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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE CIÊNCIAS

FARMACÊUTICAS
Curso de Graduação em Farmácia-Bioquímica

Veganismo: Comparação entre as informações divulgadas pela

mídia leiga e as evidências científicas

Bruna Dias da Ponte

Trabalho de Conclusão do Curso de


Farmácia-Bioquímica da Faculdade de
Ciências Farmacêuticas da Universidade
de São Paulo.

Orientador: Prof. Dr. João Paulo Fabi

São Paulo
2019
2

SUMÁRIO

Pág.

Lista de Abreviaturas .................................................................................................. 4

RESUMO .................................................................................................................... 5

1. INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………… 6

2. OBJETIVOS………………………………………………………………………………. 9

3. MATERIAL E MÉTODOS……………………………………………………………..... 10

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO……………………………………………………....... 12
4.1 Informações científicas……………………………………………………………... 12
4.1.1 Possíveis deficiências nutricionais……………………………………….... 12
4.1.1.1 Vitamina B-12……………………………………………………….. 12
4.1.1.2 Vitamina D…………………………………………………………... 14
4.1.1.3 Ferro………………………………………………………………..... 16
4.1.1.4 Zinco…………………………………………………………………. 17
4.1.1.5 Ácidos graxos poli-insaturados n-3…………………………….... 19
4.1.2 Fatores antinutricionais……………………………………………………... 20

4.1.2.1 Fitato………………………………………………………………..... 21
4.1.2.2 Taninos………………………………………………………………. 22

4.1.2.3 Inibidores enzimáticos……………………………………………... 22

4.1.2.4 Oxalatos……………………………………………………………... 23

4.2 Informações da mídia leiga………………………………………………………… 24

4.2.1 Resultados para busca por “Veganismo”................................................ 24

4.2.2 .2 Resultados para busca por “Alimentação à base de plantas”................ 27

4.2.3 Resultados para busca por “Deficiências nutricionais do veganismo”.... 30


3

4.2.4 Resultados para busca por “Fatores antinutricionais”............................. 32

5. CONCLUSÕES…………………………………………………………………………... 34

6. BIBLIOGRAFIA…………………………………………………………………………... 35
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LISTA DE ABREVIATURAS

ANDA Agência de Notícias de Direitos dos Animais


ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
DHA Ácido docosaexaenoico
DMT1 Transportador divalente de metal
EPA Ácido eicosapentaenoico
Hb Hemoglobina
OMS Organização Mundial da Saúde
TBCA-USP Tabela Brasileira de Composição dos Alimentos da Universidade de São Paulo
VD2 Ergocalciferol
VD3 Calciferol
VDR Receptor de Vitamina D
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RESUMO

INTRODUÇÃO: O número de pessoas que aderem às dietas veganas tem crescido


nos países ocidentais por razões de saúde e também por conta da defesa das
causas animais, cada vez mais difundidas nas mídias. Define-se como vegano
aquela pessoa que não consome nenhum tipo de carne, incluindo aves, peixes e
mariscos e nem produtos provindos de origem animal, como os lácteos e ovos. O
veganismo é apresentado como um estilo de alimentação saudável, entretanto as
recomendações para este tipo de dieta ainda são controversas entre os
profissionais da saúde por conta das possíveis deficiências nutricionais. Além disso,
alguns alimentos muito consumidos por veganos possuem fatores antinutricionais
que podem contribuir para essas deficiências alimentares. OBJETIVO: O objetivo
deste estudo é verificar as informações sobre veganismo disponíveis nas bases
científicas e comparar com as informações da mídia leiga para inferir se a internet
é uma fonte segura de informação sobre esse tema, visto que é a principal fonte de
pesquisa da atualidade. MATERIAL E MÉTODOS: Por meio da busca de artigos e
revisões bibliográficas nas bases de dados Web of Science, Medline/Pubmed e
SciElo dos últimos 19 anos foram selecionados artigos escritos em inglês, português
e espanhol com os termos veganismo, alimentação à base de plantas, deficiências
nutricionais do veganismo e fatores antinutricionais. Também foi utilizada busca
em sites e blogs sobre o tema utilizando-se a ferramenta de busca do Google,
utilizando os mesmos termos de busca. RESULTADOS: Verificou-se a qualidade
da informação difundida na internet sobre veganismo e os riscos de seguir uma
dieta vegana com orientação da mídia leiga. Existem deficiências nutricionais que
podem ser ocasionadas por este estilo de vida alimentar e que podem ser
potencializadas devido aos fatores anti-nutricionais naturalmente presente nos
alimentos. CONCLUSÃO: Pessoas que aderem a uma dieta vegana estão
propensas a sofrer deficiências nutricionais. A mídia leiga aborda superficialmente
o tema e não dispensa o acompanhamento nutricional de profissionais de saúde.
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1. INTRODUÇÃO

Define-se como vegetariano aquela pessoa que não consome nenhum tipo
de carne, incluindo aves, peixes ou mariscos e nem produtos derivados de carne.
Os ovolácteo-vegetarianos são aqueles cuja alimentação se baseia em cereais,
frutas, legumes, frutas secas, sementes, ovos e produtos lácteos. Os lacto-
vegetarianos são os que excluem da dieta ovos e preparações que os contenha e,
por fim, os veganos são os que excluem de sua alimentação as carnes, produtos
lácteos, ovos e todo produto que contenha algum produto de origem animal
(ALLENDE, 2017), como o mel, por exemplo. O número de adultos e adolescentes
que adotam o estilo de alimentação vegana vem crescendo nos últimos anos nas
sociedades ocidentais (KOSONEN, 2005). Existem vários motivos pelos quais os
veganos decidem adotar este estilo alimentar, entre elas, as razões ideológicas de
proteção aos animais são mais comuns do que as relacionadas a uma busca por
alimentação mais saudável (LARSSON, 2002).
Diversos efeitos positivos para saúde são constatados em estudos científicos
em pessoas que aderiram a dieta vegana. Veganos têm menor propensão a
doenças cardiovasculares pois geralmente possuem menores quantidades de
colesterol e LDL séricos totais e pressão arterial modestamente menor quando
comparado com onívoros (CRAIG, 2009). O consumo de carne vermelha está
consistentemente associado com o aumento do risco de câncer colorretal (American
Institute for Cancer Research, 2007). Além disso, a ingestão de carne vermelha
aumenta de 20 a 60% o risco de desenvolver câncer de esôfago, fígado e pulmões
(CROSS, 2007).
Os benefícios da adoção da dieta vegana para a saúde são reconhecidos,
como a manutenção do peso corporal normal e a diminuição dos riscos às
enfermidades crônicas (RAJARAM, 2000). Porém, a recomendação para a adoção
deste tipo de dieta ainda é controversa dentre a grande área da nutrição por conta
das possíveis deficiências nutricionais que podem surgir a longo prazo (ALLENDE,
2017).
7

