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EPIDEMIOLOGIA VETERINÁRIA
&
SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM
SAÚDE ANIMAL
CURITIBA
Janeiro de 2014
GOVERNADOR DO ESTADO DO PARANÁ
Carlos Alberto Richa
CHEFE DE GABINETE
Silmar Pires Bürer
EPIDEMIOLOGIA VETERINÁRIA
Maria do Carmo Pessôa Silva,
Simone Ferreira Couto Silva
Elaboração do Manual:
Maria do Carmo Pessôa Silva, Dra., M. Sc., Médica Veterinária.
Ficha Catalográfica:
P223e
Paraná. Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.Agência de Defesa
Agropecuária do Paraná.Epidemiologia veterinária e sistema de informação em saúde
animal. 6 ed./ Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Agência de
Defesa Agropecuária do Paraná. ; Maria do Carmo Pessôa Silva (org.). – Curitiba :
ADAPAR, 2014.35 p. : il.
CDU 619(035)
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SUMÁRIO
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1 O QUE É EPIDEMIOLOGIA VETERINÁRIA?
4
3 USOS DA EPIDEMIOLOGIA.
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BUSCA DE INFORMAÇÕES SOBRE A ECOLOGIA E A HISTÓRIA NATURAL
DA DOENÇA
Um animal que é infectado com um agente infeccioso é chamado de hospedeiro (de
forma natural ou de forma acidental) deste agente. Hospedeiros e agentes existem em
comunidades que incluem outros organismos que vivem em determinados meio-ambientes.
Assim, o agregado de todos os fatos relacionados com animais e plantas forma sua história
natural. As comunidades inter-relacionadas e seus ambientes são denominados ecossistemas. O
estudo dos ecossistemas é denominado ecologia.
Uma boa compreensão da história natural dos agentes infecciosos é possível somente
quando são estudados no contexto dos ecossistemas de seus hospedeiros. Similarmente, um
melhor conhecimento de doenças não infecciosas pode ser obtido pelo estudo dos
ecossistemas em associação com características físicas com as quais os animais afetados estão
relacionados. A estrutura geológica de um ecossistema, por exemplo, pode afetar a composição
mineral das plantas e, portanto, determinar deficiências e excessos de minerais nos animais.
O meio ambiente de um ecossistema afeta a sobrevivência de agentes infecciosos e de
seus hospedeiros. É por este motivo, que a infecção com o helminto fasciola hepática é um
sério problema em áreas com má drenagem, pois os parasitas passam parte do seu ciclo de vida
em um caramujo que necessita de um ambiente úmido.
O clima do ecossistema também é importante porque restringe a distribuição geográfica
dos agentes infecciosos que são transmitidos por artrópodes ao limitar a distribuição desses
transmissores. Por exemplo, a mosca Tsé-tsé, que transmite a tripanossomíase, está restrita às
regiões úmidas da África (Ford, 1971).
Doenças infecciosas que são transmitidas por insetos, carrapatos e outros artrópodes,
pelos quais podem ser mantidas em vida selvagem, apresentam relações ecológicas complexas,
constituindo problemas de difícil controle. Estudos epidemiológicos abrangentes dessas
doenças auxiliaram a esclarecer seus ciclos de vida e, portanto, a estabelecer os métodos
adequados para controlá-las.
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associados à sua presença, as estruturas necessárias para seu controle e compensar os custos
investidos em relação aos benefícios obtidos pelas ações do programa Essas informações são
igualmente importantes para um programa de controle de mastite instituído em uma única
propriedade, como para o estabelecimento de um programa de erradicação de brucelose em
âmbito nacional, envolvendo todas as propriedades do país. As técnicas epidemiológicas
utilizadas incluem a coleta de dados sobre a doença nas populações (monitoramento e
vigilância) para decidir qual a melhor estratégia a ser usada e se está sendo eficaz.
A vigilância também é necessária para se determinar se a ocorrência da doença está
sendo afetada por novos fatores.
