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Doenças Infeciosas dos Pequenos Ruminantes

Em Portugal
- A maioria das explorações de carne são explorações em regime extensivo
- Engordas: regime intensivo
- Explorações de leite: regime intensivo ou semi-intensivo

Produtividade
Influenciada pelos fatores:
- Nutrição
- Doença
- Reprodução
- Genética

Quantificar um problema
- Quais os parâmetros produtivos e reprodutivos normais e quais os que se encontram alterados?
- Existe de facto um problema? O produtor está a identificar correctamente esse problema?
- Origem multifactorial?
- Qual o ponto mais importante: nutrição, doença ou genética?
- Caso único ou doença de grupo?
- Um grupo etário ou grupos transversais?
- Caso recorrente?
- Medidas profiláticas actuais?
- Custo do problema?

Causas não infeciosas de mortalidade em borregos


- Fome: Incapacidade leiteira da mãe; Fraca condição corporal da ovelha ao parto; Mastite; Má inserção dos tetos;
Ectima; Parto distócico; Instinto maternal
- Hipotermia
- Traumas

Estabelecer um plano vacinal


- Vacinar para que doenças?
 Clostridioses
 Pasteurelose
- Que animais são vacinados?
 Animais jovens
 Animais novos na exploração
 Fêmeas adultas
 Machos reprodutores
- Quando?
 Dependente da doença e da exploração
 Geralmente pré-parto, exceto nas doenças abortivas que se faz pré-cobrição
- Identificar os problemas que existem na exploração e doenças particulares
 Existem casos?
 Quantos?
 Que exames laboratoriais forma feitos para confirmar a sua existência?
- Registos
Regras:
- Conservação: frio 2 a 8ºC
- Manipulação: agulhas novas dentro do frasco, contaminação do frasco
- Administração: SC; (IM rara), local limpo, zona glabra, atenção excipiente oleoso
- Pistolas automáticas
- Transmissão de doenças

Causas comuns de falha vacinal:


- Protocolo incompleto na primovacinação
- Compra de animais não vacinados
- Falha na vacinação dos carneiros
- Vacinação tardia dos borregos e borregas de substituição
- Calendarização relativamente ao parto incorrecta

Vacinas disponíveis em Portugal:


- Clostridioses:
 Covexin 10
 Covexin 8
 Miloxan
 Multivac 9

- Clostridiose + Pasteurelose:
 BIOVINA S
 ENTEROVINA S
 HEPTAVAC P

- Peeira:
 Footvax

- Micoplamose:
 Agalactivax
 Micogaláxia

1- Pasteurelose
- Sobretudo em animais estabulados: engordas
- Má ventilação e higiene; sobrepovoamento
- Pasteurella multocida: forma sistémica engordas de borregos
- Pneumonia e septicémia em borregos jovens: duração da imunidade colostral 2 a 4 semanas
- Vacinação em 2 doses (4 a 6 semanas de intervalo) podendo ser começada às 3 semanas de idade

2- Febre catarral ovina – Língua azul


- A língua azul ou febre catarral ovina é uma doença epizoótica de etiologia viral que afeta os ruminantes, com
transmissão vetorial, incluída na lista de doenças de declaração obrigatória nacional e europeia e na lista da
Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

- As medidas de combate à doença estão definidas no Decreto-Lei n.º 146/2002, de 21 de maio e na Diretiva
2000/75/CE do Conselho, de 20 de novembro, com as alterações que lhe foram introduzidas pela Diretiva 2012/5/UE
do Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 de março, cujas disposições de aplicação se encontram previstas no
Regulamento (CE) nº 1266/2007, da Comissão, de 26 de outubro, na sua versão atual.
- As medidas de controlo implementadas na sequência dos serotipos do vírus da língua azul que surgiram em
Portugal Continental, têm sido adaptadas em função da avaliação dos resultados dos programas de vigilância e
baseiam-se na delimitação de zonas de restrição, na implementação de condicionantes à movimentação animal das
espécies sensíveis e de programas de vacinação.