A recomendação para os veganos é manter uma dieta variável em alimentos


de origem vegetal e aumentar a ingestão de vitamina B12, vitamina D, cálcio, ferro,
zinco, iodo, selênio e proteína pela ingestão de alimentos vegetais ricos nestes
nutrientes ou pela suplementação alimentar (ELORINNE, 2016). Em geral as dietas
veganas são ricas em fibras, magnésio, antioxidantes, vitamina C e E, ferro, ácido
fólico e ácidos graxos poli-insaturados (n-3) (ALLENDE, 2017).
Além da propensão natural da dieta vegana às deficiências nutricionais
citadas, o modo de preparo, a alta ingestão de alguns tipos de alimentos e outros
fatores externos podem acarretar em perdas nutricionais ainda maiores. Este é,
justamente, um dos principais problemas do uso de plantas como fontes de
nutrientes, pois estas podem apresentar alguns compostos originados do
metabolismo secundário das plantas. O termo “fatores antinutricionais” tem sido
utilizado para descrever estes compostos presentes em uma variedade de
alimentos vegetais.
Os fatores antinutricionais levam a uma redução do valor nutricional quando
são ingeridos, interferindo na digestão, absorção e utilização dos nutrientes,
podendo causar efeitos prejudiciais à saúde quando ingeridos em grande
quantidade (FILHO, 2017). Como exemplo, a biodisponibilidade de ferro não-heme
(íon férrico ou ferroso ligado a algum ânion) está influenciada por diversos
componentes da dieta que podem potencializar ou inibir a absorção (HUNT, 2003).
O ácido ascórbico é um componente que aumenta a absorção desse tipo de ferro
pois facilita a conversão do íon férrico (Fe³+) a ferroso (Fe²+), que é a forma na qual
se absorve melhor o ferro no organismo (ALLENDE, 2017), por isso, é recomentado
comer, por exemplo, feijão com suco ou um pedaço de laranja. Em contrapartida, o
fitato ou ácido fítico é o principal inibidor da absorção de ferro e outros minerais
porque se associam a eles formando compostos insolúveis que diminuem sua
absorção. Normalmente, o fitato e o ácido fítico são encontrados em legumes, frutas
secas, cereais integrais sem processar (ALLENDE, 2017), ou seja, em alimentos
altamente consumidos nas dietas à base de plantas.
Felizmente, a maioria dos fatores antinutricionais podem ser removidos com
o preparo adequado dos alimentos. Os inibidores de proteases e lectinas, por
8

exemplo, podem ser eliminados ao submeter o alimento ao tratamento térmico. Já


os taninos, saponinas e ácido fítico são termoestáveis mas podem ser reduzidos
por lixiviação (lavagem prévia com água) ou pela fermentação (MUZQUIZ, 2012).
Desta maneira, é importante que os adeptos ao veganismo tenham conhecimento
básico sobre o modo de preparo correto dos alimentos que irão consumir.
Com base nas informações expostas acima é evidente como o
acompanhamento nutricional e a medição regular dos nutrientes é importante em
indivíduos veganos, principalmente quando se trata dos macro e micronutrientes
propensos à deficiência sendo que essas deficiências nutricionais podem causar
severos prejuízos à saúde. Contudo, poucas pessoas buscam um profissional da
saúde antes de adotar o veganismo como estilo alimentar.
Atualmente, a internet é considerada a principal fonte de informação dos
brasileiros. A pesquisa Health Report aponta que nove em cada dez mulheres de
classe C, com idade entre 25 e 59 anos, buscam informações de saúde na internet
antes ou após a consulta médica. Dentro desse grupo, 67,1% buscam informações
em sites especializados sobre o tema, 53,6% em blogs sobre saúde, 46,0% no
Facebook e 43,9% em buscadores online. Além disso, na área da saúde, os itens
mais pesquisados são alimentação (69,3%), sintomas (68,2%) e doenças (64,9%)
(Fórum Saúde Digital, 2018).
Tendo em vista a relevância e o impacto da informação para o público leigo
é necessário que uma análise destas informações disponíveis e de fácil acesso
sejam contestadas e qualificadas para identificar se são fontes de informações
verídicas e claras. Desta maneira, será possível alertar os antigos e os novos
adeptos do veganismo a importância de buscar informações de qualidade e
acompanhamento com profissionais de saúde capacitados para manutenção de sua
dieta de forma saudável.
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2. OBJETIVOS

O objetivo deste estudo foi verificar as informações sobre veganismo


disponíveis em publicações e artigos científicos e confrontá-las com as obtidas na
mídia leiga, focando nos possíveis riscos alimentares desta dieta em relação à
propensão a deficiências nutricionais e ingestão de fatores antinutricionais
naturalmente presentes em alimentos de origem vegetal. Após esta análise, espera-
se esclarecer a qualidade das informações contidas na internet e direcionar as
pessoas veganas para a necessidade do acompanhamento com profissionais de
saúde capacitados.
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3. MATERIAL E MÉTODOS

Os materiais utilizados como fonte deste trabalho foram classificados como


pesquisa científica (artigos e revisões) e pesquisa na mídia leiga (internet).
Os métodos utilizados para a pesquisa científica foram selecionar artigos e
revisões bibliográficas nas bases de dados Web of Science, Medline/Pubmed e
SciElo dos últimos 19 anos (2000-2019). Somente foram analisados artigos escritos
em inglês, português e espanhol relacionados aos termos veganismo, alimentação
à base de plantas, deficiência nutricional e fatores anti-nutricionais. Os artigos
foram selecionados por meio da leitura dos títulos e dos resumos e, posteriormente,
do artigo completo caso fosse de interesse. Artigos publicados em outro idioma ou
que não atenderam aos objetivos deste trabalho foram excluídos.
Para a pesquisa das informações contidas na mídia leiga a metodologia
utilizada foi a busca através da ferramenta Google utilizando os mesmos termos
da busca científica. Foram selecionados os cinco primeiros resultados de websites
para cada unitermo e os conteúdos foram analisados com base na quantidade
de parágrafos dedicados a cinco temas principais:
1) O que é [termo pesquisado]. Inclui informação sobre definições, explicação
sobre o tema, histórico e etiologia das palavras.
2) O que comer e o que não comer. Inclui conteúdo relacionado a alimentos,
informações nutricionais, receitas e cardápios.
3) Deficiências nutricionais. Inclui conteúdo que abranja informações
relacionadas à saúde e possíveis deficiências nutricionais da dieta vegana.
4) Maus tratos animais. Inclui informação e notícias sobre maus tratos animais
e a indústria de alimentos carnívoros, processamento de alimentos à base
de carne e sofrimento animal.
5) Indicação de fonte de informação. Inclui conteúdo sobre indicação de fontes
de informação sobre qualquer um dos temas 1, 2, 3 e 4, incluindo livros,
documentários, outros sites, artigos científicos, redes sociais, etc.
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Os resultados estão apresentados em formato de tabela e os temas de 1 a 5


foram medidos seguindo o seguinte critério:
● +++ : mais de três parágrafos sobre o tema
● ++ : de 2 a 3 parágrafos sobre o tema
● + : de 1 a 2 parágrafos sobre o tema
● - : não aborda o tema
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Informações científicas
4.1.1 Possíveis deficiências nutricionais
A dieta vegana tem sido associada a muitos benefícios para a saúde devido
a alta ingestão de fibras, ácido fólico, vitamina C e E, potássio, magnésio,
fitoquímicos e gorduras insaturadas (CRAIG, 2009). Em contrapartida, esse estilo
alimentar aumenta o risco de desenvolver algumas deficiências nutricionais,
principalmente de vitamina B-12, vitamina D, ferro, zinco e ácidos graxos poli-
insaturados (n-3) (ALLENDE, 2017). A ocorrência dessas deficiências nutricionais
pode levar a consequências graves à saúde, como anemia, danos neurológicos,
diminuição da visão, infertilidade e outras que serão abordadas a seguir.