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FIGURA 1- Fases dos programas sanitários e atividades relacionadas a elas, de acordo com o
tempo.
4 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
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Um sistema de vigilância pode ser composto por estratégias complementares como:
a - Mecanismos de alarme e detecção precoce (“Early Warning”)
Ex: Mortalidade > 10% de aves comerciais de corte durante todo período de alojamento.
Mortalidade > 10% de aves comerciais de corte durante o período de transporte para
o abate.
mais graves
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4.1 ATIVIDADES PARA VIGILÂNCIA – Quem Faz O Quê?
Legenda:
ULSA = Unidade Local de Sanidade Agropecuária.
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4.2 - COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES
• TIPOS DE DADOS
Os dados e informações que alimentam o Sistema de Vigilância Epidemiológica são os
seguintes:
a) Dados Demográficos e Ambientais
Permitem quantificar a população: número de animais e características de sua
distribuição, condições, climáticas, ecológicas e sistema de produção. Ex.: Densidade bovina por
área de pastagem.
b) Dados de Morbidade
Podem ser obtidos por meio de notificação de casos e surtos (vigilância passiva), de
produção de cooperativas e integrações, de clínicas, de investigação epidemiológica, de busca
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ativa (vigilância ativa) de casos, de estudos amostrais e de inquéritos, entre outras formas. Ex.:
Percentual de enfermos por faixa etária, Prevalência, Incidência.
c) Dados de Mortalidade
• FONTES DE DADOS
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a) Notificação
É a principal fonte a partir da qual, na maioria das vezes, se desencadeia o
processo informação/decisão/ação.
A lista nacional das doenças de notificação obrigatória, vigente no país está restrita a
alguns agravos e doenças de interesse sanitário e econômico para o país, relacionadas em 4
categorias pelo Sistema Nacional de Informação Zoossanitária – SIZ (BRASIL, 2013) Disponível
em: http://www.adapar.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=358
Categoria 1: doenças exóticas ou erradicadas no País, que exigem notificação imediata,
em até 24 horas do conhecimento de caso suspeito e de caso confirmado.
Categoria 2: doenças presentes no País ou em determinadas zonas ou estados do País,
que exigem notificação imediata, em até 24 horas do conhecimento de caso suspeito
Categoria 3: doenças presentes no País ou em determinadas zonas ou estados do País,
que exigem notificação imediata, dentro de 24 horas do conhecimento de caso confirmado .
Categoria 4: doenças presentes no País ou em determinadas zonas ou estados do País,
que exigem notificação mensal do conhecimento de caso confirmado por meio de diagnóstico
clínico epidemiológico ou laboratorial.
Tabela 01. Total de doenças de notificação obrigatória ao SVO, segundo espécie e lista de
classificação.
Espécie Categoria 1 Categoria 2 Categoria 3 Categoria 4 Total
Abelhas 2 2 0 4 8 6%
Aves 3 2 3 18 26 18%
Bovinos e bubalinos 3 1 3 9 16 11%
Camelídeos 1 0 0 0 1 1%
Equídeos 5 4 0 7 16 11%
Lagomorfos 1 0 1 0 2 1%
Ovinos e Caprinos 6 1 1 7 15 11%
Suínos 5 1 0 6 12 9%
Múltiplas Espécies 11 6 3 25 45 32%
37 17 11 76 141
Total
26% 12% 8% 54%
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chamado de SISTEMA DE NOTIFICAÇÃO DE ENFERMIDADES DOS ANIMAIS, disponível em :
http://celepar7.pr.gov.br/gta/ e em : http://www.adapar.pr.gov.br/
O sistema é composto por três bases de dados que captam notificações feitas pelos
médicos veterinários que têm algum tipo de relacionamento formal com os programas da
ADAPAR. Um deles, de forma específica para as enfermidades das aves, de nome Ficha
Epidemiológica Avícola Mensal – FEAM, outro para notificação dos eventos sanitários nas
demais espécies animais, chamado de Ficha Epidemiológica Mensal – FEM e Investigação
Laboratorial de Enfermidades exclusivo para notificação de enfermidades detectadas por
laboratórios de Universidades e instituições de pesquisa parceiras.