- Encontra-se definida uma área geográfica sujeita a restrições por serotipo 4 do vírus da língua azul que abrange a
totalidade do território de Portugal Continental,

- O último resultado positivo do serotipo 4 tinha ocorrido em novembro de 2018, uma vez decorridos dois anos
desde a última evidência de circulação viral, Portugal tinha intenção de se declarar agora livre deste serotipo, ao
abrigo do constante do código terrestre da Organização Mundial de Saúde Animal.

- A 6 de novembro de 2020 foi confirmada a existência de um foco de serotipo 4 do vírus da língua azul no concelho
de Faro, resultantes da investigação de suspeitas clínicas, tendo sido confirmados mais focos e suspeitas clínicas na
região do Algarve.

- Assim deve ser adaptada a situação epidemiológica causada pelo reaparecimento do serotipo 4 da língua azul em
Portugal, cessando a obrigatoriedade de vacinação na área prevista no edital nº 53 e estabelecida uma nova área de
vacinação obrigatória que abrange toda a região do Algarve.

- A vacinação obrigatória do efetivo ovino reprodutor adulto e dos jovens destinados à reprodução tem sido a
medida mais eficaz para controlar a doença, aconselhando-se ainda a vacinação dos restantes animais das espécies
sensíveis.

- Da análise de risco efetuada, através da monitorização dos dados do plano de vigilância, da avaliação dos
indicadores meteorológicos e dos dados históricos do plano entomológico, mantém-se a atividade continuada do
vetor preferencial para a transmissão do vírus da língua azul no território nacional continental.

- Assim, ao abrigo do disposto nos artigos 8º, 9º e 10º do Decreto-Lei nº 146/2002, de 21 de maio e do Regulamento
(CE) nº 1266/2007 da Comissão, de 26 de outubro, na sua versão atual, determino o seguinte:

1. As áreas das regiões autónomas dos Açores e da Madeira constituem uma zona livre de língua azul.

2. A área geográfica sujeita a restrições por serotipo 4 do vírus da língua azul, adiante designada como S4, é
constituída pela totalidade do território continental.

3. É obrigatória a vacinação contra o serotipo 4 do vírus da língua azul, dos ovinos existentes em todos os concelhos
da Direção de Serviços de Alimentação e Veterinária da Região do Algarve, mediante a primovacinação ou
revacinação anual com vacina inativada, do efetivo ovino reprodutor adulto e dos jovens destinados à reprodução, a
partir dos 6 meses de idade.

4. De acordo com as especificações técnicas da vacina utilizada, é permitida a vacinação voluntária nos seguintes
termos:

4.1 Vacinação contra o serotipo 4 do vírus da língua azul no território nacional continental, dos ovinos que não se
encontram contemplados no ponto 3 e de todos os bovinos;

4.2 Vacinação, a título excecional, com vacinas inativadas contra outros serotipos da língua azul, não presentes em
Portugal, mediante autorização prévia da DGAV.

5. No caso da vacinação obrigatória, a vacina é fornecida pelo Estado às Organizações de Produtores Pecuários (OPP)
cujos médicos veterinários procedam à sua aplicação.

6. As vacinações efetuadas devem ser obrigatoriamente registadas no documento de identificação do animal,


quando aplicável, e no Programa Informático de Saúde Animal, indicando a vacina utilizada e a data das inoculações.
7. Os requisitos gerais para a movimentação de ruminantes dentro do território nacional continental são os
seguintes:

7.1 Os animais a movimentar bem como os animais do efetivo de origem não podem apresentar qualquer suspeita
de língua azul à data do transporte;

7.2 Os animais da espécie ovina, com mais de 6 meses de idade, dos concelhos da áre de jurisdição da Direção de
Serviços de Alimentação e Veterinária da Região do Algarve, devem estar vacinados;

7.3 Os animais devem ser acompanhados durante o transporte pelos respetivos documentos de identificação e
circulação, em conformidade com a legislação específica;

7.4 O carregamento e o transporte dos animais devem realizar-se preferencialmente nas horas centrais do dia ou
da noite, sempre fora das horas de máxima atividade do vetor;

