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MGR – ÁREA 2

MGR – aula 1

FISIOPATOLOGIA APARELHO REPRODUTOR DO TOURO

Manejo reprodutivo em rebanhos de corte RS


• Programas de IA
– Outubro-dezembro
– Protocolos sincronização do estro e IATF
– Novilhas 15 a 30 dias antes das vacas com terneiro
• Utilização de touros
– Novilhas: touros mais leves com baixo peso ao nascer
– Vacas com cria: touros capazes de suportar períodos de até 90 dias de entoure
• Importância do touro em rebanhos de corte
4 a 5% do rebanho
Maior valor
Responsáveis pela genética do rebanho
Uso curto período de forma intensiva
Produção de terneiros= $$$
–Período de entoure: 60-90 dias
–Inseminação artificial + Repasse com touro
–Entoure usando grupos de touros
• Raças: cruzamentos dirigidos
• Idade: 2 anos/3 anos
–Rodizio de touros
• Cuidados com os touros na estação reprodutiva:
Áreas grandes para percorrer
Época de muito calor
Muitas vacas- 1:20-40
Competição entre os machos
• Idade para entrada na reprodução
– 15 meses
– 24 meses
– 36 meses
A idade para entrada na reprodução vai depender de:
- Sistema de produção intensivo/extensivo
- Grupo racial
-Desenvolvimento e aptidão reprodutiva
Manejo dos touros durante o período reprodutivo
• Lotes de touros de mesma idade
• 2 anos
• ≥ 3 anos
• Condição corporal: 3,5 (escala de 1 a 5)
• Acompanhamento do comportamento dos touros
• Reunir vacas 1 ou 2 vezes por semana
• Substituição touros problemas
Programa sanitário touros
• Vacinações
– Carbúnculo sintomático: 1o ano: 2 doses intervalo 3 semanas (desmame); 2o
ano: reforço anual
– Carbúnculo hemático: 1a dose desmame, reforço anual
– Vac. Reprodutivas: 1o ano: 2 doses intervalo 3 semanas (desmame); 2o ano:
reforço anual
• Controle verminose
• Controle carrapato

Condições indispensáveis para o desempenho reprodutivo do touro


1- Alta libido
2- Condição física para executar a monta
3- Qualidade seminal
4- Livre de doenças sexualmente transmissíveis
5- Livre de patologias geneticamente transmissíveis

Puberdade no touro – concentração: >50 milhões de espermatozoides; motilidade


progressiva >10%. Puberdade varia de acordo com a idade, genética/raça e ECC.
•Em bos taurus – 10-12 meses
•Em bos indicus – 18-20 meses
•Em raças europeias (Angus, Hereford e Devon) – puberdade entre 9 e 12
meses; •Enquanto que em raças sintéticas (Brangus e Braford) – puberdade mais
tardia ~ 15-16 meses. Zebuínas (Nelore) – puberdade tardia (18 meses ou mais).
Maturidade sexual – taurinos (15 meses) – Angus, Hereford, Charoles e
Simental. Sintéticas (17 meses) – Brangus Braford. Zebuínas (21 meses) – Nelore, Gir,
Tabapuã e Indubrasil.

A puberdade significa o começo da fase reprodutiva do bovino e consiste em um período


introdutório para a maturidade sexual, fase em que terá o maior desempenho. Cabe
destacar que as características corporais têm correlação com a fase reprodutiva. O
peso, a altura e largura da garupa e o perímetro do tórax estão diretamente relacionados
com a etapa puberal e a maturidade sexual.

MANEJO REPRODUTORES DO DESMAME AO ENTOURE

Critérios de seleção de touros de corte


• Conformação
– Padrão racial
– Musculatura
– Aprumos
– Circunferência escrotal
• Desempenho
– Peso ao nascer
– Peso ao desmame
– Peso 1 ano
• Genealogia
– Família
• DEPs
– Peso ao nascer
– Peso ao desmame
– Peso ano
– Pelame
– Resistência carrapato

Fases de criação e preparo de touros de corte


• Peso ao nascer
– ≤ 8% peso da vaca
• Ganho de peso nascimento ao desmame: 0,7-1,2 kg/dia
– Leite materno
– Pastagens melhoradas
– Suplementação
• Ganho de peso desmame até 1 ano: 0,6-1,0 kg/dia
– Pastagens melhoradas
– Suplementação
• Preparo de touros para feiras e comercialização: 1,2 a 1,8 kg/dia
– Pastagem + suplementação

Nutrição e puberdade de touros


• Desnutrição= retardo na puberdade
• Excesso de ganho de peso: prejudicial
++ pós-desmame
- Qualidade seminal
- Problemas locomotores

Quando descartar touros por idade?


• A partir dos 6-7 anos
• Dominantes e agressivos
• Menor atividade
• Lesões adquiridas

ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA ESPERMATOGÊNESE NO TOURO

Fisiologia produção espermática


• Espermatogênese: Processo continuo.
• Controlado pelo sistema hipotálamo-hipofise-gonada.
• Espermatogênese completa: 61 dias.
• Produção diária: 7 a 8 bilhões. 1,2 a 1,7 x109 por mL
• Tamanho testicular afeta produção diária – quanto maior a circunferência maior a
produção de sêmen. Relação entre tamanho testicular e a idade a puberdade, tanto nos
machos quanto nas fêmeas.
Termo-regulação testicular

Epidídimos: aspectos fisiológicos


• Trânsito: 7 a 14 dias
• Microambiente: fluido luminal com moléculas bioativas
• Maturação espermática
• Reabsorção água
• Concentração espermática
• Nutrição
• Aquisição movimento
• Armazenamento

Glândulas acessórias e composição do sêmen


• Vesículas seminais
– Volume
– Nutrientes
– Ph
• Prostata
– Frutose
– Ácido cítrico
– Promove motilidade
• Bulbo-uretrais
– Secreção mucosa
– Limpeza via uretral

EXAME ANDROLÓGICO

Importância da avaliação de antes do período reprodutivo


Impossibilidade de realizar a monta = Impotência coeundi
Qualidade seminal = Impotência generandi

Quando fazer o exame andrológico


30 a 60 dias antes da temporada reprodutiva
Repetir anualmente

Exigências mínimas para aprovação de touros no exame andrológico


• Aprovação exame físico
• Capacidade de serviço
• Circunferência escrotal mínima
• Qualidade seminal

Exame clínico geral


– Identificação
• Tatuagem, brinco, registro, raça
– Idade
– Escore de condição corporal
– Peso
– Cabeça: Dentição, visão, pele, linfonodos
– Locomotor
– Saúde geral: disposição
• Olhos
– Pigmentação pálpebra
– Lesão ocular
• Querato-conjuntivite
• Carcinoma
• Pele
Inspeção visual:
Papilomatose
Lesões localizadas
• Sistema linfático
Palpação: externos e internos
•Aparelho locomotor
 30% dos Descartes
+ Membros posteriores
Lesões coluna vertebral
Inspeção visual: individual, em movimento e contido

Exame clínico aparelho reprodutor externo


1. Óstio prepucial
Abertura do óstio
Feridas
Cicatrizes
Prepúcio: profundidade e lesões
2. Pênis
Avaliar por inspeção visual e palpação:
Integridade da mucosa
Fibropapilomas
Pústulas
Erosões
Aderências
Hematomas= Ruptura pênis
Desvio lateral
Saca-rolha
Disfunção erétil
3. Bolsa escrotal
• Pele
– Integridade
– Temperatura
• Dartos
• Túnicas serosas: parietal e visceral
– Mobilidade testicular
4. Testículos
• Palpação: avaliação do tônus (normal: tenso-elástico)
• Inspeção: simetria e posição
• Medidas testiculares
• Circunferência escrotal
5. Epidídimo
6. Cordões espermáticos
• Palpação:
- Ductos deferentes
- Sistema circulatório (varicocele touros >5anos)
- Linfonodos (aumentados= orquite, epididimite, vesiculite)
- Anéis inguinais (hérnias inguinais)
7. Anel inguinal e linfonodos

Exame órgãos internos: touro


Ampolas, ductos deferentes, vesículas seminais e próstata

Coleta do sêmen
Massagem órgãos internos
• Simples: sem necessidade de material ou equipamento
• Maior volume de líquido seminal
• Pode ser demorada ou pouco produtiva
• Não permite avaliar a concentração espermática
Eletro-ejaculador
• Utilização
Touros de campo
Touros IA com problemas locomotores
• Requer equipamento e fonte de energia
• Estimulação gradual
• Exposição do pênis
• Alguns touros não toleram
• Volume/concentração: variável

Vagina artificial
• Mais demorado: inviável para lotes grandes
• Indicado para touros de muito valor ou para congelação de sêmen
• Touros treinados ou mansos
• Melhor qualidade seminal

Quadros espermáticos
• Azoospermia: ausência
• Necrospermia: mortos
• Oligospermia: baixa concentração
Normospermia: quadro normal
• Patospermia: formas patológicas

Avaliação do sêmen
• Exame imediato
– Volume
– Aspecto
– Cor
– pH
– Turbilhão
– Motilidade progressiva
– Vigor do movimento

Patologias espermáticas
Defeitos maiores
- Defeitos de acrossoma
- Diadem defect
- Cabeça solta anormal
- Cabeça piriforme
- Cabeça anormal
- Gota citoplasmática proximal
- Cauda fortemente dobrada
Defeitos menores
- Cabeça pequena
- Cabeça solta normal
- Gota citoplasmática distal
- Cauda enrolada
- Acrossoma destacado
- Inserção abaxial
Parâmetros de qualidade seminal
Espermatozóides normais: >70%
Defeitos totais: <30%
Defeitos maiores: <20% (individuais < 5%)
Defeitos menores: <20% (individuais <10%)

Avaliação da libido e capacidade física montar


Fatores que afetam a libido do touro
• Genética
– Importante na seleção de touros
– Diferença entre as raças/indivíduos
– 2 a 9% não apresentam libido
– Herdabilidade alta: 0,59±0,15
• Fatores de manejo
– Inexperiência (touros jovens)
– Dominância
– Raças zebuínas
• Problemas adquiridos
Doenças debilitantes
Baixa condição corporal
Dor – vertebras lombares, pernas e cascos

Laudo final
• Reflete a condição do touro na data do exame
• Considerar condições patologias que podem reverter-se
• Validade: 60 dias
• Apto para reprodução
• Descartado: problemas graves e irreversíveis
• Dúvida: reexaminar
PATOLOGIAS DO APARELHO REPRODUTIVO DOS TOUROS

Postite
• Predisposição anatômica
• Prepúcio pendular=lesões causadas pela vegetação
• Lesões durante a cópula= Feridas difícil cicatrização
• Sinais clínicos
– Eversão intermitente ou permanente
– Lesões secundárias/permanentes
• Miíases
• Formação de tecido conjuntivo
– Edema, secreção sanguinoleta/pus
– Complicações: Estreitamento do óstio prepucial
– Redução da libido/capacidade de copular
• Tratamento
– Leves- cura espontânea
– Repouso sexual 30 a 60 dias
– Limpeza, Duchas,
– Imersão em água + gelo: 15 min por 3 x semana
– Antisépticos, cicatrizantes:
• Óxido de zinco e/ou Antibióticos
• Antibióticoterapia
- Oxitetracilina LA: 10-20mg/kg, IM a cada 3 ou 4 dias
- Enrofloxacina: 5mg/kg, IM por 3 a 5 dias 12,5mg/Kg, IM, dose única
• Cirúgico: retirada tecido afetado
Pós-operatório longo
Risco de estreitamento permanente do óstio prepucial

Fibropapiloma
• Papilomavirus
• Pênis/prepúcio
• Não invasivo
• Dificuldade na cópula
– Sagramentos
• Contaminação secundária
– Descarte
– Remoção cirúrgica
• Sangramento intenso
• 10% recidiva
• Vacina autógena

Balanopostite
• Etiologia e patogenia
– Secundária a trauma
– Contaminação bacteriana (agentes oportunistas)
– BoHV-1
– Ureaplasma sp. (???)
– Vesículas, erosões, pústulas, focos necrose e exsudação
sanguinolenta/purulenta e adesões
• Sinais clínicos
– Incapacidade de expor/retrair o pênis
– Edema, exudação leve ou intensa
– Redução/ausência de libido
• Tratamento
– Sintomático/local
• Duchas 1-2 vezes dia/20 minutos na primeira semana
• Antibioticoterapia
– Ceptiofur, 2mg/kg, q 24 h , 3 dias
– Enrofloxacina: 5mg/kg, IM por 3 a 5 dias 12,5mg/Kg, IM, dose única
• Pomadas cicatrizantes
– Óxido de zinco / antibiótico
– Vacinação IBR

Ruptura túnica albugínea


Durante a cobertura
Sangramento intenso (Corpo cavernoso)
• Anterior dorsal a bolsa escrotal
• Reluta em realizar a cópula
• Aumento volume
• Exposição permanente
Sinais clínicos
-Hematoma
-Edema
-Abscesso
-Aderências
Tratamento
- Conservador: ducha, antibiótico, drenagem hematoma + repouso sexual 1-3 meses
- Cirúrgico: síntese albugínea + repouso sexual 3 meses

Orquite
• Inflamação/infecção testicular
– Traumática
– Insepecífica secundária feridas bolsa escrotal
– Brucella abortus ( infrequente)
• Sinais clínicos
– Aumento de volume e temperatura
– Unilateral (assimetria) ou bilateral
– Tônus aumentado
– Aumento da temperatura pele
• Tratamento
– Descarte
– Hidroterapia
– Antibióticoterapia
– Orquiectomia unilateral
– Brucelose = descarte

Degeneração testicular
• Redução da espematogênese testicular
• Caracterizada por:
– Redução tônus testicular
– Elevada patologia espermática ( >80%)
– Redução circunferência escrotal
• Transitória ou permanente
• Touros acima de 8 anos
Fatores determinantes:
-Doenças sistêmicas
-IBR-IPV
-Estresse térmico
-Carências nutricionais
-Processos inflamatórios:orquite
-Antiinflamatórios esteróides
-Falha termorregulação testicular
-Estresse: ambientais, transporte
-Obesidade
-Intoxicação por gossipol
• Sinais clínicos
Redução do tônus testicular
Redução da circunferencia escrotal
Uni/bilateral: com/sem assimetria
• Quadro espermático
Patologias espermáticas
>80% anormais
++ defeitos maiores
Oligospermia
Redução motilidade
Alterações plasma seminal
Presença espermatócitos em apoptose no ejaculado

