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Desde o início da epizootia de EEB no Reino Unido em 1986, o Brasil vem adotando medidas
sanitárias para prevenir a ocorrência da doença no país. A proibição da alimentação de
ruminantes com quaisquer alimentos contendo proteínas de origem animal (feed-ban) ocorre
desde 1996 e a notificação obrigatória da EEB e de outras doenças neurológicas progressivas
em ruminantes, desde 1997.
Este subprograma visa a redução de risco de eventual ingresso do agente da EEB na cadeia
abate/alimentação, mediante:
Este subprograma visa prevenir a contaminação de alimentos destinados aos ruminantes com
produtos de origem animal proibidos (feed ban), principalmente em regiões com risco de
circulação e contaminação com Farinha de Carne e Ossos (acidental ou intencionalmente) ou
com produção de bovinos em sistema intensivo ou semi-intensivo.
São realizadas fiscalizações e a conscientização dos produtores rurais quanto à adoção de boas
práticas de alimentação dos ruminantes, com o fim de evitar o fornecimento de subprodutos
de origem animal proibidos e a contaminação cruzada dos alimentos na propriedade rural.
Este subprograma visa consolidar os dados relativos aos subprogramas que compõem o PNEEB,
acompanhar a execução e avaliação da aplicação dos procedimentos estabelecidos para cada
subprograma nas UF, elaborar metas e indicadores, bem como estabelecer critérios para
identificação de áreas de risco para EEB e estratégias para aprimoramento das ações.
• Doença de Creutzfeldt-Jakob (CJD): acomete humanos, na maioria das vezes pessoas idosas
(média de 65 anos de idade), tem distribuição mundial e com incidência de cerca de um caso
por milhão de pessoas.
AGENTE
O príon é derivado de uma proteína normal da membrana celular encontrada na maioria das
células do hospedeiro, mas com predominância no SNC. Essa proteína normal sofre uma
alteração da conformação espacial, se torna infecciosa e se replica nas células do SNC,
causando a doença.
O agente da EEB possui três tipificações conforme o peso molecular: o príon de peso molecular
considerado padrão, sendo o causador da EEB clássica (tipo C); o príon de peso molecular alto,
causador da EEB atípica tipo H (high) e o príon de peso molecular baixo, causador da EEB
atípica tipo L (low).
Situação epidemiológica
Doença ausente no país (última ocorrência: maio de 2019 - caso atípico do tipo H - MT)
Lesões post-mortem: não há lesões macroscópicas, exceto sinais de perda muscular em fases
mais avançadas. Lesões histopatológicas estão restritas ao SNC. Lesões simétricas, em geral,
bilaterais, com alterações espongiformes não inflamatórias. Uma característica da doença em
bovinos é a vacuolização neuronal e astrocitose (graus variáveis).
VIGILÂNCIA
Objetivos da vigilância:
· Prevenção da introdução
· Detecção precoce e eliminação de casos para evitar entrada do agente na cadeia alimentar
TRANSMISSÃO
EEB clássica: transmissão direta, via oral, por ingestão de subprodutos de origem de
ruminantes (principalmente farinha de carne e ossos) contaminados com o príon.
Período de Incubação: forma clássica: pelo menos 2 anos, podendo chegar a 10 anos. Forma
atípica: indeterminado.
CRITÉRIO DE NOTIFICAÇÃO
Notificação imediata ao SVO de qualquer caso suspeito (Categoria 2 da IN nº 50/2013).
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Os sinais clínicos neurológicos compatíveis podem ser apresentados por várias doenças, como
raiva, infecção por herpesvírus, encefalites, doença de Aujeszky, febre catarral maligna ou
agravos não infecciosos como hipocalcemia, intoxicações, tumores, traumatismos,
poliencefalomalácia, entre outros.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Não há método de detecção da infecção em animais vivos. O diagnóstico confirmatório é
baseado na demonstração da proteína e alterações histopatológicas no sistema nervoso central
de animais suspeitos. Os testes usados atualmente para detecção do PrPsc são:
LABORATÓRIO RECOMENDADO
O diagnóstico de EEB deve ser em laboratório oficial de referência e a amostra deverá ser
enviada obrigatoriamente para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Pernambuco
(LFDA-PE).
Figura 1 – Partes anatômicas para teste EET (Tronco encefálico na íntegra, com óbex e
fragmento do cerebelo)
DEFINIÇÃO DE CASO
Caso Suspeito de EEB : Animal susceptível que se enquadra em uma das categorias de
vigilância, exigindo diagnóstico laboratorial de EEB:
Caso Provável de EEB: Caso suspeito com resultado laboratorial diferente de negativo no teste
de triagem ELISA.
