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MANEIO dos OVINOS

REFUGO ANUAL DO REBANHO E SELECÇÃO DOS FUTUROS REPRODUTORES

Para além dos animais que foram refugados por acidente ou doença, realiza-se
geralmente o refugo anual antes do rebanho iniciar um novo ciclo produtivo

exame sumário individual, com especial incidência:

n  dentição
n  úbere e tetos
n  unhas

registos : indicações preciosas para o refugo de animais

ex.: . não tenham parido nas duas últimas épocas

. apresentem produções baixas…


MANEIO dos OVINOS

REFUGO ANUAL DO REBANHO E SELECÇÃO DOS FUTUROS REPRODUTORES

O n.º de animais a refugar vai depender de:

n  pressão de selecção

n  caracteres a seleccionar

n  percentagem de refugo: normal - 20%

n  idade produtiva média da ovelha: normal - 7 anos

n  taxa de mortalidade: normal - adultos 3 %; borregos 5 %


MANEIO dos OVINOS
Identificação não oficial

n  brincos: plástico ou metálicos

n  tatuagem (orelha)
MANEIO dos OVINOS Identificação não oficial

n  coleiras: com h  marcação com tinta na lã


chapa metálica (temporária)

n  Marca
na
canela

n  marcação a fogo nos cornos n  Outras (furos nas orelhas)


MANEIO dos OVINOS

Identificação não oficial

n  electrónica
(dimensões: 32,5 x 3,85 mm; peso: 0,8 g)
h  colocação no retículo-rúmen
h  recuperação no matadouro

REGISTOS
Injectáveis

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Brincos

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Brincos

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Brincos

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Bolo re'cular

Trata-se de uma cápsula de cerâmica cilíndrica


contendo no seu interior um transponder
(microchip) de 32 mm, só de leitura, tecnologia
HDX. Respeita as normas ISSO sobre idenDficação
animal: ISO 11784 e ISO 11785.
O transponder dispõe de um condensador para
armazenamento de energia e de uma antena, para
receber e transmiDr o sinal.
A distância de leitura é, no máximo, de 1 metro.
O custo é cerca de 3 euros, aproximadamente.
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aplicado
r

bolo reticular

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Registo do nº da exploração ou de sanidade
correspondente ao do bolo reDcular.

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MANEIO dos OVINOS

Contenção do animal

N  NÃO AGARRAR PELA LÃ

n  agarrar o animal pelos cornos ou


pelos membros posteriores

n  o borrego deve ser transportado pelos membros


anteriores ou ao colo
MANEIO dos OVINOS

n  para corte das unhas, tosquia, exame do úbere e dos


tetos "sentar" a ovelha ou utilizar estruturas
adequadas
MANEIO dos OVINOS

MANGAS
MANEIO dos OVINOS - Maneio Geral

g  facilita a cobrição na ovelha, promove a higiene no parto e na ordenha

g  corte na 1ª semana de vida

g  métodos:

h  Anéis de borracha - dor durante mais tempo, frequentemente a


cauda não cai e é necessário cortar; + infecções

h  termocautério eléctrico - dor + intensa mas muito + curta;


menos infecções, normalmente não é necessário intervir mais.

h  tesoura a gás
MANEIO dos OVINOS - Maneio Geral

g  prevenção das afecções podais (peeira)


g  deficiências de aprumos
g  dificuldades de marcha e de cobrição

g  tesoura manual ou eléctrica


g  frequência do corte depende do desgaste das unhas
MANEIO dos OVINOS - Maneio Geral

n  presença dos cornos estimula lutas → traumatismos (úbere),

n  método: cabo de aço


MANEIO dos OVINOS - Maneio Geral

n  Época de tosquia: a partir de Março

n  Local limpo, seco, pavimento de cimento e

estrados de madeira

n  camas limpas antes da tosquia – velo limpo

n  o velo deve estar seco

n  instrumentos de tosquia: máquina ou tesoura de


tosquia

n  dobragem do velo

n  armazenagem em local fresco, seco, arejado e

sobre estrados de madeira

n  Não efectuar tosquia ?


Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro – 28 de
Novembro - 2007
MANEIO dos OVINOS - Maneio Geral
MANEIO dos OVINOS - Maneio Geral

AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO CORPORAL

h  palpações regulares do rebanho:

h  quinzenalmente nas fases mais sensíveis (preparação para acobrição, últimos 2


meses da gestação, 2 primeiros meses da lactação)
h  mensalmente nas outras fases

VACINAÇÕES

n  conhecimento da epidemiologia da região


MANEIO dos OVINOS - Maneio Geral

PARTO

h  preferencialmente estabuladas: maior

vigilância (partos difíceis, retenção de

secundinas) e higiene; parques limpos e

espaçosos

peeira deve estar controlada!!!

um dos agentes responsáveis por ela é uma das causas frequentes de abcessos

hepáticos (via umbigo) nos borregos, afecção inevitavelmente fatal.


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PARTO

h  afilhamento (boxe de afilhamento)

h  verificação se a ovelha tem colostro em

quantidade (depois do afilhamento)

h  registo da data de parto e dos seus

produtos na ficha da ovelha

h  passagem da mãe e filho para o parque

das paridas
MANEIO dos OVINOS - Maneio Geral

BORREGOS

h  desinfecção do cordão umbilical (iodo)

h  identificação (coleira, tinta), pesagem e


registo do borrego

h  no caso de gémeos ou triplos e a ovelha não


possuir colostro/leite para todos separar o(s) mais
pesado(s) para afilhamento por outra ovelha (ou
cabra) ou aleitamento artificial

h  administração via oral de vitaminas (caso


necessário)
MANEIO de OVINOS
From the UK Vet Sheep Disease Focus – (January 2001), adaptado de Caldeira R. (2004).

Cerca de 1 milhão de borregos recém-nascidos morre por ano no RU por


hipotermia, principalmente nas primeiras 72h

h Borregos muito jovens e molhados - elevado grau de perda de calor

h Borregos + velhos por perda de calor e fome, por vezes após doença infecciosa

Práticas que podem reduzir a incidência de hipotermia:

h  assegurar alimentação adequada da ovelha gestante.

h  Evitar um excessivo stress ao nascimento / distócias

h  assegurar que os borregos recém-nascidos ingerem alimento (colostro/leite)

h  proporcionar abrigo
MANEIO de OVINOS

Cerca de 2/3 da mortalidade é devida a condições que têm a sua origem no


período da gestação e não no período peri-parto

A fome é a causa da morte de borregos em hipotermia com mais de


6 horas de vida

Adaptado de Caldeira R. (2004).


MANEIO de OVINOS

Para um correcto maneio alimentar durante a gestação é importante:

h A avaliação regular da condição corporal para aferir da adequação do maneio

h O diagnóstico do nº de fetos (ultrasons) para permitir um maneio correcto na


última fase da gestação

h Avaliação da ingestão de colostro e produção normal de leite


FUNDAMENTAL!!!
h Instinto maternal
h …
MANEIO de OVINOS

Sempre que se suspeitar que um borrego não

tenha recebido a dose recomendada de colostro

nas primeiras 2-3 horas de vida deverá ser

suplementado por sonda gástrica

Colostro congelado ou liofilizado, substitutos de colostro com anticorpos

Não colocar anéis para cortar caudas no 1º dia pois a dor poderá
desencorajar o borrego de mamar o colostro

Adaptado de Caldeira R. (2004).


Maneio Pós Parto
Borregos no 1ª mês:

- corte da cauda (primeiros dias pós-parto)

- vacinações

- choque vitamínico (se necessário)

- pesagem ao mês de idade: para avaliação da capacidade

leiteira da mãe pelo crescimento do borrego.

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Maneio
DESMAME
Tipos de desmame praDcados:
Desmame tardio ou natural: entre os 3 e os 5
meses (borregos criados no pasto com as mães);

Desmame semi-tardio: às 10 a 12 semanas;

Desmame precoce: às 6 a 7 semanas, uDlizado


nas explorações leiteiras.
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Maneio
Secagem
Esta práDca é tanto mais importante quanto mais produDva for a
fêmea e quanto mais intensivo for o sistema reproduDvo adoptado.

ObjecDvo: repor as reservas corporais e permiDr “descanso” à glândula


mamária.

Brusca – quando as fêmeas estão a produzir pouco; diminuição da


oferta de água e fornecimento apenas de palha durante 3 dias;
secagem rápida.

