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Adolfo Frederico Cassimo

Joana carrega Nhomga

Judelva Sofia

Júnior Alberto Mário silveiro

Pele Marcelino engenheiro

Quitéria dos Santos Mussa

Doenças de Bovinos

(Licenciatura em Agro-pecuária com Habilitações em Extensão)

Universidade Rovuma

Extensão de Niassa

2023
Adolfo Frederico Cassimo

Joana Carrega Nhomga

Judelva Sofia

Júnior Alberto Mário silveiro

Pele Marcelino engenheiro

Quitéria dos Santos Mussa

Doenças de Bovinos

(Licenciatura em Agro-pecuária com Habilitações em Extensão)

Trabalho de Saude e gestao de manadas a ser


entregue no departamento de Ciências alimentares e
Agrarias, Extensão de Niassa, de carácter
avaliativo, leccionado pelo Msc: Emicio ofiço.

Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2023
Índice
1.Introdução................................................................................................................................... 3

1.1.Objectivo geral.......................................................................................................................3

1.1.1.Objectivos específicos.........................................................................................................3

1.1.Metodologias..........................................................................................................................3

2.Doenças dos Bovinos..................................................................................................................4

2.1.Febre aftosa............................................................................................................................4

2.2.Carbúnculo hemático.............................................................................................................5

2.3.Carbúnculo Sintomático.........................................................................................................8

2.4.Raiva......................................................................................................................................9

2.5.Tripanossomose...................................................................................................................10

3.Doenças causadas por caraças...................................................................................................12

3.1.Babesiose.............................................................................................................................12

3.2.Rickettsiose..........................................................................................................................15

3.3.Anaplasmose..........................................................................................................................16

3.4.Listeriose..............................................................................................................................17

4.Conclusão................................................................................................................................. 21

5.Referências............................................................................................................................... 22
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1. Introdução
Com este trabalho visa abordar sobre as doenças dos bovinos, A febre aftosa é transmitida pelo
contacto de animais doentes com animais susceptíveis ou, ainda, pelo contacto com objectos,
água e alimentos contaminados. O animal doente elimina o vírus por saliva, leite, urina, fezes e
sémen, o que leva à contaminação do ambiente. O carbúnculo sintomático é uma doença
infecciosa aguda causada pela bactéria Clostridium chauvoei. Causa inflamação nos músculos,
toxemia grave e alta mortalidade, é de extrema importância devido às grandes perdas económicas
que ocorrem nas criações bovinas. Essa doença também é chamada de “manqueira” devido à
intensa claudicação apresentada pelos bovinos afectados.

1.1. Objectivo geral


 Conhecer as doenças dos bovinos

1.1.1. Objectivos específicos


 Falar da Febre aftosa

 Versar sobre o Carbúnculo Sintomático

 Identificar as doenças causadas por caracas

1.1. Metodologias

Para este trabalho usar-se-á a pesquisa bibliográfica Conforme Gil (2006), a pesquisa
bibliográfica toma forma a partir da consulta há materiais já elaborados, sendo esses,
principalmente, artigos científicos e livros.
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2. Doenças dos Bovinos

2.1. Febre aftosa


Para Radostits, (1989) "A febre aftosa é uma doença altamente contagiosa desencadeada por um
vírus. Ela afecta bovinos, ovinos, caprinos, suínos, camelídeos, elefantes e ruminantes silvestres.
Em casos raros, o ser humano pode também ser acometido pela doença.

 Agente causador da doença

A febre aftosa é uma doença causada por um vírus da família Picornaviridae e género
Aphthovirus. Já foram identificados sete tipos do vírus da aftosa: A, O, C, SAT1, SAT2, SAT3 e
ASIA1. Dentro de cada um desses tipos, existem subtipos dos vírus. Na América do Sul,
observa-se a ocorrência de três tipos de vírus da aftosa A, O e C.

O vírus causador da febre aftosa é muito resistente às condições ambientais normais, podendo
permanecer activo por longos períodos. Entretanto, são inativados rapidamente em situações de
alto ou baixo pH, luz solar, temperaturas elevadas e determinados desinfectantes
(Radostits,1989)

 Transmissão

A febre aftosa é transmitida pelo contacto de animais doentes com animais susceptíveis ou,
ainda, pelo contacto com objectos, água e alimentos contaminados. O animal doente elimina o
vírus por saliva, leite, urina, fezes e sémen, o que leva à contaminação do ambiente.