4.1.1.1 Vitamina B-12


A vitamina B-12 é um micronutriente complexo solúvel em água e atua como
um importante cofator enzimático. Sua estrutura e esquema de conversão
metabólica estão apresentados na Figura 1. O núcleo da estrutura consiste de um
anel que circunda um íon cobalto central. Este cobalto está ligado a quatro átomos
de nitrogênio do anel, um átomo de nitrogênio de uma fração ribonucleotídica
posicionada abaixo do plano do anel e a um grupo variável (R) posicionado acima
do plano do anel. O cofator enzimaticamente ativo transporta um grupo metil ou um
5'-deoxiadenosil na posição R. A vitamina B-12 atua como uma coenzima em dois
processos enzimáticos distintos: a conversão da homocisteína em metionina pela
metionina sintase citossólica e a conversão de metilmalonil-CoA em succinil-CoA
por enzimas mitocondriais metilmalonil-CoA mutase. A primeira reação está ligada
ao metabolismo do folato, porque o grupo metil transferido para a homocisteína é
proporcionada pela conversão de 5-metil tetra-hidrofolato em tetra-hidrofolato. O
tetraidrofolato é essencial para a produção de purinas e pirimidinas e o metabolismo
da metionina é essencial para a síntese de mielina e a manutenção da integridade
neuronal e regulação de neurotransmissores. A deficiência prolongada de B12
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resulta no acúmulo de 5-metil tetrahidrofolato com síntese de DNA prejudicada


como resultado e também do acúmulo de homocisteína (NIELSEN, 2012).

Figura 1 – Estrutura da vitamina B-12 e sua função como coenzima

Fonte: NIELSEN (2012).

Veganos normalmente têm concentração plasmática de vitamina B-12 menor


que onívoros, maior prevalência de deficiência desse nutriente e maiores
concentrações plasmáticas de homocisteína (MAJCHRZAK, 2006). Em adultos
veganos, a deficiência de vitamina B-12 pode levar a sintomas neurológicos e
psiquiátricos anormais que incluem ataxia, psicoses, desorientação, demência,
distúrbios motores e de humor e dificuldade para se concentrar (SUORMALA,
2004). Além disso, a homocisteína elevada é considerada um fator de risco para
doença cardiovascular e fraturas ósseas causadas por osteoporose. Quando se
trata de mulheres grávidas, o déficit de vitamina B-12 pode acarretar na anemia
megolablástica e consequente dano neurológico ao feto e sintomas hematológicos
ao recém-nascido como debilidade, fadiga, irritabilidade e alterações no
desenvolvimento (ALLENDE, 2017).
A recomendação diária de vitamina B-12 para adultos é de 2,4 mcg/dia
segundo a ANVISA. As principais fontes de vitamina B-12 são as carnes, por
exemplo, 100g de fígado de boi contém 77,2 mcg do nutriente segundo a Tabela
14

Brasileira de Composição dos Alimentos da Universidade de São Paulo (TBCA-


USP). A vitamina está disponível em proteínas de origem animal, especialmente
nas carnes, lácteos e ovos, sendo menos biodisponível nos dois últimos. As frutas,
vegetais, cereais e outros alimentos consumidos por veganos não são fontes de
vitamina B-12 (ALLENDE, 2017).

4.1.1.2 Vitamina D
A vitamina D é um pró-hormônio presente em muitos tipos de alimentos e
também é produzido endogenamente pela pele por meio de uma reação fotoquímica
(GOIS, 2018). Um esquema do metabolismo da vitamina D pode ser observado na
Figura 2. Existem duas formas principais da vitamina D: ergocalciferol (VD2) e
calciferol (VD3) que possuem rotas metabólicas similares. O ergocalciferol é mais
comumente encontrado em alimentos de fontes vegetais e em alimentos
fortificados, já o calciferol pode ser encontrado em alimentos de fontes animais, mas
é mais comum ser sintetizado pela pele por meio da conversão do 7-
dehidroxicolesterol cutâneo, pela ação da luz ultravioleta, em pré vitamina D3 e
sequencialmente em VD3. Tanto a VD2 quanto a VD3 sofrem a ação da enzima 25-
hidroxilase no fígado, formando a 25(OH)-VD. Essa molécula precursora sofre uma
segunda hidroxilação nos rins por meio da enzima 1α-hidroxilase, gerando a forma
ativa 1,25(OH)2-VD que se liga ao receptor de vitamina D (VDR), gerando as
respostas biológicas (GOIS, 2018).
15

Figura 2 – Metabolismo da vitamina D.

Fonte: GOIS (2018).

A vitamina D é importante em diversos processos biológicos, atuando na


homeostasia do cálcio e fósforo, no auxílio das funções endoteliais, regulação do
sistema renina-agiotensina-aldosterona, modulação do balanço redox e imunidade
adaptativa (GOIS, 2018). Para os veganos, a concentração de vitamina D depende
da ingestão de alimentos fortificados com vitamina D ou da ingestão de alimentos
de fontes vegetais ricos em VD2 visto que não consomem a VD3 provinda de fontes
animais. Como a VD2 é menos biodisponível que a VD3 (CRAIG, 2009), a
deficiência de vitamina D é um fator que deve ser avaliada em veganos pois pode
16

causar enfraquecimento dos ossos, dor e fraqueza muscular, osteoporose,


desenvolvimento de doenças autoimunes e cardiovasculares e câncer (APARNA,
2018).
A ingestão diária recomendada de vitamina D para adultos é de 5
microgramas (ANVISA) e as principais fontes do nutriente são os peixes e alimentos
de origem animal. Por exemplo, em 100g de cação encontra-se 250 mcg de vitamina
D e na mesma porção de sardinha há 230 mcg. Em relação às fontes vegetarianas,
em porções de 100g encontramos as seguintes quantidades da vitamina: milho -
42,1 mcg, castanha de caju – 0,2 mcg, ovo – 9,5 mcg, leite – 4,2 mcg (TBCA-USP),
porém, na sua forma menos biodisponível (VD2).