Entretanto, estados e municípios podem incluir novas patologias, desde que se defina
com clareza o motivo, o objetivo da notificação, os instrumentos e o fluxo que a informação
deve seguir, assim como as ações de controle adotadas. Entende-se que só se deve coletar
dados que tenham utilização prática, para que não se sobrecarregue os serviços de formulários
que não geram informações capazes de aperfeiçoar as atividades de saúde.
A seleção da relação de doenças tem obedecido aos seguintes critérios:
• Que estejam sujeitas ao Regulamento Sanitário Internacional;
• Que tenham potencial zoonótico;
• Que possam ser controladas por medidas regulares de prevenção e controle
(vulnerabilidade);
• Que tenham alta incidência e/ou prevalência (magnitude) e que estejam promovendo
grandes prejuízos à produção;
• Que possam ter repercussão social e econômica (transcendências).
Mesmo sendo compulsória - o que significa ser dever de todo cidadão notificar a
ocorrência de alguma suspeita de doença que esteja na relação de notificação compulsória, é
uma obrigação inerente à profissão do Médico Veterinário.
A notificação é habitualmente realizada de modo precário, pelo desconhecimento de
sua importância, descrédito nos serviços de saúde animal, falta de acompanhamento e
supervisão da rede de serviços, pela falta de retomo dos dados coletados e das ações que foram
geradas pela análise. Neste sentido, é fundamental que trabalhos de sensibilização dos
profissionais e das comunidades sejam sistematicamente realizados visando melhorar a
quantidade e a qualidade dos dados obtidos. Desta forma se fortalece e amplia a rede de
notificação, pois idealmente, o sistema deve cobrir toda a população. Assim sendo, se incluem
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todas as unidades de saúde animal, os profissionais de saúde pública e a população geral na
rede de notificação (pública, privada e filantrópica).
Aspectos que devem ser considerados na notificação:
• Notificar a simples suspeita da doença. Não se deve aguardar a confirmação dos casos
para se efetuar a notificação, pois isto pode significar perda da oportunidade de adoção
das medidas de prevenção e controle indicadas especialmente as enfermidades exóticas
e as em erradicação.
• A notificação tem que ser sigilosa, só podendo ser divulgada fora do âmbito médico
sanitário em caso de risco para a comunidade, respeitando-se o direito de anonimato
dos cidadãos.
• O envio dos instrumentos de coleta de notificação deve ser feito mesmo na ausência de
casos, configurando-se o que se denomina Notificação Negativa, que funciona como um
indicador de eficiência do sistema de informações;
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b) Laboratórios
O engajamento dos laboratórios públicos e privados no sistema deve ser estimulado e
organizado, pois muitas vezes por meio deles se diagnosticam enfermidades que não foram
detectadas pelo sistema formal de notificação.
No Paraná, o laboratório oficial do SVO é o Centro de Diagnósticos Marcos Enrietti -
CDME, que envia informações diárias de todos os exames feitos no dia anterior. Faz parte
também do sistema de vigilância da Raiva, o laboratório Central da Secretaria da Saúde - LACEN,
que semanalmente informa por fax e ofício os casos de Raiva diagnosticados por eles. Outros
laboratórios de Diagnóstico de Enfermidades Animais de Instituições de Ensino e Pesquisa do
Paraná, também são informantes no Sistema de Investigação Laboratorial de Enfermidades,
exclusivo para este fim e que está disponível em: http://celepar7.pr.gov.br/gta/
c) Declarações De Mortalidade
São fontes complementares do sistema de informação, pois quando o sistema de
notificação falha, muitas vezes, o caso é conhecido por meio dessa fonte.
