Você está na página 1de 63

Governo do Estado do Ceará

Secretaria da Educação
EEEP Sebastião Vasconcelos Sobrinhos
Curso Técnico em Agropecuária

Professor: Charles Lobo


Engenheiro Agrônomo

Tianguá-Ceará
2021
INTRODUÇÃO

A reprodução é fundamental
para o sucesso de qualquer
sistema de produção animal,
uma vez que tem influência
direta sobre a produtividade e
rentabilidade do rebanho.
INTRODUÇÃO
Épocas de acasalamento dos rebanhos
devem ser planejadas de acordo com
objetivo da exploração, da demanda do
mercado e das condições ambientais da
unidade produtiva.
INTRODUÇÃO

❑Nas regiões tropicais como o Nordeste


do Brasil, as cabras e ovelhas se
comportam como poliéstricas contínuas,
ou seja, apresentam vários estros (cios)
durante todo o ano;
5
Ciclo Estral

❑Estro ou cio é a fase do ciclo estral em que a fêmea aceita


o acasalamento, ou seja, deixa-se montar pelo macho;

Nas cabras, esse período tem uma


duração média de 36 horas, podendo
variar de 24 a 48 horas e a ovulação
(momento em que o óvulo é liberado
do ovário) ocorre, no final ou logo
após o final do cio, cerca de 30-36
horas após o seu início.
Ciclo Estral

❑Nas ovelhas, o estro dura, em média, 32 horas (variando


de 24 a 36 horas) e a ovulação ocorre no seu terço final,
entre 24 a 30 horas após o início do estro. O óvulo
permanece viável por 12 a 24 horas após a ovulação.
Ciclo Estral

❑O período de tempo transcorrido entre dois cios é chamado


de ciclo estral;

❑Nas cabras, o ciclo estral dura, em média, 21 dias,


podendo variar bastante desde ciclos curtos, com menos de
17 dias, a ciclos longos, mais de 25 dias.

❑Nas ovelhas, esse intervalo dura, em média, 17 dias, com


pequena variação (16 a 19 dias);
Estro nos ovinos

-Cio pouco pronunciado;


-Vulva edemaciada;
-Corrimento mucoso;
-Procura o Macho.
-Inquieto; Berros frequentes; Movimentação da
cauda; Urinam com frequência.
-A ovulação só ocorre no final
do estro, os acasalamentos
devem ser realizados a partir de
12 horas após a aceitação da
monta.
-Na maioria das vezes pode ser
adotado o seguinte esquema:
fêmeas observadas em cio pela
manhã deverão ser cobertas no final
da tarde do mesmo dia e no dia
seguinte pela manhã, e as fêmeas
que iniciarem o cio à tarde devem
ser cobertas no dia seguinte pela
manhã e à tarde.
Efeito Macho:
-Separação;
-No mínimo 1 Km;
-No mínimo de 30
dias;
-Retorno do cio após
5 a 15 dias.
 PUBERDADE

A puberdade pode ser definida como o


momento do desenvolvimento sexual em que o
animal se torna capaz de reproduzir;

 Surgimento do primeiro cio;

A puberdade nas cabras e ovelhas ocorre por


volta de 8 meses de idade (150 a 300 dias).

17
▪ IDADE A PUBERDADE – FATORES
- Separar os cabritas e borregas, dos
machos, antes dos 5 meses de idade, para
evitar que fiquem prenhes antes de atingir
o desenvolvimento corporal adequado e
tenham seu crescimento comprometido
(fêmea atrofiada);

18
19
▪ A maturidade sexual é alcançada quando o
animal atinge o desenvolvimento sexual e
corporal que permita reproduzir-se plenamente;

▪ Cabras e ovelhas ocorre entre 6 a 11


meses de idade;

▪ Recomenda-se que a cabra ou ovelha seja


coberta quando atingir no mínimo 70%
do peso adulto para sua raça;

20
▪ No bodes e carneiros ocorre aos 4 meses (120 dias) de idade,
podendo variar de acordo com a raça, tipo de nascimento e época de
nascimento;
▪ Afetado por fatores como: raça dos animais, nutrição, parto simples
ou múltiplos e época de nascimento
▪ Os machos caprinos e ovinos atingem a maturidade sexual entre 6 a 8 meses
de idade e são considerados adultos a partir de 2 anos de idade;

▪ A vida útil de um reprodutor é de cerca de 7 a 8 anos de idade;

▪ Os machos jovens (6-12 meses) podem ser usados na reprodução;

▪ Exame andrológico.
▪ Na região Nordeste do Brasil e em condições de conforto térmico, os machos
apresentam comportamento sexual ativo durante todo o ano;
O que levar em consideração?
-Raça;
-Aprumos;
-Desenvolvimento corporal;;
-Livre de enfermidades;
-Qualidade das crias;
-Qualidade do sêmen;
-Presença de chifres (bodes).
- Reprodutores de origem européia
o Pele testicular mais grossa e lanada
o Manejo de monta diferenciado
Foto: MLA
 Monta noturna e/ou alternada