4.1.1.3 Ferro
O ferro é encontrado em diversos alimentos, sendo que as fontes animais
são as fontes mais ricas. Durante o metabolismo (Figura 3), o ferro pode ser
encontrado nos alimentos na forma de Fe³+, que é reduzido pelo ácido do estômago
a Fe²+. No jejuno, dois receptores são responsáveis pela absorção do ferro, um
deles é específico para absorção do ferro heme e absorve de 30 a 40% do que é
ingerido nesta forma. O outro receptor é um transportador divalente de metal
(DMT1) e absorve o ferro inorgânico com uma capacidade de 1 a 10% menor. Em
seguida, o ferro é exportado do enterócito via ferroportina na forma de transferrina,
a principal molécula de estoque de ferro (THOMAS, 2016).

Figura 3 – metabolismo de absorção do ferro.

Fonte: Greek.Doctor. Disponível em: <https://greek.doctor/medical-biochemistry/lectures/9-iron-


metabolism-and-related-disorders/>.
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Acredita-se que os vegetarianos e veganos podem ser mais propensos a


deficiência por ferro dado que 100% do ferro dos vegetais são não heme
(ALLENDE, 2017). Contudo, a biodisponibilidade do ferro não heme está
influenciada por diversos componentes que podem inibir ou potencializar a
absorção. Os principais inibidores são o fitato ou ácido fítico, ácido oxálico ou
oxalatos. Enquanto a vitamina C pode aumentar a absorção do ferro em até 6 vezes,
visto que facilita a conversão do Fe³+ a Fe²+, que é a forma absorvível de ferro
(ALLENDE, 2017).
A deficiência de ferro pode levar a anemia, que é o estágio mais severo da
deficiência, ocasionando eritrócitos microcíticos e síntese inadequada de
hemoglobina (Hb). Como consequência, ocorre o suprimento inadequado de
oxigênio para as células, tecidos e órgãos o que causa diminuição da cognição,
fadiga, mal funcionamento do sistema imune e complicações na gravidez
(THOMAS, 2016).
A ingestão diária recomendada de ferro para adultos é de 14 miligramas
(ANVISA) e as principais fontes do nutriente em alimentos de origem animal são os
frutos do mar. Por exemplo, em 100 g de lula encontramos 1742 mg de ferro. Na
mesma porção de um bife de carne bovina há 3,56 mg. Em relação às fontes
vegetarianas, em porções de 100 g encontramos as seguintes quantidades: soja
cozida - 614 mg, feijão – 18,8 mg e óleo de girassol - 41,1 mg (TBCA-USP).

4.1.1.4 Zinco
O zinco é o segundo elemento mais abundante no corpo humano, após o
ferro, e o mais encontrado intracelularmente. É um elemento essencial e
desempenha um grande número de funções fisiológicas, sendo necessário, em
particular, para o desenvolvimento e funcionamento do sistema imunológico. Os
papéis fisiológicos do zinco podem ser divididos em catalisadores, estruturais e
regulatórios, isto porque o elemento está presente em aproximadamente 300
enzimas que desempenham estas funções, como anidrase carbônica, fosfatase
alcalina, álcool desidrogenase, DNA polimerase. (LIVINGSTONE, 2015).
18

O zinco é absorvido no duodeno e no jejuno, sendo transportado para


enterócitos por transportadores específicos. A absorção é favorecida pela presença
de ácido cítrico e diminuída por ferro, fibra e fitato, que é um quelante de zinco
(KENNY, 2013). A biodisponibilidade do zinco é maior em dietas ricas em carne e
baixa em dietas vegetarianas, justamente por conta da maior ingestão de fitato entre
os adeptos da dieta (LIVINGSTONE, 2015).
A deficiência de zinco pode ocorrer como resultado da ingestão inadequada,
absorção reduzida, aumento de perdas ou aumento da demanda do metabolismo
(LIVINGSTONE, 2015). As consequências da deficiência podem ser diversas
devido ao grande número de processos metabólicos que o zinco atua. A severidade
das consequências depende da gravidade e duração da deficiência. Os sintomas
podem ir desde a diminuição do senso do paladar, aparecimento de infecções
devido a debilidade do sistema imune, até hipofunção gonadal com diminuição dos
níveis de testosterona e infertilidade (YANAGISAWA, 2004).

Tabela 1 – Consequências da deficiência de zinco.

Sistema Consequências

Epidermal Erupção cutânea, alopecia, úlceras não cicatrizantes,


retardo na cicatrização de feridas
Gastrointestinal Disgeusia, diarreia

Nervoso Central Função cognitiva prejudicada, disosmia

Imune Infecções recorrentes

Esquelético Crescimento deficiente

Reprodutivo Hipogonadismo, baixo peso ao nascer, anormalidade


congênita
Fonte: LIVINGSTONE (2015).

A ingestão diária recomendada de zinco para adultos é de 7 miligramas


(ANVISA) e ele pode ser encontrado em alimentos permitidos na alimentação
vegana. Por exemplo, em 100 g de alcachofra encontramos 60 mg de zinco e em
19

100 g de soja, 9,22 mg, uma quantidade maior que em fontes animais, como carne
bovina cozida (8,1 mg em 100g) (TBCA-USP).

4.1.1.5 Ácidos graxos poliinsatuados n-3


As famílias n-6 e n-3 abrangem ácidos graxos que apresentam insaturações
separadas apenas por um carbono metilênico, com a primeira insaturação no sexto
e terceiro carbono, respectivamente, enumerado a partir do grupo metil terminal.
São obtidos por meio da dieta ou produzidos pelo organismo a partir dos ácidos
linoleico e alfa-linolênico, pela ação de enzimas alongase e desaturase que têm
ação nas células hepáticas (MARTIN, 2006).
Dietas que não incluem peixes, ovos e algas normalmente são deficientes
em ácidos graxos de cadeia longa n-3 como o ácido eicosapentaenoico (EPA;
20:5n-3) e o ácido docosaexaenoico (DHA;22:6n-3) que são importantes para a
saúde cardiovascular e funções oculares e cerebrais. Veganos podem obter DHA
de suplementos de microalgas contendo DHA e de alimentos fortificados com DHA.
Os suplementos contendo DHA devem ser utilizados com precaução, pois podem
aumentar o LDL total (CRAIG, 2009).
O DHA (22:6n-3) tem importante função na formação, desenvolvimento e
funcionamento do cérebro e da retina, pois está presente na maior parte das
membranas celulares desses órgãos. Na retina, está ligado aos fosfolipídios que
estão associados à rodopsina, uma proteína que interage no processo de absorção
da luz. A diminuição dos níveis desse ácido graxo nos tecidos da retina tem sido
associada, em recém-nascidos, com anormalidades no desenvolvimento do sistema
visual, e em adultos, com a diminuição da acuidade visual (MARTIN, 2006).
O consumo normal de lipídios deve ser de 10% de gorduras saturadas, 10%
de gorduras monoinsaturadas e 10% de gorduras poli-insaturadas e, segundo a
OMS o consumo total de gorduras deve ser de 15 a 30% da energia total consumida
no dia. As principais fontes dos ácidos linoleico e alfa-linoleico respectivamente em
alimentos de origem animal são carne de frango (46, 2,5 mg/g) e sardinha (35, 5
mg/g). Em relação às fontes vegetarianas, as principais fontes de gorduras totais são
o óleo de soja (510, 68 mg/g), milho (523, 11,6mg/g) e linhaça (127, 533 mg/g)
(MARTIN, 2006).
20