Hipoplasia testicular
• Causa: genética
• Reduzida circunferência escrotal
• Qualidade seminal: variável
• Uni/bilateral
• Descartar

Patologias de epidídimo
• Exame clínico
– Palpação: cabeça corpo e cauda
– Coleta de sêmen
• Aplasia segmentar
– Genética
– Raro
– Diagnóstico: inspeção + palpação

Epididimite
– Secundária à orquite ou vesiculite
– Cauda ou cabeça do epidídimo:
• redução do volume,
• endurecida,
• Uni ou bilateral
• reduzido acúmulo de espermatozoides;
• perda definição da borda
– Oligospermia, baixa motilidade e patologias
espermáticas:
> 30% (gota citoplasmática proximal)
– Diagnóstico: inspeção + palpação + coleta sêmen
– Prognóstico: depende do tempo, em geral: desvaforável, descarte

Cordões espermáticos: possíveis alterações


• Ductos deferentes: aplasia (raro)
• Sistema circulatório: varicocele touros > 6 anos
• Linfonodos: aumentados tamanho casos de orquite, epididimite, vesiculite
• Anéis inguinais: hérnias inguinais, raro bovino
Vesiculite
• Infecção vesículas seminais
• Incidência: 5 a 10%
• T. pyogenes, Pseudomonas sp., Streptococcus sp.
• Contaminação ascendente ou hematógena
• Sem sinais externos
• Associada à epididimite (6%)
• Fatores predisponentes
– Dieta alta energia
– Confinamento
– Agrupamento touros
– Touros jovens: 1 a 2 anos
– Infecção viral (IBR)
– Associada a abscessos hepáticos, pulmonares e onfalite
• Sinais clínicos
– Sêmen: pus/sanguinolento, baixa motilidade e fertilidade reduzida
– Libido: normal ou reduzida
– Palpação retal
• Aumento de volume (uni ou bilateral)
• Consistência: tensa
• Perda da lobulação
• Dor a palpação
• Aderências
• Prognóstico
Detecção precoce: bom, touros jovens (< 2 anos)
77% recuperação após tratamento
Detecção tardia: ruim, touros velhos (>8 anos)
• Tratamento
– Antibioticoterapia
• Oxitetracilina LA: 10 a 20 mg/kg, IM, a cada 3 ou 4 dias. Repetir 2
aplicações
• Enrofloxacina: 5 mg/kg, IM por 3 a 5 dias 12,5 mg/Kg, IM, dose única
• Ceftiofur: 1,1 a 2,2 mg/kg, IM, 24 horas
• Penicilina G: 20 a 40.000UI/kg, IM, cada 24 horas, por 5 a 6 dias
– Antiinflamatórios
• Flunixin, 1,1 a 2,2mg/kg, IM, a cada 24 horas
• Diclofenaco de sódio, 1 mg/kg, IM, 24 horas
– Cirúrgico (raro, unilateral)
• Touros de alto valor
– Repouso sexual
• Reavaliar em 30 dias

Para doenças do aparelho reprodutivo:


1. Tratar
• Quadros clínicos recentes/leves
• Touros jovens
• Regressão quadro clínicos agudos
• Bem-estar animal
2. Descartar
• Gravidade/tempo da lesão
• Idade touro
• Prognóstico recuperação
• Subfertilidade = perdas econômicas
MGR – AULA 2

FISIOPATOLOGIA DA REPRODUÇÃO

MANEJO REPRODUTIVO LEITE/CORTE

VACA DE CORTE
Condição ideal: intervalo entre partos de 12 meses.
Quanto mais longa a gestação, maior o risco de ter algum problema.
Período de involução uterina: 40 dias (pós-parto)
Neste período, a taxa de concepção é muito baixa (manutenção de gestação)
Período de nova concepção: 45 dias após a involução do útero (após os 40 dias,
totalizando 85 dias de período de serviço).
Terneiro fica ao pé da vaca por 6 meses – fica durante o período de serviço. O
terneiro vai começar a pastar com 45 dias (vaca de corte produz menos leite).
Se o intervalo entre partos for maior que 15 meses é considerado problema.

VACA DE LEITE
Período seco: últimos 60 dias de gestação.
No período final de gestação, a vaca vai começar a produzir o colostro.
Pico de produção: 60 dias após o parto
Período de lactação: 305 dias
Período reprodutivo: 90 dias após o período pós-parto.
Quanto mais perto do parto, menor a chance de concepção. O início do período
reprodutivo vai depender da situação da propriedade (é uma decisão do veterinário ou
zootecnista).
RS: maioria são pequenas propriedades e a vaca fica confinada, para melhor
aproveitamento da área para plantio.

Produção X Metabolismo – vaca leiteira


Trato gastrointestinal
Estradiol é metabolizado pelo fígado e vai ter uma meia vida mais curta. Diminui
a concentração sérica.
Logo após o parto, a vaca vai ter uma necessidade energética maior e vai perder
condição corporal – entra em balanço energético negativo (BEN). A vaca vai mobilizar
gordura corporal e até mesmo massa muscular.
O período de BEN é considerado crítico, pois a vaca precisa recuperar o ECC (escore
de condição corporal) para nova prenhez. Isto vai atrasar a previsão de intervalo entre
partos, o que era para ser 12 meses, acaba sendo 13 ou 14.
O período de lactação se estende por 10 meses, ao contrário da vaca de corte que é
apenas 6 meses.
Parâmetros reprodutivos em vacas leiteiras:
 estro
 tamanho do folículo ovulatório
 ovulação dupla
 desenvolvimento embrionário inicial
 taxa de prenhez a inseminação artificial
 perdas de prenhez

COBERTURA IA/FERTILIZAÇÃO
Gado de corte: monta natural ou IA
Gado de leite: IA

Gestação: 280 dias


Período embrionário: 0-42 dias
Período fetal: 43-280 dias

ESTRO E OVULAÇÃO
Ciclo estral de 18 a 24 dias (21 por convenção – depende do número de ondas de
crescimento folicular).
Duração do estro: 18 horas

- Vaca leiteira: manifestação do estro mais curta (metabolização do estradiol e


temperaturas altas vão influenciar).

Ovulação: 28-30 horas após o estro


Período de metaestro: não aceita mais a monta
Vai ocorrer um pico de LH em resposta à elevação do estradiol. O LH rompe o folículo
e libera o óvulo.
Taxa de ovulação: 80-90% ciclo estral sem manipulação
50-80% ciclo estral com protocolos hormonais

Fatores que afetam a ovulação


- Diâmetro do folículo pré-ovulatório:  10mm não ovula
Vacas de leite têm folículos maiores. No pós-parto, os primeiros folículos são menores.
Em protocolos hormonais, nem sempre os hormônios vão dar a resposta fiosiológica
esperada.
- Pouca liberação de LH: após o parto, em vacas de leite, só atinge os níveis após 30
dias. Folículos dominantes com pouca expressão de receptores de LH.
- Indutores de ovulação: Estradiol, GnRH e hCG
- Ovulações múltiplas: vacas leiteiras de alta produção. Tratamentos hormonais – eCG
tem uma ação FHS.

FERTILIZAÇÃO
Cobertura touro: 80-90%
IA: 70-80%
IATF: 60-80% - menor quantidade de sêmen viável no oviduto
Oócito maturado – termina o processo de meiose e reduz a carga de 2N para N
Reação acrossômica: prepara o espermatozoide para entrar no oócito. Libera enzima
para atravessar a membrana pelúcida. Enzima lisa camada lipoproteica. Desencadeia
reação cortical, que impede a entrada de espermatozoide. Local: ampola do oviduto.
Zigoto após 24 horas.

Causas de falha na fertilização


- Falhas na IA:
Assincronia da ovulação
Horário IA
Inviabilidade do oócito:  6 horas
Inviabilidade do sêmen:  18 horas (congelado) até 24 horas (freco)
Técnica da IA
Sêmen de baixa qualidade
- Touro: qualidade seminal
- Falha na ovulação

DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO
Desenvolvimento embrionário inicial
- Oviduto: após a ovulação, o oócito fertilizado vai cair no oviduto, onde só tem células
ciliares. O zigoto leva 4 dias para passar pelo oviduto, dobrado o número de células a
cada dia. Neste período, os hormônios esteroides estão em concentração baixa. Se a
progesterona estivesse alta, o trânsito seria mais lento. Se o estradiol estiver alto, o
trânsito será mais rápido.
Durante esses 4 dias não há entrada de nutrientes, a nutrição do zigoto é feita do
material das mitocôndrias.
- Passagem oviduto-útero: entre 3 a 5 dias. Preparo das glândulas do endométrio, com
secreção de muco.

Formação do corpo lúteo


Progesterona aumenta a partir do dia 6. Quanto mais tarde, pior. Vai aumentar até o dia
10, quando se tem o corpo lúteo maduro. O pico de progesterona é em torno do dia 10.
 18 dias: regressão ou luteólise, se não estiver prenha.

Desenvolvimento do embrião
Crescimento depende da concentração sérica de progesterona (Regulação da função
endometrial; Interação embrião-útero; Receptividade implantação placenta;
Relaxamento do tônus uterino).

Reconhecimento da gestação
- Interferon tau produzido trofoblasto (camada de células epiteliais que forma a parede
externa da blástula dos mamíferos – blastocisto - e atua na implantação e nutrição do
embrião):
Começa a ser produzido a partir do 10 dia
Máxima liberação entre 15 e 22 dias
Produzido até dia 25
Bloqueio da síntese de PGF 2 alfa
Manutenção do corpo lúteo
Reconhecimento materno da gestação: 15 a 17 dias após a concepção
- Inibição síntese receptores ocitocina
- Inibição síntese/liberação PGF
- 15o a 17o dia
Útero recebe a sinalização do desenvolvimento embrionário, inibe a luteólise –
receptores de ocitocina.

Ambiente uterino
Algumas vacas demoram mais para produzir progesterona. Isto tem relação
direta com a viabilidade da gestação.
Fatores hipertróficos:
• Enzimas
• Fatores de crescimento
• Citoquinas
• Hormônios
• Proteínas de transporte
•Vitaminas, íons, glicose

FORMAÇÃO E CRESCIMENTO DA PLACENTA


Placenta cotiledonária
Placenta cheia de pontinhos.
Carúnculas maternas – permitem que as células da placenta se proliferem
Função: fixação da placenta com o útero. Comunica as células do trofoblasto com o
útero.

Processo de implantação da placenta


Contato inicial: até o 10º dia
Aposição: dos dias 11 a 17 – migração de células binucleadas do trofoblasto nos
placentomas (O placentoma é formado por unidades ou tufos vilosos (cotilédones) e
projeções endometriais (carúncula). Sua distribuição e posição anatômica possibilita as
trocas metabólicas na circulação materno-fetal, e tem como função, respiração,
nutrição e excreção)
Adesão: dos dias 18 a 31
Implantação: dos dias 30 a 35.
O embrião passa a crescer expressivamente após 35 dias.

Funções placentárias
Nutrição – absorção de nutrientes e aporte sanguíneo
Proteção mecânica do feto
Eliminação dos metabólitos do feto
Produção de progesterona a partir do 5º mês
Barreira imunológica
Produção de estradiol pré-parto: desencadeia o parto.

DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO EM BOVINOS


Palpação retal
Ultrassonografia
Doppler
Determinação B-PAG
Determinação progesterona

Gado leiteiro: diagnóstico de gestação precoce, custo por dia de produção de leite,
programa de sincronização de estro.

Palpação retal
30 a 40 dias
A partir de 32 dias é mais fácil, com 35 dias é mais tranquilo e com 40 dias é mais certo.
A partir de 32 dias: identificação da parede dupla. Progesterona relaxa o útero, deixa
flácido (tônus do útero). A presença de estradiol deixa o útero mais contraído.
Com 45 dias o volume do útero é de aproximadamente 600 ml.
Nem todas as vacas tem o mesmo desenvolvimento fetal. O ideal é saber a data da
inseminação/cobertura.
75 dias: Placentomas – já dá pra sentir e ter uma ideia da idade gestacional.
Também é possível fazer um diagnóstico de gestação e determinar a idade gestacional
a partir da palpação da artéria uterina e seu calibre.

Ultrassonografia
É feito via retal
Diagnóstico bem precoce de gestação
30 dias: alantóide (membrana embrionária, formada a partir do intestino posterior, que
serve para a respiração e excreção nos embriões de répteis e aves; nos mamíferos
constitui parte do cordão umbilical e une-se com o cório para formar a placenta).
O uso de US se justifica para diagnóstico precoce de gestação, fora isso, é mais fácil
fazer por palpação.
Sexagem fetal – período:  55 a 65 dias
Identificação do tubérculo genital (fêmea: abaixo da cauda; macho: próximo ao
umbigo).
Importante em gado de leite
Comercialização de receptores prenhes

Métodos alternativos
São métodos indiretos
Concentração de BPAGs (leite ou soro) – glicoproteínas placentária
Função luteal por função do corpo lúteo
Quantidade de progesterona no leite: vantagens e desvantagens
Vantagens
• Amostras de leite
• >95% para não gestante
• Ajuda na detecção estro
• Resincronização estros
• Realizado na fazenda
Desvantagens
• Custo: US$ 3 a 5
• 75% possível gestação
• Confirmar diagnóstico gestação
• Cuidados na interpretação (variação de cor)
Vascularização do corpo lúteo (US doppler): identifica o fluxo sanguíneo quando
o corpo lúteo está funcional. Quando há muita vascularização, há uma possível prenhez.

