Você está na página 1de 43

PROGRAMA NACIONAL DE SANIDADE AVÍCOLA

PNSA
• A Avicultura brasileira se traduziu em uma atividade de grande
sucesso ao longo dos últimos anos, com imensa importância sócio
econômica ao país. A utilização de sistemas de planejamento,
associados a novas tecnologias, reflete-se no extraordinário
crescimento desta atividade no Brasil, tornando-o o maior exportador
de carne de frango do mundo, assim como o terceiro maior produtor
mundial.
DIRETRIZES DO PROGRAMA

• O Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) é atualmente


coordenado pela Divisão de Sanidade das Aves e foi instituído no
âmbito da Secretaria de Defesa Agropecuária pela Portaria nº 193, de
19 de setembro de 1994.
OBJETIVOS DO PROGRAMA
• Prevenir e controlar as enfermidades de interesse em avicultura e
saúde pública

• Definir ações que possibilitem a certificação sanitária do plantel


avícola nacional

• Favorecer a elaboração de produtos avícolas saudáveis para o


mercado interno e externo
• O PNSA apresenta constante evolução, buscando em consonância
com o Código Sanitário para Animais Terrestres, da Organização
Mundial de Saúde Animal (OMSA), e em harmonia com o setor
produtivo, estabelecer as medidas de prevenção, controle e vigilância
das principais doenças avícolas de impacto tanto em saúde pública
como em saúde animal.
BIOSSEGURIDADE
• Biosseguridade em avicultura constitui-se na adoção de um conjunto
de medidas e procedimentos operacionais que visam prevenir,
controlar e limitar a exposição das aves contidas em um sistema
produtivo a agentes causadores de doenças.

• Ao implementar e manter boas práticas de produção baseadas em


biosseguridade, o produtor minimiza o risco de introdução e
disseminação de doenças em sua granja.
BIOSSEGURIDADE
• Nesse sentido, o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) define, por
meio da Instrução Normativa nº 56, de 4 de dezembro de 2007, os
procedimentos para o registro, a fiscalização e o controle sanitário dos
Estabelecimentos Avícolas de Reprodução, Comerciais e de Ensino ou
Pesquisa.
• O registro destes estabelecimentos avícolas no Serviço Veterinário Oficial
(SVO) é obrigatório:
• Os estabelecimentos avícolas de reprodução devem ser registrados no
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)
• Os estabelecimentos avícolas comerciais e de ensino ou pesquisa devem
ser registrados nos Órgãos Estaduais de Defesa Sanitária Animal
As principais doenças de controle oficial pelo
PNSA são:
INFLUENZA AVIÁRIA (IA)
• Doença de notificação obrigatória à Organização Mundial de Saúde
Animal (OMSA), a influenza aviária é uma doença viral altamente
contagiosa que afeta várias espécies de aves domésticas e silvestres e,
ocasionalmente, mamíferos como ratos, gatos, cães, cavalos, suínos,
bem como o homem.
INFLUENZA AVIÁRIA (IA)
• Apesar de ser exótica em território nacional, ou seja, nunca detectada
no Brasil, a influenza aviária é uma doença de distribuição mundial,
com ciclos pandêmicos ao longo dos anos, e com graves
consequências ao comércio internacional de produtos avícolas.
• Os vírus de influenza tipo A apresentam alta capacidade de mutação
(drift e shift antigênico) e consequentemente de adaptação a novos
hospedeiros. A adaptação dos vírus de influenza aviária ao homem já
foi responsável por uma alta taxa de letalidade, e a possibilidade de
transmissão desses vírus entre os seres humanos pode representar
um alto risco para a população mundial.
INFLUENZA AVIÁRIA (IA)
Principais fatores que contribuem para a transmissão
INFLUENZA AVIÁRIA (IA)
• Portanto, aplicar medidas de biosseguridade nos estabelecimentos
avícolas visando limitar a exposição de aves domésticas a aves
silvestres, principalmente migratórias e/ou aquáticas, é a principal
medida de mitigação de risco para introdução do vírus da influenza
aviária no plantel avícola nacional, e consequentemente, para
diminuir o risco de evolução do vírus para formas altamente
patogênicas e recombinação com componentes de outros vírus de
influenza para formar vírus que podem não apenas infectar seres
humanos, como ser transmitidos entre seres humanos.
INFLUENZA AVIÁRIA (IA)
• Vigilância epidemiológica
• O Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) além de estabelecer
os critérios mínimos de biosseguridade a serem aplicados pelos
estabelecimentos avícolas para o registro destes junto ao Serviço
Veterinário Oficial (SVO), também determina os procedimentos
específicos de prevenção e vigilância epidemiológica para IA,
conforme o Plano de Vigilância de Influenza Aviária e doença de
Newcastle
INFLUENZA AVIÁRIA (IA)
• A Vigilância epidemiológica tem 3 objetivos definidos:
• Objetivo 1: detecção precoce de casos IA e DNC nas populações de
aves domésticas e silvestres
• Objetivo 2: demonstração de ausência de IA e DNC na avicultura
industrial de acordo com as diretrizes internacionais de vigilância para
fins de comércio.
• Objetivo 3: monitorar a ocorrência de cepas virais da IA para subsidiar
estratégias de saúde pública e saúde animal.
Doença de Newcastle (DNC)