Geralmente a entrada do vírus no corpo do animal ocorre pelas mucosas das vias digestórias,
quando esse animal se alimenta de água ou alimentos contaminados

 Sintomas da febre aftosa

A febre aftosa é altamente contagiosa, entretanto, não apresenta alta mortalidade. Em animais
adultos, a mortalidade fica em torno de 2%, enquanto, em rebanho jovem, ela é de cerca de 20%.
A mortalidade em animais mais jovens decorre do surgimento de lesões cardíacas. Apesar da
maioria dos animais não morrer em consequência da doença, eles ficam muito debilitados.
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O sinal clínico mais conhecido da doença é o surgimento de vesículas (aftas) na região da boca e
pés. Em bovinos, verifica-se salivação excessiva, dificuldade para alimentar-se, febre,
inquietação, redução na produção de leite, dor nos tetos ao amamentar ou ordenhar, e
emagrecimento.

 Tratamento

A vacinação é um processo importante para conseguir-se a erradicação da doença.

A febre aftosa é uma doença que não tem tratamento, sendo observada a recuperação natural do
animal entre duas e três semanas. Entretanto, todos os animais com aftosa devem ser sacrificados
a fim de evitar a disseminação da doença. Sendo assim, a partir do momento que o proprietário
do animal suspeite de um caso de aftosa, ele deve comunicá-lo rapidamente ao serviço
veterinário para confirmação do diagnóstico e para que as medidas sanitárias adequadas sejam
tomadas.

 Prevenção da febre aftosa

Actualmente a vacinação contra febre aftosa é feita na maioria dos estados brasileiros, existindo
apenas algumas regiões, consideradas zonas livres da doença, sem vacinação, onde a vacina não
é mais

2.2. Carbúnculo hemático


Sobretudo, é necessário informar que a doença é extremamente grave, uma vez que causa
septicemia (infecção generalizada no organismo do animal) e causa a morte rapidamente.

A princípio, todas as espécies animais mostram-se sensíveis à infecção carbunculosa, em outras


palavras, o Bacillus anthracis, agente infeccioso do Carbúnculo Hemático, infecta os mamíferos
em geral, inclusive o ser humano.

E o que torna o cenário ainda mais complexo é a morte rápida dos animais, que em sua maioria,
não apresentam sinais clínicos, o que impede a realização do tratamento terapêutico, e com isso,
infelizmente a morte torna-se a primeira indicação da doença.
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Por fim, esse contexto pode ser evitado em propriedades que o proprietário mantenha o manejo
adequado do seu rebanho, bem como outras medidas profiláticas: evitar a contaminação do solos
pelos esporos da doença, caso haja a destruição de carcaças de animais pelo pasto, e com a
vacinação do rebanho.

 Agente causador da doença

O patógeno Bacillus anthracis é o agente infeccioso transmissor do Carbúnculo Hemático no


rebanho.

Trata-se de uma bactéria esporulada que, dependendo da necessidade de oxigénio, pode ser
aeróbica e anaeróbica facultativa, ou seja, tem as características de precisar de oxigénio ou não
para o crescimento. Com isso a bactéria esporulada repousa no solo, resistindo a altos níveis de
calor ou frio e pode permanecer décadas no estado dormente. Quando infecta os animais,
incluindo o homem, germina dentro deles, e começa a sua multiplicação com produção de
factores virulentos, eventualmente provocando mortes.

O Antraz é causado pelo Bacillus anthracis, e a infecção natural ocorre comumente por via oral,
através da mucosa faringeana ou intestinal, como veremos mais adiante.

É importante salientar que em 2001, o Carbúnculo Hemático também foi utilizado como arma
biológica nos Estados Unidos, que ao ser enviado através dos correios, contaminou 23 pessoas,
das quais 5 vieram a óbito.

 Transmissão

Bem como a maioria das doenças que afectam a sanidade do rebanho, o Carbúnculo Hemático
também é provocado por uma bactéria. Ele é transmitido pelo agente etiológico Bacillus
anthracis, também conhecido como “Antrax” por isso a doença leva o codinome Antraz.

Sendo assim, a bactéria se manifesta em diversos ambientes favoráveis, como solos ricos em
matéria orgânica com fezes e líquidos de outros animais, o que estimula a germinação e
proliferação dos esporos da bactéria. Devido às condições climáticas, como chuva e umidade, a
primavera e estações quentes são favoráveis à incidência da doença. Por isso, os surtos são
frequentes em países tropicais e subtropicais com alta pluviosidade anual e são comuns após
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grandes eventos climáticos, como chuvas fortes após um longo período de seca, ou um verão
seco após chuvas fortes, sempre em temperaturas acima de 15°C.