Estes dados devem ser observados a acompanhados sistematicamente pelas ULSAs nas
propriedades de produção animal.
d) Mapas De Abate
Registros de condenações de carcaças e achados de inspeção podem ser fontes de
informação de ocorrência "inaparente" de enfermidades no campo.
Devem ser recolhidos mensalmente de todos os estabelecimentos de abate localizados
na jurisdição da ULSA de forma que sejam observadas e informadas às ULSAs de origem das
carcaças com condenações compatíveis com enfermidades sob programa da GSA. Assim sendo,
a ULSA de origem dos animais, deve fazer INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA na propriedade de
onde saíram os animais com carcaças condenadas, buscando novos casos ou explicação para as
condenações e orientação para solução dos problemas sanitários encontrados.
e) Investigação Epidemiológica
Procedimento que não só complementa as informações da notificação sobre a fonte de
infecção e mecanismos de transmissão, como também pode possibilitar a descoberta de novos
casos que não foram notificados.
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Deve sempre ser feita pelo Médico Veterinário da ULSA que atende o município da
propriedade investigada.
No Brasil, os serviços oficiais de saúde animal, utilizam como instrumento guia e de
registro dos dados da investigação epidemiológica os formulários de campo os Formulários
para Atendimento às Suspeitas ou Focos de Doenças Animais ou Formulários de
Investigação Epidemiológica, disponíveis na área restrita da página da ADAPAR na”web”,
em:
http://www.adapar.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=370
f) Estudos Epidemiológicos
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f) Estudos Epidemiológicos
Várias são as fontes que podem fornecer dados, quando se deseja analisar a ocorrência
de um fenômeno sob o ponto de vista epidemiológico. Os registros de dados e as investigações
epidemiológicas constituem fontes regulares de coleta. No entanto, sempre que as condições
exigirem, deve-se recorrer diretamente à população ou aos serviços em determinado momento
ou período, para obter dados adicionais ou mais representativos. Esses dados podem ser
obtidos por meio de inquérito, investigação ou levantamento epidemiológico. Sempre
orientados e elaborados pela Epidemiologia Veterinária e geralmente administrados pelo
Coordenador de Programa correspondente á enfermidade pesquisada e, executado pela ULSA.
• Inquéritos Epidemiológicos
O inquérito epidemiológico é um estudo seccional, geralmente do tipo amostral
levado a efeito quando as informações existentes são inadequadas ou insuficientes, em
virtude de diversos fatores, dentre os quais podem-se destacar: notificação imprópria ou
deficiente; mudança no comportamento epidemiológico de uma determinada doença;
dificuldade em se avaliar coberturas vacinais ou eficácia de vacinas, necessidade de se
avaliar as medidas de controle de um programa; identificação de fatores de risco
relacionados à presença de determinada enfermidade descoberta de doenças inusitadas,
investigação do nível de prevalência de uma enfermidade, ou até para provar a ausência
de uma doença.
• Levantamento Epidemiológico
É um estudo realizado com base nos dados existentes nos registros dos serviços
de saúde animal ou de outras instituições. Não é um estudo amostral e destina-se a
coletar dados para complementar informação já existente. A recuperação de séries
históricas, para análise de tendências e a busca ativa de casos, para aferir a eficiência do
sistema de notificação, são exemplos de levantamentos epidemiológicos.
g) Imprensa e população
Muitas vezes, informações oriundas da população e da imprensa são fontes eficientes de
dados, devendo ser sempre consideradas, desde que se proceda a investigação pertinente, para
confirmação ou descarte de casos. Quando a vigilância de uma área não está organizada ou é
ineficiente, o primeiro alerta da ocorrência de um agravo, principalmente quando se trata de
uma epidemia, pode ser a imprensa ou a comunidade. Uma boa fonte de informação são as
casas agropecuárias, que podem alertar sobre a venda acima do normal de vacinas, antibióticos
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e desinfetantes, que pode ser indícios de problemas sanitários. A organização de boletins que
contenham informações oriundas de jornais e de outros meios de comunicação e seu envio aos
dirigentes com poder de decisão é um grande auxiliar na vigilância epidemiológica, no sentido
de que se defina o aporte de recursos necessários à investigação e controle dos eventos
sanitários.