4.1.2 Fatores antinutricionais

A alimentação vegana é rica em cereais, legumes, castanhas e contém uma


quantidade significativa de nutrientes como proteínas, carboidratos, minerais,
vitaminas e fibras. Entretanto, a biodisponibilidade destes nutrientes nos humanos
é relativamente baixa, principalmente quando são consumidos na sua forma natural,
não processada. Um dos maiores fatores que contribui para o menor valor
nutricional de legumes e cereais é a presença de fatores antinutricionais
naturalmente presentes nestes alimentos, como fitatos, taninos e inibidores
enzimáticos que diminuem a biodisponibilidade dos minerais e de proteínas
(NIKMARAM, 2017). A estrutura química desses fatores é importante para entender
de qual maneira eles contribuem para diminuir a absorção de diversos nutrientes
(Figura 4).
Por este motivo, é muito importante ter conhecimento sobre o que são os
fatores antinutricionais e como eliminá-los ou diminuí-los por meio dos métodos de
processamento como aquecimento, aplicação de enzimas, imersão, brotação,
irradiação, fermentação, métodos mecânicos como o descascamento e moagem,
ou mesmo por meio de outras técnicas como processamento de alta pressão,
aquecimento e extrusão. A maioria destes fatores antinutricionais têm um impacto
no sistema digestivo e afetam outros sistemas do metabolismo humano. Por
exemplo, inibidores da protease em leguminosas poderiam inibir também proteases
de serina pancreáticas, dificultando a digestão proteica (GUILLAMONT. 2008).
21

Figura 4 – Estrutura química de alguns fatores anti-nutricionais. A. Fitato; B. Oxalato; C. Ácido


Tânico, D.Leupeptina; E. Inibidor de amilase; F: Lectina.

Fonte: NIKMARAM (2017).

4.1.2.1 Fitato
Fitato é um composto naturalmente presente em cereais, oleaginosas e
castanhas. No arroz e no trigo, por exemplo, o fitato pode ser encontrado nas
camadas mais externas ou no farelo e pode ser removido pelo processo de moagem
durante o processamento de farinhas. Dependendo do grau da moagem e da
quantidade de fitato nas sementes, pode-se obter farinhas com diferentes
quantidades de fitato (NIKMARAM, 2017).
Segundo Greiner et al. (2006) o fitato promove vários benefícios à
saúde como a prevenção da diabetes, doenças cardíacas e pedras nos rins devido
a sua atividade anticâncer e efeito antioxidativo. Entretanto, como pode ser
observado na Figura 4, o fitato possui 6 grupos fosfato reativos e é um forte quelante
encontrado na natureza. Dependendo do cátion, este pode se ligar a um ou mais
22

grupos fosfato de um fitato e formar pontes entre essas moléculas. Desta maneira,
o fitato tem a capacidade de formar complexos insolúveis com metais, podendo
reduzir a absorção de minerais como ferro, zinco, magnésio e cálcio, causando
deficiência de íons minerais graves em seres humanos e animais (NIKMARAM,
2017).

4.1.2.2 Taninos
Taninos são compostos polifenólicos solúveis em água muito presentes em
folhas, brotos, sementes, raízes e caules. Podem ser encontrados principalmente
em grãos de cacau e bebidas derivadas de plantas (vinho, cerveja e chá). Ocorrem
de duas formas: hidrolisáveis e condensados, e cada forma apresenta diferentes
efeitos nutricionais e tóxicos.
No lúmen, a forma hidrolisável de taninos é propensa à hidrólise durante o
processo de digestão, levando à geração de grande quantidade de substâncias
tóxicas para a saúde. Já a forma condensada é mais resistente à hidrólise e,
consequentemente, não é hidrolisado e nem absorvido durante a digestão
(NIKMARAM, 2017).
Os efeitos antinutricionais estão associados a interferência na digestão por
se ligarem a proteínas ou minerais. O complexo tanino-proteína é a consequência
da formação de múltiplas ligações de hidrogénio entre o grupo hidroxila dos taninos
e o grupo carbonila das proteínas (RAES, 2014). Desta maneira, os taninos têm a
tendência de se ligar às proteínas da dieta e enzimas digestivas, resultando na
formação de complexos que não são facilmente digeríveis (NIKMARAM, 2017).

4.1.2.3 Inibidores enzimáticos


Inibidores enzimáticos normalmente são responsáveis por abrandar ou
até mesmo abolir a ação catalítica de uma enzima. Inibidores da enzima digestiva
(protease e amilase) foram identificados na maioria dos cereais, presentes em
níveis relativamente baixos quando comparado aos legumes. O inibidor de tripsina
(protease) e o inibidor da alfa-amilase são os dois tipos de inibidores enzimáticos
mais comuns (NIKMARAM, 2017).
23

A presença de inibidores de tripsina em alimentos causa interferência


com a proteína de digestão natural, podendo causar hiperplasia pancreática e
desbalanço metabólico de sulfas e aminoácidos (ADEYEMO, 2013). Quando um
inibidor de protease se liga à protease, a digestão de proteínas no intestino delgado
é retardada e as proteínas são excretadas mais rapidamente do corpo. Como
consequência, a biodisponibilidade de aminoácidos contendo enxofre (metionina e
cisteína, por exemplo) é menor nas leguminosas.
Os inibidores da amilase podem alterar as reações do açúcar no sangue
e da insulina por diminuir a digestão destas, levando a propriedades benéficas no
controle terapêutico do diabetes. Como a amilase é responsável pela decomposição
de oligos e/ou dissacarídeos para monossacarídeos, o inibidor desta enzima retarda
a digestão de carboidratos e prolonga o tempo total de digestão. Posteriormente,
uma diminuição acentuada na taxa de absorção de glicose ocorre e o aumento
normal do nível de glicose no plasma é adiado (BHUTKAR, 2012).

4.1.2.4 Oxalato
O oxalato pode ser encontrado em vegetais como espinafre, beterraba,
acelga, ruibarbo, castanhas e cacau. Não são metabolizados por humanos, sendo
excretados pela urina (FILHO, 2017).
O oxalato tem a tendência de se ligar com metais divalentes como cálcio,
magnésio e ferro, interferindo assim com o seu metabolismo de digestão normal no
corpo humano. O consumo elevado de alimentos ricos em oxalato pode levar à
produção de cristais de oxalato de cálcio no sistema excretor, com severa
consequência de bloqueio dos túbulos renais e ocasionando o desenvolvimento de
cálculos e hipocalcemia em humanos (NIKMARAM, 2017).