• Segundo o Código Sanitário para os Animais Terrestres – OMSA,


trata-se de uma infecção em aves domésticas causada pelo vírus da
doença de Newcastle, que é um paramixovírus aviário do sorotipo 1
(APMV-1) que reúna determinados critérios de virulência de índice de
patogenicidade intracerebral ou de presença de múltiplos
aminoácidos básicos.
• Os últimos casos confirmados no Brasil ocorreram em 2006 e em aves
de subsistência, nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande
do Sul
Doença de Newcastle (DNC)

• A principal forma de propagação do vírus da doença de Newcastle é


por meio de aerossóis de aves infectadas ou de produtos
contaminados. Além disso, vetores como roedores, insetos e
artrópodes também contribuem para a disseminação do vírus.

• Portanto, aplicar medidas de biosseguridade nos estabelecimentos


avícolas visando limitar a exposição de aves domésticas a outras aves
é a principal medida de mitigação de risco para introdução do vírus da
doença de Newcastle no plantel avícola nacional.
Vigilância epidemiológica

• Vigilância Passiva - Investigação imediata de qualquer notificação ou


caso suspeito de influenza aviária e doença de Newcastle em
estabelecimentos avícolas

• Vigilância Passiva - Investigação imediata de suspeitas em


abatedouros

• Vigilância Passiva - Investigação imediata de qualquer notificação ou


caso suspeito de influenza aviária e doença de Newcastle em
mortalidade excepcional de aves silvestres
Vigilância epidemiológica