Além disso, existem outras formas comuns de transmissão e contaminação do Carbúnculo


Hemático, tais como:

O contacto directo com as feridas cutâneas de animais acometidos, como escoriações e pequenos
ferimentos produzidos por espinhos ou arame farpado. E este factor é bem comum em fazendas.

Picada de insectos (tabanídeos e as moscas dos estábulos) são importantes fontes de infecção, já
que podem transmitir a enfermidade de forma mecânica para os animais e para o homem até 4h
após a alimentação.

Quando os animais ingerem, em pastos contaminados, água e rações que podem ter em sua
composição elementos de origem animal contaminados, como farinha de carne, de ossos e de
sangue. O que, infelizmente, atinge o intestino, fígado e massa muscular do animal.

 Sinais clínicos

 Depressão

 Debilidade

 Corrimentos hemorrágicos de orifícios corporais, e ocasiona tumefações subcutâneas


edematosas.

 Inchaço dos músculos

 Prevenção

Em síntese, o tratamento é praticamente nulo e o animal pode morrer ao manifestar os primeiros


sinais clínicos. Sendo assim, definitivamente, a melhor forma de profilaxia da doença consiste
em imunizar os animais, utilizando a vacina específica para Carbúnculo Hemático, garantindo
assim a protecção dos animais e de todos os envolvidos no maneio.
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Por isso, o Labovet conta com a Vacina Anticarbunculosa indicada para bovinos, ovinos e
caprinos. Proteja seu rebanho e fique longe da zona do desconforto de prejuízos e mortes em sua
fazenda.

2.3. Carbúnculo Sintomático


 Agente causador

O carbúnculo sintomático é uma doença infecciosa aguda causada pela bactéria Clostridium
chauvoei. Causa inflamação nos músculos, toxemia grave e alta mortalidade, é de extrema
importância devido às grandes perdas económicas que ocorrem nas criações bovinas. Essa
doença também é chamada de “manqueira” devido à intensa claudicação apresentada pelos
bovinos afectados.

A morbidade da doença é elevada, pois muitos animais podem albergar esporos dormentes em
suas massas musculares, devido à alta contaminação do solo pelos esporos. Geralmente acomete
bovinos entre seis meses a dois anos de idade. A taxa de letalidade do carbúnculo sintomático se
aproxima dos 100%.

A infecção ocorre quando os bovinos ingerem os esporos, presentes no solo durante o pastejo, e
esses esporos alcançam o intestino e penetram pela mucosa entérica e por meio da circulação
alcançam o fígado e massas musculares. O Clostridium chauvoei tem preferência por se albergar
nas grandes massas musculares dos membros posteriores e também se localizam nos músculos
dorsais, cervicais, diafragma e coração. Os esporos permanecem dormentes nos vasos das massas
musculares e quando ocorre um trauma na região, como coice ou quedas, cria-se um ambiente
anaeróbio (sem oxigênio), que favorece a germinação dos esporos e produção das toxinas
bacterianas, a partir daí forma-se o quadro de gangrena e consequentemente desencadeia os
sinais da “manqueira”.

 Sintomas

Os sinais clínicos se caracterizam por claudicação acentuada, geralmente com inchaço da parte
superior do membro acometido, apatia, perda do apetite, atonia ruminal, febre, entre outros. Nos
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estágios precoces, o inchaço é quente e doloroso, mas logo se torna frio e indolor e o edema e
crepitação (subcutânea) causada pelo gás liberado podem ser sentidos. A pele perde a cor, torna-
se seca e rachada. A doença se desenvolve rapidamente e o animal vem a óbito em 12 a 36 horas
após o aparecimento dos primeiros sinais. Muitos animais podem morrer sem que sejam
observados os sinais clínicos.

 Tratamento

O tratamento do Carbúnculo Sintomático pode ser feito com altas dosagens de penicilina e
suporte com fluidoterapia, porém o sucesso é mínimo e quase todos os animais vêm a óbito.
Animais muito afetados pela doença, com muitas lesões musculares tem menos chance de
sobreviver do que os animais com menos lesões, por isso o controle da doença é
predominantemente baseado na prevenção, que é feita com a vacinação (Ourovac Clostridium,
na dosagem de 5 mL, administrado pela via subcutânea em bovinos)

2.4. Raiva
 Agente causador da doença

O principal agente transmissor da doença em bovinos são os morcegos hematófagos. A fonte de


infecção sempre é um animal infectado, sendo que o método de transmissão mais comum é a
mordida de um animal portador do vírus.