h) Avaliação da produção
Ao se visitar uma propriedade em que esteja sendo feita investigação epidemiológica, é
importante fazer análise criteriosa dos registros dos rebanhos (fichas, arquivos de computador)
observando os indicadores de produção e de morbimortalidade para que sejam detectados
precocemente, eventuais agravos que estejam ocorrendo de forma inaparente. Muitas vezes
imperceptíveis aos olhos do tratador ou do criador e, somente quando tomamos nota e com-
paramos valores médios de produção, de mortalidade, de conversão alimentar entre outros, é
que detectamos possíveis enfermidades que possam estar impactando a produção.
5 DIAGNÓSTICO DE CASOS
A confiabilidade do sistema de notificação depende, em grande parte da capacidade dos
serviços locais de saúde; que são responsáveis pelo atendimento dos casos; diagnosticarem,
corretamente as doenças. Para isso, os profissionais deverão estar tecnicamente capacitados e
dispor de recursos complementares para a confirmação da suspeita clínica. Diagnósticos
(laboratorial e epidemiológico) e orientações feitas correta e oportunamente asseguram a
credibilidade dos serviços junto à população, contribuindo para a eficiência do sistema de
vigilância.
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adequadas. É utilizada na ocorrência de casos isolados e também em epidemias. Seu
principal objetivo é orientar medidas de controle para impedir a ocorrência de novos casos.
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b) Andamento da investigação
Início - a finalidade da investigação é a adoção de medidas de controle em tempo
hábil.
Nesse sentido, faz -se necessário que seja iniciada imediatamente após a
ocorrência do evento, ou pelo menos, logo após a notificação do mesmo, visando obedecer ao
período de tempo tecnicamente adequado, para que as medidas profiláticas sejam adotadas
em tempo hábil e oportuno.
Entrevista - Em geral, as ULSAs dispõem de formulários específicos para
investigação das doenças incluídas no sistema de vigilância, denominados Formulário de
Investigação de Doenças , Ficha Epidemiológica Mensal (F.E.M.), Ficha Epidemiológica Avícola
Mensal (F.E.A.M.), relatório do SIVCONT e Livro para Registro de Suspeitas de Enfermidades de
Notificação Obrigatória à OIE.
Estes formulários são importantes por facilitar a organização e a consolidação dos
dados e devem ser preenchidos cuidadosamente registrando-se todas as informações
indicadas, para permitir a análise e a comparação de dados. O investigador poderá acrescentar
novos itens que considere relevantes para a investigação. Um espaço para observações deve ser
sempre reservado, visando a anotação de informações que possam ajudar o processo de
investigação e que não constam no formulário e também que não foram pré-definidas pelo
investigador. Os dados para preenchimento desses formulários são coletados a partir de
informações obtidas pelo médico Veterinário Oficial e/ou profissionais liberais, de resultados de
exames laboratoriais, de perguntas dirigidas ao próprio produtor ou familiares e dependendo
de agravo, de indivíduos da comunidade.
Em virtude da diversidade das características clínico-epidemiológicas, os
formulários de investigação devem ser específicos para cada tipo de doença ou agravo FORM-
SV, FORM-SH, FORM-SN, FORM-SRN, FORM-AIE, FORM-MORMO e FORM-EQUI. O detalhamento
das informações previstas depende do estágio do programa de controle. Por isso, deve ser
sempre atualizado, garantindo a base de dados para o acompanhamento das tendências.
O laboratório é um meio importante de apoio para a conclusão diagnóstica.
Entretanto, em muitas situações não se faz necessário aguardar resultados laboratoriais para se
iniciar as medidas de controle, que podem ser adotadas com base nas suspeitas, confirmadas ou
não pelos resultados dos exames. É fundamental se observar rigorosamente as normas técnicas
para colheita e transporte de material, para que não sejam perdidas amostras colhidas e nem as
oportunidades diagnósticas. Neste casos de colheita de amostras usar sempre o FORM-LAB.