• Vigilância Ativa em avicultura industrial: estabelecimentos avícolas


de reprodução, corte, postura comercial e outras aves

• Vigilância Ativa em aves de subsistência em áreas de maior risco de


introdução de influenza aviária

• Vigilância Ativa para certificação sanitária de compartimentos


avícolas
SALMONELAS

• Salmonella é uma bactéria que pode causar intoxicação alimentar em seres


humanos, conhecida como salmonelose, e em casos raros, pode provocar
graves infecções e até mesmo a morte. É eliminada nas fezes de indivíduos
portadores, pois seu principal nicho é o intestino de animais e seres
humanos. Também pode estar presente no trato intestinal de pássaros e
répteis, e ocasionalmente em insetos.
• Esta bactéria está caracterizada em um gênero de duas espécies:
Salmonella enterica, com 2.610 sorovares, e Salmonella bongori, com 23
sorovares. A espécie enterica é subdividida em seis subespécies sendo
elas: enterica, salamar, arizonae, diarizonae, hutnae e indica. Destas a
espécie entérica, subespécie entérica é a de maior importância em saúde
animal e humana e abarca os sorovares de Salmonella Gallinarum
(biovares Gallinarum e Pullorum) e ainda Enteritidis e Typhimurium.
SALMONELAS
• As aves podem apresentar as seguintes enfermidades:
• Pulorose, causada pela Salmonella Pullorum,
• Tifo aviário, causado pela Salmonella Gallinarum, e
• Podem abrigar vários outros sorovares (paratíficos), entretanto sem apresentar
sintomatologia clínica.
• Seres humanos ao consumirem alimentos provenientes de aves
contaminadas por S. Gallinarum e/ou S. Pullorum não adoecem, ou
seja, estes sorovares não afetam a saúde humana, são considerados
de importância para a saúde animal.
• Entretanto, os seres humanos podem adoecer ao consumirem
alimentos contaminados por outros sorovares como, por
exemplo, Salmonella Enteritidis e Salmonella Typhimurium, que são
os principais sorovares de impacto em saúde pública.
MICOPLASMAS
• Micoplasmoses são enfermidades que causam, principalmente,
problemas respiratórios, urogenitais e articulatórios nas aves. A
disseminação do agente pode ocorrer horizontalmente por meio de
aerossóis, em acasalamentos e inseminações artificiais, ou de forma
direta/indireta; e verticalmente, por meio da infecção do ovo.
• Existem três micoplasmas de importância econômica na produção
avícola, o Mycoplasma gallisepticum, Mycoplasma synoviae,
Mycoplasma meleagridis, sendo que todos esses agentes podem
causar enfermidade subclínica ou clínica nas aves.
• As formas clássicas dessas infecções são as seguintes:
• Doença crônica respiratória das galinhas (DCR)
• Sinusite infecciosa dos perus
• Aerossaculite das aves
CRITÉRIOS DE BIOSSEGURIDADE
VACINAS
• Cada estabelecimento avícola deve ter seu próprio cronograma de
vacinação, podendo incluir vacinas para outras enfermidades além
das citadas a seguir, desde que essas sejam permitidas e registradas
no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)
VACINAS
VACINAS
VACINAS
PROGRAMA NACIONAL DE SANIDADE APÍCOLA
PNSAp
Estratégias do PNSAp Para prevenir, controlar ou erradicar doenças das
abelhas, o PNSAp promoverá as seguintes atividades:
I - educação sanitária;
II - estudos epidemiológicos;
III - fiscalização e controle do trânsito de abelhas e produtos apícolas;
IV - cadastramento, fiscalização e certificação sanitária de
estabelecimentos; e
V - intervenção imediata quando da suspeita ou ocorrência de doença
de notificação obrigatória.
Vigilância epidemiológica
• São fontes de informação do sistema de vigilância epidemiológica para doenças
das abelhas:
I - o Serviço Veterinário Oficial (Federal, Estadual ou Municipal), por meio das
atividades de:
a) fiscalização de estabelecimentos;
b) fiscalização do trânsito de abelhas e produtos apícolas; e
c) monitoramentos epidemiológicos; e

II - a comunidade, representada por:
a) apicultores;
b) prestadores de serviço agropecuário;
c) profissionais que atuam em laboratórios de diagnóstico veterinário, instituições
de ensino ou pesquisa agropecuária; e
d) qualquer outro cidadão.
Doenças de notificação obrigatória

• São as doenças constantes da lista da Organização Mundial de Saúde


Animal (OIE), além de outras que possam comprometer a apicultura
nacional, a economia, a saúde pública ou o meio ambiente.
• Qualquer membro da comunidade que tenha suspeita ou conhecimento da
ocorrência de doenças de notificação obrigatória deve comunicar o fato
imediatamente à unidade mais próxima do órgão executor das atividades
de Defesa Sanitária Animal.
• Os esforços para prevenir a introdução de novas doenças no Brasil
concentram-se no controle das importações de animais vivos, de material
de multiplicação animal e de produtos com potencial de transmissão dos
agentes etiológicos.
• Situação sanitária brasileira

• A ocorrência das doenças de notificação obrigatória no Brasil, e


demais países membros da OIE, está disponível no Sistema Mundial
de Informação Zoossanitária da Organização Mundial de Saúde
Animal
(WAHID/OIE) http://www.oie.int/wahis_2/public/wahid.php/Wahidh
ome/Home).
Papel dos apicultores
1. Observar o disposto nas normas sanitárias, em especial às exigências para
o trânsito de abelhas;
2. Manter atualizado o cadastro do apiário junto ao Serviço Veterinário
Oficial;
3. Comunicar imediatamente ao Serviço Veterinário Oficial qualquer
alteração significativa da condição sanitária do apiário;
4. Utilizar somente insumos agropecuários registrados no MAPA, respeitando
as indicações de uso; e
5. Manter o registro do trânsito de colméias e rainhas, da ocorrência de
doenças, dos medicamentos, produtos veterinários e demais insumos
agropecuários utilizados no apiário.
A participação dos apicultores, por meio da compreensão e cumprimento
das normas sanitárias e do correto manejo do apiário, é fundamental para a
efetivação dos propósitos do PNSAp.
Papel dos Médicos Veterinários do setor
privado

Os Médicos Veterinários do setor privado poderão prestar serviços no
âmbito do PNSAp, observado o disposto nas normas sanitárias, em
particular no que se refere à notificação imediata do Serviço
Veterinário Oficial em caso de suspeita de ocorrência de doenças de
notificação obrigatória.

• DOENÇAS DAS ABELHAS

Você também pode gostar