7.5 Os animais das espécies sensíveis a movimentar para exploração em vida devem ser previamente sujeitos a
tratamento com inseticida ou repelente, com uma antecedência máxima de 7 dias em relação à data da
movimentação;

7.6 Os animais devem ser transportados em veículos desinsetizados antes da carga.

8. Os animais, para vida ou abate, o sémen, os óvulos e os embriões de animais das espécies sensíveis provenientes
de explorações situadas na área geográfica S4 podem movimentar-se diretamente para o território de outros
Estados-Membros e para zona livre de Portugal desde que:

8.1 Sejam integralmente cumpridos os requisitos gerais estabelecidos no ponto 7;

8.2 Sejam integralmente cumpridas as condições estabelecidas, para cada caso, no Regulamento (CE) nº 1266/2007
da Comissão, de 26 de outubro, na sua versão atual;

8.3 No caso de animais destinados a comércio intracomunitário, apenas sejam emitidos certificados sanitários para
acompanhamento dos animais após verificação do cumprimento dos requisitos constantes de 8.2.

9. A movimentação de touros de lide obedece aos requisitos definidos nos pontos 7 e 8.

10. Pode ser autorizado o movimento e uso na área geográfica a que se refere o ponto 3 de sémen proveniente de
ovinos de explorações localizadas nessa área, desde que os animais dadores se encontrem respetivamente vacinados
contra o serotipo 4 da língua azul, mediante o cumprimento dos requisitos de vacinação previstos naqueles pontos.

11. Os resultados das análises dos testes prévios a qualquer movimentação têm uma validade máxima de 14 dias
após a colheita.

12. Os transportadores são obrigados a:

12.1 Não transportar animais que não se encontrem nas condições estabelecidas ou que não sejam acompanhados
dos documentos previstos no presente Edital e em legislação específica;

12.2 Verificar, antes do embarque dos animais, que estes se encontram identificados nos termos da legislação
específica;

12.3 Fazer-se acompanhar do documento comprovativo de desinsectização do meio de transporte emitido pelo
posto de desinfeção autorizado.

13. A comunicação de quaisquer sinais da doença nos efetivos de origem dos animais a movimentar é da
responsabilidade do respetivo detentor, de acordo com o Decreto-Lei nº 146/2002, de 21 de maio.

14. Sem prejuízo do disposto no número anterior, a observação clínica dos efetivos suspeitos tendo em vista a
confirmação da doença, compete às Direções de Serviços de Alimentação e Veterinária das Regiões, podendo tais
competências ser exercidas pelas OPP nos termos previstos no n.º 2, do artigo 3º, da Portaria n.º 178/2007, de 9 de
fevereiro, na sua versão atual, pelos médicos veterinários municipais ou por outros médicos veterinários designados
para o efeito pelas Direções de Serviços de Alimentação e Veterinária das Regiões.

15. A vacinação dos animais nos efetivos da área geográfica S4 será efetuada pelas OPP ao abrigo do nº 2, do artigo
3, da Portaria nº 178/2007, de 9 de fevereiro, na sua versão atual, ou por outras entidades expressamente
designadas pela Direção Geral de Alimentação e Veterinária.

16. As infrações ao presente Edital são punidas nos termos do Decreto-Lei nº 146/2002, de 21 de maio, do Decreto-
Lei nº 64/2000, de 22 de abril, alterado pelo Decreto-Lei nº 155/2008 de 7 de agosto e pelo Decreto-Lei nº
142/2006, de 27 de julho.

17. Este Edital entra imediatamente em vigor e revoga o Edital nº 53, solicitando-se a todas as autoridades
veterinárias, policiais e administrativas que fiscalizem o seu integral e rigoroso cumprimento.

