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Atuação da vigilância

Universidade Nilton Lins


Epidemiologia 7° Período –
Vigilância epidemiológica X Vigilância sanitária
 Um conjunto de ações que  Um conjunto de ações capaz
proporcionam o de eliminar, diminuir ou
conhecimento, a detecção prevenir riscos a saúde e de
ou prevenção de qualquer intervir nos problemas
sanitários decorrentes do
mudança nos fatores
meio ambiente, da produção
determinantes e e circulação de bens e da
condicionais de saúde prestação de serviços de
individual ou coletiva, com interesse da saúde,
a finalidade de recomendar abrangendo o controle de
ou adotar as medidas de bens de consumo que, direta
prevenção e controle das ou indiretamente se
doenças ou agravos. relacionam com a saúde,
compreendidas todas as
etapas e processos.

Epidemiológica Sanitária
Defesa sanitária
 A defesa sanitária é feita a partir do uso da
epidemiologia, mas especificamente através
da vigilância epidemiológica.

 Resposta socialmente organizada do governo,


feita por meio de um serviço de atenção
veterinária, para atender e proteger a saúde
dos rebanhos (animais).
◦ PNSA, PNSS, PNCRH, PNSE, PNCEBT....
DEFESA SANITÁRIA ANIMAL

específicas
Conjunto de ações básicas
inespecíficas

Visam à proteção dos rebanhos contra a introdução de


agente de doença e sua propagação
(Decreto 2919,
25/11/05)
FINALIDADE DA DEFESA SANITÁRIA
ANIMAL
portos
postos de fronteira
aeroportos
Executar medidas sanitárias
propriedades rurais
trânsito
recintos de eventos pecuários

Intuito de prevenir, controlar e erradicar enfermidades


de animais domésticos e de produção
Bem como salvaguardar a saúde pública, tendo sempre
a frente dos serviços um Médico Veterinário
(LOPES, 2007)
Estratégias da vigilância
epidemiológica
 Mecanismos de alarme e  Vigilância baseada em risco
detecção precoce (“Early (“Risk-based Surveillance”)
 Ex: Coleta de amostras de
Warning”) sorológicas de animais jovens,
 Estabelece e acompanha os suscetíveis à doença (X ou Y),
parâmetros criados em região limítrofe de
fronteiras internacionais, ou de
 Ex: Mortalidade > 10% de propriedades que recebem
aves comerciais de corte animais de outros estados, ou de
durante todo período de propriedades próximas a
alojamento. estabelecimentos de abate ou de
lixões públicos.Para a vigilância
Mortalidade > 10% de aves
com base em risco, são usados
comerciais de corte durante métodos quantitativos e
o período de transporte qualitativos que visam aumentar a
para o abate eficiência da vigilância

Mecanismos de alarme e
Vigilância baseada em risco
detecção precoce
Estratégias da vigilância
epidemiológica
 Vigilância de  Vigilância de patógenos
síndromes (“Syndromic específicos (“Pathogen
surveillance”) Specific Surveillance”)
 Ex: Vigilância de
 Ex: Vigilância de
Salmonella gallimarum,
animais suscetíveis à
Salmonella pullorum em
febre aftosa que
matrizes de galinhas,
apresentem lesões Vigilância de
vesiculares na cavidade Mycoplasma
oral e na região gallisepticum em
interdigital. matrizes de galinhas.
Vigilância de patógenos
Vigilância de síndromes
específicos
Funções da vigilância epidemiológica- em
fases
 1° Coleta de dados
 2° Processamento de dados coletados
 3° Análise e interpretação dos dados

processados
 4° Recomendação das medidas de controle

apropriadas
 5° Promoção das ações de controle indicadas
 6° Avaliação da eficácia e efetividade das

medidas adotadas
 7° Divulgação de informações pertinentes
Atividades para vigilância
 Quem faz o quê?
 A) Coleta de dados: ULSA (Unidade Local de

