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Governo do Estado do Ceará

Secretaria da Educação
EEEP Sebastião Vasconcelos Sobrinhos
Curso Técnico em Agropecuária

Manejo geral do rebanho

Professor: Charles Lobo


Engenheiro Agrônomo

Tianguá-Ceará
2021
Identificação

▪ SISTEMA DE IDENTIFICAÇÃO
- Composto por um código
o Letras, números ou ambos;
o Garantir uma identificação única.

- Métodos
o Tatuagem;
o Brincos visuais ou eletrônicos;
o Colares;
o Marcação a fogo;
o Marcação a frio;
o Microchip;
o Cortes nas orelhas.

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Identificação

▪ TATUAGEM
- Método permanente
o Fácil realização;
o Dificuldade para visualização do código;
o Animais de reposição ou de cria.
 Cordeiros – a partir do 3o dia de idade.

- Equipamentos e materiais
o Alicate de tatuagem ou tatuador;
 Tatuador comum
 Tatuador rotativo
o Caracteres ou identificadores;
o Pasta ou tinta de tatuagem;
 Pele clara – cor preta
 Pele escura – cor verde
o Luvas de procedimento, gaze,
pinça hemostática e álcool a 70%. 43
Identificação

▪ TATUAGEM
- Procedimento
1. Preparar equipamentos e materiais – check list;
2. Montar o tatuador e testar em papel;
3. Conter o animal de forma segura e sem estresse;
4. Limpar a face interna da orelha com álcool a 70%;
5. Identificar o local de aplicação – região central da orelha entre as 2
nervuras principais;
6. Passar a pasta de tatuagem cobrindo a área a ser tatuada;
7. Aplicar o tatuador com o código determinado para o animal;
8. Repassar a pasta de tatuagem sobre o local, estimulando a penetração
da tinta;
9. Caso haja alta incidência de moscas, realizar a aplicação preventiva de
doramectina intramuscular na dose de 300 μg kg-1 PC ;
10. Limpar e organizar, equipamentos e materiais, e guardá-los
apropriadamente;
11. Monitorar diariamente os animais pelos próximos 15 dias.
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Identificação

▪ BRINCAGEM
- Método visual
o Fácil aplicação;
o Falhas na retenção – perdas;
o Animais de reposição, de cria e de abate.
 Cordeiros – a partir do 3o dia de idade.

- Características desejáveis
o Flexibilidade;
o Girarem livremente na orelha do animal;
Foto: Dayanne M. Almeida
o Espaçamento adequado (8 mm) entre as
partes “macho” e “fêmea” do brinco;
o Formato que diminua o risco de enroscar
em cercas e arbustos;
o Resistência à radiação solar;
o Números ou letras com boa impressão e
durabilidade.
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Identificação

▪ BRINCAGEM
- Equipamentos e materiais
o Perfurador de orelha;
o Alicate aplicador;
 Com agulha
 Sem agulha
o Brincos – conjunto “macho” e “fêmea”;
o Unguento – cicatrizante e repelente;
o Luvas de procedimento, gaze, pinça
hemostática e álcool iodado a 10%.

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Identificação

▪ BRINCAGEM
- Procedimento 1 – perfurar a orelha
1. Preparar equipamentos e materiais – check list;
2. Conter o animal de forma segura e sem estresse;
3. Limpar a face interna da orelha com álcool iodado a 10%;
4. Identificar o local de aplicação – região central da orelha
entre as 2 nervuras principais;
5. Realizar a perfuração da orelha e aplicar unguento no
local;
6. Caso haja alta incidência de moscas, realizar a aplicação
preventiva de doramectina intramuscular na dose de 300
μg kg-1 PC ;
7. Limpar e organizar, equipamentos e materiais, e guardá-
los apropriadamente;
8. Monitorar diariamente os animais pelos próximos 15 dias;

- Procedimento 2 – aplicar o brinco


1. Realizar passos 1 e 2;
2. Montar o aplicador e executar a brincagem;
3. Realizar passo 7. 47
Caudectomia

▪ JUSTIFICATIVAS
- Manter a higiene da região perianal;
- Promover maior higiene nos partos;
- Prevenir a ocorrência de miíases;
- Facilitar a cobertura;
Foto: Phil/pomphorhynchus
- Prevenir acidentes durante a cobertura.

▪ INDICAÇÃO
- Raças ovinas lanadas
o Animais de reposição.
 Cordeiros sadios – entre 3 e 5 dias de idade.

▪ MÉTODOS
- Elástico;
- Descolador elétrico;
- Faca e pá de descole.
Foto: Sheep 201 48
Caudectomia

▪ REGULAMENTAÇÃO
o Resolução no 877/08 do CFMV.