É doença infecciosa de evolução aguda, causada por um vírus, quase sempre mortal, que se
manifesta entre os animais por transtornos do conhecimento, aumento da excitabilidade nervosa
e sintomas paralíticos. Transmite-se entre os animais, quase sempre a traves da mordedura ou
contaminação de ferimentos por saliva de animais doentes do mal. O vírus está contido em alta
concentração na saliva, e demais excreções e secreções dos animais acometidos da doença, além
de também no sangue.

 Sintomas

Atinge o sistema nervoso de bois, cabritos, porcos, cavalos, ovelhas, gatos e cães. No bovino, a
forma mais comum é a paralítica, porém, pode ocorrer a forma furiosa. O primeiro sintoma é o
afastamento do animal do resto do rebanho seguido de coceira na região mordida, perturbação
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dos sentidos, tristeza, indiferença, baba espumante e viscosa com sinais que sugerem engasgo,
movimentos desordenados da cabeça, manifestação de tremores musculares e ranger de dentes,
movimentos de pedalagem dos posteriores e anteriores. Na maioria dos casos a doença causa a
morte do animal entre o terceiro e o sexto dia após o início dos sintomas.

 Tratamento

Vacinar o rebanho uma vez ao ano; comunicar a existência de abrigos de morcegos (cavernas,
bueiros, ocos de árvore, furnas, casas abandonadas) na propriedade e notificar os casos de morte
de animais com suspeita da doença, para a colecta de material e exame em laboratório. Além
desses cuidados é preciso controlar a população de morcegos hematófagos.

 Prevenção

Por isso é preciso investir em medidas preventivas como controlar a população de morcegos
transmissores e realizar a aplicação da vacina anual de todo o rebanho, independentemente da
idade. Todos os animais devem ser vacinados. O esquema recomendado é de duas doses iniciais,
com intervalo de 30 dias e revacinação anual de todos os animais.

2.5. Tripanossomose
A tripanossomose bovina é uma doença causada pelo protozoário Trypanosoma vivax.

Também conhecida como tripanossomíase bovina, é uma enfermidade cuja ocorrência vem
crescendo de maneira alarmante em todo o país e acomete rebanhos de leite e de corte.

A doença é responsável por inúmeros prejuízos financeiros, relacionados principalmente com a


morte dos animais, abortos e queda na produção leiteira. Alguns pesquisadores relataram queda
de 25% na produção de leite e mais de 45% na taxa de prenhez em alguns surtos da doença.

 Sinais clínicos

O principal sinal clínico da doença é uma anemia profunda e, por esta razão, pode ser confundida
com outras parasitoses (anaplasmose, babesiose ou verminoses).
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A anemia pode ser acompanhada por caquexia, que é um emagrecimento progressivo e


acentuado. Também são relatados outros sintomas inespecíficos, como apatia, febre,
linfadenopatia, e até mesmo alguma sintomatologia neurológica.

Existem animais que podem se tornar assintomáticos, ou seja: são portadores do Trypanosoma
vivax mas não apresentam sinais clínicos. Estes animais são uma fonte de infecção, podendo
transmitir a doença para animais saudáveis dentro do rebanho.

Além disso, quanto mais debilitado o hospedeiro, mais severa é a doença. Animais com
problemas nutricionais ou sanitários, com doenças concomitantes, sofrem mais com a
tripanossomose.

 Tratamento

O plano de tratamento pode ser individual ou colectivo, onde todo o rebanho é tratado.

Tratamento individual: pode ser adoptado em situações onde não existem evidências de que todo
o rebanho esteja infectado. Pode ser indicado para animais vindo de outros rebanhos e animais de
alto valor que estão infectados. Mesmo sendo tratados, esses animais devem ficar isolados do
resto do rebanho.

Tratamento do rebanho: primeiro é necessário verificar o status da infecção e depois descobrir o


percentual do rebanho que está infectado. O monitoramento durante o tratamento é importante
para acompanhar a eficácia e para identificar animais potencialmente assintomáticos.

De maneira geral, as estratégias de tratamento só podem ser definidas após o diagnóstico feito
por um médico veterinário.

 Prevenção

Confira as melhores dicas para manter o seu rebanho livre da tripanossomose bovina:

1- Desinfecção de agulhas

Utilize mais agulhas do que você precisa para fazer a vacinação.