Sanidade Agropecuária) - Epidemiologia


Veterinária
◦ Ex: Demográficos, Mortalidade, Morbidade, produção
 B) Obtenção de dados: ULSA (Unidade Local de
Sanidade Agropecuária), Epidemiologia Veterinária.
◦ Ex: Notificação, Registros, Rumores, Inquéritos
Epidemiológicos, Enquetes e Monitorias de rotina.
 C) Processamento dos dados coletados:
Epidemiologia Veterinária
Atividades para vigilância
 d) Análise e Interpretação dos dados processados:
Epidemiologia Veterinária.
 e) Recomendação das medidas de controle
apropriadas: Epidemiologia Veterinária.
 f) Promoção das ações de controle indicadas:
Coordenadores de Programas.
 g) Avaliação da eficácia e efetividade das medidas
adotadas: Epidemiologia Veterinária e Coordenadores
de Programas.
 h) Divulgação de informações pertinentes:
Epidemiologia Veterinária e Coordenadores de
Programas.
Coleta de dados e Informações
 O cumprimento das funções de vigilância epidemiológica
depende da disponibilidade de INFORMAÇÕES que sirvam para
subsidiar o desencadeamento de ações - INFORMAÇÃO PARA
A AÇÃO.
 A qualidade da informação, por sua vez, depende da
adequada coleta de dados, que são gerados no local onde
ocorre o evento sanitário (fonte primária).
 Outro aspecto importante é a quantidade de dado, ou seja,
sua representatividade em função do problema existente.
Assim, é necessário que a gerência local do sistema de
assistência à saúde humana e animal obtenha, com
regularidade e oportunidade, dados do maior número possível
de outras fontes geradoras como ambulatórios ou hospitais,
laboratórios, clínicas particulares, profissionais da saúde,
como OIE, ANCLIVEPA, DIPOA, IMA, EMATER, EPAMIG,
empresas e universidades.
Notificação - Obtenção de dados -
 É a principal fonte a partir da qual, se desencadeia o
processo informação/decisão/ação.

 A Notificação é a comunicação da ocorrência de


determinada doença ou agravo à saúde, feita à autoridade
sanitária por profissionais de saúde ou qualquer cidadão,
para fins de adoção de medidas de intervenção pertinentes.

 O que eu vou notificar?????


 A lista nacional das doenças de notificação obrigatória,

vigente no país está restrita a alguns agravos e doenças de


interesse sanitário e econômico para o país, estas são
determinadas pela legislação federal para ás áreas de
saúde e agropecuária.
Notificação obrigatória (compulsória)

Obrigatoriedade de informar imediatamente ao


serviço veterinário oficial
 Vigilância epidemiológica
 Lista da OIE
Estão as exóticas e as que ameaçam a economia do
país, a saúde pública e o meio ambiente.
Classificação das doenças
 Categoria 1: doenças exóticas ou erradicadas no País, que
exigem notificação imediata, em até 24 horas do
conhecimento de caso suspeito e de caso confirmado.
 Categoria 2: doenças presentes no País ou em determinadas
zonas ou estados do País, que exigem notificação imediata,
em até 24 horas do conhecimento de caso suspeito
 Categoria 3: doenças presentes no País ou em determinadas
zonas ou estados do País, que exigem notificação imediata,
dentro de 24 horas do conhecimento de caso confirmado .
 Categoria 4: doenças presentes no País ou em determinadas
zonas ou estados do País, que exigem notificação mensal
do conhecimento de caso confirmado por meio de
diagnóstico clínico epidemiológico ou laboratorial.
Espécie Cate 1 Cate 2 Cate 3 Cate 4 TOTAL %
Abelhas 2 2 0 4 8 6%
Aves 3 2 3 18 26 18%
Bovinos e 3 1 3 9 16 11%
bubalinos
Camelídeos 1 0 0 0 1 1%
Equídeos 5 4 0 7 16 11%
Lagomorfos 1 0 1 0 2 1%
Ovinos e 6 1 1 7 15 11%
Caprinos
Suínos 5 1 0 6 12 9%
Múltiplas 11 6 3 25 45 32%
Espécies
TOTAL 37 17 11 76 141
% 26% 12% 8% 54%
Notificação ???? Tudo OK?
 Cenário atual:
 A notificação realizada de modo precário, pelo
desconhecimento de sua importância, descrédito nos
serviços de saúde animal, falta de acompanhamento e
supervisão da rede de serviços, pela falta de retorno dos
dados coletados e das ações que foram geradas pela análise.
 Neste sentido, é fundamental que trabalhos de
sensibilização dos profissionais e das comunidades sejam
sistematicamente realizados visando melhorar a quantidade
e a qualidade dos dados obtidos.
Aspectos referentes a notificação
 Não se deve aguardar a confirmação do caso para
se efetuar a notificação, pois isto pode significar
perda da oportunidade de adoção das medidas
de prevenção e controle indicadas.
 A notificação tem que ser sigilosa, respeitando-

se o direito de anonimato dos cidadãos.