3- Brucelose
Rastreio sorológico:
- Classificação sanitária de efetivos e áreas (B4, B4S, B3, B3S, B2, B2.1)
- Rastreio serológico oficial: Rosa de Bengala e Fixação de Complemento a todos os animais a partir dos 6 meses de
idade, ou 3 meses se PR vacinados.
- Em áreas com 99,8% de explorações com estatuto B3/B4, a uma fração representativa de animas com mais de 6
meses, que inclua:
 Todos os machos não castrados
 Todos os animais introduzidos no rebanho
 Fêmeas em idade reprodutora

Medidas em explorações positivas:


- Notificação de sequestro
- Marcação de animais positivos e transporte para abate em 30 dias
- Inquérito epidemiológico
- Bacteriologia aos animais abatidos
- Controlo serológico em 30 dias após o abate dos animais positivos
- O leite de animais positivos deve ser apenas usado para a alimentação animal na exploração e depois de
tratamento térmico – Reg. 853/2004
- Supervisão da limpeza e desinfeção
- Abates totais: quando há isolamento e dificuldade em melhorar o estatuto, quando as condições epidemiológicas
indicam a medida como mais apropriada

Fontes de infeção:
- Introdução de animais
- Contacto direto com outras
- Pastos comuns
- Reocorrência
- Desconhecimento
- Ligação outras explorações
- Transumânica

Controlo da incidência
- Proteção de rebanhos indemnes
Noção de risco de brucelose
- Decisão do produtor sobre a aquisição de animais e sobre o local de pastoreio
- Ausência de rebanhos infectados: vigilância de todos os rebanhos - cobertura e frequência de rastreio
- Vacinação
- Controlo do movimento animal
Cobertura do plano:
- Vigilância da totalidade dos rebanhos e animais existentes – controlo populacional
- SNIRA: registo de explorações - licenciamento REAP / detenção caseira
- Identificação animal / iDigital
- Incorporação no plano sanitário de todos os rebanhos elegíveis
- Rastreio de todos os animais elegíveis do rebanho
- Frequência anual do rastreio - Cobertura: BB 98%, BPR 94%

Vacinação:
- Cobertura vacinal: rebanhos vacinados e animais vacinados
- Fornecimento
- Aplicação: intra-conjuntival, dose completa ATÉ AOS 5-6 MESES / separação de animais vacinados
- Identificação dos animais vacinados

Controlo do movimento animal:


- Controlo dos animais que transitam entre explorações – iDigital
- Controlo de contactos em pastagens diárias
- Controlo de contactos em baldios de utilização sazonal (exemplo DSAVRN)
- Gestão sanitária de zonas de pastoreio

Aplicação eficaz do plano


- Cumprimento dos intervalos de inspeção de rebanhos não B3/B4
- Diagnóstico
- Abate atempado da totalidade dos animais positivos
- Pagamento das indemnizações compensatórias
- Identificação activa de fontes de infeção

Intervalos das ações do plano:


- Recolha de sangue, entregas no laboratório, resultados

Diagnóstico:
- Isolamento de Brucella em relação aos títulos da FC
- Vários rebanhos com 1-2 serologias positivas e sem isolamento ou positivos no seguimento - protocolo RFP
(exemplo DSAVRC)

Prazos de abate:
- Animais sem registo de abate no PISA:
-Média de tempo entre o resultado laboratorial e o abate:
 BB, media = 33,3 dias
 BPR, media = 25,9 dias

Pagamento de indemnizações:
- Valor da indemnização – adequado, atribuição de majoração
- Transmissão da informação ao IFAP – adequado
- Tempo entre o abate e o pagamento – atraso relevante
Identificação ativa de fontes de infeção:
- Inquérito epidemiológico imediato + seguimento
 Condição essencial para estabelecer risco e minorar disseminação + mobilização do produtor
- Perceber o que falhou: prevenção
- Conferir a identificação animal
- Adequar soluções ao terreno
- Definir unidade epidemiológica
- Encontrar explorações relacionadas
- Investigação de abortos
- Pesquisa da origem de casos humanos
 Parcerias locais com os serviços de saúde

Identificação de situações especificas e atuação


- Planos de vacinação especial (exemplo novo programa LVT)
- Abates totais: apenas 12 explorações de PR

Compromisso de erradicação de 25 anos


- Algarve e 6 ilhas dos açores oficialmente indemnes
- Compromisso de redução 20% ao ano

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