EQUIDEOCUOLTURA – ERMILTON

MANEJO REPRODUTIVO DE ÉGUAS E GARANHÕES

INTRODUÇÃO
➢ Baixa fertilidade entre espécies domésticas
➢ Pouco prolífica > 1 filhote por gestação
➢ Início da produção > 3 anos de idade > 11 meses de gestação (325-345 dias)
➢ Há perda embrionária precoce (PEP) > Atribuídos a problemas de:
1- Seleção (subfertilidade- genética).
2- Manejo reprodutivo > nutrição, detecção de cio, condição do trato
reprodutivo, hormônios...
IDADE REPRODUTIVA
➢ Naturalmente ocorre aos 18 meses > influenciada pela alimentação da fêmea
durante a gestação, desgasta o animal mais cedo
➢ Garanhão > 2 a 3 anos. Égua > 4 a 5 anos
SAZONALIDADE
➢ Poliéstrica estacional de dias longos
➢ Luz (Fotoperíodo)
➢ Necessita de um melhor aporte nutricional,
➢ Inverno > Ovulação é mínima ou ausente (Anestro)
➢ Primavera > Aumenta transicionalmente.
➢ Verão > É máxima
➢ Outono > Diminui transcionalmente.
ESTAÇÃO DE MONTA
➢ Agosto a fevereiro (primavera e verão)
➢ Todos os animais fazem aniversário ao mesmo tempo > independente do mês
de nascimento.
➢ Luz > (maior modulador), idade e escore corporal
➢ 16hrs de luz no verão > 17-22hrs artificialmente.
CICLO ESTRAL
➢ Sinais de estro > estrogéno + progesterona baixa < 1ng/ml
➢ Fase luteal > 16 dias > CL regride. Estro > 6-9 dias.
➢ Ovulação > 24-48hrs do fim do cio.
➢ Cio > 1-2 dias antes da ovulação > intensificado no terço final do estro.
➢ Cobertura até 18hrs antes do fim do cio
➢ Estrógeno induz > receptividade sexual, relaxamento de cérvix e vulva, produção
de secreções, postura acampada, pernas abertas, vulva edemaciada, contração
de clitóris.
INDUÇÃO A OVULAÇÃO
 ➢ Melhorar o manejo reprodutivo e sincronizar a ovulação o mais próximo da
cobertura e inseminação artificial.
➢ Monta natural ou sêmen fresco > intervalo entre sêmen e ovulação > 0-48hrs.
➢ Sêmen congelado > necessita de mais acurácia e o intervalo é menor > 24hrs.
➢ Momento de induzir > uso de agentes indutores (folículo 35mm). Folículo
responsivo a LH. A maioria das éguas vão ovular de 36-48hrs.
➢ Ultrassom > mensuração do diâmetro do folículo e escore de edema endometrial
( 0-5) 0 = ausência e 5 edema máximo
➢ Agentes indutores > Gonadotrofina coriônica humana (hCG) > diminui o período
de estro e acelera ovulação (duplas ovulação), formação de anticorpos, 2x por
estação de monta. GnRH sintético > liberação de LH e reduz o estro > 32-46hrs
ocorre a ovulação. Extrato de Pituitária Equina (EPE) > superovulação e ovulação
ente 24-48hrs.
CUIDADOS COM A ÉGUA
➢ Exame ginecológico
1- Características do útero > tamanho, simetria dos cornos, contração.
2- Ovários e folículos > tamanho e consistência
3- Exame vaginal > forma do colo uterino, abertura do colo, cor e umidade das
mucosas.
➢ Programa reprodutivo
1- Controle do estro
2- Rufiação > receptividade a monta.
3- Dectecção de estro > controle diário + rufião + palpação retal ou ultrassom
(atividade ovariana).
➢ Folículos e ovulação (óvulo: 12hrs de duração) – cobrir 24 a 48hrs do cio.
➢ Espermatozóides > 48hrs.
RUFIÃO
➢ Garanhão apto a reprodução
➢ Calmo e experiente
➢ Reflexo de Flehmen
➢ Cheirar
➢ Tentativa de monta (com ou sem ereção)
➢ Detecção do cio pelo rufião > evita desperdício do sêmen do reprodutor,
desgaste do garanhão. Evita lesões e infecção uterina > cérvix fechada + baixa
imunidade do endométrio.
MACHOS
➢ GnRH > hipotálamo > estimula LH > estimula as células de Leyding (testículo) a
liberar testosterona. FSH estimula as células de sertoli a produzir e diferenciar os
espermatozóides.
➢ Inverno > produz sêmen com qualidade reduzida, devido ao metabolismo
reduzido e menor interesse sexual.
CUIDADOS COM O GARANHÃO
➢ Exame andrológico > coleta do sêmen com vagina artificial
➢ Exame do sêmen > volume, concentração, motilidade, vigor e morfofisologia.
➢ Libido do garanhão
➢ Habilidade reprodutiva
➢ Tamanho e consistência testicular (complementar)
➢ Condicionamento reprodutivo (físico e mental)
➢ Nutrição
➢ Exercício diário.
MONTA
➢ Guiado por profissional
➢ 1x por semana e 1 égua ou 2 éguas por semana ou 3 a 4 coberturas semanais
(dias alternados) se em dias seguidos (período de descanso)
➢ Não deixar o potro brincar com a égua em demasia, não deixar montar sem
ereção
➢ Tempo de monta > 10min
➢ Égua mansa com sinais de cio, devidamente contida
➢ Corrigir vícios de comportamento
➢ Animais agressivos e maus hábitos reprodutivos > DESCARTADOS
➢ Higiene do pênis antes da monta
COBRIÇÃO
➢ Garanhão jovem (2,5 a 4 anos) > 20 éguas por estação de monta e 1 salto por dia
➢ Garanhão adulto (> 4 anos) > 40 éguas por estação de monta, 2 saltos por dia +
período de descanso.
COMPORTAMENTO
➢ Cheirar, aproximação, cortejo da égua, relinchar, reflexo de flehmen, morder a
nuca, expor o pênis, ereção, monta e ejaculação.
➢ No caso de ausência de controle folicular > Cobertura em dias alternados após
3º dia de cio, Dias alternados até o final do estro, Égua deve ser rufiada
diariamente, Ovócitos: 12 a 24h vida útil após ovulação.
TIPOS DE MONTA