 O envio dos instrumentos de coleta de

notificação deve ser feito mesmo na ausência de


casos, configurando-se o que se denomina
notificação negativa, que funciona como um
indicador de eficiência do sistema de informação.
Algumas doenças com particularidades
na notificação ao SVO:
 Notificação de casos de cisticercose suína,
equinococose/hidatidose e fasciolose (Categoria 4) é atualmente
realizada através de registro no DIPOA dos achados de lesões em
matadouros sob inspeção federal; e
 Notificação de casos de leishmaniose (Categoria 4) se refere à

leishmaniose visceral (L. chagasi), diagnosticada na espécie


canina (ou canídeos silvestres - raposas e marsupiais). Essa
doença faz parte de um programa específico de vigilância em
saúde do MS. Como a importância da doença está no âmbito da
saúde pública, por se tratar de uma grave zoonose, e para evitar
a duplicidade de informações e a sobreposição de
obrigatoriedade da notificação, os casos de leishmaniose canina
detectados pelos serviços municipais de saúde serão obtidos
pelo MAPA através dos registros consolidados fornecidos pelo
Ministério da Saúde, dispensando a notificação direta ao serviço
de defesa sanitária animal.
Doenças notificáveis e testes de
diagnóstico
 A definição de caso das doenças notificáveis e os
testes diagnósticos recomendados são
elementos fundamentais para estabelecimento
dos critérios de notificação e confirmação dos
casos.
 O padrão de referência considerado para os
testes diagnósticos é o Manual de Testes de
Diagnóstico e de Vacinas para os Animais
Terrestres, da OIE, que pode ser acessado no
seguinte endereço eletrônico:
http://www.oie.int/es/normas-internacionales/
manual-terrestre
Laboratórios
 O resultado de exames de diagnóstico
laboratórios na rotina da vigilância
epidemiológica é um dado que rotineiramente
complementa o diagnóstico de confirmação da
investigação epidemiológica.
 O engajamento dos laboratórios públicos e
privados no sistema deve ser estimulado e
organizado, pois muitas vezes por meio deles se
diagnosticam enfermidades que não foram
detectadas pelo sistema formal de notificação.
Declaração de mortalidade
 São fontes complementares do sistema de
informação, pois quando o sistema de
notificação falha, muitas vezes, o caso é
conhecido por meio dessa fonte.

 Estes dados devem ser observados a


acompanhados sistematicamente pelas ULSAs
(Unidade Local Sanitária Animal) nas
propriedades de produção animal.
Mapas De Abate
 Registros de condenações de carcaças e achados de inspeção
podem ser fontes de informação de ocorrência "inaparente"
de enfermidades no campo.

 Devem ser recolhidos mensalmente de todos os


estabelecimentos de abate localizados na jurisdição da ULSA
de forma que sejam observadas e informadas às ULSAs de
origem das carcaças com condenações compatíveis com
enfermidades sob programa da GSA. Assim sendo, a ULSA de
origem dos animais, deve fazer investigação epidemiológica
na propriedade de onde saíram os animais com carcaças
condenadas, buscando novos casos ou explicação para as
condenações e orientação para solução dos problemas
sanitários encontrados.
Investigação Epidemiológica
 Procedimento que não só complementa as
informações da notificação sobre a fonte de
infecção e mecanismos de transmissão, como
também pode possibilitar a descoberta de
novos casos que não foram notificados.

 Deve sempre ser feita pelo Médico


Veterinário da ULSA que atende o município
da propriedade investigada.
Imprensa e população
 Muitas vezes, informações oriundas da população
e da imprensa são fontes eficientes de dados.
 Quando a vigilância de uma área não está
organizada ou é ineficiente, o primeiro alerta da
ocorrência de um agravo, principalmente quando
se trata de uma epidemia, pode ser a imprensa ou
a comunidade.
 Uma boa fonte de informação são as casas
agropecuárias, que podem alertar sobre a venda
acima do normal de vacinas, antibióticos e
desinfetantes, que pode ser indícios de
problemas sanitários.
VIGILÂNCIA VETERINÁRIA

Um dos principais indicadores de eficiência do sistema


de vigilância veterinária é o número de atendimentos a
suspeitas, por exemplo, de doenças vesiculares
realizado pelo serviço veterinário oficial.

Sistemas de notificação:
Vigilância
Ativa – serviço veterinário oficial
Passiva – proprietários e terceiros (Educação sanitária)
Emergência Sanitária
Conjunto de ações sanitárias necessárias

Para impedir a disseminação e erradicar um foco


de uma enfermidade, no tempo mais curto
possível e com um menor custo para o país.