▪ MÉTODO DO ELÁSTICO
- Equipamentos e materiais
o Alicate elastrador;
o Anéis de borracha;
o Alicate de corte;
o Unguento – cicatrizante e repelente;
o Luvas de procedimento.

▪ CUIDADOS
- Comprimento de cauda – 5 a 7,5 cm;
- Tétano (Clostridium tetani).

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Caudectomia

▪ PROCEDIMENTO
1. Preparar equipamentos e materiais – check list;
2. Conter o cordeiro de forma adequada e sem
estresse;
3. Realizar anestesia local;
4. Identificar o local de aplicação – ponto de inserção
das pregas cutâneas caudais na superfície inferior
da cauda;
5. Montar o elastrador;
6. Executar a aplicação do anel de borracha;
7. Realizar terapia com antiinflamatórios não-
esteróides por 5 dias;
8. Limpar e organizar, equipamentos e materiais, e
guardá-los apropriadamente;
9. Monitorar diariamente até a queda da cauda – 7 a
10 dias ou realizar o corte da cauda após 48 a 72
horas da aplicação do anel de borracha;
10. Aplicar unguento no local, após passo 9.
OBS.: Os passos 3 e 7 precisam de assistência veterinária e, geralmente, não
são realizados. 50
Caudectomia

Foto: Woolshed 1
Desmama

▪ CLASSIFICAÇÃO
- Precoce – 45 a 60 dias de idade;
o Modelo de produção precoce;
o Creep feeding;
o Matrizes manejadas sob sistemas
acelerados de parição – IP ≤ 8 meses.

- Semiprecoce – 60 a 90 dias de idade;


o Sistemas de produção semi-intensivos;

- Tardia – 90 a 110 dias.


o Sistemas de produção extensivos;
o Terminação a pasto;
o Matrizes apresentam IP = 12 meses.

Foto: Scardale Veterinary Group

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Desmama

▪ DESMAMA PRECOCE
-Entrada mais rápida do cordeiro na fase
de terminação;
- Liberação das matrizes para reprodução;
- Considerações;
o Matrizes no meio da lactação;
o Síntese continua de leite;

Foto: Daniel de Araújo Souza


 Mastite
 Ovelhas Santa Inês – problema.
- Processo de desmama.
o Reduzir o nível de estresse – cordeiros;
o Prevenir a ocorrência de mastite – matrizes.

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Desmama

▪ PROCEDIMENTO – precoce e semiprecoce


1. Quinze dias antes da desmama – cortar o concentrado;
2. Um dia antes da desmama – jejum hídrico por 24 horas e alimentar por
48 horas
3. Realizar a desmama, separando mães e crias;
4. Fornecer água normalmente;
5. Completada as 48 horas de jejum alimentar, fornecer forragem de
média qualidade ou manter as matrizes em pastagens de baixa
disponibilidade forrageira por 7 dias;
6. Avaliar o úbere a cada 2 dias até o encerramento definitivo da lactação.

Foto: Border Spring Farm


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Descorna

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Foto: José Leomar/Agência Diário
Descorna

▪ JUSTIFICATIVAS
- Reduzir acidentes, lesões e abortos;
- Facilitar o manejo de rotina.
▪ INDICAÇÃO
- Caprinos
o Cabritos sadios – entre 5 e 10 dias de idade.

▪ MÉTODO A QUENTE
- Equipamentos e materiais
o Mochador;
 Tipo T, tipo Martelo e reto
 Elétrico
o Tesoura e canivete;
o Fonte de calor ou energia elétrica;
o Unguento – cicatrizante e repelente;
o Caixa de contenção.
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Descorna
Descorna

Foto: João/Poá

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Descorna

▪ REGULAMENTAÇÃO
o Resolução no 877/08 do CFMV.

▪ PROCEDIMENTO
1. Preparar equipamentos e materiais – check list;
2. Aquecer o mochador – fogo ou energia elétrica;
3. Conter o animal de forma segura e sem estresse;
Foto: Capritec
4. Realizar anestesia local;
5. Realizar tricotomia ao redor dos botões germinativos dos chifres;
6. Cortar os botões utilizando canivete afiado e desinfectado;
7. Realizar a cauterização dos botões usando mochador em brasa por 30 segundos;
8. Aplicar unguento no local após a cauterização;
9. Realizar terapia com antiinflamatórios não-esteróides por 5 dias;
10. Limpar e organizar, equipamentos e materiais, e guardá-los apropriadamente;
11. Monitorar diariamente os animais pelos próximos 15 dias.