Gradual – 2 a 3 dias antes da data prevista para a secagem, efectua-se


uma diminuição gradual da oferta de água e de alimento; ordenha
efectuada uma vez por dia.

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Maneio
Secagem
Ovelhas de carne é ao desmame

Desmame precoce: retirar o(s) borrego(s) e deixar a ovelha sem


água e só com palha durante 48-72 h

Desmame tardio: depende da produção leiteira da ovelha nessa


fase; a partir do 3º- 4º mês de lactação a simples separação dos
borregos promove a secagem espontânea da ovelha.

Ovelhas de leite

No fim da lactação (ovelhas de leite) deixar de ordenhar


abruptamente ou diminuir a frequência progressivamente

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Aleitamento arDficial
É um Dpo de maneio que consiste na separação do
cordeiro da mãe logo após o nascimento e pode ser
uDlizado para diferentes fins.
•  Criar borregos órfãos.
•  Frequência elevada de partos triplos;
•  Borregos abandonados ou partos duplos de
primíparas;
•  Borregos de partos duplos cuja fêmea só possui
um teto funcional.

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Aleitamento arDficial
•  Criar borregos cujas mães esDveram
impossibilitadas de amamentar quer em
virtude do seu estado geral, de qualquer
patologia no úbere, em situações em que a
mãe não tenha leite suficiente ou quando as
ovelhas se alimentam em percursos extensos,
pouco produDvos e os anhos não as podem
seguir.

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Aleitamento arDficial
•  Aproveitar nos rebanhos leiteiros a totalidade de
leite produzido pelas ovelhas, havendo um tempo
suplementar de ordenha no início do período de
lactação (fase de maior produção leiteira).

•  PermiDr a aceleração do ritmo reproduDvo como


consequência da suspensão da amamentação e
das implicações deste facto no reaparecimento
da acDvidade ovárica pós-parto.
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ALEITAMENTO ARTIFICIAL

Vantagens:
• Aumento do leite disponível para venda ou
fabrico de queijo, desde 5 dias pós parto até à
secagem.
• Acelerar o ritmo de crescimento dos borregos
• Baixo custo de produção dos borregos
• Intensificação reproduDva

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ALEITAMENTO ARTIFICIAL

Desvantagens:

•  Necessidade de espaço adequado, com


instalações e equipamento apropriado;
•  Maior exigência de mão-de-obra qualificada;
•  Custos adicionais para aquisição de
equipamentos e leite se subsDtuição;

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ALEITAMENTO ARTIFICIAL

Instalações :

•  Fonte de aquecimento, venDlação adequada;


•  Lotes homogéneos (diferenças de idade não
superiores a 1 semana), 20 a 25 borregos;

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ALEITAMENTO ARTIFICIAL

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ALEITAMENTO ARTIFICIAL
Disposi'vos
•  Podem-se uDlizar uma grande variedade de
disposiDvos, desde muito simples como um
biberão até disposiDvos muito complexos.
•  Devem ser escolhidos consoante o Dpo e
dimensão da exploração.
•  Quanto mais sofisDcado o aparelho menos
mão-de-obra.

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ALEITAMENTO ARTIFICIAL
Baldes de plás'co (ou outro material) providos
de te'nas a rodear a sua base

•  As teDnas devem estar dispostas à altura dos


cordeiros e suficientemente distanciadas.
•  Um balde de 10 litros, pode ter incorporadas
oito teDnas, afastadas entre si, uns 7-8 cm.
•  Cada teDna deve dar para 3-5 cordeiros
embora, nos sistema de administração do leite
ad libitum se possa ir até aos 8-10.

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ALEITAMENTO ARTIFICIAL

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ALEITAMENTO ARTIFICIAL

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ALEITAMENTO ARTIFICIAL

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ALEITAMENTO ARTIFICIAL

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ALEITAMENTO ARTIFICIAL
Baldes
•  As teDnas usadas nestes baldes são de borracha
com um corte verDcal na ponta.
•  O orimcio da teDna deve ser realizado com uma
agulha de modo a se obter um contorno regular
que permite uma fácil sucção aos cordeiros.
•  Não deve haver perdas de leite.
•  É conveniente verificar o estado de conservação
das teDnas periodicamente, subsDtuindo as que
se mostrem deterioradas.
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ALEITAMENTO ARTIFICIAL

Te'nas dispostas ao longo de uma barra


• São recipientes fixos aos quais estão adaptados
tubos mergulhados no leite e que terminam no
exterior por teDnas.
• Ao mamarem na teDna, o leite corre.
• Este sistema tem a vantagem de se fazer um
aleitamento ad libitum preparando-se o leite
para vários dias.