Essas ações deverão ser executadas por um grupo


de profissionais devidamente capacitados em
emergência sanitária
(Plano de Contingência Doença de Aujeszky –
MAPA, 2007)
VULNERABILIDADE
 
Falha ou fraqueza de procedimento, implementação, ou
controles internos de um sistema que possa ser
acidentalmente ou propositalmente explorada, resultando
em uma brecha de segurança ou violação da política de
segurança do sistema
Grau de vulnerabilidade: conjunto de normas destinadas a evitar a
introdução de agentes patogênicos.
Determinação da zona de trabalho
 FOCO: é a propriedade
com animais enfermos e
seus contatos. Isso
inclui propriedades
vizinhas ou limitrofes. Foco
 Zona Perifocal:
Zona
Estabelece 5 a 10 km de Perifocal
raio, segundo Zona de
características Alerta

geográficas, zonas Área


Controlada
agrícolas etc.
 Zona de Alerta ou
Tampão: é utilizada
como território de
segurança ou tampão,
serve para separar a Zonas de trabalho
zona livre da zona
contaminada
Zona afetada
 É a superfície geográfica que requer uma
ação sanitária para circunscrever a doença e
evitar sua difusão.
 Poderão ser consideradas dentro dela duas

zonas epidemiológicas de importância:


◦ Zona perifocal (zona infectada), onde existe
presença do agente,
◦ Zona de risco ou tampão, onde não existe presença
de vírus.
Medidas Sanitárias na Zona Afetada
 Interdição de todas as propriedades da área afetada.
 Colocar cartazes com a redação “Proibida a entrada” e “Caminho
Interditado”, ou fitas de polietileno em todos os pontos que o
veterinário oficial determine.
 O movimento de entrada e saída de pessoas e veículos estará
subordinado à autorização pela autoridade sanitária competente, a qual
os registrará numa planilha diária, em que se anotarão data e hora,
nome e sobrenome da(s) pessoa(s), veículo e matrícula, origem ou
destino, segundo corresponda, e observações.
 Determinar a proibição de saídas da propriedade de carnes, cadáveres,
rações, utensílios, leite, estrume, peles, lã, etc. salvo autorização
expressa da autoridade competente e em cumprimento da legislação
vigente.
 Lavrar o documento que declara a interdição das propriedades e dar as
instruções apropriadas para prevenir a difusão da enfermidade.
 Imobilização interna, na propriedade com a suspeita da enfermidade,
dos grupos de animais afetados, no mesmo lugar em que se encontrem.
Medidas Sanitárias na Zona Afetada
 Restringir a saída da propriedade afetada de pessoas e/ou elementos que
possam veicular o vírus a outras propriedades ou lugares com animais
suscetíveis a enfermidades vesiculares, sem a autorização correspondente.
 Ordenar que não se admitam visitas de pessoas de outras propriedades

pecuárias ou daquelas que, por seu trabalho, percorrem lugares com


animais: inseminadores, inspetores de registros genealógicos, controladores
e coletores de leite, comerciantes e outros.
 Para os estabelecimentos produtores de leite, estes deverão comunicar o

fato imediatamente à Planta Receptora (em forma oral e escrita, com


registro de constância, mês, dia e hora de tal comunicação), para que se
adotem as medidas no circuito de coleta e na planta, devendo ter presentes
as Alternativas do Plano de Contingência.
 Ao sair da propriedade afetada, regressar diretamente à base de operações,

sem deter-se a visitar qualquer lugar onde existam animais suscetíveis a


enfermidades vesiculares, não podendo visitar outros prédios até o término
de 72 horas.
 Comunicar detalhadamente ao superior imediato a novidade sanitária em

sua jurisdição. Isso não invalida a necessidade que, de acordo com a


circunstância, use seu critério profissional para atuar de acordo com as leis
do país.
Interdição
 Entende-se por interdição a ação legal que
priva o proprietário de animais, de seus
direitos de livre administração dos bens que
se encontram na zona infectada (afetada).
 A interdição implica os procedimentos de

isolamento e de quarentena.
Isolamento X Quarentena
 É a separação de animais  É a restrição da
enfermos e de seus movimentação e observação
contatos diretos, de grupos de animais
aparentemente sadios
enquanto dure o período
expostos ao risco de
de transmissibilidade, em contágio, mas que não
lugares e sob condições tiveram contato direto com
que evitem a transmissão animais infectados.
direta ou indireta do  Seu propósito é evitar a
agente infeccioso dos possível transmissão em
animais infectados a cadeia da enfermidade a
outros animais não
outros suscetíveis.
diretamente expostos.

