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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA

UNIVERSO – Medicina Veterinária

Brenda Porto
Daniella Machado Resende
Etheline Tavares de Almeida
Girlene da Silva F. e Paula
Marília Amorim

GARROTILHO: ADENITE EQUINA

GOIÂNIA/GOIÁS
2021
Brenda Porto
Daniella Machado Resende
Etheline Tavares de Almeida
Girlene da Silva F. e Paula
Marília Amorim

GARROTILHO: ADENITE EQUINA

Trabalho desenvolvido para obtenção de


nota na Disciplina de Epidemiologia, do
curso de Medicina Veterinária – 6°
período, apresentado a Universidade
Salgado de Oliveira. Sob a orientação do
professor Ronaldo Alves.

GOIÂNIA/GOIÁS
2021
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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO........................................................................................................03
2.GARROTILHO........................................................................................................04
3. ETIOLOGIA E PATOGENIA DA DOENÇA............................................................04
4. IMPORTÂNCIA MÉDICA E VETERINÁRIA...........................................................05
5. TIPO DE NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA.............................................................05
6. FATORES DE RISCO PARA A DOENÇA.............................................................05
7. EPIDEMIOLOGIA..................................................................................................06
8.PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS DE CONTROLE/ERRADICAÇÃO DA
DOENÇA...................................................................................................................07
9. PAPEL / IMPORTÂNCIA DO MÉDICO VETERINÁRIO PARA O SUCESSO DO
CONTROLE DA DOENÇA........................................................................................08
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................08
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................09
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1.INTRODUÇÃO
Garrotilho é uma doença bacteriana que afeta o trato respiratório superior dos
equinos. O nome popular “garrotilho” vem de equídeos que apresentam aspecto
garroteado ou sufocado em razão da dificuldade respiratória causada pelo aumento
dos linfonodos.
É uma doença muita conhecida e frequente na criação de equinos, que
acomete animais de todas as idades com prevalência maior em animais jovens.
Garrotilho é responsável por 30% das notificações de enfermidades em
equinos em todo o mundo, é altamente contagiosa e a doença pode ser transmitida
pela via oral e/ou nasal podendo ocorrer de forma direta ou indireta entre os animais.
Essa doença é responsável por grandes prejuízos na criação de equinos,
relacionado a redução da performance, custos com tratamentos, medidas de
controle e suspensão das atividades dos animais.

2.GARROTILHO
Garrotilho ou Adenite Eqüina é uma doença infectocontagiosa que afeta o
trato respiratório superior dos equinos, caracterizada por descarga nasal
mucopurulenta (figura1) e inflamação dos linfonodos submandibulares e
retrofaringeos com formação de abscessos (figura 2).

Figura1- Descarga Nasal muco-purulenta Figura 2- Linfonodo aumentado

3.ETIOLOGIA E PATOGENIA DA DOENÇA


O agente etiológico do garrotilho é a bactéria chamada, Streptococcus equi
subespécie equi. É uma bactéria gram-positiva e β-Hemolítica, pertencente ao
grupo C na classificação de Lancefield, possui cepas encapsulada e apresenta
formato de cocos. Acomete os animais de todas as idades, com prevalência maior
em animais jovens.
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A bactéria se adere nas células epiteliais da mucosa nasal e/ou bucal e


invade a mucosa nasofaringe, causando faringite aguda e rinite.
Caso o hospedeiro não consiga combater a infecção, o agente invade a
mucosa e o tecido linfático faríngeo.
À medida que a doença progride, há a formação de abscessos nos
linfonodos, principalmente retro faríngeos e submandibulares, causando obstrução
local por compressão.

4.IMPORTANCIA MÉDICA E VETERINÁRIA


O Garrotilho não causa problemas à saúde humana por não ser uma
zoonose. Para o animal causa desconfortos por ser uma doença respiratória – o
diagnostico rápido é importante porque pode salvar o animal. É uma doença
altamente contagiosa que exige do Veterinário uma orientação com relação ao
manejo sanitário evitando a disseminação da doença para o restante do plantel.
Pode haver mortes se não houver tratamento.
Os prejuízos estão relacionados à redução do desempenho, aos custos de
tratamento e eventuais mortes. Sua morbidade é alta e a letalidade baixa, sendo que
seus prejuízos econômicos se devem a gastos com tratamento e suspensão das
atividades dos animais.