MGR - aula 3

PERDAS GESTACIONAIS

É um ponto importante tanto para gado de leite, quanto para gado de corte, pois
é nesse momento, depois de se fazer todo o preparo da fêmea (IA ou monta), que se
estabelece a gestação e há vários momentos que pode ser interrompida.
É importante saber como ocorrem as perdas gestacionais, pois a maior parte
dessas perdas não podem ser diagnosticadas com relação à causa etiológica.
Quando uma vaca está em cio, seja cio natural ou protocolo de manifestação do
estro, o processo de fertilização, com a técnica correta, é muito efetivo, chegando a 83%
de fertilização. Porém, quando se faz o diagnóstico de gestação a campo (diagnóstico
precoce mais usado é através de US). Quando se faz o diagnóstico mais tarde, com
mais de 30 dias, a taxa de prenhez cai para 40-50% (gado de leite mais perto de 40% e
gado de corte com IA mais perto de 60% - quando as coisas andam bem).
Entre o dia da cobertura até o dia do diagnóstico, pelo menos 50% das gestações
são interrompidas. Estas perdas nem sempre podem ser diagnosticadas com relação
ao momento e a causa, pois tudo que aconteceu antes do diagnóstico de gestação o
veterinário não tem acesso, não se sabe se houve ou não prenhez. É possível
acompanhar a produção de progesterona (P4), que é a funcionalidade do corpo lúteo, e
que é compatível com o desenvolvimento de gestação, mas não se sabe se o embrião
é viável ou não, isso só vai se saber no dia 30.
Possíveis causas de falhas
A gestação tem um período inicial, que é o período embrionário, que vai até os
42 dias, e é o período em que as perdas são maiores.
Depois de 42 dias entra no período fetal, que é o período que o feto já está
formado e ele passa a crescer, sistemas começam sua funcionalidade, até que ele
possa sobreviver no momento do parto.
As perdas são estudadas e classificadas de acordo com o momento que ocorrem
a gente chama de mortalidade embrionária precoce, se ocorrem antes de 21 dias, ou
tardia, entre 21 e 42 dias. Essa é uma classificação mais antiga, que era baseada na
observação do cio, ou retorno ao estro, que ocorrem em 21 dias. Se as vacas retornava
ao estro, poderiam ou ter uma falha na fertilização, ou uma perda gestacional – o que
marcava este diagnóstico era a manifestação do estro. Atualmente, a maior parte dos
estudos utiliza o dia 28 para separar a perda precoce da perda tardia, isto porque no dia
28 já é possível fazer o US – agora, a perda que antecede o 28 é considerada precoce
e aquela entre 28 e 42 dias é a perda tardia.
Isto serve para estudar os momentos das perdas baseado na possibilidade de
fazer o diagnóstico da perda de gestação. Atualmente é um período menor entre o
diagnóstico de gestação e os 42 dias. Se há diagnóstico de prenhez aos 28 dias e, se
for examinada novamente aos 42 dias e ela estiver vazia, a perda ocorreu mais
tardiamente. Existem trabalhos sobre as perdas precoces, mas são mais
experimentais/acadêmicos, pois a campo não é possível separar o que é falha da
fertilização e o que é perda precoce.
Depois dos 42 dias o feto já está formado e passa a crescer e se passa a falar
em período de perdas por abortos. Abortos são muito mais facilmente identificados, pois
a vaca já vai expulsar o feto, partes da placenta, vai ter comportamento de estro, depois
de diagnosticada prenha.
Agora é possível classificar os abortos em duas partes, os abortos iniciais e os
abortos tardios. Abortos iniciais ocorrem em gestações pequenas, até os 90 dias, e, a
partir dos 90 dias até os 270 dias, que é quando há possibilidade de nascimento de fetos
prematuros, é considerado aborto tardio.

Períodos de perdas gestacionais:


1-7 dias: desenvolvimento do embrião, onde ele chega até o estágio de mórula
ou blastocisto, ele passou 4 dias no oviduto e agora está no útero. Esta é uma fase que
ocorrem muitas perdas e perdas difíceis de quantificar ou diagnosticar.
8-27 dias: o embrião já está no interior do útero, está se alongando e a placenta
começa a se formar. Nesta fase ocorre o reconhecimento de gestação através do
interferon tau, e é uma fase que ocorrem perdas por diferentes causas, relacionadas
muito mais ao baixo crescimento do embrião ou ao ambiente uterino, que não é
adequado ao desenvolvimento deste embrião.
28-60 dias: entre as fases embrionária e fetal. As perdas estão relacionadas ao
estabelecimento da conexão da placenta com o útero. Também é uma fase que pode
ocorrer perdas principalmente em tornos dos 30-35 dias de gestação.
60-90 dias: fase de crescimento fetal são perdas por aborto na fase inicial.

Perdas em gado leiteiro desde o momento da fertilização:


A maior parte das perdas ocorre entre a inseminação e o dia 7 (54%). É difícil
fazer a diferenciação entre falha na fertilização e perda embrionária precoce. As perdas
embrionárias são decrescentes e, normalmente, quando chega na fase fetal, essas
perdas, em rebanhos controlados, estão na faixa de 5%.

Perdas em gado de corte desde o momento da fertilização:


As perdas entre a inseminação e o dia 30 (momento do diagnóstico) são muito
mais acentuadas que no gado de leite. Assim como nas vacas de leite, as perdas
embrionárias após a primeira semana são decrescentes.

Possíveis causas
Causas infecciosas: Rinotraqueíte infecciosa bovina, Diarréia viral bovina,
Campilobacteriose, Tricomonose. Causam alterações no ovário e no útero fazendo que
as vacas percam as gestações nos momentos iniciais.

Causas não infecciosas:


Anomalias genéticas: estudadas principalmente na fase embrionária,
especialmente em FIV e clonagem e que não são relacionadas ao DNA, mas aos meios
de cultura, que alteram a transcrição do DNA – são efeitos epigenéticos que alteram a
transcrição do DNA e ocorre na fase de multiplicação celular, na primeira semana em
células que não vão levar adiante o processo de divisão e desenvolvimento embrionário.
Processos inflamatórios no útero: alterações do ambiente uterino que ocorrem
por contaminação no momento do parto, contaminações estas que tornam o útero um
ambiente menos favorável ao desenvolvimento de uma gestação.
Estresse térmico: é o calor afetando o desenvolvimento da gestação,
principalmente na fase inicial, principalmente na vaca leiteira, mas que também ocorre
na vaca de corte. O calor vai afetar bastante o resultado em termos de desenvolvimento
da gestação.
Função luteal reduzida: a função luteal é a produção de progesterona pelo corpo
lúteo. Para que o embrião tenha um ambiente uterino favorável é preciso a produção de
P4 pelo corpo lúteo, isto principalmente nas duas primeiras semanas de gestação. Nem
todas as vacas produzem uma quantidade padrão de P4, a produção de menos
progesterona é mais comum em vacas leiteiras. Essa função reduzida do corpo lúteo
acaba afetando o desenvolvimento embrionário e a manutenção da gestação.
Balanço energético negativo: ocorre na vaca de corte, mas é mais estudado em
vaca de leite e ocorre após o estabelecimento da lactação. A vaca leiteira não consegue
consumir a quantidade de nutrientes que ela precisa e ela entra numa condição
negativa, acaba perdendo peso, perdendo ECC e isso afeta uma série de funções
fisiológicas e entre ela o desenvolvimento reprodutivo.
Falha na implantação da placenta: é uma causa de interrupção da gestação, isto
é muito mais importante, ou muito mais frequente entre 30-35 dias de gestação. Há uma
concentração de perdas gestacionais relacionadas a placenta na fase de implantação.
Micotoxinas: ocorre com mais frequência em gado leiteiro que recebe
suplementação por silagem, muitas vezes contaminada por micotoxinas, que também
podem afetar negativamente a gestação.
São as causas que não tem nenhum patógeno por trás.

Perdas embrionárias iniciais


Os estudos são mais focados em gado leiteiro, que tem a gestação
acompanhada mais de perto. No gado de corte há o período reprodutivo, o período de
parição e o período de diagnóstico de gestação e acompanhamento, que é muito mais
distante que no gado de leite, em que os diagnósticos são feitos nos primeiros 30 dias.
Estudando o desempenho reprodutivo das vacas leiteiras, se comparou primeiro
o desempenho das mesmas com as novilhas, em inseminação e os resultados. O
resultado final, que é uma lactação ou nascimento do terneiro, é que as vacas não
passam de 40%. Se estudar dentro das possíveis causas de falhas, a falha na
fertilização e as perdas tardias são praticamente iguais entre vacas e novilhas. Na
novilha, a perda gestacional até a fase embrionária é muito menor do que ocorre na
vaca.
Nos últimos anos, se relacionou muito o aumento da produção leiteira com a
menor fertilidade, uma das possíveis causas seria que, ao selecionar vacas para a
produção de leite, estava se selecionado vacas menos férteis. Ao longo do tempo,
percebeu-se que a produção leiteira aumentou muito nos últimos 50 anos, hoje,
seleciona-se também a reprodução dentro dos programas de seleção. Nos últimos 20
anos a redução da fertilidade estacionou, mas de forma muito baixa, pois ainda se tem
nos rebanhos leiteiros uma média de 40% de prenhez, entre 50% nos rebanhos
melhores.
Diante disso, começou a se estudar e relacionar a nutrição e condição
metabólica da vaca leiteira e estabeleceu-se causas que são mais facilmente
identificáveis como possíveis causas dessa baixa eficiência reprodutiva.
A vaca eficiente vai ter intervalos entre parto de 13 meses, ela concebe entre 30
a 60 dias depois do parto. Vacas com lactação maior vão ter uma produção de leite
menor, estas vacas vão ter um período seco maior e ficam um bom tempo sem produzir
leite e acaba, neste período, ganhando peso, ficando muito gorda e isso também vai
afetar o resultado em termos reprodutivos. Dentro da vida útil dessa vaca vai ter menos
lactações, menos dias produzindo leite e um resultado econômico pior.
Isto está relacionado com o estabelecimento da gestação, com o atraso da
concepção comparado a uma vaca considerada eficiente
Os embriões podem ser avaliados e essa morfologia do embrião te a ver com a
viabilidade dele. Sabe-se disso pois, quando se coleta embriões excelentes a chance
de gestação é 10 a 20% maior que nos embriões considerado bons e maior ainda dos
embriões considerados regulares. O índice de embriões considerados ruins é muito
maior nas vacas em lactação do que nas novilhas e vacas secas.

Não há como separar o que é falha na fertilização de perdas iniciais (1 a 7 dias).


As falhas na inseminação podem estar relacionadas com a técnica propriamente dita,
com a questão da qualidade do sêmen e também com o oócito ovulado. A partir daí
teremos um resultado de fertilização ou de permanência do oócito não fertilizado.
Depois de fertilizado estudam-se várias causas relacionadas as perdas. O
estresse térmico, a qualidade do oócito, existem vários fatores que afetam as chances
desse oócito ser fertilizado e depois do embrião seguir o processo de divisão e se
estabelecer a gestação. No ambiente uterino, doenças metabólicas, progesterona e
fatores genéticos.
O embrião é muito sensível ao calor e para seu desenvolvimento o estresse
térmico é um limitante.

Fatores maternos – coisas que estão acontecendo com a vaca


Condição metabólica
Balanço energético negativo – na maior parte das produções leiteiras, vai-se
encontrar vacas passando por esta condição no pós parto, pois ela está aumentando a
produção de leite e passando por um momento em que havia um balanço positivo no
final da gestação, situação em que há o organismo permite o crescimento fetal e o
acúmulo de gordura corporal. Logo após o parto, com a produção leiteira se
estabelecendo, ela entra em balanço negativo. Algumas vacas passam por balanço
energético negativo no período pré parto e no momento do parto o ECC está mais baixo.
O tempo que a vaca vai permanecer em balanço energético negativo vai afetar
bastante: a produção de leite vai ser menor e vai afetar a reprodução. Do ponto de vista
prático, em uma escala de 1 a 5, as vacas de leite devem parir em uma condição
corporal entre 3,2 e 3,25 e algumas até um pouco mais, alguns autores falam em 3,5;
sendo considerado ideal 3,25.
No momento que a vaca passa a produzir leite, ela passa a mobilizar a gordura
corporal, fazer a gliconeogênese e manter tanto a sua manutenção quanto a produção
de leite, e vai fazer através da lipólise, da queima da gordura corporal, vai perder ECC
e vamos ver essa vaca emagrecendo, principalmente nos primeiros 60 dias de lactação.
Esse é o período que a vaca está se recuperando do parto e deve reiniciar a função
reprodutiva, se a vaca perder muita condição corporal, todos estes processos vão ser
afetados e vão ser atrasados, tanto a recuperação do útero pós parto, quanto a função
ovariana.
Quando inicia o programa reprodutivo e a vaca ovula, se a vaca está muito
magra, o desenvolvimento da gestação vai ser afetado e os resultados serão piores.
Esse é um período crítico, pois é quando se estabelece o período desejado de 13 meses
entre os partos. É uma complicação que vai afetar do ponto de vista fisiológico a
concepção, quanto mais tarde o desenvolvimento da gestação.

Balanço energético negativo


Na maior parta das explorações leiteiras vai-se encontrar vacas nessa
condição no pós-parto, pois está aumentando a produção de leite e está passando de
um balanço energético positivo no final da gestação. Algumas vacas passam por BEN
no pré-parto e no momento do parto já estão com uma condição corporal mais magra.
O tempo que a vaca permanecer em BEN vai afetar a produção de leite (que
vai ser menor) e a reprodução. Neste período ela vai mobilizar gordura corporal para
fazer a gliconeogênese e sua manutenção e a produção de leite; e através da lipólise
ela vai perdendo condição corporal, nos primeiros 60 dias pós-parto. Se a vaca tiver
perdendo muita condição corporal vai atrasar a recuperação do útero e a função
ovariana, e é nesse período que se tenta restabelecer uma nova concepção para que o
intervalo entre parto seja de 13 meses.

Redução da ingestão de matéria seca


Redução do apetite no período final do parto e na primeira semana pós parto.
Vaca vai ter que mobilizar gordura para produzir leite. As vacas leiteiras foram
selecionadas para isso, elas tem a capacidade de mobilizar a gordura corporal para
produção de leite.