Isolamento Quarentena
Barreiras sanitárias
 São lugares físicos (postos administrativos)
instrumentados para aplicar todas as medidas de
biossegurança que reduzem a exposição e difusão
do agente patógeno, seguindo as indicações da
administração veterinária.
 As barreiras poderão ser de contenção e de
desinfecção.
 A instalação das barreiras sanitárias será em locais
estratégicos, tanto no perímetro da área para
controlar o ingresso e a saída delas, como
internamente, para controlar o deslocamento dentro
dela.
Biossegurança
 A biossegurança trata dos procedimentos,
equipamentos e instalações que ajudam a
reduzir a exposição de indivíduos ou
ambientes a agentes biológicos
potencialmente perigosos.
Sacrifício dos animais
 Sacrifício dos animais enfermos e seus
contatos têm como objetivo circunscrever
(eliminar) , in situ, a principal fonte de vírus e
sua difusão, o que deve ser realizado no
menor tempo possível e dentro das práticas
determinadas de bem-estar animal descritas
pela OIE.
Destino das carcaças
 Todos os produtos que se obtenham dos
animais sacrificados são considerados
infectados e devem ser submetidos a
tratamentos apropriados para destruir
possíveis vírus residuais.
 EXCEÇÃO: As carnes, em particular, deverão

ser tratadas conforme o disposto pelo Código


Terrestre no Anexo 3.6.2, artículo 3.6.2.1.
(19), quando não sejam destruídas por
enterramento ou incineração.
Medidas de concentração de animais
 Na zona afetada, fica proibida qualquer
concentração de animais suscetíveis (feiras,
leilões, exposições), por determinação da
autoridade sanitária competente, por
períodos que sejam necessários.
Movimentação para abate
(despovoamento)
 Os animais vivos pertencentes a espécies
suscetíveis à doença que desencadeou a
atuação do SVO não poderão sair da zona
infectada, senão a bordo de um veículo de
transporte mecânico em condições de
biossegurança e em direção ao matadouro
indicado pela autoridade sanitária.
 Este, se possível, estará situado na zona-

tampão ou de vigilância, onde serão


imediatamente sacrificados, com medidas de
biossegurança, inspeção e coleta de amostras.
MÉTODOS DE COMBATE AS DOENÇAS

OBJETIVOS:
PREVENÇÃO: Impedir o aparecimento de casos em
uma população indene

CONTROLE: Redução do número de casos ou


oportunidade de transmissão a um nível que a doença
deixa de ser um problema econômico ou de saúde
pública.

ERRADICAÇÃO: Eliminação de todas as fontes de


infecção de um determinado agente etiológico
evitando reincidência inclusive na ausência de
medidas preventivas. Regionalização
Prevenção:
 Não permitir a introdução de um agente etiológico em
área sem ocorrência do mesmo (indene).
 Para tanto, pode-se lançar mão de animais sentinelas,
controle de aves migratórias, exames laboratoriais
periódicos, controle de trânsito ou em caso de
movimentação e aglomeração animal e notificação
compulsória de doenças específicas ou eventos
inusitados. Quarentena, imunização massiva, higiene
ambiental entre outras. A maior parte das medidas
consideradas em conjunto como: “biosseguridade” têm o
objetivo de prevenir a entrada de agentes exóticos nos
sistemas de produção.
 É fundamental a existência de sistemas de
biosseguridade na introdução de animais, na compra de
sêmem ou embriões, assim como na introdução de
componentes da alimentação.
Animais sentinelas
 Animais que tem como objetivo avaliar a
eficácia dos trabalhos de vigilância sanitária.
 Animais suscetíveis a doença, detectam a

presença da doença precocemente.