28
▪ CIRCUNFERÊNCIA ESCROTAL: é um bom parâmetro para escolha de
reprodutores, pois é um indicador da capacidade de produção espermática
diária;
O que levar em consideração?
-Raça/grupo genético;
-Úbere;
-Aprumos;
-Idade;
-Quantidade de partos;
-Desenvolvimento das crias;
-Sanidade.
o Direcionado à fêmeas com ECC ≤ 2,5; Foto: Daniel de Araújo Souza
o Realizado de 2 a 3 semanas antes da
estação de monta e continuando por
mais 2 a 3 semanas;
o Fornecimento de 0,5% peso corporal.

- + 10 a 40% no índice de prolificidade.


o Viabilidade econômica questionável.

36
▪ DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO

- Retorno ao estro, desenvolvimento


mamário e aumento abdominal;

- Ultrassonografia em tempo real;


o A partir do 30º dia pós-cobertura.

40
▪ DEFINIÇÃO
-É o processo pelo qual o útero gestante
elimina o feto e a placenta do organismo
materno.

▪ SINAIS
- Relaxamento dos ligamentos pélvicos;
- Alongamento e edema vulvar;
- Atividade mamária;
- Redução da atividade locomotora;
- Isolamento.

41
41
▪ FASES
- Dilatação  dilata-se a cérvix e inicia-se as contrações uterinas;
- Expulsão fetal   frequência e intensidade das contrações uterinas;
- Expulsão placentária  até 8 horas pós-nascimento.

42
42
Fonte: GIMENEZ e RODNING (2007). 72
72
Fonte: GIMENEZ e RODNING (2007). 73
▪ MANEJO DE CRIAS

- Amamentação controlada
o Pode-se estabelecer horários ou períodos;
 Amamentação 2x por dia ou noturna

o Creep feeding
▪ Percentual de matrizes cobertas ou marcadas pelo reprodutor
durante a estação reprodutiva.
o Deve estar em sintonia com a taxa de concepção;
o Discrepâncias indicam problemas andrológicos com o reprodutor;
o Metas:
 Matrizes adultas: ≥ 95%;
 Cordeiras e cabritas, com 7 a 9 meses de idade: ≥ 75%.

NO DE MATRIZES MARCADAS
TAXA DE COBERTURA = X 100
NO DE MATRIZES EXPOSTAS AO REPRODUTOR

14
Foto: Whetstone Prairie Foto: Clive Dalton Foto: Stephan Wildeus
▪ Percentual de matrizes que foram expostas ao reprodutor e
apresentaram diagnóstico de gestação positivo.
o Representa o sucesso do acasalamento;
o Importante critério para a permanência da fêmea no rebanho;
o Metas:
 Matrizes adultas: ≥ 95%;
 Matrizes adultas sincronizadas (1 cobertura): ≥ 70%;
 Cordeiras e cabritas: ≥ 75%.

NO DE MATRIZES GESTANTES
TAXA DE CONCEPÇÃO = X 100
NO DE MATRIZES EXPOSTAS AO REPRODUTOR

15
▪ Percentual de matrizes expostas ao reprodutor ou gestantes que
apresentaram abortos visíveis antes do dia 142 de gestação.
o Fetos absorvidos, morte embrionária precoce ou abortos esquecidos
devem ser classificados como falhas na concepção;
o Confrontar esse índice com a taxa de parição fornece uma noção de
falhas na concepção;
o Taxas de aborto de 5 a 7% indicam doença enzoótica;
o Meta: ≤ 2%.

NO DE MATRIZES COM ABORTO


TAXA DE ABORTO = X 100
NO DE MATRIZES GESTANTES

16
Foto: Daniel de Araújo Souza
▪ Percentual de matrizes que pariram dentre aquelas expostas ao
reprodutor durante a estação reprodutiva.
o É um índice de fertilidade e de saúde, refletindo, a princípio, a
capacidade da matriz de ovular, conceber, sustentar a gestação e
levá-la a termo;
o Também reflete a higidez andrológica dos reprodutores;
o Metas:
 Matrizes adultas: ≥ 90%;
 Borregas e marrãs com idade ≤ 15 meses: ≥ 70%.

NO DE MATRIZES PARIDAS
TAXA DE PARIÇÃO = X 100
NO DE MATRIZES EXPOSTAS AO REPRODUTOR

17
▪ Idade média em que a fêmea teve o seu primeiro parto.
o Peso corporal é fator determinante e varia com o grupo genético;
 Peso corporal à cobertura: ≥ 70% do peso adulto médio;
 Escore de condição corporal: 3 a 3,5 na estação reprodutiva.

o Indica o nível de manejo na recria, sobretudo na área nutricional;


o Metas:
 Borregas e marrãs sob recria intensiva: 12 a 15 meses de idade;
 Borregas e marrãs sob recria extensiva: 24 meses de idade.