Metabolismo hepático
Tem a passagem de todos os hormônios esteroides que circulam,
principalmente P4 e E2, pelo fígado para metabolização. Com o aumento da passagem
de sangue pelo fígado, há uma menor concentração de estradiol, que é produzido pelos
folículos e tem relação com a manifestação do estro e ovulação, e menor concentração
de progesterona.
Há uma maior metabolização da P4 e uma redução da contração da
passagem pelo fígado, o corpo lúteo produz uma quantidade normal de progesterona,
mas ela é degradada ao passar pelo fígado.

Alterações dos parâmetros reprodutivos


Se a concentração do E2 é menor, tanto a duração quanto a expressão do
estro é menos intensa. Vacas de alta produção tem manifestação de estro mais curta.
É possível observar vacas leiteiras, em períodos quentes, manifestando estro durante
duas horas, o que prejudica muito a inseminação.
As vacas de alta produção costumam ter folículos maiores, normalmente o
folículo pré ovulatório da vaca leiteira tem entre 15-20mm. O LH vai regular o
crescimento do folículo (o LH tem duas funções: estimular o crescimento final do folículo
e depois, quando é descarregado em pico, em resposta ao E2, vai desencadear a
ovulação).
A liberação do LH é regulada pelo hipotálamo, que regula a liberação pela
hipófise, que libera GnRH, que por consequência induz a liberação de LH. A
progesterona é um fator limitante para produção do GnRH, quando há menos P4, os
pulsos de LH são mais frequentes, se eles são mais frequentes, estimulam mais o
crescimento do folículo.
O que parecia ser uma coisa boa, para a vaca leiteira não é tão bom, pois
vacas que tem folículos muito grandes ou não ovulam, ou ovulam oócitos de baixa
qualidade. Estes oócitos de baixa qualidade podem ser fertilizado, mas a gestação não
passa da primeira semana.
Em vacas de alta produção também pode ocorrer ovulação dupla, isto se dá
pelo mesmo motivo: com mais LH e menos P4 circulante, a chance de que dois folículos
sejam desenvolvidos é muito maior.
Desenvolvimento do embrião: o embrião depende do útero e o útero é
controlado pela progesterona. Se há menos P4, há menos nutriente a nível do útero,
fazendo com que o embrião tenha mais dificuldade se se multiplicar e crescer,
principalmente na primeira semana.
Assim vai ocorrer, nestas condições, uma menor taxa de prenhez a
inseminação artificial, bem como maior chance de perdas da prenhez.

Níveis de progesterona e estabelecimento da gestação


A quantidade de P4 que a vaca produz a cada ciclo é menor do que a
esperada.
Durante o ciclo estral, há um aumento da P4 entre o 5º e 6º dia, e um platô a
partir do 10º e depois a luteólise.
Normalmente a vida útil do corpo lúteo é de 12 a 15 dias, o tempo que o corpo
lúteo está produzindo P4 é praticamente de duas semanas. Algumas vacas tem corpos
lúteos que funcionam por 8 a 10 dias, o que também vai afetar o estabelecimento da
prenhez. Corpos lúteos com áreas maiores produzem mais P4.
Na variação da circulação sanguínea do corpo lúteo, que se observa com
doppler, observa-se que quanto maior a área, maior a vascularização e maior a
passagem de sangue com P4.
A progesterona do ciclo estral anterior afeta o desenvolvimento do folículo do
oócito. Só depois da fase do proestro, quando a P4 baixa, o folículo vai chegar a 15-
20mm. Neste processo o oócito tem uma fertilidade normal e o embrião vai se
desenvolver normalmente.
Vacas de alta produção, que produzem menos P4, tem mais descargas de
LH, e o folículo que crescia no final do ciclo, começa a crescer mais precocemente.
Também se estabelece uma ativação do oócito e há uma maturação precoce, vai chegar
ao final do ciclo mais envelhecido e precocemente ativado. Quando isto acontece, vai
ocorrer uma perda embrionária maior.
Um ambiente de menor produção de P4 antes da ovulação afeta o
desenvolvimento do embrião depois da inseminação. O que aconteceu antes da vaca
ovular vai afetar a chance daquele embrião se estabelecer e desenvolver a gestação.
Maior frequência de LH, folículos muito grandes, maturação precoce do
oócito, menor qualidade embrionária. A chance de encontrar embriões de baixa
qualidade é maior na vaca de leite.

Progesterona pós ovulação


Não é a maior quantidade de P4 que vai favorecer o desenvolvimento da
gestação, mas principalmente o momento em que ela aumenta.
Vacas que produzem P4 mais precocemente, entre 4 e 7 dias, são as que tem
mais chance de manutenção da gestação.
Suplementação: o que vai determinar a manutenção da gestação vai ser a
concentração da P4 no 7º dia. Não foi confirmado o benefício da utilização de
suplementação de P4 após o 7º dia de gestação.

Tratamentos para aumentar a P4


- eCG: vai aumentar o tamanho do folículo, é folículo estimulante tem ação LH e FSH.
É utilizado em protocolos que antecedem a inseminação. Com 300 UI, IM, de eCG o
folículo ovulado vai ser maior e vai ter corpo lúteo maior. Normalmente é aplicado na
retirada do implante de P4, momento final da sincronização do estro, esses tratamentos
duram de 7 a 9 dias. Como o eCG tem uma meia vida de 3 a 4 dias, se aplicar dois dias
antes da retirada do implante, vai ter um tempo de ação dele maior e crescimento do
folículo maior.
- Dispositivo intravaginal de P4: são implantes de silicone, onde a P4 está no silicone e
o calor vai fazendo a liberação do hormônio. O dispositivo é colocado no dia 7 (pega o
embrião mais jovem) ou no dia 14 (momento que antecede o reconhecimento materno
da gestação), normalmente se faz uso durante 7 dias, de 1 a 0,5g.
- Aplicação de GnRH: aplicação no dia 7, que é o dia de transferência do embrião. O
objetivo é que faça uma descarga de LH, e o LH tem um efeito luteotrófico, promovendo
o crescimento do corpo lúteo. Normalmente é feito no dia 7 depois da inseminação, dose
de 100mcg, IM.
- Aplicação de hCG: tem uma ação LH. Vai aplicar o hCG e vai ter uma resposta do
corpo lúteo aumentado a quantidade de P4. O aumento da quantidade de P4 vai ser
mais significativa do que com a aplicação de GnRH. O hCG vai ter uma primeira ação
que ocorre entre 24 e 48 horas, e depois, um segundo aumento da concentração de P4
mais tardio, depois de 72 horas. Como ele tem a ação mais longa, pode ser aplicado
um pouco antes do momento da transferência do embrião, que é no dia 7, podendo ser
aplicado no dia 5 e vaca aumenta a P4 já no dia 5 depois da inseminação. Não tem
tanto uso devido ao custo, custa 4 ou 5 vezes mais do que o GnRH. Dose recomendada
– 1500 a 3000 UI, IM (vai encarecer mais ou menos o tratamento).

Conforto térmico da Vaca


• Temperatura/umidade relativa do ar elevadas desencadeiam estresse térmico
• > 24o C + 70% Umidade relativa do ar
• Ingestão de alimentos
• Produção leiteira
• Reprodução
• Imunidade
Novilha aumenta menos a temperatura corporal Vacas em lactação tem
menor capacidade para regular a temperatura corporal. O calor vai afetar a competência
do oócito, limitar a produção de gonadotrofina e reduzir a esteroidogênese.
• Reduz desenvolvimento do corpo lúteo
• Afeta ambiente uterino
• Reduz desenvolvimento embrionário

Relação entre a viabilidade embrionária e calor


Embrião vai ser mais sensível ao calor nos três primeiros dias do
desenvolvimento embrionário.
• Calor afeta a qualidade do oocito durante o desenvolvimento folicular
• Embrião muito sensível ao calor nos primeiros três dias pós concepção
• A partir 7º Dia embrião resistente ao calor
• Variação de sensibilidade: raças adaptadas menores perdas

Diagnóstico de perdas embrionárias por ultrassonografia


1- Desenvolvimento incompatível com a idade gestacional:
- Menor quantidade de líquidos placentários -processo de reabsorção embrionária
- Embrião pouco desenvolvido
- “Flocos” ecogênicos no interior do liquido
- “Descolamento da placenta”
2- Ausência de batimentos cardíacos
3- Ausência do embrião/placenta/líquidos

ABORTOS EM BOVINOS

Principais causas
• Infecciosas (Brucelose, IBR, BVD, Campilobacteriose, Lepto, Neospora...)
• Traumaticas (confinamento, transporte...)
• Geneticas (mal-formações...)
• Nutricionais (Iodo, selênio, Vitamina A, E...)
• Ambientais (Estresse, calor...)
• Toxicas (plantas tóxicas, micotoxinas)

Incidência
• Incidência- 3 a >10%
• Época- 42 a 260 dias de gestação
• Perdas diretas- terneiro/vaca
• Perdas indiretas-
– Descarte involuntário
– Tratamento veterinário
– Diagnóstico etiológico

Identificação do aborto na vaca


• Desconforto, cólica
• Esforços expulsivos, contração abdominal
• Expulsão do feto e partes da placenta
• Posterior “sujo”
• Queda na produção de leite
• Manifestação de estro
• Sem sinais aparentes

Consequências dos abortos em bovinos


• Retenção placenta (++ depois de 60 dias)
• Mumificação/maceração fetal
• Metrites
• Febre, redução apetite, perda de peso, apatia
• Queda na produção leiteira
• Infertilidade

Diagnóstico aborto rebanhos de corte


• Incidência: ≥ 5%
• Surtos
• Programa de vacinação
• Sorologia pareada
• Introdução de animais no rebanho
• Diagnostico: ≤50% sucesso

Material de envio para o laboratório


Feto e placenta resfriados

Tratamento dos abortos


• Promover eliminação de líquidos e restos de placenta e tecidos necrosados
PGF: D-Cloprostenol 150 mcg, IM
Cipionato de estradiol 5 a 10 mg, IM
• Antibioticoterapia:
Oxitetraciclina LA, 20 mg por Kg PV, IM
• Hidratação IV ou oral
Reposição de eletrólitos e glicose, IV

Mumificação fetal
• Etiopatogenia
Morte fetal
Reabsorção dos líquidos fetais
Autólise
Redução do volume fetal
IBR, Campylobacter foetus

Diagnóstico
Palpação retal

Prognóstico
Depende da causa determinante
Endométrio: favorável depois de 2 a 3 meses

Maceração Fetal
• Etiopatogenia
Morte fetal
Reabsorção líquidos fetais
Reabsorção/autólise tecidos moles
Fragmentos ósseos
Endometrite purulenta
Agentes: Trichomonas foetus

• Sinais clínicos
Corrimento vaginal fétido sanguinolento ou purulento
Cérvix parcialmente aberta
Presença de fragmentos ósseos no lúmen uterino
Aderências/perfurações da parede uterina
Perda de peso progressiva

• Diagnóstico
Palpação retal
Ultrassonografia

• Prognostico
Desfavorável
Endométrio: funções comprometidas
contaminação +++
lesões e aderências

Tratamento
Aplicar PGF – queda nos níveis de P4 e E2, com abertura da cérvix e expulsão
do conteúdo uterino

PROLAPSO VAGINAL E CERVICAL


• Incidência
Gado de corte/leite
Raças mais suscetíveis:
Cruzas zebuínas

• Etiopatogenia
Fatores predisponentes: Obesidade
Lesões partos anteriores
Conformação da vulva
Alimentação grosseira
Final da gestação
Hereditária

• Sinais clínicos
Primeiro grau:
Protusão intermitente da porção ventral da vagina
Decúbito esternal agrava o prolapso
Irritação da mucosa vaginal (poeira, fezes, sol, frio)
Tenesmo
Segundo grau: Assoalho vaginal continuamente exposto
Irritação da mucosa vaginal
Terceiro grau: Prolapso vaginal e cervical
Ausência de suporte pelo tecido perivaginal
Quarto grau: Necrose mucosa vaginal
Aderências de tecido vaginal
Prolapso do reto

• Tratamento
Limpeza previa
Redução do prolapso e fechamento vulvar
Anestesia epidural baixa: 5ml Lidocaína 2%
Métodos de retenção:
Buhner
Sutura horizontal em “U”

PARTO

Aspectos fisiológicos do parto

Sinais de proximidade do parto


- Afrouxamento dos tecidos moles do posterior da vaca, devido ao aumento de
estradiol
– Afrouxamento dos ligamentos sacro-isquiáticos e comissura vulvar
– Alteração do comportamento: se afastam do rebanho
– Aumento de volume do úbere
• Novilhas/vacas

Mecanismos de desencadeamento do parto


Elevação do cortisol fetal
Estímulo da produção de enzimas que fazem a síntese do estradiol
Queda da progesterona
Relaxina: níveis baixos em bovinos
Cortisol fetal + cortisol materno
PGF → luteólise → progesterona

Estágios do parto
• 1o Estagio: Dilatação cervical – 3 a 4 horas
Ação hormonal: estradiol
Ação mecânica: contração uterina
Comportamento
Inquietude
• Afasta-se do rebanho
• Procura local para o parto
Desenvolvimento do parto
• Dilatação cervical: estrógeno e liberação de ocitocina.
• Abertura inicial externa
• Dilatação mecânica
• Contrações uterinas a cada 15 minutos
Movimento fetal estimula descargas de ocitocina para a hipófise posterior
• 2o Estagio: Expulsão do feto – 30 minutos a 4 horas
Contração uterina
Contração da parede abdominal
Comportamento
• Desconforto
• Deita-levanta
• Coiceia o abdômen
• Deita de lado
Desenvolvimento do parto
• Passagem pela cérvix
• Descarga de ocitocina
• Ajuda musculatura abdominal
• Passagem via fetal mole/óssea
• Ruptura cordão umbilical

• 3o Estagio: Expulsão da placenta – até 12 horas


Afrouxamento dos placentomas
Contração uterina
• Final da gestação: colagenização do tecido conjuntivo cotiledone-carúncula
• Ruptura do cordão umbilical perda da funcionalidade da placenta
• Isquemia e contração do miométrio para liberação da placenta nas criptas das
carúnculas

Vigor do terneiro
Decúbito esternal:  15 minutos
Em pé e tentativa de mamar:  1 hora

Indução ao parto
• Indicações
– Adiantar os nascimentos: (275-280 dias)
– Controlar os partos: (partos diurnos)
– Gestação prolongada: (285-290 dias)
– Partos programados rebanhos leite a pasto

• Fármacos indicados
1. Corticosteroides de curta ação
• Dexametasona: 20 a 30mg, IM dose única
Parto: 29-65 horas
2. Análogos da prostaglandina (PGF)
• Cloprostenol sódico: 500mcg, IM
• D-Cloprostenol: 150mcg, IM
• Dinoprost: 25 mg, IM
Parto: 37 a 57 horas
3. Associação Dexametasona + PGF
Parto: 25 a 42 horas

• Época
– A partir de 270 dias de gestação

• Taxa de indução dos partos


– 80 a 90%

• Complicações
– Terneiro inviável: <270 dias
– Aumento risco atonia uterina ao parto
– Relaxamento insuficiente da via fetal mole
– Distocia
– Retenção da placenta: <275 dias: 50-75%
>275 dias: 10-50%

EXAME OBSTÉTRICO

Anamnese – Idade, Número de parto, Data da cobertura, Touro usado, Início do parto,
Tentativas de retirar o terneiro, Medicação aplicada (ocitocina e cálcio – muitas vezes a
ocitocina não ajuda em nada, pois raramente o problema é falta da mesma).