Controle
 Visa combater a enfermidade quando essa está
presente em uma população, reduzindo as
oportunidades de transmissão ou propondo
tratamentos eficazes. É aplicável a doenças
endêmicas visando reduzir seu prejuízo.
 Alguma medidas que podem ser utilizadas no
controle podem ser: desinfecção, isolamento,
interdição, vacinação estratégica, diagnóstico
e sacrifício, controle de vetores e
reservatórios; entre outras.
Erradicação
 Pode ser encarada de duas formas distintas:
◦ Extinção de um agente infeccioso de uma região;
◦ Eliminação dos casos de uma enfermidade
infecciosa.
 As medidas empregadas na erradicação são
as mesmas empregadas no controle, porém
de forma planejada e com tempo
determinado.
MEDIDAS DE COMBATE EM DOENÇAS
TRANSMISSÍVEIS
CONCEITOS IMPORTANTES
 Áquelas que são  Áquelas que serão
tomadas independentes tomadas em um foco
da ocorrência das de doença buscando
doenças no rebanho, baixar ou eliminar o
podendo ser, portanto número de casos ou
preventiva ou de minimizar os prejuízos
controle. causados.
 Exemplo: controle de  Exemplo: “rifle
roedores sanitário”

Medidas permanentes Medidas temporárias


Sacrifício e Destinação de carcaças e
insumos = “Rifle sanitário”
 Medida radical indicada apenas em:
◦ 1. Fase finais de controle de enfermidades,
◦ 2. Áreas onde a doença não existia,
◦ 3. Quando a enfermidade apresentar grave risco ao
rebanho ou
◦ 4. Risco reconhecível à população humana.

 Por ser uma medida extrema e de alto custo, a sua


utilização deve ser criteriosa e sempre que possível se
pautar por outros métodos de diagnóstico, além do clínico.
 Em caso de doença de alta infecciosidade ou exótica no
país ou região o abate pode não se restringir aos doentes e
suspeitos, mas se estender para todos os comunicantes e
animais susceptíveis da região focal e/ou perifocal.
Desinfecção
 É a aplicação de procedimentos físicos ou
químicos com objetivo de destruir os
patógenos no ambiente.
 Temos dois tipos de desinfecção:
◦ Desinfecção concorrente, quando se processa na
presença de animais.
◦ Desinfecção terminal, quando realizada após
retirada dos animais ou lote.
 A desinfecção terminal tem melhor resultado,
quando acompanhada de um vazio sanitário.
Tratamento
 Visa a recuperação do enfermo e
epidemiologicamente é uma forma de
eliminação da fonte de infecção.
 Ou seja, tem o mesmo objetivo do sacrifico.
◦ E no caso de doenças transmissíveis só é
considerada medida eficaz de controle se o
tratamento eliminar a infecção ou o estado de
portador, em tempo hábil, pois o animal tem de
deixar de ser reservatório do agente infeccioso para
garantir a eliminação do risco de transmissão.
Vacinação/Imunização
 Visa proteger os animais contra a infecção,
possui efeito epidemiológico altamente
desejável uma vez que diminui o número de
susceptíveis promovendo o esgotamento da
cadeia de transmissão e conseqüente
controle da doença.
 Deve-se lembrar que vacina não garante

imunidade a todos os animais. Há um índice


de eficácia que varia de acordo com o agente
e a formulação da vacina.
Controle de vetores
 Visa impedir a propagação da doença entre animais
susceptíveis.
 O controle de vetores não é tarefa simples, pois requer
conhecimento aprofundado sobre o vetor em questão
para poder atuar de forma eficiente no seu controle, pois
se corre o risco de medidas inadequadas acabem
promovendo a dispersão do vetor e conseqüente
dispersão da enfermidade.
 O controle do vetor passa pela eliminação de pelo menos
um dos três A’s (Água, Abrigo e Alimento), dependendo
do ponto fraco daquele vetor. Outra ressalva a ser feita é
que os vetores não se restringem aos artrópodes, como
exemplo os ratos na leptospirose, ou o morcego na raiva.
Educação sanitária
 É, hoje, considerada fundamental em qualquer ação de
prevenção, controle e erradicação. Pois, já ficou claro que
o envolvimento dos atores sociais nos processos de
combate, dependem do conhecimento e preparo para as
mudanças necessárias ao estabelecimento de programas
de combate oficiais.

 Educação sanitária é a denominação dada à prática


educativa que induz um público a adquirir hábitos que
promovam a saúde e evitem doenças, sejam dos seres
humanos, dos animais ou dos vegetais. É um dos mais
importantes elos entre os desejos e as expectativas dos
governantes ao oferecer programas de saúde eficientes.
MÉTODOS DE COMBATE AS DOENÇAS
ALGUMAS MEDIDAS DE COMBATE