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Ao vacinar um animal, coloque a agulha por um minuto em solução de álcool 70% ou


clorexidine 1%. É importante respeitar o tempo de acção do produto e enxaguar o material
desinfetante.

2- Controle de vectores

Normalmente, as instalações dos animais são ambientes ricos em humidade e matéria orgânica,
fatores importantes para a manutenção do ciclo das moscas.

Por isso é importante adoptar medidas como remoção das fezes, construção de uma esterqueira,
uso concomitante de armadilhas para as moscas, entre outras acções.

3- Controle de helmintos e de carrapatos

O uso de endectocidas para reduzir as infestações por estes parasitas é muito útil, pois assim
reduz-se a probabilidade de contaminação por outras doenças e também a espoliação sanguínea.

4- Monitoramento do rebanho

Animais doentes, anémicos, apáticos e que apresentam problemas reprodutivos já nos indicam
que algo está errado e chamam a atenção para algum problema sanitário existente na fazenda.

5- Dosagem correta do medicamento

Nos casos de tratamento é imprescindível usar doses corretas para evitar resistência.

3. Doenças causadas por caraças

3.1. Babesiose
A babesiose bovina é uma doença que causa redução na produção de carne e leite. Saiba como
evitar e, principalmente, tratar o seu rebanho.

A babesiose bovina é uma hemoparasitose, ou seja, uma doença causada por protozoários que
atacam a corrente sanguínea do animal., os protozoários responsáveis pela babesiose em bovinos
são a Babesia bovis e a Babesia bigemina, que possuem como vector biológico o carrapato
Boophilus microplus.
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A Babesia bovis é transmitida pelas larvas do carrapato, enquanto a Babesia bigemina é


decorrente dos estados de ninfas e adultos. As células do carrapato são injetadas nas hemácias do
hospedeiro para a sua reprodução, e a B. bovis se hospeda em capilares de órgãos centrais (como
cérebro e meninges) e nas vísceras (como rins, baço e pulmão). A B. bigemina é encontrada nas
hemácias da circulação periférica e pode desenvolver mecanismos que provocam danos celulares
e teciduais.

Ao lado da anaplasmose, a babesiose é uma das doenças do complexo da Tristeza Parasitária


Bovina (TPB), e essa condição resulta em queda na produção leiteira, diminuição de peso e alta
na taxa de mortalidade animal. Segundo os dados do SENAR/SC, estima-se que no Brasil os
impactos da TPB ultrapassam US$ 500 milhões anualmente. Para proteger o seu rebanho e evitar
possíveis prejuízos, saiba como a babesiose bovina ocorre e qual o tratamento mais eficaz.

 Causas

A babesiose bovina pode causar prejuízos económicos profundos. Além dos impactos citados
anteriormente, quando não controlada de maneira adequada, a babesiose possui implicações
futuras para a saúde do rebanho, já que também pode diminuir a fertilidade, em consequência
dos abortos e o retardo no crescimento e desenvolvimento do animal.

Na visão de Guglielmone, (1994) essas são algumas das complicações que podem ser causadas
pela babesiose em bovinos. Desta forma, o cuidado profilático é um caminho fundamental para
conter a transmissão e a infecção pelo protozoário. E para entender como esse cuidado pode ser
aplicado, é preciso compreender quais são as causas da babesiose.

A causa da babesiose bovina parte do contacto com o carrapato, e a sua transmissão entre o
rebanho pode acontecer por meio de transfusões sanguíneas entre os animais, por mosquitos ou
durante a gestação.

 Controle

O carrapato, é o factor que pode diminuir as chances de contacto do rebanho com a babesiose.
Aliado a esse monitoramento, são eficazes as técnicas como rotação de pastagem, alteração de
microclima, implantação de lavoura e uso de agentes biológicos.
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Portanto, é fundamental para o produtor conhecer o controle estratégico dos carrapatos, como já
define a Embrapa. Em suma, é necessário conhecer o ciclo de vida do vector para que a actuação
contra ele seja realizada em épocas do ano desfavoráveis ao carrapato, período que varia de
acordo com a região.

 Sintomas

A multiplicação da Babesia nas células sanguíneas provoca a destruição dos glóbulos vermelhos,
quadro que desencadeia uma hemorragia interna no animal. Desta forma, os sintomas da
babesiose bovina são resultados da infecção causada pelo protozoário, bem como a anemia
decorrente da hemorragia interna.