• Exame clínico geral - Frequência cardíaca, respiratória, Atitude: de pé ou em decúbito,


Temperatura e Hidratação.

• Exame externo - Inspeção: Abertura e relaxamento vulvar, Ligamentos sacro-


isquiáticos, Úbere.

• Exame vaginal
- Via fetal mole: Útero, Cérvix, Canal vaginal, Comissura vulvar
- Relaxamento, Integridade, Lubrificação (é dada pela liberação do líquido
aminiótico) e Diâmetro.
– Cérvix: Abertura, Cicatriz, Sangramento (sinal de que alguém já puxou
demais).
– Útero: Presença do(s) feto (s), Viabilidade fetal – ele se mexe? Tamanho;
Estática fetal; Presença de líquidos fetais; Integridade do útero – pode ocorrer ruptura e
o terneiro vai parar dentro da cavidade.
- Via fetal óssea: área pélvica (passa o feto) e integridade (fratura?).

• Exame retal: Estática fetal, Viabilidade fetal, Torção do útero, Ruptura na parede
uterina.

Estática fetal: Apresentação anterior, posição dorsal e atitude estendida (95%).


Apresentação posterior, posição dorsal e atitude estendida: pode nascer quando
terneiro pequeno e vaca grande. Vaca pequena e terneiro grande não nasce – fetotomia
ou cesária.

Diagnóstico e prognóstico obstétricos: Estado geral da vaca; Condição das vias fetais;
Condições das bolsas fetais e lubrificação da via fetal mole; Características morfológicas
e vitalidade do feto; Apresentação, posição e atitude. Feto se apresenta na comissura
vulvar e não há progresso em 15 minutos.

Parto distócico: vai afetar o desempenho reprodutivo da vaca. Perdas diretas: morte do
terneiro e lactação da vaca.

Consequências da distocia: Atraso na involução uterina, retenção de placenta, metrites


e endometrites, atraso na nova concepção, menor produção de leite, custos com
veterinário e medicamentos, tempo com o cuidado da vaca, infertilidade.

Procedimentos obstétricos:
1. Correção da estática fetal – mais comum
2. Tração forçada
3. Episiotomia
4. Fetotomia
5. Cesariana

Regras gerais: INTERVIR CEDO; LIMPEZA; LUBRIFICAÇÃO; FORÇA


MODERADA (máximo 2 pessoas) e alternada. Optar pelo procedimento mais simples;
Decidir quando trocar por outro procedimento.
Anestesia epidural: lidocaína 2%, 3-5 mL. Reduz o reflexo de expulsão
permitindo a correção da estática fetal. Fatores a serem avaliados: Abertura da
comissura vulvar; Espaço para manobras obstétricas; Vaca decúbito ou de pé; Feto vivo
ou morto.

MGR – aula 4

PRINCIPAIS CAUSAS DE DISTOCIA

1- Incompatibilidade materno-fetal
A questão genética geralmente estabelece o tamanho do feto.
Idade: primíparas tem mais chance de distocia (14/15 meses). Vacas mais velhas
também tem riscos (mais ligados a nutrição e ECC).
Tamanho da mãe: fator limitante para o nascimento do terneiro. Vacas de leite são
maiores e os índices de distocia também (genótipo do pai também é grande). Bezerro
tem maior peso ao nascer.
Nutrição: ligado ao peso ao nascer do feto.
Ambiente uterino: aporte de sanguíneo da placenta e taxa de crescimento do
terneiro.
Área pélvica: vacas maiores tem frame maior. Frame é a descrição numérica do
tamanho do esqueleto do animal em função da idade, sexo e altura, estando
indiretamente associado com o potencial de crescimento, composição corporal,
tamanho na maturidade e exigência nutricional.
Facilidade de parto: parto que não precisa ser assistido.
Período de gestação: quanto maior o animal, mais logo o período de gestação.
Sexo do terneiro: machos pesam mais.

Relação entre peso ao nascer e distocia


Quanto mais pesado o terneiro, mais dificuldade no parto

Fatores associados à distocia na vaca


Genótipo da mãe – nutrição da vaca, idade, tamanho, área pélvica, período de
gestação, ambiente uterino, tamanho do feto.
Genótipo do pai – sexo do feto, período de gestação, tamanho do feto.
Idade ao primeiro parto: desenvolvimento corporal, condição corporal, área pélvica,
maturidade sexual.

2- Estática fetal alterada


Procedimentos obstétricos
a) Correção da estática fetal
b) Tração forçada
c) Episiotomia
d) Fetotomia – terneiro morto
e) Cesariana – terneiro vivo

Regras gerais
Intervir cedo: não vai depender do veterinário
Fase de dilatação – até 6 horas
Fase de expulsão – de 15 minutos a uma hora (novilhas até 4 horas)
Limpeza: fator limitante a campo
Lubrificação da via fetal: ocorre principalmente com o rompimento da membrana
fetal. Na falta de lubrificação usar mucilagem ou óleo (até mesmo de cozinha)
Força moderada: dois homens, com tração alternada
Optar pelo procedimento mais simples
Decidir quando trocar por outro procedimento

Intervenções obstétricas
# Local: gado de leite geralmente perto da sede. Gado de corte pode estar em
qualquer lugar no campo. Sempre tratar com a vaca em pé.
# Anestesia epidural: fazer para mudar a posição do feto. Volume maior de 10 ml
de lidocaína vai fazer a vaca perder o tônus muscular e cair. Volume de 3-5 ml de
lidocaína 2% vai relaxar a musculatura sem que a vaca caia.
# Correção da estática fetal:
- Cabeça flexionada: relativamente frequente. Se puxa um pouco os membros
anteriores e reposiciona a cabeça.
- Flexão do carpo: simples de resolver. Terneiro não sai. É preciso estender o
membro anterior (empurra o feto para dentro). Pode-se fazer com uma corda ou corrente
obstétrica.
- Apresentação posterior: membros flexionados. É muito difícil de fazer uma
manobra e mudar a posição. Tentar puxar pelos membros posteriores, se não der,
cesariana.
- Todos os membros exteriorizados: tentar recolocar os membros posteriores.
- Parto gemelar: menos espaço, mais difícil.
# Tração fetal: Correntes – duas laçadas para distribuir a tensão, com força de dois
homens. Pode ter como consequências fraturas no carpo. Dificilmente vão para recria.
Rotação durante a tração fetal.
# Episiotomia
- Indicação: abertura vulvar insuficiente.
- Anestesia epidural: 5 ml de lidocaína 2%
- Incisão: borda lateral com comissura vulvar 10 a 15 cm
- Sutura Categut nº2, contínua ou isolada
- Cuidados pós-operatórios: limpeza diária e antibiótico

3- Atonia Uterina
Exaustão das fibras do miométrio (distocia) ou hipocalcemia (vacas leiteiras).
# Sinais clínicos:
- Redução da contratilidade uterina
- Dilatação incompleta da cérvix
- Feto no interior do útero ou parcialmente exposto
- Associação de doenças metabólicas
# Tratamento: estabelecimento da causa
- Tração fetal (avaliar a dilatação da cérvix)
- Gliconato de Ca, IV/SC, 200-500 ml
- Cesariana

4- Dilatação Incompleta da Cérvix


# Incidência
- Mais comum em fêmeas multíparas
- Vacas leiteira
- Associada à atonia uterina
- Doenças metabólicas
# Etiopatogenia
- Níveis baixos de estrógeno e relaxina (em partos prematuros e abortos)
- Cicatriz/Fibrose da cérvix de lesões em partos anteriores
- Atonia do miométrio secundária a hipocalcemia
- Isquemia na região da cérvix após torção uterina
# Sinais clínicos e diagnóstico
1o grau: Permite a passagem dos membros e cabeça
2o grau: Permite passagem incompleta da cabeça
3o grau: Passagem incompleta de um membro
4o grau: Cérvix completamente fechada
Diferencial: primeiro estágio do parto
Toque vaginal repetido com intervalos de uma hora
# Tratamento
- Hormonioterapia: Ocitocina 40-50UI, IM
- Gluconato de cálcio, IV/SC, 200-500mL, esperar 30-60 minutos
- Cesariana

5- Torção Uterina
# Incidência
Mais em vacas multíparas, raças grande porte
# Fatores predisponentes:
- Animais confinados
- Volume ruminal reduzido
- Cavidade abdominal grande
- Transporte final da gestação
# Etiopatogenia
- 1º ou início do 2º estágio do parto
- Conformação/relaxamento ligamento largo do útero
- Corno prenhe faz rotação sobre o outro (45º, 90o ou 180o)
# Sinais clínicos e diagnóstico
- Dor abdominal (cólica) variável
- Contrações abdominais e cauda erguida
- Não há expulsão das membranas fetais ou do feto
- Diagnóstico: Toque vaginal e retal (local da torção – fundo de saco vaginal ou
anterior à cervix
# Tratamento
- Rotação manual via retal
- Rolamento lateral da vaca
- Cesariana

6- Fetotomia
Retirada de feto desproporcional morto
Feto enfisematoso
Se faz, preferencialmente com a vaca em pé
Secção de membros

7- Cesariana
# Indicações:
– Fetos desproporcionais
– Estática fetal não corrigível
– Hidropsia das membranas fetais
– Mal formações fetais
– Dilatação incompleta da cérvix
– Gêmeos
– Torção uterina
– Eletiva
# Avaliação pré-cirurgica do feto: sempre fazer palpação antes, exame obstétrico
# Vaca de pé ou deitada: vaca de leite é mais simples. Em vacas brabas ou sem
tronco, se opta por deixar a vaca deitada.
# Escolha do local da incisão
– Flanco esquerdo: mais indicado. Dá de cara com o rúmen. O tamanho da
incisão depende do tamanho do feto e da vaca.
– Ventrolateral lado esquerdo: limitante em vacas de leite, pode comprometer u
úbere.
# Assepsia:
– Sabão líquido
– Álcool iodado
# Tricotomia
# Procedimentos anestésicos para cesariana
- Evitar anestésicos gerais: Xilazina e Acepromazina (Riscos para o feto)
- Epidural baixa: 5mL, Lidocaína 2% (controlar esforços expulsivos)
- Bloqueio regional: Lidocaína 2% 50 a 100mL; L invertido; Na linha da incisão
(Subcutâneo; Muscular)
- Bloqueio paravertebral: Agulha 10-15cm, Lidocaína 2%, 30 ml (3X10 ml)
# Técnica cirúrgica
- Local da incisão
- Pele
- Camadas musculares
- Peritônio
- Ventrolateral
Imediato ao útero
- Flanco esquerdo
Rúmen exposto
Manobra para deslocar útero para a esquerda
- Histerotomia
Longitudinal fibras do miométrio
Suficiente para passagem do feto
# Retirada do feto
# Drenar líquidos uterinos
# Placenta: retirar ou seccionar o que for possível
# Sutura do útero
• Sutura contínua invaginante do útero (Cushing)
• Categut 3
• 4 a 6 tabletes de tetraciclina 2g, IU
•Ocitocina, 20-50UI, intramiométrio, durante a sutura
• Lavar superfície com Sol. Fisiológica
• Feto morto= Sol. fisiológica + Oxitetraciclina (200mg por Kg)
# Sutura das camadas musculares
• Sutura peritônio
• Categut 2
• Contínuo simples
• Sutura camadas musculares em X isolado
• Catgut 3
• Pontos isolados em X
# Sutura da pele
• U deitado ou contínuo ancorado
- Fio: nylon seda
- Agulha em S
# Alternativas de antibioticoterapia
• 4 a 6 tabletes de tetraciclina 2g, IU
• Oxitetracilina LA, 10-20mg/kg, IM, 2x intervalo 3 dias
• Ceftiofur: 1a 2,2mg/kg, im, 1x dia, 5 dias
• Penicilina G, 22,000UI/kg, IM, a cada 24h, por 3 a 5 dias
# Analgésicos e Anti-inflamatórios
• Flunixil meglumine 1mL / 45kg PV a cada 12/24 horas por 3 a 5 dias
# Pós-operatório
• Ferida cirúrgica
• Diariamente até 7-10 dias
• Involução uterina
• Palpação retal
# Complicações
• Imediatas

– Deiscência da sutura
– Peritonite
– Enfisema subcutâneo
– Retenção da placenta
– Metrite aguda
• Tardias

– Vaca deitada
– Queda produção leite
– Puerpério retardado
– Aderências
– Redução fertilidade
# Prognóstico
- Feto vivo: Bom para sobrevivência e fertilidade
- Feto morto: Risco de vida da vaca, reduz a fertilidade.