 Vacinação
 Quarentena
 Isolamento (animais e áreas)
 Animais sentinelas
 Tratamento
 Diagnóstico /Sacrifício
 Controle de Vetores
 Controle de aves migratórias
 Educação sanitária
 Higiene do Meio Limpeza e Desinfecção:
Vazio sanitário
Emissão de GTA
 Para o trânsito de animais o condutor deve,
obrigatoriamente, estar de posse da GTA. O documento
pode ser emitido em escritórios dos Órgãos Estaduais de
Defesa Animal ou, para algumas espécies, por médico
veterinário habilitado pelo Ministério da Agricultura.
 Além da GTA, outros documentos sanitários podem ser

exigidos de acordo com a legislação sanitária da espécie


animal e a finalidade do transporte.
 A GTA deve ser expedida com base nos registros sobre o

estabelecimento de procedência dos animais e no


cumprimento das exigências de ordem sanitária
estabelecidas para cada espécie
Evolução Febre Aftosa Brasil
 1998 - Reconhecimento da primeira zona
livre de febre aftosa com vacinação,
constituída pelos Estados do Rio Grande do
Sul e de Santa Catarina.

 2000 - Reintrodução da febre aftosa no


Estado do Rio Grande do Sul e Santa
Catarina, com suspensão da condição
sanitária de zona livre de febre aftosa com
vacinação.
 Reconhecimento da zona livre de febre
aftosa com vacinação, constituída pelo
Estado do Paraná e Distrito Federal e por
parte dos Estados de Goiás, Mato Grosso,
Minas Gerais e São Paulo.
Evolução Febre Aftosa Brasil
 2001 - Ampliação da zona livre de
febre aftosa com vacinação, com
reconhecimento dos Estados da Bahia,
Espírito Santo, Mato Grosso do Sul,
Rio de Janeiro, Sergipe, Tocantins e
parte de Goiás, Mato Grosso, Minas
Gerais e São Paulo.

 2002 - Restituição da condição


sanitária de zona livre de febre aftosa
com vacinação para os Estados do Rio
Grande do Sul e de Santa Catarina.
Evolução Febre Aftosa Brasil
 2003 - Ampliação da zona livre de febre aftosa
com vacinação, com reconhecimento do Estado
de Rondônia.
 Maio: ampliação da zona livre de febre aftosa
com vacinação, com reconhecimento do Estado
do Acre mais dois municípios do Estado do
Amazonas.

 2005 - Outubro: reintrodução do vírus da febre


aftosa no Mato Grosso do Sul e Paraná, com
suspensão da condição sanitária de zona livre
de febre aftosa com vacinação para esses dois
Estados mais Bahia, Distrito Federal, Espírito
Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de
Janeiro, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
Evolução Febre Aftosa Brasil
 2007 - Reconhecimento do Estado de
Santa Catarina como zona livre de febre
aftosa sem vacinação e da região
centro-sul do Estado do Pará como
zona livre de febre aftosa com
vacinação.

 2008 - Maio: restituição do


reconhecimento de zona livre de febre
aftosa para os Estados da Bahia, Distrito
Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato
Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de
Janeiro, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
Evolução Febre Aftosa Brasil
 2008 - Julho: restituição do
reconhecimento de zona livre de febre
aftosa para o Estado de Mato Grosso
do Sul.
 Restabelecimento completo da área
suspensa em 2005.
Condição Sanitária Brasil – OIE 2012

Zona livre sem vacinação


Zona livre com vacinação
Zona não livre
Zona tampão de alta vigilância
Classificação de risco – 2009

 Zona livre de febre


aftosa sem vacinação
 Zona livre de febre
aftosa com vacinação
 BR-3 Risco Médio
 BR-4 Alto Risco
 BR-NC Risco não
conhecido
Região habilitada para a U.E.

Área atualmente habilitada para UE


Área não habilitada para UE
Área não habilitada para UE
Certificação da Organização Mundial
de Saúde Animal
 https://
www.sc.gov.br/noticias/temas/agricultura-e-pesca/santa-ca
tarina-parabeniza-as-novas-areas-livres-de-febre-aftosa-se
m-vacinacao-no-brasil
Obrigada!!! ;)
Controle sanitário
 O controle sanitário é importante na compra de animais e
produtos animais, que visa evitar a introdução de novos
agentes infecciosos na área de interesse.
 Algumas doenças possuem estado de portadores, ou têm