É possível destacar os sintomas de acordo com as cepas da babesiose. O animal infectado pelo
protozoário B. bovis costuma apresentar:

 Febre alta;

 Anorexia;

 Urina de cor escura;

 Descoordenação neurológica;

 Parasitemia (porcentagem de eritrócitos infectados).

 Enquanto isso, o gado vítima do protozoário B. bigemina tem como sintomas:

 Febre;

 Anorexia;

 Prostração;

 Hemoglobinúria e anemia;

 Lesões.
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 Tratamentos

Segundo Guglielmone, (1994) considerando que uma das principais causas para que a babesiose
atinja o rebanho está na falta de atenção e de controle contra os carrapatos, destaca-se que o
tratamento da babesiose bovina pode começar de forma profilática, uma vez que a vacinação
anual dos bezerros é uma alternativa para prevenir a disseminação da doença e proteger o
rebanho. A administração de endectocidas ou os tratamentos com banhos carrapaticidas são
estratégias eficazes e que devem ser definidas de acordo com a zona endêmica.

Após a confirmação do diagnóstico da babesiose em bovinos, o tratamento visa destruir o


protozoário no animal, com medicamentos administrados de acordo com o avançar da doença.
Outro cuidado necessário é amenizar o sofrimento do animal, e medidas como transfusões de
sangue também podem ser aplicadas como forma de reverter o quadro anêmico.

Anti-hemoparasitário Berotetra® Solução Injetável

O Anti-hemoparasitário Berotetra® Solução Injetável é o composto medicamentoso mais


indicado para o tratamento da babesiose em bovinos.

Completo no cuidado contra a doença, a fórmula de Berotetra® Solução Injetável possui três
ativos com ação analgésica e que combatem o protozoário e tratam a infecção:

Diminazeno (Diaceturato): agente quimioterápico sintético que combate a Babesia bovis e a


Babesia bigemina;

Oxitetraciclina: antibiótico de largo espectro eficaz contra os protozoários.

A administração do Anti-hemoparasitário Berotetra Solução Injectável é realizada via


intramuscular profunda e, para o tratamento da babesiose bovina, é recomendada a aplicação de
1 ml para cada 10 kg de peso do animal. Saiba onde encontrar os nossos representantes para o
tratamento ideal.

3.2. Rickettsiose
Rickettsiose ou riquetsiose refere-se a qualquer doença infecciosa causada por bactérias gram-
negativas da família Rickettsiaceae e que são transmitidas por carrapatos, ácaros ou piolhos.
16

 Agente causador

As riquétsias são microorganismos Gram-negativos de vida intracelular obrigatória. Até um


passado não muito remoto, eram considerados "grandes vírus" por não terem vida extracelular,
não poderem ser isoladas em meio artificial e pela ausência de sistemas enzimáticos completos.
Humanos são hospedeiros acidentais, constituindo elo terminal no ciclo dessas bactérias, excepto
pelo tifo exantemático, em que humanos constituem o reservatório.6,17,40

 Sintomas

 Mais comuns em rickettsioses são:

 Febre;

 Fraqueza;

 Dores pelo corpo;

 Dor de cabeça;

 Náusea e Vómito;

 Perda de apetite;

 Manchas vermelhas pelo corpo e;

 Diarreia.

Tratamento

Pode ser tratado com doxiciclina, cloranfenicol, azitromicina, fluoroquinolonas ou rifampicina


dependendo da espécie. É essencial repor líquidos perdidos por diarreia e vômito bebendo muita
água ou soro fisiológico. Não possui vacina.

3.3. Anaplasmose
Segundo Wesley, (2007). a anaplasmose é uma importante doença que causa grandes prejuízos
devido à morte dos animais infectados, abortos, perdas na produtividade e gastos com medidas
preventivas para o controle dos vectores.
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O principal agente causador da anaplasmose bovina é o Anaplasma marginale. Ele pode ser
transmitido biologicamente pelos carrapatos e mecanicamente por picadas de mosquitos e
moscas hematófagas (Gonçalves, 2000). Outras formas de transmissão podem ser a iatrogênica
ou transplacentária (Kessler, 2001).