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ALEITAMENTO ARTIFICIAL

Baterias com jaulas individuais em arame


•  Cada cordeiro tem uma jaula individual e a
alimentação é feita por intermédio de uma
garrafa biberão com a dose calculada para
cada refeição.
•  Este sistema é caro, pelo custo do
equipamento e exigência de mão-de-obra,
mas tem a vantagem de se poder apreciar
melhor o comportamento de cada animal.

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Aleitamento arDficial
Máquinas automáDcas
•  DisposiDvos com uma tremonha para o leite de subsDtuição

em pó, de um misturador acoplado, de uma resistência

desDnada ao aquecimento de água (para quanDdades

variáveis de leite), de uma ligação à rede de água ou a um

depósito próprio e de um temporizador da oferta do leite,

automaDzado e programável.

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Aleitamento arDficial
Máquinas automáDcas

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Aleitamento arDficial

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Aleitamento arDficial

Todos estes aparelhos devem ser cuidadosamente


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lavados após cada refeição.
ALEITAMENTO ARTIFICIAL

Técnica
•  leite oferecido ad libitum até à 3ª semana;
•  concentração entre 15-20% (200g/litro)
•  após a 3ª semana efectuar restrições para
esDmular a ingestão de alimento sólido.

•  A par;r da 2ª semana deve-se oferecer alimento


sólido (feno e concentrado – 18-20% PB)

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Aleitamento arDficial
•  A alimentação arDficial de borregos, para que seja bem
sucedida, requer uma atenção especial e altos níveis
de supervisão.

•  É essencial que todos os borregos tenham um


fornecimento adequado de colostro.

•  Pelo menos nas primeiras quatro semanas de vida, os


borregos devem receber, diariamente, uma quanDdade
adequada de líquidos, como um subsDtuto do leite da
mãe, em intervalos regulares.
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Aleitamento arDficial
•  A parDr da segunda semana de vida, os borregos devem ter acesso a
comida sólida e nutriDva (que deve incluir fibra) e ter sempre acesso a
água limpa e fresca.

•  Quando é uDlizado equipamento automáDco de alimentação, os borregos


devem ser treinados no seu uso, para garanDr que consomem
regularmente uma quanDdade adequada de comida.

•  O equipamento deve ser inspeccionado diariamente para garanDr que está


a funcionar correctamente.

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Aleitamento arDficial
•  Os comedouros devem ser manDdos limpos e
qualquer alimento que esteja deteriorado deve
ser removido.

•  Os sistemas automáDcos devem sofrer uma


manutenção periódica.

•  Os equipamentos e utensílios uDlizados para a


alimentação líquida devem ser bem limpos e
esterilizados em intervalos frequentes.

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Aleitamento arDficial
•  Deve ser disponibilizada uma base seca e
venDlação adequada livre de correntes de ar.

•  Para borregos doentes ou feridos deve ser


disponibilizado alojamento adequado, que
deve ser separado do resto do grupo.

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Aleitamento arDficial
•  Até ao desmame, os borregos que vivam no
interior devem ser manDdos em grupos
pequenos para facilitar as inspecções e evitar
a propagação das doenças.

•  Quando os borregos estão a ser criados em


pastagens sem as mães, deve ser
providenciado um abrigo adequado.

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Maneio
Parasitas externos
•  No que diz respeito aos parasitas externos, as
ovelhas devem ser protegidas através da
imersão ou pelo uso de um agente químico
prevenDvo eficaz.

•  Deve ser administrado um tratamento eficaz,


o mais rapidamente possível, quando as
ovelhas estão infectadas por estes parasitas.

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Maneio
Parasitas internos
•  Os parasitas internos podem ser controlados
pela limitação da permanência na pastagem e/
ou tratamento vermífugo administrado em
alturas apropriadas, dependendo do ciclo de
vida do parasita.

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