➢ Monta a campo > Hárem (grupo de éguas), soltas com um garanhão, 80% taxa
de fecundação, mão de obra barata, sem controle da data de cobertura, riscos
de acidentes, exaustão garanhão.
➢ Usado > animais rústicos e experientes.
➢ Monta Controlada: égua com sinal de estro, garanhão, colocados juntos em
piquete pequeno, observação, 1 a 2 montas por dia, 1 dia de descanso na
semana, controle da cobertura, intervenção se necessário, higiene prévia do
animal, animais experientes e não agressivos.
 ➢ Monta Dirigida > égua e garanhão previamente preparados, higiene da vulva e
do pênis (água e sabão neutro). Égua > rabo enfaixado, mobilização com peia,
cabresto e cachimbo (se necessário). Garanhão > levado até a égua com cabresto
(salto). Controle de data de cobertura, intervenção, uso racional do garanhão,
mão de obra qualificada.

MELHORAMENTO ANIMAL

O melhoramento das espécies pode ser obtido de duas formas:

➢ Melhoramento zootécnico: é quando podemos melhorar a “produtividade” do

animal com a melhoria das condições ambientais, como manejo, treinamento,
alimentação.
➢ Melhoramento genético: buscamos melhorar a “produtividade” do animal com
a composição genética, buscando características interessantes à função a que o
animal se destina.

HERDABILIDADE

Bons genes podem ser herdados, mas não sua combinação genética, isto é, por melhor
que seja o critério de seleção utilizado. Estes critérios são:

➢ Pedigree: é um documento que mostra a ascendência do animal; quem são seus

pais, avós e bisavós. É um indicador de qualidade, mas não há garantia de
herdabilidade, isto é, se os filhos serão real- mente bons como foram seus pais.

➢ Performance ou fenótipo: a performance é válida para animais de esporte e

trabalho e fenótipo são as características externas do animal. É a observação do
desempenho do animal nas características que se deseja preservar.