OBS.: Os passos 4 e 9 precisam de assistência veterinária e, geralmente, não


são realizados.
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Castração

▪ JUSTIFICATIVAS
- Promover melhor acabamento de carcaça;
- Melhorar as características organolépticas
da carne;
- Facilitar o manejo de rotina.

▪ INDICAÇÃO
- Caprinos de abate – entre 2 e 4 meses de idade.

▪ MÉTODOS
- Fórceps;
- Elastrador;
- Cirúrgico – orquiectomia.

▪ REGULAMENTAÇÃO
o Resolução no 877/08 do CFMV.
Foto: NZLC
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Castração

▪ EQUIPAMENTOS E MATERIAIS
- Método do fórceps  “burdizzo”
o Fórceps de castração.

▪ PROCEDIMENTO
1. Preparar equipamentos e materiais – check list;
2. Conter o animal de forma segura e sem estresse;
3. Realizar anestesia local;
4. Identificar cada um dos cordões espermáticos;
5. Aplicar o fórceps de castração na porção média de
cada cordão espermático, individualmente;
6. Realizar terapia com antiinflamatórios não-esteróides
por 5 dias;
7. Limpar e organizar, equipamentos e materiais, e
guardá-los apropriadamente;
8. Monitorar diariamente os animais pelos próximos 15
dias.
OBS.: Os passos 3 e 6 precisam de assistência veterinária
e, geralmente, não são realizados. 61
Casqueamento

▪ JUSTIFICATIVAS
- Controlar o crescimento do casco;
- Promover ajustamento de aprumos;
- Prevenir lesões articulares e podais.

▪ INDICAÇÃO
- Crescimento acentuado do casco;
o Animais confinados.

- Tratamento de doenças podais.


o Foot-rot e doença da linha branca.

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Casqueamento

▪ EQUIPAMENTOS E MATERIAIS
- Tesoura para casco;
- Canivete e rinetas;
- Grosa de casco;
- Esmerilhadeira elétrica;
- Sulfato de zinco;
- Escova e sabão;
- Luvas de procedimento e de proteção.

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Casqueamento

▪ PROCEDIMENTO
1. Preparar equipamentos e materiais – check list;
2. Conter o animal de forma segura e sem estresse;
3. Realizar a completa limpeza do casco com água, sabão e escova;
4. Fazer o primeiro corte no sentido vertical, no ápice da unha, parando o
corte quando as extremidades da linha branca voltarem a se unir;
5. Fazer o segundo corte na parte anterior da sola, expondo a linha branca;
6. Fazer o terceiro corte na parte central da sola, a fim de desgastá-la,
garantindo que o apoio do animal se dê na parte lateral da sola;
7. O quarto e último corte deve nivelar, na altura do talão, as unhas laterais
e mediais;
8. Realizar o acabamento do casqueamento por meio do lixamento;
9. Avaliar a postura do animal em estação;
10.Imergir o casco em solução de sulfato de zinco a 5% por 5 minutos;
11.Limpar e organizar, equipamentos e materiais, e guardá-los
apropriadamente.

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Casqueamento

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Descarte

▪ JUSTIFICATIVAS
- Garantir o progresso genético do rebanho;
- Manter a segurança sanitária do rebanho;
- Adquirir recursos financeiros.
Foto: Dayanne M. Almeida
▪ TIPOS
- Voluntário (vendas, baixa produção, genética, idade);
- Involuntário (doenças e falha reprodutiva).
o Deve ser ≤ 10%.

▪ CRITÉRIOS
- Defeitos congênitos ou adquiridos;
- Baixo desempenho relativo;
- Falha reprodutiva e idade avançada;
Foto: Joan M. Burke
- Doenças recorrentes ou de alto risco;
- Caráter mocho em caprinos – hermafroditismo.
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Bibliografia de referência

ANDRADE, J.G. Introdução à Administração Rural, Lavras: UFLA/FAEPE, 2000.

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Instituto de Zootecnia, 2004. (Boletim Técnico, 48).

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exploração, Teresina: EMBRAPA, 1994.

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SILVASOBRINHO, A.G. Produção de Ovinos, Jaboticabal: FUNEP, 1990.

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SILVASOBRINHO, A.G.; SAÑUDO, C.; OSÓRIO, J.C.S.; ARRIBAS, M.M.C.; OSÓRIO, M.T.M. Produção de Carne
Ovina, Jaboticabal: FUNEP, 2008.

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Online).

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ZYLBERSZTAJN, D.; NEVES, M.F. Economia e Gestão dos Negócios Agroalimentares, São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2005.

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