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c) Busca ativa de casos
Quando se suspeita que outros casos possam ter ocorrido sem conhecimento
dos serviços de saúde e da vigilância epidemiológica, a busca ativa de casos torna-se necessária,
visando o conhecimento da magnitude do evento, o tratamento adequado dos acometidos e a
ampliação do espectro das medidas de controle. Esta busca; parte integrante da investigação de
casos; será realizada no espaço geográfico em que se suspeite a existência de fonte ativa de
contágio. Assim, a busca pode ser restrita a uma propriedade como pode ultrapassar barreiras
geográficas de municípios, estados ou países, de acordo com circuitos pecuários ou veículos de
transmissão. Quando isso ocorrer, as equipes das outras áreas devem ser acionadas para
viabilizar a troca das informações que comporão as anotações da investigação e serão usadas
para a análise do evento.
d) Busca de pistas
Para estabelecer a origem da transmissão e conseqüentemente a definição do
caso, faz-se necessário articular as informações correlacionadas e ter certeza de que as mesmas
são suficientes. A partir daí, se passa para o que se chama de "busca de pistas". Cabe ao
investigador optar por aquelas pistas que sejam produtivas para a definição do caso. Algumas
informações passam, então a ser mais relevantes como:
. Período de incubação;
. Presença de outros casos na localidade, por meio de visita ao perifoco;
. Existência ou não de vetores ligados à transmissibilidade da doença;
. Grupo etário mais atingido;
. Fonte de contágio comum (água, alimentação);
. Modos de transmissão (respiratória ou contato direto);
. Época em que ocorre (estação).
A avaliação destas variáveis e de outras, em seu conjunto, fornecerá as pistas
para a identificação de problema e a tomada de medidas necessárias ao seu controle.
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7 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DE DADOS
Os dados colhidos são consolidados (ordenados) de acordo com as características do
sistema produtivo (lugar e tempo), em tabelas, gráficos, mapas da área em estudo, fluxo de
animais e outros. Essa disposição fornecerá uma visão global do evento, permitido a avaliação
de acordo com as variáveis; tempo, espaço e indivíduos (Quando? Onde? Quem?) e de
associação causal (Por que? Como?) e devendo ser comparado com períodos semelhantes de
anos anteriores.
É importante lembrar que além das freqüências absolutas, o cálculo de indicadores
epidemiológicos (Incidência, Prevalência, Taxa de natalidade e mortalidade) deve ser realizado
para efeito de comparação entre populações de tamanhos diferentes.
A partir do processamento dos dados, deverá se realizada análise criteriosa dos
mesmos, em maior ou menor complexidade, dependendo dos dados disponíveis e da formação
profissional da equipe, transformando-os em INFORMAÇÃO capaz de orientar a adoção das
medidas de controle. Quando mais oportuna for a análise, mais eficiente será o sistema de
vigilância epidemiológica.
8 DECISÃO/AÇÃO
Todo o sistema de vigilância é montado com o objetivo de entender a ocorrência
da determinada enfermidade e planejar seu controle, eliminação/erradicação de doenças
visando impedir novos óbitos e perdas econômicas (diminuição do impacto da doença). Ou seja,
a vigilância epidemiológica só tem sua razão de ser se for capaz de servir para adoção de
medidas que impactem as doenças, no sentido da redução da morbimortalidade. Desta forma,
após a análise dos dados, deverão ser definidas imediatamente as medidas de prevenção e
controle mais pertinentes à situação. Isso deve ocorrer no nível mais próximo da ocorrência do
problema, para que a intervenção seja mais oportuna e conseqüentemente mais eficaz
(Notificação e ação imediata contra a enfermidade).