➢ Testes de progênie: esta avaliação observa as características passadas dos pais

para os filhos. Determina o real valor reprodutivo do animal

CRUZAMENTO

➢ Heterose > Cruzamento realizado entre animais de raças ou linhagens diferentes,

explorando as diferenças genéticas entre os grupos.
➢ Cruzamento Linear > cruzamento de linhagens conhecidas que
consistentemente produzem animais de qualidades somadas.
➢ Cruzamento Absorvente > Cruzamento de um garanhão superior com éguas
abaixo da média, esperando-se elevar a qualidade dos produtos.
➢ Hibridização > Cruzamento entre espécies diferentes. Tem como característica a
produção de progênie estéril.

CONSANGUINIDADE
 ➢ Cruzamento entre indivíduos parentes entre si, explorando as diferenças entre
indivíduos de uma mesma raça ou linhagem. Tem como consequência aumentar
a homozigose.

SELEÇÃO

➢ Cruzamento explorando as diferenças entre indivíduos de uma mesma raça ou

linhagem de qualidade superior.

ELIMINAÇÃO

➢ Descartar animais que não atinjam o padrão mínimo desejado é o melhor

método para se elevar o nível de uma criação.

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL
➢ A inseminação artificial (IA) é uma das biotecnologias mais viáveis para a criação
de equinos, auxiliando o melhoramento genético do rebanho e otimizando o uso
de garanhões.
➢ A IA também impede a transmissão de doenças venéreas, e quando associado
ao uso de sêmen refrigerado ou congelado, reduz os custos com transportes de
animais.
➢ É possível também dividir um ejaculado em vária doses de inseminação,
aumentando a eficiência do uso do garanhão e possibilitando um maior número
de éguas a serem utilizadas na estação reprodutiva.
DIAGNÓSTICO GESTACIONAL
➢ Na maioria das éguas com 15 a 18 dias de gestação observou-se um excelente
tônus cervical e uterino.
➢ Em éguas com mais de 20 dias de gestação, foi possível palpar a região uterina
onde a vesícula embrionária foi fixada.
➢ A palpação retal é o método de detecção de gravidez mais econômico quando
realizado após 30 dias. No entanto, a palpação retal isoladamente perde em
acurácia.
➢ A palpação associada a ultrassonografia proporciona maior precisão no
diagnóstico, sendo a técnica de imagem considerada o padrão ouro para
determinar a gravidez e confirmar a presença do feto viável
TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO
➢ Apesar do fato de que em éguas a taxa de fertilização alcança 90%, a taxa de
recuperação de embriões esperada é apenas cerca de 75%.
EXAME ANDROLÓGICO
 ➢ Biometria testicular > A biometria testicular é amplamente utilizada em animais
de fazenda para estimar o desempenho reprodutivo a partir do tamanho
testicular.
➢ Coleta do Sêmen > Quando o volume do ejaculado não se mostrava satisfatório
para a IA ou as matrizes se encontravam em outra propriedade, necessitando o
transporte do sêmen, realizava-se a diluição na proporção de 1:1, com diluidores
a base de leite em pó, açúcares e conservantes.
➢ Análise espermática > A análise espermática é uma técnica imprescindível para
determinação do potencial reprodutivo do garanhão. A qualidade do sêmen
pode variar entre indivíduos. Animal imaturo sexualmente, mesmo hígido
apresenta parâmetros espermáticos inferiores aos desejáveis.
CRIOPRESERVAÇÃO
➢ A justificativa por parte dos proprietários era de ter disponível para IA o sêmen
criopreservado do reprodutor em momentos nos quais não seria possível a
monta natural ou, ainda, do sêmen fresco ou resfriado.
➢ Os eventos ocorridos na aplicação desta biotecnologia envolvem os seguintes
passos: redução da temperatura, desidratação celular, congelação e
descongelação.
➢ taxas de resfriamento, aquecimento e capacidade técnica do médico veterinário
para minimizar danos por choque frio, formação de cristais de C A A B D 33 gelo,
desidratação, estresse oxidativo e osmótico, alterações na membrana do
espermatozoide e lesões de DNA.
➢ Para que um espermatozoide fertilize um oócito, ele deve reter pelo menos
quatro atributos gerais após o congelamento e descongelamento > (1)
metabolismo para a produção de energia, (2) motilidade progressiva, (3) enzimas
intactas localizadas no acrossoma, que são essenciais para a penetração do
espermatozoide através de estruturas ao redor do oócito e (4) proteínas na
membrana plasmática na fertilização. (