philips (1984) para obter o percentil atual e
saber o percentil ideal com base no P50.
Tabela 21 – Classificação do estado nutricional de idoso até 74 anos e 11 meses segundo DCT, CP e CMB
Classificação Percentis
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A razão circunferência da cintura e circunferência do quadril (CC/CQ) também pode ser utilizada
seguindo os mesmos critérios de classificação de adultos para risco de obesidade, complicações
metabólicas e doenças cardiovasculares.
A avaliação nutricional e bioquímica deverá ser realizada da mesma forma que em adultos, como
abordada no módulo de avaliação nutricional.
Característica fator
Sedentário 1,0
Ativo 1,27
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Fibras totais 21 21
Proteína 46 46
Gorduras totais ND ND
Como as recomendações proteicas podem variar de acordo com peso, altura e idade, recomenda-
se uma ingestão de proteínas na terceira idade equivalente a 1,2 g a 1,5 g/kg/dia.
> 70 anos = 75 mg
> 70 anos = 15 μg
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> 70 anos = 15 mg
> 70 anos = 90 μg
> 70 anos = 14 mg
> 70 anos = 5 mg
> 70 anos = 30 μg
> 70 anos = 20 μg
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> 70 anos = 3 mg
> 70 anos = 8 mg
> 70 anos = 45 μg
> 70 anos = 55 μg
> 70 anos = 8 mg
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Dessa forma, deve-se avaliar o idoso, verificar suas principais carências e introduzir, por meio de
suplementação, os principais nutrientes em déficit se apresentarem carência ou não apresentarem
boa ingestão de seus alimentos-fonte. Para a prescrição desses nutrientes, deve-se sempre obedecer
à recomendação da DRI listada.
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e antagônicas, quando o efeito resultante é menor do que a combinação dos efeitos dos dois
medicamentos isolados ou quando a interação resulta na anulação completa das propriedades
farmacológicas de cada medicamento (CASTRO; TEIXEIRA, 2004).
Os critérios de prescrição para essa etapa de idade são os mesmos para qualquer paciente, em
qualquer idade. Deve-se aferir as dosagens de enzimas hepáticas e de clearance de creatinina; para
0-50% de perda de clearance, eliminar 25% da dose inicial, a fim de evitar transtornos.
Intoxicação
Muitos artigos especulam o efeito de fitoterápicos para amenizar efeitos colaterais causados
pela menopausa. Entretanto, ainda não há um consenso sobre doses seguras e eficácia. Dessa
forma, podem-se prescrever os fitoterápicos utilizados para adultos em situações especiais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Saúde da mulher é um tema extremamente atual, que visa ampliar o trabalho do nutricionista,
focando não só na quantidade e na qualidade da dieta, mas também nas propriedades nutricionais
benéficas de alimentos voltados para a mulher em diversas fases da vida, na estética e no tratamento
de diferenças doenças. Trouxemos propostas mais recentes da avaliação nutricional e condutas
nutricionais adequadas, além da prescrição de fitoterápicos.
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