9 NORMATIZAÇÃO
Para que um sistema de vigilância epidemiológica funcione com eficiência e eficácia, faz-
se necessário que se estabeleçam normas técnicas capazes de uniformizar procedimentos e
viabilizar a compatibilidade de dados e informações. Estas normas têm que ser claras e
repassadas para os diversos níveis do sistema, por meio de manuais, cursos, etc.
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A elaboração de normas é atribuição dos três níveis do Sistema: Federal, Estadual e
Municipal, de acordo com a relação de doenças e agravos que foi estabelecida. As normas sobre
as doenças e agravos de interesse epidemiológico no país têm que estar compatibilizadas em
todos os níveis do sistema de vigilância, para possibilitar a realização de análises e de avaliações
coerentes, qualitativa e quantitativamente. Nesse sentido, as orientações técnicas e
operacionais emanadas dos órgãos centrais do sistema, devem ser consideradas e adaptadas à
realidade de cada área. Da mesma forma, se procede com as doenças e agravos de interesse
Estadual. Aquelas patologias de notificação compulsória exclusiva no âmbito municipal, também
devem ter seus conteúdos de ações normatizados, neste nível do sistema.
As normas elaboradas pelo Serviço Veterinário Oficial do estado do Paraná em relação à
notificação de enfermidades são:
• RESOLUÇÃO 278 de 23/02/2009 que define a Ficha Epidemiológica como
formulário oficial para notificação de enfermidades que acometem os animais
de produção do estado do Paraná. Disponível em:
http://www.adapar.pr.gov.br/arquivos/File/GSA/EPIDEMIOLOGIA/RESOLUCA
O_DIGITAL_278_23_12_2009.pdf
10 RETROALIMENTAÇÃO DO SISTEMA
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imediatamente anterior (de domingo a sábado), que descreve as ocorrências sanitárias
notificadas à ADAPAR no respectivo período.
Notas Técnicas emitidas pelo MAPA/SDA/DSA e da ADAPAR/GSA, sobre eventuais
emergências sanitária também são formas de comunicação de retorno sobre os eventos
sanitários emergenciais.
Ainda em nível estadual, a ADAPAR disponibiliza informes mensais relativos às
enfermidades listadas na categoria 4 das enfermidades de notificação obrigatória, as
endêmicas, por meio da: FICHA EPIDEMIOLÓGICA MENSAL*, FICHA EPIDEMIOLÓGICA AVÍCOLA
MENSAL e INFORME MENSAL DA RAIVA em:
http://www.adapar.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=94
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11 SISTEMA DE INFORMAÇÃO ZOOSANITÁRIA – SIZ
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pelo fornecimento dos dados primários e informações locais (Decreto 5.741, de 30 de março de
2006).
O Sistema de Informações em Sanidade Animal da ADAPAR, gerenciado pela
Epidemiologia Veterinária, tem como propósito conhecer os riscos de ocorrência de
enfermidades, no espaço e no tempo, prever áreas e momentos de riscos, permitindo
estabelecer medidas ao tempo em que conhecemos a realidade sanitária, analisando de forma
rotineira o comportamento de determinada enfermidade no contexto dos diferentes fatores
que incidem sobre a sua apresentação e possibilitem ações preventivas, de controle ou
erradicação.
Uma das formas de apresentação dos dados obtidos pelas atividades de vigilância
epidemiológica é a de Mapas Nosográficos (apresentam a distribuição espacial no território
nacional, das principais enfermidades que acometem os rebanhos). Os mecanismos de operação
estão baseados em metodologia que subdivide o mapa dos Estados Federativos e do País em
coordenadas geográficas, denominados quadrantes, que podem ser:
• Federais (variando na coluna/vertical do mapa, entre 111 e 127, na linha/horizontal
do mapa, entre 081 e 107).
• Estaduais (variando na coluna/vertical do mapa, entre 001 a 190, na linha/horizontal
do mapa, entre 001 a 270).
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Todas as ULSAs possuem, um Mapa Nosográfico das Principais Doenças dos Rebanhos
do Paraná. Esse mapa é de uso exclusivo para localização das doenças sob programa da DSA.