PROBLEMAS LOGO APÓS O PARTO

PROLAPSO DO ÚTERO
• Exteriorização parcial ou completa do útero
• Incidência
- Até 24 horas após a expulsão do terneiro
- Mais em vacas de corte
- Mais em multíparas
- Associado à distocia
- Ajudas ao parto
• Etiopatogenia
- Associada a partos difíceis/demorados
- Atonia uterina + contrações abdominais
- Intussuscepção da porção cranial no final da fase de expulsão do feto
- Predisposição morfológica, funcional ou patológica
- Lig. largo do útero distendido (multíparas)
• Sinais clínicos
- Decúbito lateral ou esternal
- Mucosa uterina avermelhada
- Edema da parede uterina
- Rupturas de parede
- Após 12 horas: mucosa escurecida e seca
- Dor, tenesmo
- Bexiga, intestinos no interior do útero
- Choque hipovolêmico
• Tratamento
- Anestesia epidural 5 a 10 ml Lidocaína 2%
- Limpeza da porção prolapsada
- Ocitocina: 20-40IU, IM/intramiométrio
- Açucar para redução do edema
- Redução cuidadosa do prolapso
- Sutura de Bühner
- Considerar possibilidade de amputação do útero
• Prognóstico
- Sobrevivência:
Depende do tempo decorrido
Lesões associadas
Doenças metabólicas presentes
- Fertilidade:
Redução na taxa de concepção em 50% por 60 dias

RETENÇÃO DE PLACENTA
• Incidência
3 a 12%
Partos induzidos ≥50%
Mais comum gado leiteiro
• Etiopatogenia
Atonia uterina
Parto prematuro, distócico ou cesariana
Doenças infecciosas (brucelose)
Deficiências vitamínicas, minerais (A, E, Selênio, Iodo)
• Fatores associados:
Raça: leiteiras
Rebanhos
Partos prematuros
Distocia
Genética
Doenças metabólicas
• Sinais clínicos
Placenta retida após 12horas do parto
• Tratamento
Remoção manual (?), tração moderada
Controle da temperatura e apetite
Homornioterapia:
Até 24 horas pós-parto: Ocitocina 30 a 50 UI, IV/IM, 3x, no pós-parto(até
36 horas)
Depois de 24 horas: Estradiol: 4 a 8mg, IM PGF2a: 25mg, IM
Antibioticoterapia: Oxitetraciclina: 4 a 6g, IU 20mg/kg, IM

CAUSAS DE DECÚBITO NO PÓS-PARTO


1- Paralisia do nervo obturador
• Incidência
Logo após o parto (primeiras 24 horas)
Associada à distocia
++ primíparas
• Etiopatogenia
L4,L5 e L6 → Face medial do íleo
Forâmen obturador → face medial do fêmur
Músculos adutor, pectíneo gracilis e obturador
Compressão
Edema perineural
Trauma e ou ruptura
• Sinais clínicos
Condição geral: boa
Abdução membros posteriores
Uni ou bilateral
Completa ou incompleta
• Tratamento
Antiinflamatórios:
Flunixin meglumine- 1ml para 45kg peso vivo, IM, cada 12 horas
Dexametazona- 25mg, IM, cada 24 horas
Diuréticos: Furosemida, 1mg/Kg, a cada 12 horas
Erguer a vaca 2 vez por dia
Cama adequada, alimentação, água
• Prognóstico
Depende da evolução na primeira semana
Após a segunda semana: desfavorável

PERÍODO PÓS-PARTO

Até 40 dias após o parto


Regeneração do endométrio: o endométrio descama e é eliminado. Vai ser formado
novo endométrio.
Eliminação da contaminação bacteriana: bactérias próximas à cérvix vão colonizar
o útero. Estas bactérias não vão levar a um quadro de metrite, mas atrapalham.
Involução uterina: retrocesso do útero
Útero durante a gestação
• Aumento de tamanho
• Tônus flácido
• Hipertrofia carúnculas
• Unidade de fixação da placenta
• Endométrio
Útero involuído
• Tamanho/simetria
cornos uterinos
• Alterações cíclicas
ambiente uterino
• Variação tônus
miométrio
• Produção de prostaglandina F2alfa
Perfil endócrino pós-parto e involução uterina:
E2 importante para a regressão uterina
P4 – liberação ocorre após a primeira ovulação. Tem papel negativo na
regressão do útero.
Puerpério fisiológico da vaca
• Puerpério inicial: 10 dias
Redução do tamanho do útero
• Puerpério clínico: 20 a 25 dias
Leve assimetria cornos uterinos
• Puerpério histológico: 45 dias
Regeneração endométrio
Involução uterina
• 1º dia: Contrações uterinas a cada 3-5 minutos
Ação estradiol/ocitocina logo após o parto
• Após 3º dia: Ausência de contrações uterinas
Estradiol e progesterona níveis basais
• Até 20º dia: Eliminação de líquidos, tecidos e células
Cérvix parcialmente aberta
Eliminação da contaminação bacteriana
Mecanismos de defesa do útero no pós-parto
• Fatores endócrinos
1. Estrógeno: migração de neutrófilos
2. Progesterona: redução da atividade antimicrobiana
3. Corticosteróides: menor atividade fagocítica dos neutrófilos
4. Prostaglandina: estimula resposta inflamatória
• Fatores mecânicos
– contratilidade uterina
– eliminação lóquios
– fechamento cérvix
Regeneração do endométrio
• Descamação total do endométrio no parto
• Início logo após o parto
• 20 a 30 dias: superfície intercaruncular
• 40 a 50 dias: carúnculas
Implicações práticas:
Intervalo parto primeira IA
Taxa de concepção

MGR – aula 5

PATOLOGIAS UTERINAS

INVOLUÇÃO UTERINA
Útero pós-parto: 10 kg
Útero 20 dias após o parto: 800g
Após 20 dias os lóquios (perdas que se escoam pelo trato vaginal após o parto,
com alguma alteração) diminuem drasticamente. A contaminação bacteriana do lóquio,
geralmente, não é patológica).
Após a descontaminação do útero, vai ocorrer a reepitelização do endométrio
(começa no pós-parto, ocorre concomitantemente e quanto mais rápida a
descontaminação, mais rápida a reepitelização).

FATORES ASSOCIADOS AO DESENCADAMENTO DE DOENÇAS UTERINAS


1- Estresse
Vaca de leite sofre estresse no confinamento e por questões metabólicas. Vacas
leiteiras gostam de rotina e no pós-parto a rotina é alterada (manejo e alimentação).
No parto vai ocorrer aumento do cortisol, diminuição da progesterona e aumento
do estradiol.
No pós-parto a progesterona e o estradiol vão diminuir, e o cortisol vai aumentar
(vai reduzir a função inflamatória, aumentando a chance de contaminação por bactérias
patogênicas).
2- Redução do apetite
Período de transição (final da gestação e pós parto inicial) – vai entrar em
balanço energético negativo pela redução do apetite. Depois vai aumentar a ingestão
de matéria seca. Troca de dieta. O quadro de balanço energético negativo vai provocar
lipólise/gliconeogênese, aumentando os subprodutos do metabolismo. Quadros febris
também vão diminuir a ingestão de alimentos. Problemas digestivos.
3- Doenças metabólicas
Associadas ao déficit energético. O ECC é usado para acompanhar o estado da
vaca pós-parto. Mobilização do cálcio, diminuição do nível de cálcio circulante.
Gliconeogênese – elevação do beta-hidroxi-butirato.
4- Distocia
Consequências vão afetar a saúde uterina. Incompatibilidade feto-pelve; atonia
uterina; retenção de placenta; involução uterina mais lenta. Redução tônus uterino+
Acumulo líquidos e restos de placenta. Aumento da carga bacterina. Redução resposta
imune.
5- Contaminação do local de parto
A.pyogenes, Escherichia coli, Pseudomonas spp., Streptococcus spp.,
Staphylococccus spp., Pasteurella sp., Clostridium spp., Fusobacterium spp.,
Bacterioides spp.
Várias espécies de bactérias estão presentes no útero. Se uma delas se prolifera
mais que as outras, vai desencadear um quadro de metrite.
6- Retenção de placenta
É a causa de 25-50% das metrites. Vai ter aumento de temperatura acima de
39,5ºC em 50-80% dos casos. Incidência de 8-12% em rebanhos leiteiros.

Resposta imune ao peri-parto


Duas semanas antes do parto vai diminuir a ingestão de matéria seca,
ocasionando deficiência de energia, minerais e vitaminas, levando a um quadro de
balanço energético negativo, com mobilização de gordura e proteínas.
De 3 a 7 semanas após o parto, vai ocorrer uma queda acentuada da imunidade,
com redução de PNMs (Neutrófilos/Células polimorfonucleares) e menor fagocitose de
neutrófilos, predispondo a quadros clínicos de metrite e endometrites.

DOENÇAS
Até 21 dias pós-parto
Metrite puerperal – comprometimento uterino + sistêmico. Pode ser classifica em
1 e 2. São casos graves.
Metrite clínica – comprometimento uterino.
Após 3 semanas do parto
Endometrites clínicas – comprometimento do endométrio. Alterações de
respostas inflamatórias no endométrio.
Endometrites subclínicas – Não apresentam alterações no exame clínico. Vão
aparecer alterações em exames complementares ( 18% PMNs).

Metrite Puerperal
• Incidência
++ Primeira semana pós-parto
18 a 21% apresentam comprometimento sistêmico
15 a 25% em vacas leiteiras
Partos em locais com alta contaminação
• Etiopatogenia
Contaminação ao parto + imunodepressão
• Fatores predisponentes
– Relacionados com o parto
• Natimorto
• Parto gemelar
• Distocia
• Cesariana
• Retenção de placenta
• Atraso na involução uterina
– Relacionados com doenças metabólicas
• Hipocalcemia
• Cetose
• Deslocamento do abomaso
– Imunidade e carga bacteriana
• Doenças que causam depressão do sistema imune
– BVD
• Redução na função dos neutrófilos
– Progesterona – 20% das vacas de leite vão ovular na segunda semana pós-
parto, sem manifestar estro.
• Grau de contaminação
– local do parto
• Bactérias isoladas:
– G+ e G-: Infecções mistas
• Sinais clínicos: Comprometimento sistêmico
Febre acima de 39,5ºC
Toxemia
Redução apetite
Queda consumo dieta
Queda produção leite
Frequência cardíaca e respiratórias aumentadas
Decúbito
Apatia
Desidratação
Extremidades frias
Útero aumentado de tamanho com tônus flácido
Secreção aquosa vermelho/marrom purulenta com estrias de sangue – pode
ter pus.
Odor fétido
Morte
• Diagnóstico diferencial
- Hipocalcemia puerperal
- Mastite aguda: Escherichia coli
Staphylococus aureus
- Paralisia nervo obturador
- Fraturas na pelve
• Tratamento
1. Promover eliminação de líquidos e restos de placenta e tecidos necrosados
Cloprostenol: 150 mcg, IM – vai aumentar o tônus do útero, mas quase não
aumenta a contratilidade
Estradiol: 5 a 10 mg, IM (?) – vai aumentar a contratilidade uterina, vai aumentar
o fluxo sanguíneo da parede do útero e levar mais toxinas para a corrente sanguínea,
por isto o uso é questionável. Quanto maior o risco de toxemia, menos estradiol usar.
2. Antibioticoterapia:
Oxitetraciclina LA, 10-20 mg/Kg, IM, q 3dias
Ceftiofur: 1 a 3mg/kg, IM, 24h, 3-5 dias
Enrofloxacina: 300mg/40kg PV, IM
O uso de ATB se faz via IM, pois a cérvix vai estar aberta. Outro motivo é o fato
de que, se colocar líquido para dentro do útero vai aumenta o volume e, devido a
questões anatômicas, não será possível retirar.
3. Hidratação
IV: 5 a 10 litros
Oral: 25 a 30 litros
Reposição de eletrólitos
Sol. isotônica, hipertônica ou Ringer
Glicose 5%
• Prognóstico
– Risco de vida primeiros dias pós-parto
– Redução acentuada na produção leiteira
– Atraso na nova concepção
– Infertilidade

Endometrites
Incidência: 15-20% em vacas de leite
 5% em vacas de corte
Ocorre com mais frequência na vaca de leite em função da ovulação precoce,
que aumenta a progesterona.
Endometrites subclínicas: 10-38% em vacas leiteiras

Endometrite
• Inflamação crônica do endométrio
• Destruição epitélio do endométrio – quanto mais alterado, maior o risco de
perda embrionária, retorno ao estro
• Infiltração células inflamatórias
– Neutrófilos + linfócitos
• Congestão vascular
• Edema parede uterina
• Fatores de risco
–Distocia
–Retenção da placenta
–Natimortos
–Partos gemelares
–Metrites

Endometrites clínicas
• Classificação endometrites
– Grau 1= < 50% pus
– Grau 2= >50% pus
– Grau 3= 100% pus
• Sinais clínicos
– Secreções uterinas
• Secreção no piso
• Posterior “sujo”
• Palpação retal: cérvix >7,5cm, involução uterina atrasada
• Ultrassonografia: imagem anecóica a média ecogenisidade lúmen
• 3 a 8 semanas após o parto
• Sub-clínicas
– Coleta cytobrush
• Esfregaço direto lâmina
• Corar Wright Giensa, 400x, 100 céls
– Lavado
• 20 mL salina IU
• Aspirar 2 mL
– Centrifugar
– Esfregaço lâmina
– Corar Wright Giensa, 400x, 100 céls
> 5 a 18% Polimorfos nucleares (PMN)
3 e 8 semanas pós-parto

