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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA REGIÃO TOCANTINA DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS (CCA)


CAMPUS IMPERATRIZ
CURSO: MEDICINA VETERINÁRIA TURMA: 9º PERÍODO
DOCENTE: LARISSA PIMENTEL
DISCENTES: AMANDA VITÓRIA, DENISE SOUSA PEREIRA, KARY EDUARDA E
MARÍLIA CRUZ

INSPEÇÃO E TECNOLOGIAS DOS PRODUTOS CÁRNEOS E SEUS DERIVADOS-


PLANO DE AÇÃO

IMPERATRIZ-MA
2023.1
PROBLEMATIZAÇÃO
Faça uma análise do caso atual (e de casos passados) e responda às seguintes questões:
1ª O que é a doença da “Vaca louca”?
R: A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida popularmente como doença da
vaca louca, é uma doença neurológica degenerativa crônica que atinge principalmente o
sistema nervoso central desses animais, além de atingir humanos também, portanto sendo
uma zoonose. É causada por um príon, na deposição dessa proteína amilóide na substância
cinzenta do cérebro e quando há presença de vacúolos microscópicos. Atinge principalmente
animais adultos e possui um período de incubação longo, podendo ser no mínimo de dois
anos e meio, podendo chegar até oito anos. O principal fator de risco dessa doença é o
consumo de alimentos de origem animal pelos bovinos, onde os príons sofrem uma alteração
em sua isoforma durante o processo de autoclavagem, utilizado na produção de farinha de
carne e osso (FCO), por exemplo, destinado à alimentação de ruminantes.
De acordo com o peso molecular, os príons podem ter três classificações, a de peso
molecular padrão, causador da EEB clássica; a de peso molecular alto, causador da EEB
atípica tipo H (high) e por último, a de peso molecular baixo, causador da EEB atípica tipo L
(low). Ainda há uma forma atípica onde, ao contrário da clássica, é desenvolvida sem que o
animal consuma alimentos contaminados pelo agente, ocorrendo normalmente em animais
idosos, acima de oito anos de idade. Um estudo realizado apontou que a ocorrência de EEB
atípica, é mais comum no gado com aptidão para o corte do que para o leite, sendo esta forma
a encontrada nos casos relatados no país ultimamente.
2ª Você como agente fiscal, qual seria sua conduta? Siga a legislação vigente.
R: Cadastramento de propriedades. Inventário da população de animais de peculiar interesse
do Estado suscetível às EETs. Inspeção e fiscalização da população e do trânsito de animais
de peculiar interesse do Estado suscetível às EETs. Dentre as estratégias de prevenção das
EETs, destaca-se a vigilância, esta pode ser dividida em algumas frentes. Estas são:
Por se tratar de uma doença que é contagiosa, através da ingestão de uma proteína que está no
sistema nervoso de um animal acometido, a vigilância em estabelecimentos de abate de
ruminantes é uma ferramenta de extrema importância; A remoção do material especificado de
risco (MER) nos estabelecimentos de abate de ruminantes, visto que algum animal pode não
estar apresentando o sinais clínicos da doença mas esta pode estar em desenvolvimento; A
Destruição de todos os MERs através da incineração também é uma forma de prevenção da
ocorrência; A proibição da alimentação de ruminantes de proteínas e gorduras de origem
animal também é uma forma de prevenir a ocorrência de casos de EEB; A fiscalização do
fornecimento de alimentos contendo subprodutos de origem animal proibidos para
ruminantes.
3ª Quais serão os prejuízos econômicos para o proprietário e para o Brasil?
R: Diminuição no valor do preço do boi e da carne, desvalorização na bolsa de valores das
principais empresas frigoríficas responsáveis pelo repasse da carne, queda na exportação e
desvalorização nacional frente ao mercado mundial. No comércio interno um volume
significativo que precisará ser redirecionado para o mercado interno e externo, caso haja uma
suspensão prolongada das compras. O impacto, no entanto, dependerá do tempo que o
embargo permanecer em vigor, mas, segundo especialistas, mesmo que a doença seja
confirmada como “atípica”, isso pode temporariamente impedir as exportações de carne
bovina para a China, o principal mercado do país. Os prejuízos comerciais em países onde
estão confirmados casos do mal da vaca louca envolvem não somente a queda no consumo
interno da carne bovina, mas também o comércio exterior devido às barreiras sanitárias
impostas pela OIE.
4ª Como evitar que haja esse problema no Brasil ?
R: • Não importar animais ou produtos de origem animal de países considerados de risco para
EEB;
• Não alimentar bovinos com farinhas de carne e ossos (FCO) de ruminantes.
Essa medida é reconhecida como a principal maneira de interromper o ciclo da EEB típica;
• Não alimentar bovinos com “cama de aviário” ou resíduos da exploração de suínos, pois na
ração destes animais pode conter farinha de carne e ossos;
• Antes de alimentar os bovinos com rações, concentrados e suplementos protéicos, conferir o
rótulo destes produtos.
• Se notar algum animal apresentando qualquer sintoma de doença nervosa, notificar à
unidade da Agência de Defesa Agropecuária do Estado.
• Realização de testes para diagnóstico diferencial em qualquer bovino, com idade superior a
24 meses, que demonstre sinais neurológicos;