Caso Confirmado de EEB: Caso provável com resultado positivo nos testes confirmatórios de
Imunohistoquímica ou Western Blot.
· Caso Confirmado de EEB Clássica: caso confirmado cujo teste WB identificou o príon PrPsc do
Tipo C.
· Caso Confirmado de EEB Atípica: caso confirmado cujo teste WB identificou o príon PrPsc do
Tipo L ou H.
Suspeita Descartada/Caso Descartado: caso suspeito ou provável que não atendeu aos critérios
de confirmação (negativo nos testes confirmatórios).
A EEB clássica nunca foi registrada no Brasil. Contudo, já foram registrados 6 casos de EEB
atípica (tipo H) no país, as quais não interferem no status de risco para EEB junto à Organização
Mundial de Saúde Animal - OMSA, por terem ocorrência espontânea. Assim, o Brasil mantém o
reconhecimento pela OMSA como país de risco insignificante para a doença desde 2012.
O MAPA tem legislação específica (Instrução normativa MAPA 49, DE 15/09/2008), que em seu
artigo 3º proíbe a importação de ruminantes, seus produtos e subprodutos destinados a
quaisquer fins, de produtos de uso veterinário que contenham em sua composição insumos
oriundos de ruminantes e de produtos e ingredientes de origem animal destinados à
alimentação de animais, quando originários ou procedentes de países classificados na
categoria III. Por outro lado o Artigo 5º apresenta exceções à proibição, podendo ser
importados os seguintes produtos dos países de categoria III desde que atendidos os requisitos
sanitários: leite e produtos lácteos; sêmen e embriões de bovinos produzidos conforme
recomendado pela Sociedade Internacional de Transferência de Embriões; sebo desproteinado
(com impurezas insolúveis correspondendo, no máximo, a 0,15% do peso) e produtos
derivados do mesmo; farinha de ossos calcinados (sem proteínas ou gorduras); couros e peles;
gelatina e colágeno processados de acordo com o Código Sanitário para os Animais Terrestres
da OIE.
Essas exceções ocorrem porque a OMSA, em seu Código Terrestre, cita que:
Mercadorias seguras
- leite e derivados;
- sêmen e embriões bovinos derivados in vivo coletados e manuseados de acordo com os
capítulos relevantes do Código Terrestre;
- couros e peles;
- gelatina e colágeno;
- sebo com teor máximo de impurezas insolúveis de 0,15% em peso e derivados deste sebo;
- sangue fetal.
III - manter um sistema de vigilância para detecção de animais infectados por encefalopatias
espongiformes transmissíveis - EET.
d) estabelecimento de critérios para identificação de áreas de risco para EEB, assim como as
estratégias para aprimoramento de atuação da competente instância do Sistema Unificado de
Atenção à Sanidade Agropecuária, conforme os riscos identificados.
§ 2º Os órgãos do MAPA citados no caput deste artigo deverão enviar informações e dados
relativos as suas atividades, sempre que solicitados pela coordenação do PNEEB.
Art. 7° Os bovinos importados de que trata a alínea "b" do inciso I do art. 3º desta Instrução
Normativa deverão ser inseridos em banco de dados, atendendo requisitos e exigências de
controle, restrição de movimentação e de destinação, estabelecidos pelo Departamento de
Saúde Animal (DSA).
Parágrafo único. Os bovinos importados de país não considerado pelo MAPA como de risco
para EEB não serão alvo de controle oficial e estarão sujeitos a todos os procedimentos de
monitoramento aplicados por certificadora privada, se for o caso.
Art. 9° Fica revogado o Capítulo VIII da Instrução Normativa n° 17, de 13 de julho de 2006.
Art. 2º Fica também proibida a produção, a comercialização e a utilização de produtos para uso
veterinário, destinados a ruminantes, que contenham em sua formulação insumos oriundos de
ruminantes.
III - possua e aplique procedimentos validados para o controle de contaminação cruzada entre
os produtos destinados à alimentação de ruminantes e os produtos que contenham
ingredientes de origem animal em sua formulação, desde o recebimento até a sua expedição e
transporte; e
IV - ter programa de monitoramento por meio de análise de laboratório de, no mínimo, 10%
(dez por cento) dos lotes produzidos dos produtos para alimentação de ruminantes e tenha as
medidas corretivas descritas no caso de ocorrência de contaminação por ingrediente de origem
animal.
Parágrafo único. Excluem-se da proibição prevista neste artigo, os estabelecimentos que não
utilizam na composição de seus produtos, ingredientes (proteínas e gorduras) de origem
animal ou qualquer produto que os contenham, proibidos para uso na alimentação de
ruminantes, definidos em legislação específica.