• Sinais clínicos - endometrites


–Redução da fertilidade
• Baixas taxas de concepção
• Retorno ao estro
• Perdas gestacionais entre 30 e 60 dias
–Sem comprometimento sistêmico
• Métodos de diagnóstico
1. Caráter e odor da secreção
2. Metricheck – sensibilidade 51%
3. Vaginoscopia – sensibilidade 53,4%
4. Palpação retal
5. Ultrassonografia
6. Biópsia uterina – sensibilidade 100%
7. Citobrush – sensibilidade 95,4%
• Alternativas de tratamentos – endometrites clínicas
# Indução do estro
• Prostaglandinas (PGF): tem como objetivo reduzir e eliminar o conteúdo
purulento.
– Cloprostenol sódico, 500 mcg, IM
– D Cloprostenol: 150mcg, IM
– Dinoprost: 25mg, IM
– 1 ou 2 aplicações (intervalo 11 a 14 dias)
# Abertura cervix + eliminação conteúdo
• Benzoato de Estradiol 2 a 5mg, IM
• Cipionato de Estradiol, 1 a 2mg, IM
# Infusão intra-uterina (IU)
• Antibióticos
– Cefapirina benzatina, 500 mg (Metricure®)
– Cloridrato de Oxitetraciclina, 5,7g, 100 mL (Metrifin®)
– Penicilinas (Agrovet®)
– Sulfato de gentamicina, 300 mg, 50-100 mL (Gentrin OF®)
– Sulfonamidas (Sulfinjex®)
• Fluidificadores (Tergenvet®)
• Lugol (Iodopec®) Iodo+Iodeto de potássio solução aquosa
• Iodopovidona
• Clorhexidina
– Antibióticoterapia parenteral
• Oxitetraciclina LA: 20mg/kg PV, IM
• Enrofloxacina: 300mg/40kg PV, IM
• Penicilina benzatina: 10.000 UI/kg PV, IM
• Amoxilina: 15mg/kg PV/IM
• Gentamicina: 4,4mg/Kg PV, IM
• Sulfametoxipiridazina: 20mg/Kg PV, IM/IV

Piometra
Casos em que o animal não respondeu ao tratamento da endometrite
Multiplicação bacteriana + Redução atividade células inflamatórias → Contaminação
bacteriana pós-parto → Endométrio comprometido → Menor produção e liberação de
PGF2 alfa → Corpo lúteo persistente → Cérvix fechada → +++ Conteúdo purulento
Útero com volume muito maior
• Sinais clínicos e diagnóstico
• Palpação retal:
– Útero- aumento volume, cérvix fechada ou parcialmente aberta, tônus: flácido
– Ovário- corpo lúteo
• Ultrassonografia
– Conteúdo média ecogenicidade
• Sinais clínicos:
sem sinais sistêmicos
apetite reduzido
emagrecimento progressivo
• Tratamento
• Prostaglandina F 2 alfa
Cloprostenol sódico: 500 mcg, IM
D- cloprostenol, 150 mg, IM
Dinoprost 25 mg, IM
• Antibioticoterapia (mesmos indicados para metrite)
• Intramuscular: mais indicada inicialmente
• Intrauterina: após a eliminação do conteúdo
• Prognóstico
Sobrevivência- bom
Reprodução- Desfavorável: vai depender do fator tempo

Mucometra
• Acúmulo secreção de caráter mucoso
• Associada a presença de cistos ovarianos persistentes
• Alteração funcional e estrutural glândulas do endométrio
• Tratar cisto ovariano
• Indução de estros com PGF
• Prognóstico: depende do tempo transcorrido

PATOLOGIAS OVARIANAS

Aciclia prolongada pós-parto


# Causas
• Primíparas
• Nutrição
• Baixo escore de condição corporal ao parto
• Amamentação/lactação
• Puerpério retardado
– Distocia
– Retenção de placenta
– Metrite/Endometrites
# Em vacas leiteiras
• Escore de condição corporal
≤ 2,5 ao parto (ideal 2,75 a 3)
Perda ≥ 1 ECC
• Produção leiteira
Vacas >40kg leite/dia
• Numero de partos
Multíparas
• Época do ano
pior calor
• Balanço energético negativo
• Doenças
Metabólicas
Metrites/endometrites
Mastites
Afecções podais
# Anestro X Aciclia
• Ausência de manifestação do estro
– Pré-puberdade
– Freemartin
– Aciclia pós-parto
– Gestação
– Piometra
– Cistos ovarianos
– Corpo lúteo persistente
– Falha na detecção do estro
• Inatividade da função ovariana
– Crescimento folicular reduzido
• Folículos pequenos/médios: 3 a 8mm
– Anestro
• Folículos produzem pouco estradiol
– Anovulação
• Capacidade ovulatória a partir de 9-10mm
– Sem presença de corpo lúteo
• Ausência de progesterona
# Sinais clínicos
• Anestro
• Palpação retal: ovários pequenos e lisos
• Ultrassonografia: folículos pequenos e médios
• Dosagens hormonais:
– 2 amostras sangue com intervalo 7 a 10 dias
Progesterona abaixo de 1ng/ml
# Vacas leiteiras
Atividade ovariana 40-50 dias após o parto.
Quanto mais peso ela perde, mais demora para retornar a função do ovário.
# Vacas de corte
Atividade ovariana 40-50 dias após o parto.
Vai depender de número de crias, presença do terneiro ao pé, nutrição.
Interferências no padrão de liberação de GnRH pelo hipotálamo
Fatores metabólicos
Fatores opioides: presença do terneiro ao pé, período pós-parto que vai
ser mediado por opioides e neuropeptídeo Y – proximidade do terneiro e não
amamentação.
Partição de nutrientes: alimentação + reservas corporais
Manutenção
Crescimento
Produção de leite
Ganho de peso
Reprodução

Manejo reprodutivo em rebanhos de corte do RS


# Alternativas para reduzir aciclia pós-parto
• Manejo nutricional vacas prenhes
• Nutrição pós-parto
• Controle do escore de condição corporal
• Práticas de desmame temporário ou definitivo
• Terapia hormonal:
protocolos de sincronização de estro e
indução da ovulação para IATF
# Manejo nutricional das vacas prenhes
Primíparas: novilhas devem ser separas do restante do lote. Elas precisam
crescer e gestar o feto. São as principais em aciclia pós-parto. Vão ser inseminadas
antes e as idades de gestação vão ser próximas.
ECC: quanto menor o ECC, menos vacas ciclando. As chances de sucesso do
protocolo de IA cai muito.
# Manejo da lactação: controle da amamentação
– Tabuleta por 7 a 12 dias: terneiro com 60 a 90 dias
– Desmame temporário por 48-72 horas: terneiro perde cerca de 10% do peso
corporal. Quando ele volta a mamar recupera o peso. Vaca fica estressada procurando
o terneiro. A descarga de cortisol não vai ser forte o suficiente para impedir a ovulação
(descarga de outros hormônios). O corpo lúteo acaba lisando e retorna ao estro em
cerca de 14 dias.
– Regime de mamadas: afastamento diário
– Desmame precoce: retirada do terneiro e afastamento total.
Taxas de prenhez em protocolos para IATF com eCG: O eCG tem ação FSH e LH –
crescimento e maturação do folículo
Aciclia – folículo pequeno e liso.
Vacas que recebem eCG tem folículos maiores.

Cistos ovarianos
• Estrutura semelhante ao folículo com diâmetro > 25mm que persite >10dias, sem a
presença de corpo lúteo
• Mais em vacas de leite
• Apresentação
– 15 a 60 dias após o parto
– Sequela em doadoras de embriões tratadas com FSH
• Fisiopatologia
- Falha/baixa liberação de LH
- Redução de receptores de LH no folículo
• Cistos foliculares
- Parede fina: se rompem facilmente
- Único ou múltiplos
• Cisto luteínicos
- Parede grossa: mais firmes, não se rompem com facilidade, pode ser
identificado por US
- Mais comum único
Corpo lúteo com cavidade: parte anecoica é menor que 50% do diâmetro. É comum e
ocorrem em 30-40% das vacas. Produz progesterona igual. Não é considerado cisto.
• Sinais clínicos
– Ovário (s) grandes (bola de tênis), superfície lisa
– Anestro (95%)
– Ninfomania (5%)
– Masculinização
– Mucometra
– Redução da fertilidade ou infertilidade
• Tratamento
• GnRH: aplicação de GnRH IM – cisto deve responder em uma semana. O
GnRH libera LH, que no cisto induz a ovulação ou luteinização. É considerado o
tratamento de eleição.
– Buserelina (Sincroforte®) 10 mcg/IM
– Gonadorelina (Feratagyl®) 100 mcg/IM
– Licerelina (Gestran Plus®) 50 a 100 mcg/IM
• PGF (cisto luteínico): vai lisar a parede.
– D Cloprostenol: 150mcg/IM
• GnRH + PGF 7 a 9 dias após
• hCG: tem uma ação LH semelhante. É mais potente e tem forma de atuação
bifásica, segue tendo ação LH por mais tempo.
– 1.500 a 3.000UI/IM
• Implantes progesterona 14 dias + PGF: vai bloquear o hipotálamo, vai
descarregar pouco LH. PGF vai luteinizar eventual corpo lúteo.
• Ruptura manual (?)

Hipoplasia ovariana
Causa: gene autossômico recessivo
Uni (+comum) ou bilateral
Consequência: Redução da fertilidade (?)
Diagnóstico- Palpação retal ovários/ ultrassonografia
Fertilidade normal/reduzida
Ciclo estral normal
Tamanho normal: noz ou azeitona
Tamanho reduzido: feijão ou ervilha
Assimetria dentro da normalidade

Neoplasias ovarianas
• Tumor da células da granulosa
• Incidência: 0,5%
• Diagnóstico
– Palpação retal/ultrassonografia (imagem ecogênica massa tumoral), 10cm
diâmetro
– Unilateral
– Atividade ovariana: variável
– Masculinização
– Diferencial: cistos ovarianos
• Tratamento: Ovariectomia

RETOMADA DA ATIVIDADE CÍCLICA PÓS-PARTO

Gestação: 280 dias


Recuperação do útero: 30-40 dias
Retomada da função ovariana: 40-60 dias
Período de reprodução: 25 dias

Intervalo entre parto e primeiro estro/ovulação


Vacas de leite - ordenhadas: 17 a 72 dias
Vacas de corte – cria ao pé: 46 a 104 dias

Hipotálamo
• Bloqueio da liberação púlsatil GnRH durante a gestação
• Padrão de liberação pulsátil reduzido
• Controle da liberação de LH:
- estoque LH pós-parto: reserva de LH nos gonadotrófos ( são células basófilas
da hipófise que produzem as gonadotrofinas: o hormônio folículo estimulante (FSH) e
o hormônio luteinizante (LH)). Estoque até 30 dias após o parto. É limitada a ovulção.
- fatores nutricionais
- endócrinos
- amamentação

Crescimento folicular no ciclo estral


FSH: menos controlado pelo GnRH. Responde ao estradiol e inibina – feedback
negativo com crescimento folicular. Emergência de folículos terciários (3-4mm)
LH: ação de crescimento e maturação (8,5-9mm). Divergência - Receptores de LH
LH: maturação final (10-20mm) – ovulação/estradiol

MGR – aula 6

MANEJO E DOENÇAS DO TERNEIRO

VIABILIDADE DO TERNEIRO RECÉM-NASCIDO: PARTO DISTÓCICO X VIGOR

Mortes ao parto (5-13%)


Maior mortalidade 72 horas após o parto
2,3 a 15,4 vezes maior que o parto normal

Menor vigor
Mais tempo para ficar em decúbito esternal ( 16 minutos): quanto mais tempo em
decúbito lateral, pior para o terneiro
Mais tempo para ficar em pé ( 1 hora)
Atraso na primeira mamada (justamente por não conseguir ficar na posição adequada
para mamar)
Menor transferência de imunidade passiva (menos Ig sérica): é nas primeiras horas de
vida que o intestino do terneiro está mais permeável para receber as Igs do colostro.

Mortalidade entre o nascimento e o desmame


8-11% nos Estados Unidos
41%: IgG  10 mg/ml – maior risco de perda (ingestão de colostro na primeira semana
de vida)

MORTALIDADE PERINATAL
Perdas ocorrem nas primeiras 48 horas após o parto
Principais causas:
- Acidose respiratória/metabólica
- Hipoglicemia
- Traumas ao parto
- Condições climáticas extremas: frio é um limitante (especialmente em lugares
com neve e ventos fortes), assim como temperaturas acima de 35ºC podem ser
limitantes.

Controle das perdas perinatais


Manejo pré-parto da vaca
Controle de mastite no período seco
Adequação da condição corporal no parto
Dieta de transição para lactação: produção de colostro de qualidade
Maternidade (higiene/lotação): piquete/baia/galpão maternidade para acompanhamento
ao parto e atendimento ao terneiro

Acompanhamento ao parto
Monitoramento do parto
Intervenção e auxílio ao parto (1 hora após a fase de expulsão/15 minutos após a
exteriorização dos membros anteriores)
Condições metabólicas da vaca

Cuidados com o recém nascido


• Início da respiração: alguns segundos após nascimento
• 1 minuto de vida: movimentos respiratórios contínuos
• Estimulação da respiração:
Desobstrução das vias aéreas
Estimulação septo nasal: passar objeto irritante próximo ao septo
Água fria na cabeça
Massagem torácica
Ventilação forçada

Cuidados com o neonato


• Conforto térmico
• Desinfecção do umbigo
– Solução de Iodo 5a 10%: importante para evitar onfalite/onfaloflebite e miíase

Importância do colostro
Terneiro nasce agamaglobulêmico
Transmissão passiva imunidade pelo colostro
Ingestão nas primeiras 24 horas de vida
Redução da morbidade e mortalidade até o desmame

Determinantes da transferência da imunidade pelo colostro


• Colostro: volume e concentração
• Quantidade ingerida pelo terneiro
• Intervalo entre o nascimento e a ingestão
• Absorção das imunoglobulinas

Manejo: Gado Leiteiro


• Remover o terneiro 1a hora após o parto
• Mamadeira: vai ter 2 litros de capacidade. Garantir que a cabeça do animal esteja na
posição correta durante a oferta do alimento, para que o colostro não vá parar no rúmen.
Higienizar os utensílios.
• Sonda esofágica: cabeça levemente flexionada. Fazer a inserção da sonda de forma
cuidadosa. Garantir que o animal tenha deglutido a sonda. Conferir se a sonda passou
pelo esôfago palpando o pescoço (esôfago) pelo lado esquerdo.
• Ordenha higiênica do colostro
• Resfriado ou congelado em 1 hora: banco de colostro
A qualidade do colostro também pode ser controlada.
Ordenha da vaca recém parida e oferta do colostro para o terneiro.

Controle da ingestão de colostro: Gado de Corte


• Inspeção úbere vacas antes do parto
• Observação parição manhã e tarde
• Cuidados com o terneiro recém-nascido
Umbigo
Identificação
Repleção abomaso
Eliminação do mecônio: observar o posterior do terneiro
Teto mamado
• Proximidade da vaca: vaca pode esconder a cria (de predadores e seres humanos).
Vacas primíparas tem tendência a abandonar o terneiro, é preciso garantir a
aproximação.