4.2 Informações da mídia leiga


Resumidamente, conforme descrito em materiais e métodos, a ferramenta
Google foi utilizada para buscar quatro assuntos relevantes para o tema deste
trabalho: veganismo, alimentação à base de plantas, deficiências nutricionais do
veganismo e fatores antinutricionais. Para cada uma das buscas, os cinco primeiros
24

resultados foram escolhidos e o conteúdo de cada um dos sites foi analisado com
base na quantidade de parágrafos dedicados aos seguintes temas:
1) O que é [tema buscado]?
2) O que comer e o que não comer
3) Informações Nutricionais e de saúde
4) Maus tratos animais
5) Indicações de séries, livros e influenciadores digitais.

4.2.1 Resultados para busca por “Veganismo”


Os cinco primeiros resultados encontrados pela ferramenta de busca Google
foram, respectivamente:
● Wikipédia, a enciclopédia livre - Veganismo
● Seja Vegano - Você sabe o que é veganismo?
● Awebic - Ser Vegano: tudo o que você precisa saber sobre Veganismo
● Sociedade Vegana - Manifestos, Textos Fundamentais e Artigos
● BBC News - Por que deixei de ser vegano para tentar melhorar minha saúde

Tabela 2 – Análise do conteúdo dos sites Wikipédia - A enciclopédia Livre, Seja Vegano, Awebic,
Sociedade Vegana e BBC News para a busca Google pelo unitermo veganismo. 1) O que é? 2) O
que comer e o que não comer. 3) Informações Nutricionais e de saúde. 4) Maus tratos animais. 5)
Indicações de séries, livros e influenciadores digitais. +++ : mais de três parágrafos sobre o tema.
++ : de 2 a 3 parágrafos sobre o tema. + : de 1 a 2 parágrafos sobre o tema. - : não aborda o tema.
1 2 3 4 5
Wikipédia +++ ++ + - +
Seja Vegano + + - + +
Awebic +++ +++ + + ++
Sociedade Vegana + + - +++ -
BBC News + + ++ - -
TOTAL 9 8 4 5 4
Fonte: Própria, 2019.

Para essa busca, pode-se constatar que a maioria da informação tem como
foco definir o que é o veganismo e sua história e indicar receitas e alimentos que
podem ser consumidos pelos veganos, além de abordar assuntos relacionados a
25

maus tratos animais e outras fontes de informação leiga. O menor foco para esta
busca foi o tema relacionado a saúde e riscos nutricionais.
O site Wikipédia - a enciclopédia livre (2019) define o veganismo como “um
movimento a respeito dos direitos animais. Por razões éticas, os veganos são
contra a exploração dos animais e tudo que está ao seu alcance e que envolva
sofrimento animal, é retirado da sua rotina diária. O boicote a atividades e produtos
que são contra os direitos dos animais é uma das principais ações praticadas por
quem adere ao movimento”. Além disso, a página sugere outras fontes de
informação leiga como documentários e séries da Netflix com temas de direitos
animais como Cowspiracy, Meet your Meat, Earthlings, Chew on This, A Carne é
Fraca, Não Matarás e What the Health?
Já o site Seja Vegano apresenta alguns dados que foram encontrados,
inclusive, em outros sites. A página não coloca as referências e fontes da
informação desses dados:
● 70: Quantidade - em bilhões - de animais terrestres que são mortos
anualmente para consumo humano.
● 193: número de animais mortos pela pecuária brasileira em apenas
um segundo. 24 horas por dia.
● 70% das doenças modernas são de origem animal e grande parte
delas ligadas a pecuária.
● 14,5% das emissões mundiais de gases do efeito estufa são causados
pela pecuária.
O site Awebic (2018) também traz alguns dados, mas sem apresentar as
referências, assim como o anterior. Segundo a página, é cada vez mais comum
encontrarmos pessoas adeptas ao estilo de vida vegano e que hoje (12/2018) cerca
de 5 milhões de brasileiros são veganos e, em 2012, o IBOPE apontou que cerca
de 8% da população brasileira era adepta ao veganismo, representando 15 milhões
de brasileiros, na época. Sobre estes dados, a pesquisa do IBOPE realmente foi
feita em 2012 e os resultados expostos pelo site estão corretos, porém, a primeira
informação sobre atualmente (2018) haverem 5 milhões de veganos é contraditória
26

com o próprio texto do site. O Awebic também apresenta uma sugestão de pirâmide
alimentar para os veganos:

Figura 4 – Pirâmide Alimentar Vegana, sem exploração animal.

Fonte: AWEBIC. Disponível em: <https://awebic.com/saude/vegano/>.

Em seguida, o foco do site Sociedade Vegana é trazer ao conhecimento


assuntos e notícias que envolvem os maus tratos animais, além de artigos escritos
por membros da própria sociedade sobre direitos animais, ética animal, ecologia e
saúde.
Por fim, o site BBC News (2017) traz um relato de um casal que deixou de
ser vegano após 26 anos seguindo a dieta. Ao contrário dos outros sites, a página
explora o veganismo como uma dieta que ainda não é segura e pode trazer riscos
à saúde. Dentre os sites visitados nesta categoria, é o único que traz o foco para a
parte nutricional e as possíveis deficiências, mas aborda o tema de maneira bem
superficial.
27

4.2.2 Resultados para busca por “Alimentação à base de plantas”


Os cinco primeiros resultados encontrados pela ferramenta de busca Google
foram, respectivamente:
● Insecta - 7 Dicas Que Vão Ajudar Sua Transição Para Uma Alimentação À
Base De Plantas
● Cuecas na cozinha - Dieta a base de plantas
● VeganWay - 10 benefícios de uma dieta a base de plantas
● WikiHow - Como ter uma alimentação à base plantas
● Medium - Alimentação integral baseada em plantas

Tabela 3 – Análise do conteúdo dos sites Insecta, Cuecas na cozinha, VeganWay, WikiHow e
Medium para a busca Google pelo termo Alimentação à base de plantas. 1) O que é? 2) O que comer
e o que não comer. 3) Informações Nutricionais e de saúde. 4) Maus tratos animais. 5) Indicações
de séries, livros e influenciadores digitais. +++ : mais de três parágrafos sobre o tema. ++ : de 2 a 3
parágrafos sobre o tema. + : de 1 a 2 parágrafos sobre o tema. - : não aborda o tema.
1 2 3 4 5
Insecta ++ ++ + - +
Cuecas na cozinha + +++ + - -
VeganWay + + + - -
WikiHow ++ ++ ++ - -
Medium + + ++ - +++
TOTAL 7 9 7 0 4
Fonte: Própria, 2019.