5ª Pesquise no RIISPOA algo sobre encefalopatias espongiformes e analise o que rege na


lei.

R: Segundo o RIISPOA, no Art. 124. É obrigatória a remoção, a segregação e a inutilização


dos Materiais Especificados de Risco - MER para encefalopatias espongiformes
transmissíveis de todos os ruminantes destinados ao abate.
Ou seja, é proibido o uso de Materiais Especificado de Risco que são o cérebro, crânio, olhos,
amídalas, medula espinhal, gânglio trigeminal, gânglios da raiz dorsal e íleo distal, para
alimentação humana e animal.

6ª Dentro dessa análise, levante questionamentos quanto aos MER (Materiais


Especificados de Risco).
R: O que são os MER? Os Materiais Especificados de Risco, são as partes da carcaça bovina
responsável pelo tropismo de Proteinaceus Infection (PRION), agente causador da
Encefalopatia Espongiforme Transmissível. Conforme o PAC 18, os materiais removidos são:
amídalas, olhos, encéfalo, parte distal do íleo e medula espinhal.
Através disso um questionamento é necessário: Como são classificados estes materiais?
Conforme a Resolução RDC Nº 7 de 2001 da ANVISA, os gêneros de divisão referente aos
grupos de riscos são formulados em Categoria I (alta infectividade) que envolvem cérebro,
medula espinhal e olhos; a Categoria II (infectividade média) são porção distal do íleo e
amídalas.
Como são removidos estes materiais? As amígdalas e os olhos são removidos através de uma
faca, após lavagem da cabeça, e inspeção dos linfonodos. É retirado o encéfalo, através do
rachador de cabeça, facilitando a remoção eficiente e precisa; e o operador utiliza uma luva
verde, recomendada apenas para o M.R.E.. No intestino delgado, na porção distal do íleo, é
retirada em torno de 70 centímetros, por uma faca identificada, na sala de bucharia suja. A
medula espinhal é retirada após a serragem da carcaça, sendo que deve ser feita corretamente,
dividindo-a na linha alba, para assim, facilitar a remoção completa da medula.
Qual a paramentação dos envolvidos no processo e o destino dos materiais? O colaborador
responsável pela remoção dos materiais deve estar identificado, juntamente com seus
utensílios. O processo ocorre pela identificação de sacos plásticos de polietileno, postos em
um tripé; o material é retirado com uma faca de cabo verde, específica do material de risco
específico, sendo assim, amarradas, identificadas, pesadas, registradas na planilha da
AGRODEFESA e enviadas para a incineração na graxaria. A pesagem é realizada pela
Responsável Técnica do frigorífico, tendo o peso médio por animal, conforme o número de
animais abatidos no dia; comparado ao peso referente da tabela padrão. O registro realizado é
repassado mensalmente para a AGRODEFESA, mantendo o controle dos produtos retirados.
E então, o produto é enviado para incineração, aproveitado como fonte de combustível;
evitando assim, a utilização destes, na alimentação de ruminantes.

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