Características do colostro
• Imunoglobulinas G, M e A
• Citoquinas e fatores de crescimento
• Leucócitos maternos: > 1 milhão por mL
– Macrófagos
– Linfócitos B e T

Qualidade do colostro
• Variação: 2 a 23% (20 a 230g de Ig por litro)
• A partir da segunda ordenha: metade da concentração
• Animais com menor concentração de imunoglobulinas
Primíparas e vacas velhas
Vacas com imunodeficiência
Vacas subnutridas na gestação
Transmissão da imunidade passiva
– Ideal: Ingestão de colostro até 4 horas após o parto
– 10 a 12% do peso vivo nas primeiras 6 horas
– 2 litros primeira mamada + 2 litros em 6 horas
– Garantir mínimo ingestão de 100g de IgG
– Depois de 24 horas apenas imunidade local da mucosa do trato digestivo (Ig A)

Falhas de transmissão da imunidade passiva em vacas de corte


• Ingestão de quantidade insuficiente
• Demora da ingestão
• Colostro de baixa qualidade
– Novilhas < vacas
– Inverno > verão
– Desnutrição grave
– Doenças que causam imunodepressão

Causas de falhas na transmissão de imunidade passiva ao terneiro


- Demora para levantar (normal < de 1 hora)
- Não levanta (hipoglicemia, fratura,
paralisia)
- Impossibilidade de mamar (edema cabeça, língua)

Falhas na transmissão da imunidade passiva através do colostro


• Até 24 horas após o parto
– Parto distócico: terneiro ou vaca não fica de pé
– Mastite aguda por S. aureus ou E. coli: nos casos de mastite e metrite aguda,
a vaca não vai conseguir levantar após o parto
– Conformação do teto inadequada: dificulta a apreensão do teto pelo terneiro

Transmissão da imunidade passiva


• Banco de colostro
– Primeira ordenha
– Multíparas
• 2-3 parto
• Saudáveis
– Estocar mínimo 4 litros
– Resfriamento 7 dias
– Congelamento por 6 meses
– Descongelar em banho-maria <60oC

Alternativas para vacas que não têm colostro


- Colostro congelado (até 6 meses)
- Plasma de vaca adulta: 1 a 2 litros, IV
- Sangue total: 2 litros, IV
- Substituto industrializado
- Colostro liofilizado
- Suplementos
- Antibioticoterapia

DIARREIA DE TERNEIROS

Principais causas de diarreia em terneiros


- Alimentares
- Rotavírus
- Coronavírus
- Criptosporidiose
- Coccidiose
- Salmonelose
- Colibacilose

Diarreias alimentares
• Quantidade e temperatura do leite
• Substitutos do leite
– Baixa qualidade
– Fontes proteicas vegetais
• Alterações na dieta
– Início dieta sólida

Mecanismos de desencadeamento de diarreias


• Osmótica
– Mal absorção
– E. coli ETEC
– Rotavírus e Coronavírus
• Exsudativa
– Salmonelose e BVD
• Motilidade intestinal aumentada

Rotavírus
• Destruição massiva de enterócitos
• Atrofia de vilosidades
• Redução da absorção + digestão incompleta
• Incubação: 1 a 3 dias
• Vacas e terneiros portadores
• Transmissão pelas fezes
• Doença: 5 a 7 dias de idade
• Comum associado a Criptosporidium sp.
• 50% das infecções: subclínicas
• Baixa imunidade no colostro
• Morbidade alta e mortalidade moderada
• Sinais clínicos
– Diarréia aquosa
– Fezes líquidas, esbranquiçadas ou amareladas
– Apatia
– Desidratação
– Colapso e morte

Coronavírus
• Transmissão oral (fezes, água)
• Incubação: 3 a 5 dias
• Doença: 2 a 3 semanas de idade
• Infecções mistas com E. coli e/ou Cryptosporidium
• Morbidade: 15 a 20%
• Diarréia por 3 a 10 dias
• Colite com esforços expulsivos
• Inicio aquosa com leite não digerido, depois mucosa e com sangue
• Mais intensa que Rotavirus
• Depressão moderada
• Letargia
• Desidratação
• Hipoglicemia

Colibacilose - IMPORTANTE
Sorotipos
• E. coli enterotoxigênica – mais grave, acidose
• E. coli enterohemorrágica
• E.coli septicêmica – passa a barreira intestinal, morte em poucas horas
• Formas da doença
– Colibacilose entérica e enterohemorragica
• Diarreia
• Desidratação
• Acidose
• Morte
– Colibacilose enterotoxemica
• Prostação
• Colapso e morte
– Colibacilose septicemica
• Prostração, febre,
• Morte em poucas horas
• Morbidade e mortalidade
– Terneiros leite,
– Manejo deficiente da administração do colostro
– Higiene inadequada utensílios
– 30 a 75% morbidade
– 10 a 15% mortalidade
• Fatores de risco
– Idade: < 4 dias de idade
– 80% associados K99+ E. coli enterotoxigênica
– Associada à falha na transmissão da imunidade passiva colostro
– Alojamento: lotação e contaminação ambiente
– Proximidade animais doentes e portadores
– Higiene aleitamento
Escherichia coli enterotoxigênica ETEC
• Principal causa de diarreia neonatal até 4 dias de idade
• Contaminação via oral logo após nascimento
• Incomum em terneiros mais velhos e adultos
Patogenia ETEC
• Resistência ao pH no abomaso
– Ingestão e passagem nas primeiras horas de vida
• Colonização intestino delgado
– Fixação por fimbrias ao jejuno e íleo
• Virulência causada por
–Antígeno K99+ (fimbrias)
–Enterotoxina termo-estável
• Produção toxinas: secreção água e eletrólitos
– Produção de toxina termo-resistente
– Diarreia branca, amarela ou aquosa
– Acidose,
– Hipercalemia,
– Desidratação
– Bradicardia
A perda de água, bicarbonato, cloretos, sódio e potássio vai acarretar em acidose,
depressão e colapso cardíaco.

Colibacilose entérica
• Diarréia profusa aquosa, branca, amarelada
• Desidratação
• Acidose
• Fraqueza
• Temperatura normal evolui para hipotermia
• Morte em 3 a 5 dias

E. coli enterohemorrágica
• Sorotipos: O111, O103, O26, O5
• Verotoxina= Shiga toxina
• Adere, descamação e destruição de enterócitos
• Colite hemorrágica
• Diarréia sanguinolenta (fezes escurecidas)

E. coli septicêmica
• Sorotipo: O115
• Invade a corrente sanguínea
• Colonização múltiplos órgãos
• Endotoxina: hipotermia, taquicardia, queda pressão sanguínea, alteração coagulação,
hipoglicemia e morte
Sinais clínicos
• Hiperaguda: 24 a 96 horas
• Alta mortalidade: >80%
• Depressão, fraqueza, decúbito lateral, taquicardia, desidratação
• Temperatura elevada (>40 oC) evolui para hipotermia (<38 oC)
• Extremidades frias
Complicações
• Animais que sobrevivem fase aguda
– Artrite
– Meningite: letargia, anorexia, decúbito, não mama, coma
– Convulsões, tremores e hiperestesia
Colibacilose toxêmica
• Temperatura subnormal (38-39ºC)
• Fraqueza
• Mucosas pálidas
• Abdômen distendido
• Diarreia ausente
• Morte em 2 a 6 horas

Salmonelose
• Salmonella dublin, S. typhimurium, (85% dos casos), 2400 sorotipos
• Alta morbidade e alta mortalidade (até 60%)
• Relacionada à baixa imunidade
• Aparecimento em surtos
• Transmissão água e alimentos
• Vacas portadoras e terneiros doentes
• Entre a 2a e 6a semana de vida
Sinais Clínicos
• Moderados ou agudos evoluindo para morte
• Doença cursa por 7 a 10 dias
• Forma entérica e/ou septicêmica
• Febre
– Temperatura: ≥41ºC
– Depressão
– Diarreia acinzentada, com muco, sangue, fibrina e partes mucosa
intestinal necrosada – cheiro forte característico
– Septicemia e mortes
– Artrite séptica, meningite

Coccidiose
• Doença parasitária por Eimeria bovis e Eimeria zuernii
• Alta morbidade e baixa mortalidade
• A partir de 3 semanas de vida
• Mais em terneiros criados confinados (gado leiteiro)
• Gado de corte: épocas de calor e umidade
• Contaminação: ingestão de oocistos esporulados
• Sinais clínicos
– Diarreia com sangue
– Pelo áspero
– Atraso no crescimento
– Autolimitante
– Leve aumento da temperatura: 0,5 a 1ºC
– Casos mais graves: desidratação, apatia, morte
– 10% terneiros com forma clínica
• Diagnóstico
– Presença de oocistos nas fezes
– Pós-morte: enterite hemorrágica, espessamento da mucosa, sangue no lúmen
• Controle
• Isolamento animas doentes
• Desinfecção do ambiente
• Tratamento
Toltrazuril (Baycox, 15mg/kg PV (3mL/10kg PV, oral) dose única
Tratamento profilático de todos terneiras

Criptosporidiose
• Cryptoporidium parvum
• Ingestão de oocistos esporulados
• Associada a Rotavirus e Coronavirus
• 4 dias a 1 mês
• Diarréia aquosa, mal-absorção por 1 a 2 semanas
• Destruição/atrofia de vilosidades
• Morbidade alta e mortalidade baixa
• Controle
– Halofuginona, 100mcg/kg, 2 ml/10kg, por 7 dias Halocur®
• Vazio sanitário

Tratamento desidratação grave


• 10% PV = 4 a 5 litros fluidos
• Solução bicarbonato isotônica 1,3% = 2,9 litros em 2 a 4 horas
• 1,6 litros solução 50/50 solução fisiológica e Dextrose 5%
• Leite: 2L x dia (possibilidade de diluir 1:1)
• Probióticos (Biobac®)

Tratamento de diarréias: antibióticos


• Ceptiofur (Exceed®, CEF 50®) 2,2 mg/kg, IM, cada 12 horas, 3-5 dias
• Amoxilina (Clamoxil®, Bactrosina®) 10 mg/kg, IM, cada 12 horas, 3-5 dias
• Sulfadiazina + Trimetropima (Tribrissen®) 1 mL/30kg, IM, cada 24 horas, 3 dias
• Oxitetraciclina (Terramicina LA®) 20 mg/kg, IM, repetir em 4 dias

Controle de casos de diarreia em rebanhos de leite


• Parição
– Local seco
– Limpeza entre partos
– Separação imediata do terneiro
• Terneireiras individuais
• Ingestão de colostro
• Tratamento e aparte animais doentes
• Programa de vacinação

Controle de casos de diarreia em rebanhos de corte


• Local de parição
– Seco
– Área compatível
• Primíparas separadas de multíparas
• Lotes de parição separados por idade
• Condição climática
– Mais chuvosos = mais casos de coccidiose

Imunidade do terneiro
Imunidade colostral atua por 120 dias, a partir de então, o terneiro já vai ser
imunocompetente.

Vacinação
• Rotavirus e
– Cepas virus inativadas (G6 e G10 rotavirus)
• Coronavirus
• E. coli K99+
– Antigeno fimbrias K99+ ou (F5)
• Salmonelose
• Clostridium perfringens tipo C
Vacas prenhes:
2 doses: segunda dose 3 a 6 semanas antes do parto
Terneiros na primeira semana de vida: não vai ajudar muito, pois tem muita
imunidade colostral atuando no organismo – falhas de vacinação.

Vacinas comerciais: Diarreias


• Controle
– Vacinação vacas gestantes
• Rotavirus, Coronavirus, E. coli, Clostridium perfringens
• Salmonella spp. e Pasteurella spp.
– Duas doses intervalo 3 semanas (último mês de gestação)

DOENÇAS RESPIRATÓRIAS DOS TERNEIROS

• Complexo Doença respiratória dos bovinos


BRD complex
Vírus Bactérias
IBR Mannhemia haemolytica
BVD (Pasteurella haemolytica)
BRSV Pasteurella multocida
Parainfluenza T3 Histophylus somni
Complexo doença respiratória dos bovinos (BRD)
• Queda da imunidade
• Instalações
– Pouca ventilação
– Lotação
• Fatores de estresse
– Associada ao transporte
– Confinamento
– Estresse pós-desmame
– Alteração da dieta
• Sinais clínicos
– Dispnéia
– Auscutação: estertores
– Temperatura: > 40ºC
• Tratamento
– Antibióticos
• Ceptiofur: 2,2 mg/kg, SC,IM
• Oxitetraclina: 20 mg/kg, IM
• Tulatromicina: 2,5 mg/kg, SC
• Marbofloxacina: 8 mg/kg, SC

Programa de vacinação

Dictiocaulose
• Dictyocaulus viviparus
• Ingestão de larvas L3
• 2 meses – 1 ano
• Pneumonia intersticial
• Contaminações secundárias
• Sinais clínicos
– Tosse
– Secreção nasal
– Dispnéia
– Perda de peso, atraso desenvolvimento
• Diagnóstico
– Exame fezes: larvas >50/g
• Tratamento
– Levamisol: 5 mg/kg, 1mL/20kg
– Moxidectina: 0,2mg/kg, 1/50Kg

OUTRAS DOENÇAS

Onfalopatias
• Onfalite/Onfalofleblite/onfalo-arterite
– 2 a 7 dias de idade
– Aumento de volume, dor
– Complicações: abscesso local, hérnia
– Abscesso hepático, pneumonia, artrite séptica
– Crescimento atrasado
– Miíases
Tratamento
– Preventivo: curar logo após nascimento: Iodo 10%
– Antibióticos
Enrofloxacina, 2,5 mg/kg, IM, 3 dias
Oxitetraciclina LA, 20 mg/kg, IM, repetir em 4 dias

Artrite séptica
• Um ou mais membros afetados
• Complicação de onfalopatias, doenças respiratórias ou diarreias
• Aspirar liquido: turvo, amarelo ou branco
• Amoxilina: 20mg/kg, IM, por 10 dias
• Enrofloxacina, 2,5 mg/kg, IM, 7 dias

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