Como resultado dessa busca, é possível destacar que o tema o que comer e
o que não comer é o mais abordado, com muitas sugestões de receitas e cardápios.
Outro ponto que se destaca é o fato de que nenhum dos sites associa a alimentação
à base de plantas com os maus tratos animais, sendo o conteúdo bastante
discrepante dos resultados da primeira busca. No geral, as páginas dão relevância
a alimentação à base de plantas usando uma abordagem bastante voltada a saúde
e dieta saudável, não focando nas causas animais.
O site Insecta (2016) traz um texto escrito em janeiro de 2016 e tem o objetivo
de incentivar as pessoas a começarem o ano sendo veganas e cita o desafio criado
pela Sociedade Vegetariana Brasileira de permanecer 21 Dias Sem Carne, que
28

chama pessoas e celebridades para adotarem 21 dias de alimentação vegetariana


estrita e também incentiva as pessoas a participarem da campanha global
#MeatlessMonday (#SegundaSemCarne). No início do mês de abril de 2019, a
hashtag em português possuía mais de 180.800 publicações e a versão em inglês
633.560 publicações na rede social Instagram.

Figura 5 – Publicações na rede social Instagram com a #Segundasemcarne (a) e #MeatlessMonday


(b). As publicações contam com mais de 2500 likes cada uma.

Fonte: INSTAGRAM. Disponíveis em:


a <https://www.instagram.com/explore/tags/segundasemcarne/?hl=pt>
b <https://www.instagram.com/explore/tags/meatlessmonday/?hl=pt>

A página Cuecas na cozinha (2019) traz uma abordagem totalmente


comercial do termo alimentação à base de plantas, destaca o crescimento de
adeptos a essa dieta e como o mercado tem feito para se adaptar e cita diversos
chefes e restaurantes em São Paulo que estão se especializando no assunto.
Segundo o site “Agora chegou a vez da Dieta à Base de Plantas ou Plant-based,
um rótulo novo para vender melhor um conceito antigo que é o veganismo.”
O site VeganWay (2017) traz o tema “10 benefícios de uma dieta a base de
plantas” de uma maneira bastante superficial e sem referências sólidas sobre tais
benefícios. Segundo o site, são eles:
1. Redução no colesterol, pressão arterial e açúcar no sangue
29

2. Reversão ou prevenção de doenças do coração

3. Longevidade

4. Peso saudável

5. Menor risco de câncer e diabetes

6. Pode reduzir a velocidade de progressão de certos tipos de câncer

7. Pode melhorar os sintomas de artrites reumatóide

8. Menos medicação

9. Menor custo com alimentos

10. Benefícios para o meio ambiente


Como já foi abordado anteriormente, algumas fontes científicas realmente
citam alguns destes benefícios, como prevenção de doenças do coração devido a
menor ingestão de colesterol, porém, o site não explica os motivos que levam a este
benefício. Outros benefícios citados não foram encontrados nas bases científicas e
também não foram justificados pela página, como longevidade, por exemplo.
A página WikiHow destaca dicas para se tornar um adepto da alimentação à
base de plantas. Dentro dessas dicas, a primeira delas é procurar um profissional
médico ou nutricionista antes de começar a dieta e destaca a necessidade de
suplementar a alimentação vegana com B12 devido a sua possível deficiência, além
do cálcio e do ferro.
Por fim o site Medium (2017) traz um longo conteúdo sobre a dieta a base de
plantas baseado em 3 livros em inglês citados logo no início como fonte de
referência. No geral, o conteúdo expõe as possíveis deficiências nutricionais da
dieta vegana e traz dicas para evitá-las sugerindo alimentos e cardápios.

4.2.3 Resultados para busca por “Deficiências nutricionais


do veganismo”
Os cinco primeiros resultados encontrados pela ferramenta de busca Google
foram, respectivamente:
● Prepare for change - 7 Dicas Que Vão Ajudar Sua Transição Para Uma
Alimentação À Base De Plantas
30

● BBC News - Dieta a base de plantas


● Saúde Abril - 10 benefícios de uma dieta a base de plantas
● ANDA (Agência de Noticias de Direitos dos Animais) - Como ter uma
alimentação à base plantas
● GreenMe - Alimentação integral baseada em plantas

Tabela 4 – Análise do conteúdo dos sites Prepare for change, BBC News, Saúde Abril, ANDA -
Agência de Notícias de Direitos dos Animais e GreenMe para a busca Google pelo termo Deficiências
nutricionais do veganismo. 1) O que é? 2) O que comer e o que não comer. 3) Informações
Nutricionais e de saúde. 4) Maus tratos animais. 5) Indicações de séries, livros e influenciadores
digitais. +++ : mais de três parágrafos sobre o tema. ++ : de 2 a 3 parágrafos sobre o tema. + : de 1
a 2 parágrafos sobre o tema. - : não aborda o tema.
1 2 3 4 5
Prepare for change - ++ +++ - -
BBC News + ++ ++ - -
Saúde Abril + ++ +++ - -
ANDA + + ++ - -
GreenMe + ++ ++ - -
TOTAL 4 9 12 0 0
Fonte: Própria, 2019.

Como esperado, os resultados dessa busca retornaram maiores informações


sobre as deficiências nutricionais, riscos à saúde e também muitas sugestões de
alimentos que podem ser consumidos na dieta vegana.
A página Prepare for Change (2017) cita como principais deficiências a de
Vitamina B-12, zinco, ácido graxo ômega-3, ferro e cálcio e exclui a deficiência de
proteínas. Segundo o site “Um dos mitos mais comuns sobre aqueles que comem
uma dieta vegetariana é que se fica susceptível a ter deficiências proteicas”.
Realmente, esta informação também foi encontrada na base científica e justamente
por este motivo a deficiência de proteínas não foi abordada neste trabalho.
O site BBC News (2016), novamente, traz um conteúdo com um título
desencorajador em relação a adesão à alimentação à base de plantas: “Os riscos
da dieta vegana”. Segundo o site, o veganismo virou um “modismo” e o risco está
justamente em começar uma dieta sem as informações importantes sobre as
31

consequências a saúde e as possíveis deficiências de B12, ferro, cálcio, ácidos


graxos e proteínas. Segundo a página “No Reino Unido, por exemplo, o número de
pessoas que se tornam veganas aumentou 350% na última década”, porém, não
apresenta a fonte desta informação.
No site da Editora Abril (2019), na aba Saúde, encontramos um bom
conteúdo informativo sobre as deficiências nutricionais da dieta vegana, embora a
todo momento a página traga o termo vegetarianismo e não veganismo. “Se feita
corretamente, a dieta vegetariana oferece todos os nutrientes necessários para o
bom funcionamento do corpo. A única exceção é a vitamina B12, que deve ser
avaliada caso a caso”, explica a nutricionista especializada em vegetarianismo
Paula Gandin, de São Paulo.
A página da Agência de Notícias de Direitos Animais (ANDA) traz um
conteúdo bastante conciso, porém bastante claro sobre algumas deficiências e
conta com o depoimento da nutricionista Alessandra Rocha. Segundo ela “A
vitamina B12 é encontrada em abundância na carne animal e estocada,
principalmente, no fígado. A deficiência deste nutriente pode provocar anemia e
outros problemas de saúde. A suplementação de vitamina B12 deve ser prescrita
pelo médico ou nutricionista”.
A página GreenMe (2018) destaca que assim como pessoas com dieta
carnívora, os veganos podem sofrer deficiências nutricionais se tiverem uma
alimentação à base de fast food e alimentos industrializados. Em seguida, cita as
principais deficiências nutricionais e fontes alimentares de calcio, ferro, vitamina C,
aminoácidos, vitamina D, B12 e A.