 Sintomas

Febre, perda do apetite, emagrecimento, pelos arrepiados, taquicardia, taquipnéia, redução dos
movimentos de ruminação, anemia e icterícia (Farias, 2007). Devido aos sinais clínicos pouco
específicos para anaplasmose e a grande quantidade de enfermidades, no diagnóstico diferencial
pode ser necessário a utilização de testes laboratoriais para a confirmação da doença. Na fase
aguda é o momento em que a parasitemia é alta e a bactéria é facilmente identificada nos
eritrócitos dos bovinos, quando se faz o esfregaço sanguíneo delgado corado pela técnica de
Giemsa. Após a fase aguda, ocorre queda na parasitemia e este método torna-se falho, então
outros métodos de diagnóstico, de forma directa ou indirecta, podem ser realizados. Além dessas
formas ainda pode ser feito o diagnóstico “post mortem”, por meio da necropsia (Vidotto, 2001).

 Prevenção

Existem medidas Preventivas já estabelecidas, como por exemplo, a premunição,


quimioprofilaxia e vacinas (Farias, 2007). Em casos da ocorrência da doença o tratamento
adoptado é a aplicação das tetraciclinas.

 Tratamento

A solução da Ourofino para anaplasmose bovina é a administração do Ourotetra Plus LA, na


dose 1 mL/10 Kg de peso vivo (oxitetraciclina, 20mg/Kg de peso vivo, via intramuscular
profunda ou subcutânea) e em casos graves pode ser necessário tratamento de suporte. É
importante ressaltar que para o tratamento da babesiose deve ser utilizado o Pirofort (diaceturato
de diminazeno, 3,5 mg/Kg de peso vivo), na dose 1 mL/20 Kg de peso vivo, por via
intramuscular profunda. Pirofort associado ao Ourotetra Plus LA cura a Tristeza Parasitária
Bovina (anaplasmose + babesiose). É muito importante consultar o médico veterinário e seguir
as orientações da bula do produto.
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3.4. Listeriose
 Agente causador

L. monocytogenes é um bacilo gram positivo micro aerófilo e que não forma esporos. Pode ser
encontrado no tracto intestinal e ser excretado nas fezes de muitos mamíferos domésticos,
selvagens e inclusive pelo homem. É extremamente resistente a condições ambientais e pode
sobreviver desde meses até anos no solo, material fecal, água e alimento contaminado. Apresenta
temperaturas óptimas de crescimento entre os 30 ºC e 37 ºC mas, no entanto, consegue
reproduzir-se em temperaturas que variam dos -0,4 ºC até aos 45 ºC. Consegue também crescer
em valores de pH bastante dispares, desde os 4,5 até aos 9,6. É uma bactéria intracelular
facultativa, o que contribui para a sua patogenicidade e para uma alta resistência aos
antimicrobianos (Wesley, 2007).

 Sinais Clínicos

Após um período de incubação que varia entre duas a três semanas, a listeriose encefálica
apresenta um início agudo e uma progressão muito rápida, sendo que a sua imagem de marca são
deficiências múltiplas unilaterais nos nervos cranianos. Destes, os mais comummente afectados
são o nervo trigémeo (nervo craniano V), o facial (nervo craniano VII), o vestibulococlear (nervo
craniano VIII) e o glossofaríngeo (nervo craniano IX), ou os respectivos gânglios nervosos. No
entanto, é possível que outros nervos cranianos sejam também afectados (Morin, 2004).
Normalmente os animais afectados com a forma nervosa de L. monocytogenes, apresentam-se
anorécticos e abatidos. Este abatimento resulta de um envolvimento do sistema activador
reticular, de meningite ou de alterações metabólicas. Em alguns casos é possível que em vez de
os animais se encontrarem abatidos estejam agitados. É relativamente normal que os animais
apresentem febre no início da doença, sendo menos comum em estágios mais tardios da mesma,
mas a ausência de febre não permite a exclusão de listeriose.

 Diagnóstico

Através dos sinais clínicos pode ser avançado um diagnóstico presuntivo de listeriose encefálica,
no entanto um exame neurológico mais completo é sempre necessário para determinar a
localização anatómica das lesões (Morin, 2004). Os diagnósticos diferenciais mais comuns, no
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que respeita à listeriose na sua forma nervosa, incluem otite média/interna, abcesso ou tumor no
tronco cerebral, síndrome do abcesso pituitário, migração parasitária aberrante e trauma (Rebhun
& de Lahunta, 1982 citados por Morin, 2004). No caso de otite média/interna, os animais
apresentam-se alerta, existindo envolvimento apenas dos nervos faciais e vestíbulo-cocleares e
podem apresentar otorreia. Tumores e abcessos no tronco cerebral são bastante raros e os casos
de trauma normalmente são discerníveis num exame físico ou através da história clínica.
Migração parasitária normalmente envolve a medula espinhal e a existência de eosinófilia no
líquido cefalorraquidiano. Animais com síndrome do abcesso pituitário apresentam
frequentemente uma postura ampla com a cabeça e o pescoço estendidos, bradicardia e
exoftalmia, em conjuntura com deficiências múltiplas e assimétricas dos nervos cranianos
(Morin, 2004).