18
Foto: Sheep 201
▪ Média de dias ou meses entre dois partos consecutivos de cada
matriz ou de um lote.
o Índice geral que depende de duas outras variáveis:
 intervalo parto-1º estro

o Não inclui fêmeas com único parto, inférteis e/ou descartadas;


o Dentro de valores aceitáveis, é um excelente indicador de fertilidade;
o A partir desse índice estima-se o número de partos/matriz/ano;
o Metas:
 Matrizes estacionais ou sob manejo extensivo: 12 meses;
 Programas acelerados de parição: 7,3 a 8 meses.

54
▪ Número de cordeiros ou cabritos nascidos por matriz parida.
o Mensura a performance produtiva da matriz e depende da taxa de
ovulação, tendo influência do grupo genético, manejo reprodutivo e
estratégias nutricionais;
o Todos os cordeiros ou cabritos nascidos a termo devem ser incluídos,
inclusive os natimortos;
o Expresso na forma de fração decimal ou como um percentual;
o Fornece uma visão incompleta do desempenho reprodutivo do
sistema de produção, pois desconsidera as matrizes que não
conceberam;
o Metas:
 Rebanhos sob manejo extensivo: 110 a 160%;
 Rebanhos sob manejo intensivo: 130 a 220%;

NO DE CRIAS NASCIDAS
ÍNDICE DE PROLIFICIDADE = X 100
NO DE MATRIZES PARIDAS
55
▪ Número de cordeiros ou cabritos nascidos por matriz exposta ao
reprodutor.
o Semelhante ao índice de prolificidade, porém inclui todas as matrizes
expostas ao reprodutor;
o Fornece uma visão mais completa do desempenho reprodutivo do
sistema de produção, permitindo uma avaliação da fertilidade,
fecundidade e capacidade de manter a gestação do lote de matrizes;
o Metas:
 Rebanhos sob manejo extensivo: 100 a 150%;
 Rebanhos sob manejo intensivo: 120 a 210%.

NO DE CRIAS NASCIDAS
TAXA REPRODUTIVA = X 100
NO DE MATRIZES EXPOSTAS AO REPRODUTOR

56
▪ Percentual de cordeiros ou cabritos nascidos mortos dentre o
número total de cordeiros ou cabritos nascidos por estação de
parição.
o Pode indicar causas infecciosas ou toxicológicas;
o Pode indicar falhas no manejo nutricional da matriz gestante,
relacionadas com a ocorrência de quadros de cetose;
o Metas:
 Rebanhos menos prolíficos: ≤ 2%;
 Rebanhos altamente prolíficos: ≤ 5%.

NO DE CRIAS NASCIDAS MORTAS


TAXA DE NATIMORTOS = X 100
NO DE CRIAS NASCIDAS

57
▪ Percentual de cordeiros ou cabritos que morrem antes da
desmama dentre o número total de cordeiros ou cabritos nascidos
vivos por estação de parição.
o Pode indicar:
- falhas no manejo pré-parto e neonatal, ou predação;
- baixo peso ao nascimento (imaturidade fisiológica e metabólica);
- anomalias na habilidade materna (desnutrição, mastite,
comportamento materno deficiente);
- susceptibilidade à infecções ou à condições climáticas específicas;
o Metas:
 Rebanhos sob manejo extensivo: ≤ 15%;
 Rebanhos sob manejo intensivo: ≤ 8%.

NO DE CRIAS MORTAS
TAXA DE MORTALIDADE PRÉ-DESMAMA = X 100
NO DE CRIAS NASCIDAS VIVAS

58
▪ Percentual de cordeiros ou cabritos desmamados dentre o número
total de cordeiros ou cabritos nascidos vivos por estação de
parição.
o É um índice que reflete a habilidade materna da matriz e a higidez
orgânica da cria;
o Possui alta correlação com a taxa de mortalidade pré-desmama.
o Metas:
 Rebanhos sob manejo extensivo: ≥ 80%;
 Rebanhos sob manejo intensivo: ≥ 90%.

NO DE CRIAS DESMAMADAS
TAXA DE DESMAMA = X 100
NO DE CRIAS NASCIDAS

59
▪ Peso total da ninhada ao desmame em relação à quantidade, ao
peso corporal ou ao peso metabólico das matrizes.
o Reflete características maternas significativas como prolificidade,
saúde mamária e habilidade materna;
o Reflete características filiais de interesse, como higidez orgânica,
vigor, adaptabilidade, conversão alimentar e taxa de crescimento;
o Pode sofrer influência de práticas de manejo nutricional e da idade à
desmama;
o Expresso na forma de quilos, % de peso corporal e % de peso
metabólico;
o Metas:
 Matriz de parto simples: > 50% (peso corporal);
 Matriz de parto gemelar: > 75% (peso corporal).

60
Foto: Dayanne Martins Almeida 63

Você também pode gostar