longo período de incubação, o que descarta a condição de


fazer quarentena. Dessa forma, é necessário exames
laboratoriais, que atestem a qualidade sanitária dos
animais e produtos. Porém, há ainda enfermidades que são
de difícil diagnóstico, necessitando, portanto, de
acompanhamento dos riscos a que estão expostos os
rebanhos ou regiões. Dessa forma é que é importante o
conhecimento prévio dos fornecedores e a condição
sanitária da produção, o que diminui o risco de introduzir
animais infectados ou insumos contaminados nos plantéis
ou áreas geográficas.
Proibições no Estado de S.C.
 a) ingresso de animais vacinados contra a febre aftosa, assim como de
animais, produtos, subprodutos de origem animal, produtos veterinários,
materiais ou substâncias que possam veicular o vírus da febre aftosa, não
relacionados entre as exceções contidas na presente Instrução Normativa;
 b)  aplicação, manutenção e venda de vacinas contra a febre aftosa;
 c)  manutenção de vírus da febre aftosa, vivo, exceto naquelas instituições
que possuam nas suas instalações dispositivos de biossegurança
oficialmente aprovados pelo DSA;
 d)  permanência de animais e a retirada de restos de alimentos para a
alimentação de animais em lixeiras públicas;
 e)  uso, na alimentação de suínos, de restos de comida, que contenham
proteína de origem animal, de qualquer procedência, salvo quando
submetido a tratamento térmico, que assegure a inativação do vírus da
febre aftosa; e
 f)  ingresso de produtos patológicos destinados a quaisquer fins, salvo
quando previamente autorizados pelo DSA.
Permissão de ingresso S.C.
 a) com origem em zona livre de febre aftosa com vacinação
reconhecida pelo MAPA:
 I. ovinos, caprinos e suínos não vacinados, nascidos nas
Unidades da Federação que compõem a zona livre de febre
aftosa com vacinação e oriundos de propriedades ou granjas
cadastradas pelo serviço veterinário oficial na origem, com
finalidade para abate imediato em estabelecimentos com
serviço de inspeção veterinária, transportados em veículos
com carga lacrada pelo serviço veterinário oficial do estado
de origem;
 II. ovinos, caprinos e suínos não vacinados, nascidos nas
Unidades da Federação que compõem a zona livre de febre
aftosa com vacinação e oriundos de propriedades ou granjas
cadastradas pelo serviço veterinário oficial na origem, com
finalidade para recria, engorda, reprodução ou exposição.
Permissão de ingresso S.C.
 III.carne bovina maturada e desossada, que cumpra os seguintes
requisitos:
 obtida de bovinos que tenham permanecido pelo menos nos
dois últimos anos anteriores a data de expedição de autorização
ou desde seu nascimento, no caso de animais com menos de
dois anos de idade, em UF que compõe a zona livre de febre
aftosa com vacinação;
 obtida de bovinos abatidos em matadouros submetidos à
inspeção federal, que não apresentaram sinais clínicos de febre
aftosa no momento do embarque para o abate e no exame ante
mortem, bem como não foram identificadas lesões sugestivas
de febre aftosa durante o exame post mortem; e
 submetida a processo de maturação, sob temperatura mínima
de +2oC, durante um período de, pelo menos, 24 horas após o
abate, e que o pH no centro do músculo longíssimo dorsi, em
cada metade da carcaça, não tenha alcançado valor superior a 6.
Permissão de ingresso S.C.
 IV. carne fresca com osso e miúdos in natura de ovinos,
caprinos e suídeos obtida em matadouros submetidos à
inspeção federal;
 V. sêmen ou embrião de bovinos, suídeos, ovinos e

caprinos obtidos em centrais de inseminação artificial ou


em outros estabelecimentos registrados no MAPA,
acompanhados de certificado zoossanitário
regularmente expedido;
 VI. couros e peles em bruto obtidos em estabelecimentos

de abate submetidos à inspeção veterinária;


 VII. couros e peles wet blue ou curtidos;
 VIII.cascos, chifres, pêlos e crinas;
 IX. ração animal industrializada, contendo proteína de

origem animal;
Permissão de ingresso S.C.
 X. sebo (gordura fundida);
 XI.demais produtos e subprodutos cárneos e lácteos,

industrializados ou não, que tenham sido


submetidos a tratamentos físicos ou químicos
capazes de inativar o vírus da febre aftosa; e
 XII.carnes e quaisquer produtos cárneos obtidos em

estabelecimentos habilitados para exportação pelo


Serviço de Inspeção Federal, do Departamento de
Inspeção de Produtos de Origem Animal (SIF/DIPOA),
devidamente embalados e acondicionados,
transportados em veículos com carga lacrada pelo
serviço veterinário oficial, destinados à exportação
por meio dos portos autorizados.

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