5. TIPO DE NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA E O MOTIVO PELO QUAL A


DOENÇA É DE NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA
O Garrotilho ou Adenite Equina é uma doença de Notificação Mensal
enquadrada na Categoria 4 da IN 50 de 2013.
Os casos confirmados devem ser comunicados mensalmente através de
relatórios epidemiológicos próprios – Ficha Epidemiológica Mensal – FEPI.
A notificação deverá ser feita ao SVO – Serviço Veterinário Oficial.
O imediatismo imposto à notificação justifica-se pela necessidade de se tomar
medidas de prevenção e controle em tempo hábil, devido à gravidade e potencial de
contágio.

6. FATORES DE RISCO PARA A DOENÇA (PARA HUMANOS E ANIMAIS)


O frio e a umidade facilitam a sobrevivência do agente e sua disseminação,
portanto animais que vivem o em estados mais frios e úmidos são mais vulneráveis
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à infecção. Também são considerados fatores de risco relevantes o número de


eventos de aglomeração que os equinos participam o ato de compartilhar recipientes
de alimento e não fazerem a quarentena correta dos animais novos que chegam a
um plantel.

7.EPIDEMIOLOGIA
7.1- CADEIA EPIDEMIOLÓGICA

7.1.1- FONTE DE INFECÇÃO:


Animais infectados portadores de bactéria Estreptococus equi.

7.1.2 – VIA DE ELIMINAÇÃO:


Secreções nasais, conteúdo de abscessos, fezes.
(Estima-se que 20% dos animais aparentemente recuperados sigam
eliminando a bactéria na secreção nasal).

7.1.3- MEIO DE TRANSMISSÃO:


A transmissão do garrotilho pode ocorrer de duas formas:
Forma direta: entre equinos que estão incubando a doença e que apresentam
sinais, como corrimento nasal, sendo que ao tossir, espirrar e relinchar pode
espalhar pus sob forma de aerossol contaminando o ar, água e os alimentos,
facilitando a disseminação da enfermidade, praticamente em todos os animais
susceptíveis.
Forma indireta: fômites, estábulos, pastagens, comedouro ou bebedouro
contaminados com secreções.

7.1.4- PORTA DE ENTRADA


A infecção da bactéria ocorre pela inalação e/ou ingestão do microrganismo
pelas mucosas nasais e orais.

7.1.5- HOSPEDEIRO SUSCEPTÍVEL:


Os hospedeiros susceptíveis são todos os equídeos saudáveis.
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7.2- DISTRIBUIÇÃO
Não há gráficos com valores estatísticos específicos a respeito do Garrotilho,
os gráficos encontrados trazem doenças bacterianas de uma forma geral, porém
algumas pesquisas dizem que:

• A Adenite Equina é responsável por aproximadamente 30% das


notificações de enfermidades em todo o mundo.

• Ocupa o segundo lugar entra as doenças limitantes das


atividades dos equinos.

• Possui uma distribuição mundial, considerando os custos com


tratamento, medidas de controle e eventuais mortes.

• Taxa de Morbidade por chegar a 100% sendo maior em animais


com menos de 2 anos no entanto a mortalidade é baixa.

8-PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS DE CONTROLE/ERRADICAÇÃO DA


DOENÇA
Não existe programa governamental para a prevenção da doença.
O garrotilho está incluso na normativa criada em 1988 juntamente a doenças
zoosanitárias e infecciosas para o controle e prevenção.
No caso do garrotilho a lei exige a qualquer pessoa que tenha em seu poder
animais susceptíveis a doença, que seja feita a notificação da mesma, quando existir
casos concretos e orienta-se a vacinação correta, pois em casos de transportação,
feiras, eventos entre outros, será pedido pelo DSA a apresentação do certificado de
vacinação para comprovar que seu animal não está disseminando a doença.
Mesmo a Adenite equina se enquadrando na normativa, não foi criado
nenhum programa, pois para o Governo, são de maior importância doenças
prejudiciais a saúde humana, e como na Adenite não foram concretizados casos de
transmissão, o governo não investe nela em si. Assim, causando problemas
econômicos individuais direcionados ao responsável do equídeo infectado.
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9- PAPEL /IMPORTANCIA DO MÉDICO VETERINÁRIO PARA O SUCESSO