 Tratamento

Más condições de alojamento, o consumo de alimentos contaminados e o stress são importantes


factores predisponentes da doença. Assim sendo, identificar e eliminar ou reduzir os mesmos
contribui imenso para a prevenção da ocorrência de listeriose. Devido ao diagnóstico
antemortem ser complicado de efectuar, o tratamento para infecções de L. monocytogenes não é
muito habitual (Morin, 2004). O tratamento da listeriose encefálica é eficaz apenas quando é
instituído numa fase inicial da doença. Geralmente se os sinais clínicos já estão presentes há
vários dias ou se já existe decúbito ou paralisia, o tratamento geralmente é infrutífero. Mesmo
em casos com tratamento precoce a taxa de fatalidade pode ser alta, nomeadamente no que
respeita a ovinos e caprinos (Morin, 2004). Para o tratamento de listeriose encefálica a
administração de antibióticos parentais é essencial, usando-se como tratamento complementar
anti-inflamatórios esteróides ou não, fluidoterapia que pode ter uma componente de reposição
electrolítica, transfaunação ruminal, vitamina B e concentrados alimentícios. Queratite por
exposição, quando presente, requer tratamento com antibióticos tópicos e ciclopégicos,
necessitando o olho de ser protegido de modo a evitar lesões adicionais (Morin, 2004). Embora
não existam ensaios controlados no que respeita ao melhor antibiótico e às diferentes maneiras
de serem administrados, actualmente a penicilina (22.000 até 44.000 unidades internacionais/kg,
via endovenosa, quatro vezes ao dia ou via intramuscular bidiária) ou a oxitetraciclina (20
20

mg/kg, via endovenosa, diária ou 10 mg/kg, via endovenosa, bidiária) são os antibióticos mais
usados no tratamento da listeriose encefálica. No que respeita a estas drogas existem estudos que
demonstram tanto a sua eficácia como ineficácia. Hirsbrunner, Nicolet, Tontis e Martig, (1997)
trataram casos de listeriose em bovinos com penicilina obtendo uma taxa de sucesso de 62%
(8/13), os restantes animais (5/13) necessitaram que ser eutanasiados um ou dois dias depois de
iniciado o tratamento (Morin, 2004).

 Prevenção

Embora não seja muito praticada, devido ao custo económico que comporta e à falta de
disponibilidade no mercado nacional, a vacinação contra L. monocytogenes reduz
significativamente a listeriose ovina. Na Noruega, por exemplo, a taxa de aborto devido a
listeriose baixou de 20% a 25% para cerca de 3% após vacinação com uma estirpe atenuada Um
outro estudo na Noruega demonstrou uma redução da incidência de listeriose de 2% nos animais
vacinados (incidência passou de 3% para 1%) e uma diminuição na taxa de aborto de 1,1% para
0,7% (Gudding et al., 1985). Num outro trabalho, uma infecção experimental de ovinos,
demonstrou que a vacinação aumentava o número de ovinos que nascem livres da doença (92,4%
contra 69,7% nos não vacinados) e aumento do peso dos animais na altura do nascimento (de 1,8
kg para 2,2 kg de média de peso dos animais à nascença). Para além dos factores atrás referidos,
de salientar também que nos animais vacinados não foi detectada L. monocytogenes nas
amostras de leite, estando a bactéria presente em 32% das amostras colhidas de animais não
vacinados. Apesar da vacinação dos ovinos produzir poucos efeitos adversos, só se recomenda
em rebanhos dos quais se pretenda obter o máximo de rendimento, devido às despesas
económicas inerentes (Linde et al., 1995).
21

4. Conclusão
22

5. Referências

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Gudding R., Gronstol, H. & Larsen, H. J. (1985) Vaccination against listeriosis in sheep. Vet
Rec ,117:89–90.

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Corte. p.81-9..

Linde, K., Fthenakis, G. C., Lippmann, R., Kinne, J. & Abraham, A. (1995). The efficacy of a
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Morin, D. E. (2004). Brainstem and cranial nerve abnormalities: listeriosis, otitis media/interna,
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Wesley, I. V. (2007). Listeria, Listeriosis and Food Safety 3rd edition.p:55-84. CRC Press.

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