Ele deve ser fixado em uma parede que seja de fácil visualização e acesso aos produtores
e interessados.
De outro lado os Estados, nos seus Serviços Veterinários, contam com Unidades Centrais
Estaduais (Epidemiologia Veterinária no caso do Paraná) que tabulam, consolidam, avaliam e
elaboram relatórios mensais ou anuais, emitem relatórios e recomendações a nível estadual
chegando as ULSAs como retroalimentação. As Unidades da Federação contam com uma
cobertura laboratorial e em alguns estados, como o Paraná, com laboratórios locais (CDME).
Para as enfermidades vesiculares, o Brasil conta ainda com o laboratório de Referência para as
Américas no Centro Pan-americano de Febre Aftosa no Rio de Janeiro, algumas Universidades e
Instituições de pesquisa credenciadas como laboratórios de referência para doenças das aves e
Resíduos Biológicos. Este sistema de laboratórios está inserido no Sistema de Informação, como
membro ativo do mesmo.
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Nos Estados, a Epidemiologia, transmite para o Serviço de Informação e Comunicação
Zoossanitária da Divisão de Epidemiologia do Departamento de Defesa Animal em Brasília,
informes semanais e mensais dentro dos critérios mencionados no fluxo de comunicação entre
as Unidades Veterinárias Locais e a Unidade Central Estadual.
No serviço de Informação e Comunicação Zoosanitária em Brasília, as informações
recebidas são consolidadas, tabuladas e analisadas, mediante o uso da informática, formando
bancos de dados e encaminhados aos emitentes dos Estados para retroalimentação, informes
semanais e mensais, os primeiros por meio de mapas Nacionais subdivididos em quadrantes e
os mensais contendo tabulações e mapas descritivos.
Considerando que todos estejam engajados no Sistema de Informação Continental-
SiVCont, Brasília envia as informações acima descritas e nos períodos assinalados ao Centro
Panamericano de Febre Aftosa, no Rio de Janeiro, os relatórios semanais por correio eletrônico
e os mensais por correio.
Os informes emitidos acima descritos são endereçados a todos a Estados, a Instituições
Internacionais pertinentes, a países específicos sob convênio, ao Ministério das Relações
Exteriores - ITAMARATI e a União Européia (Figura 5).
O Sistema de Informação dá amplo conhecimento, do banco disponível de dados,
mediante arquivos eletrônicos ou impressos aos Gerentes de Programas que respondem pelas
áreas normativas e operacionais.
Em alguns Estados e em algumas de suas Unidades Veterinárias Locais o cadastramento,
o registro zoosanitário, a captação da informação e tomada de decisão é realizada
eletronicamente, mediante sistema informatizado ou mediante correio eletrônico, no caso do
Paraná por meio do epidemio@adapar.pr.gov.br, e do http://celepar7.pr.gov.br/gta/
Em outros Estados, existem sistemas informatizados com programas utilizados a nível
central em Brasília e outros com o uso de planilhas eletrônicas.
Atualmente a informação de campo de à Unidade Central Estadual e desta, para Brasília
é feita por correio eletrônico.
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FIGURA 5. Esquema do Sistema de Informação em Saúde Animal.
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13 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
FORD, J. (1971). The Role of the Trypanosomiase in African Ecology: A study of the Tse-tse Fly
Problem, Clarendon Press, Oxford.
MONTGOMERY, R. D., STEIN, G., STOTTS, V.D. and SETTLE, F.H. (1979) The 1978 epornitic of
avian cholera on the Chesapeake Bay. Avian Diseases, 23, 966-978.
SCHWABE, C. W. (1984) Veterinary Medicine and Human Health, 3rd edn. Williams and Wilkins,
Baltimore and London.
WILESMITH, J. W., WELLS, G.A.H., GRANWELL, M.P. and RYAN, J.B.M. (1988) Bovine
spongiform encephalopathy; epidemiological studies. Veterinary Record. 123, 638-644.
34
42