4.2.4 Resultados para busca por “Fatores antinutricionais”


Os cinco primeiros resultados encontrados pela ferramenta de busca Google
foram, respectivamente:
● Blogs UNICAMP - Fatores antinutricionais
● Meu Prato Saudável - Fatores antinutricionais dos alimentos
● Knoow – Fator antinutricional
● Scielo - Fatores antinutricionais: inibidores de proteases e lectinas.
32

● Google Sites – Fatores antinutricionais

Tabela 5 – Análise do conteúdo dos sites Blogs UNICAMP, Meu Prato Saudável, Knoow, Scielo e
Google Sites para a busca Google pelo termo Fatores Antinutricionais. 1) O que é? 2) O que comer
e o que não comer. 3) Informações Nutricionais e de saúde. 4) Maus tratos animais. 5) Indicações
de séries, livros e influenciadores digitais. +++ : mais de três parágrafos sobre o tema. ++ : de 2 a 3
parágrafos sobre o tema. + : de 1 a 2 parágrafos sobre o tema. - : não aborda o tema.
1 2 3 4 5
Blogs UNICAMP ++ + + - -
Meu Prato Saudável + + + - -
Knoow + + + - -
SciElo ++ + + - -
Google Sites + +++ ++ - -
TOTAL 7 7 6 0 0
Fonte: Própria, 2019.

A busca pelo termo “fatores antinutricionais” retornou resultados bastante


específicos sobre o tema e de grande relevância para a saúde, incluindo um artigo
científico na quarta posição. Porém, a associação entre os fatores antinutricionais e
os alimentos que devem ser consumidos com cautela e o processamento para evitar
a ingestão destes não foi abordada de forma clara para leitores leigos. Novamente,
assuntos como maus tratos animais e indicações de outras fontes de conhecimento
não foram abordados.
O Blog da UNICAMP (2016) traz uma pequena coluna e expõe de forma
sucinta o que são os fatores antinutricionais, cita os principais tipos como inibidores
de proteases, fitato de oxalatos. O texto também cita as maneiras de evita-los por
meio da cocção, descascamento, trituração, etc. e alguns riscos que podem
ocasionar, como cálculos renais. O texto aborda muito superficialmente quais são
os alimentos que devem ser evitados e/ou processados antes do consumo.
A página Meu prato Saudável não aborda o tema dos fatores antinutricionais
com foco nos alimentos de origem vegetal, mas sim, nos de origem animal. O site
cita a presença de nitritos e nitratos nas aves, carnes e embutidos e seu potencial
carcinogênico. Além disso, também traz um parágrafo sobre os taninos e fibras.
33

No site Knoow encontramos um parágrafo sobre cada um dos seguintes


fatores antinutricionais: inibidores de tripsina e outras enzimas, taninos, nitratos e
nitritos, oxalato e ácido fítico. De maneira geral, a informação básica é relacionada
sobre os malefícios que as substâncias podem causar, porém não aborda quais são
os alimentos ricos em cada um dos grupos e nem como evita-los.
A base de dados SciElo traz um artigo científico e, portanto, apresenta
informações mais relevantes e aprofundadas sobre o tema, porém, tem foco apenas
nos inibidores de proteases e lectinas, por estes serem considerados instáveis ao
tratamento térmico (SILVA, 2000). Desta maneira, embora seja uma fonte de
conhecimento embasada cientificamente, não consideramos uma fonte relevante e
completa de informação do ponto de vista das dietas veganas.
O Google sites traz extenso conteúdo sobre o assunto quando comparado
às fontes anteriores, e, aborda os fatores antinutricionais a partir dos alimentos,
dando destaque para os que estão presentes na soja, sorgo, canola, mandioca,
algodão e amendoim. Além disso, também cita os processamentos que podem ser
feitos em cada um destes alimentos para diminuir o efeito dos fatores
antinutricionais, além de explicar brevemente o que é cada um. A página apresenta
diversas referências científicas, porém, a maioria é um pouco antiga, entre 1977 e
2001.
34

5. CONCLUSÕES

O veganismo é um estilo de vida que vem ganhando cada vez mais adeptos
nos últimos anos no Brasil, muito por causa dos maus-tratos animais e outros por
buscarem uma alimentação mais saudável. Muitos estudos mostram os benefícios
que este tipo de dieta pode trazer à saúde e alertam para os riscos nutricionais.
Os adeptos a dieta vegana estão susceptíveis a deficiências nutricionais de
vitamina D, ferro, zinco, ácidos graxos poli-insaturados e, principalmente, vitamina
B-12, a qual deve ser suplementada devido a sua baixa biodisponibilidade em
alimentos de origem vegetal. Além disso, estas deficiências podem ser agravadas
pelos fatores antinutricionais naturalmente presentes em muitas fontes vegetais,
como fitatos, taninos, inibidores enzimáticos e oxalatos.
Com o avanço da internet, as pesquisas em sites de buscas tornaram-se a
primeira fonte de informação, visto que é acessível, rápida e disponível a todo o
instante para a maioria dos brasileiros. Contudo, em diversas ocasiões, as
informações disponíveis nestas fontes leigas de informação são superficiais, sendo
necessário tempo e conhecimento do assunto para realizar as buscas que retornam
resultados com conteúdo mais relevante e correto.
O movimento vegano vem ganhando cada vez mais força, contudo, é
indispensável que os adeptos à dieta procurem pelos profissionais de saúde e por
fontes de informações científicas e seguras para garantir que se mantenham
saudáveis. Em paralelo, os profissionais de saúde devem ter o compromisso com a
sociedade e alertar sobre os riscos de aderir a qualquer tipo de dieta sem
orientação, acompanhamento e informações corretas.
35

6. BIBLIOGRAFIA

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Fermenting Soybeans by Lactobacillus plantarum Isolates from Fermenting Cereals.
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Nutrition, Physical Activity, and the prevention of Cancer: a Global Perspective.
Washington, DC. 2007

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nutricionais. Disponível em: <https://www.anda.jor.br/2012/03/alimentacao-vegana-
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2019.

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proteína, vitaminas e minerais. 17 DEZ 2004.

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Produzido por W. Binder. Disponível em: <https://awebic.com/saude/vegano/>.
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36

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Data e assinatura do aluno(a) Data e assinatura do orientador(a)

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