DO CONTROLE DA DOENÇA
O Médico Veterinário tem conhecimentos, técnicas e recursos disponíveis na
medicina veterinária para auxiliar no risco de contaminação e disseminação da
doença.
Os animais doentes devem ser postos em quarentena e submetidos aos
tratamentos o mais cedo possível, devem ser mantidos em instalações devidamente
higienizadas e desinfetadas, sendo necessário separar os animais sadios dos
infectados.
É necessário um bom manejo do rebanho, a fim de evitar aglomerações e a
introdução de animais doentes, a vacinação é uma importante aliada na prevenção
da adenite. E o melhor meio de evitar a doença é o planejamento e a organização.
A troca de informações entre a Medicina Humana e a Medicina Veterinária,
em relação a Inspeção de Alimentos e a Vigilância Sanitária, Produção e Controle de
Produtos Biológicos, Vigilância Ambiental incluindo o saneamento básico.
No setor privado, devem-se prestar serviços no âmbito do PNSE. (Programa
Nacional de Sanidade de Equídeos )
Para prevenir, controlar ou erradicar doenças dos equídeos, o PNSE promove
as seguintes atividades:
I – educação sanitária;
II – estudos epidemiológicos;
III – fiscalização e controle do trânsito de equídeos;
IV – cadastramento, fiscalização e certificação sanitária de estabelecimentos;
e
V – intervenção imediata quando da suspeita ou ocorrência de doença de
notificação obrigatória.

10- CONSIDERAÇÕES FINAIS


A Adenite Equina é uma doença de grande importância na criação de
equinos, altamente contagiosa que causa perdas econômicas pelo alto custo com
tratamentos, redução no desempenho dos animais, principalmente, animais jovens.
Deve ser levado em conta os fatores de risco da doença como a aglomeração de
animais, que facilita a transmissão do agente, por contato direto ou indireto,
favorecendo o surgimento de surtos da doença. Portanto cada vez mais se faz
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necessário o acompanhamento do médico veterinário nestes estabelecimentos para


orientação, diagnóstico precoce, a fim de se controlar a disseminação da doença,
isolamento dos animais doentes, desinfecção do ambiente e tratamento adequado
conforme o estágio da doença.

11. REFERÊNCIAS
1. CM Moraes – 2009 Adenite equina: sua etiologia, diagnóstico e
controle – Revisão Bibliográfica – publicada Ciência Rural, Santa Maria,
v.39, n.6, p.1944-1952, set, 2009. https://doi.org/10.1590/S0103-
84782009000600050 Acessado em 12 de set 2021.

2. https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-
vegetal/saude-animal/arquivos-
sisa/Listadedoencasanimaisdenotificaoobrigatoria.pdf/view Acessado em
12 set 2021.

3. https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-
vegetal/saude-animal/arquivos-
sisa/Listadedoencasanimaisdenotificaoobrigatoria.pdf/view-Acessado em
12 set 2021.

4. https://legisla.casacivil.go.gov.br/pesquisa_legislacao/81288/lei-
13443 - Acessado em 12 set 2021.

5. https://wp.ufpel.edu.br/microbiologia/files/2019/09/Garrotilho.pdf
Acessado em 08 set 2021.

6. https://www.emdagro.se.gov.br/programa-nacional-de-sanidade-
dos-equideos/ Acessado em 08 set 2021.
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7. https://brt.ifsp.edu.br/phocadownload/userupload/213354/IFMAP
170020%20ADENITE%20EQUINA%20GARROTILHO.pdf Acessado em
08 set 2021

8. https://www.pubvet.com.br/uploads/2330d0ed392557889636c7d
69eb6ce3f.pdf Acessado em 12 set 2021.

9. SOUSA, F. M.; Caracterização epidemiológica de práticas de


manejo e fatores de risco para doenças infecciosas em equinos de
propriedades de Uberlândia-MG. UNIVERSIDADE FEDERAL DE
UBERLÂNDIA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA, DEZ, 2017.

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