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MEDICINA VETERINÁRIA E SAÚDE COLETIVA

Profª: Nathalya Carneiro

Programa Nacional de Prevenção e Vigilância da


Encefalopatia Espongiforme Bovina (PNEEB)
ENCEFALOPATIAS ESPONGIFORMES
TRANSMISSÍVEIS (EET)
• Doenças neurodegenerativas que acometem toda a estrutura do Sistema
Nervoso Central (SNC).

• Ocorrem em muitas espécies;

• Após instalação do quadro clínico→ invariavelmente fatal.


ENCEFALOPATIAS ESPONGIFORMES
TRANSMISSÍVEIS (EET)
No grupo das EET, as enfermidades de destaque são:

• Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB)

• Scrapie ou Paraplexia enzoótica dos ovinos

• Doença de Creutzfeldt-Jakob (CJD)

• Variante da Doença de Creutzfeldt-Jakob (vCJD)


ENCEFALOPATIA ESPONGIFORME
BOVINA (EEB)
• A EEB é uma enfermidade neurodegenerativa fatal transmissível do SNC
de bovinos;

• A doença é lenta e progressiva.

• Notificação obrigatória no Brasil desde 1997 e faz parte da lista 2


(Doenças que requerem notificação imediata de qualquer caso suspeito)
da Instrução Normativa n° 50, de 24 de setembro de 2013.
ETIOLOGIA
• Príon PrPsc da Encefalopatia Espongiforme Bovina

• Subtipos - conforme peso molecular:

Tipo C → EEB Clássica

Tipo H e L → EEB Atípica


ESPÉCIE SUSCEPTÍVEIS
• Bovinos

• Outras espécies → ex: caprinos, ovinos, felídeos, roedores, lêmures - não


têm importância epidemiológica significativa.

• Homem → pode desenvolver a doença (variante de Creutzfeldt-Jakob) -


ingestão de tecidos de animais infectados com o príon.
EPIDEMIOLOGIA
EPIDEMIOLOGIA
• A EEB clássica nunca foi registrada no Brasil.

• Foram registrados 6 casos de EEB atípica (tipo H) no país.

• Não interfere no status de risco para EEB junto à Organização Mundial de


Saúde Animal - OMSA, por terem ocorrência espontânea.

• Brasil → país de risco insignificante para a doença desde 2012


EPIDEMIOLOGIA

Caso atípico – fevereiro de 2023.


TRANSMISSÃO
EEB CLÁSSICA

• via oral → ingestão de subprodutos de origem de ruminantes


(principalmente farinha de carne e ossos) contaminados com o príon.
TRANSMISSÃO
EEB ATÍPICA

• ocorrência esporádica e
espontânea.
• A variante da doença de Creutzfeldt-
Jakob em humanos foi associada à
ingestão de tecidos de animais
infectados com o príon do Tipo C.
PERÍODO DE INCUBAÇÃO

Forma clássica: pelo menos 2 anos, podendo chegar a 10 anos.

Forma atípica: indeterminado


SINAIS CLÍNICOS
EEB CLÁSSICA

• alterações neurológicas e comportamentais:

• agressividade, dificuldade em manter-se


em pé ou levantar-se, andar em círculos,
movimentos oculares assimétricos.

• Outros: perda de peso corporal, bruxismo,


bradicardia.
SINAIS CLÍNICOS
EEB atípica

• normalmente é assintomática

• associada a bovinos caídos e/ou submetidos ao abate de emergência.

• Maioria dos casos descritos: animais > 8 anos.


LESÕES POST MORTEM
• Histopatológicas restritas ao SNC.

• Alterações espongiformes não inflamatórias.

• Uma característica da doença em bovinos: vacuolização neuronal


DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
• Importante - sinais clínicos neurológicos podem ser apresentados por
várias doenças;

• Exemplos: raiva, encefalites, doença de Aujeszky, febre catarral maligna


ou agravos não infecciosos como hipocalcemia e intoxicações
DIAGNÓSTICO
• Post mortem

• Alterações histopatológicas no SNC de animais suspeitos

• ELISA (triagem de casos suspeitos)

• Imunohistoquímica - IHQ (teste confirmatório)


Programa Nacional de Prevenção e Vigilância da
Encefalopatia Espongiforme Bovina – PNEEB
• Instituído pela Instrução Normativa 44, de 17 de setembro de 2013, é
estruturado em subprogramas:

• Controle de importação e monitoramento de bovinos importados

• Controle em estabelecimentos de abate de ruminantes

• Controle em estabelecimentos processadores de resíduos de origem


animal - graxarias
Programa Nacional de Prevenção e Vigilância da
Encefalopatia Espongiforme Bovina – PNEEB
• Controle da produção de alimentos para ruminantes em
estabelecimentos que os fabriquem e de produtos veterinários para
uso em ruminantes

• Controle de alimentos para ruminantes em estabelecimentos de


criação de ruminantes

• Vigilância das EET

• Controle e avaliação
SEGMENTOS ENVOLVIDOS NO PNEEB
VIGILÂNCIA DAS EET
• Visa à detecção precoce de eventual caso de EEB, mediante
procedimentos de:

Notificação e investigação de doenças nervosas em ruminantes;

Realização de testes para diagnóstico das EEB em


subpopulações específicas de animais.
DEFINIÇÃO DE CASO
• Caso Suspeito de EEB: animal susceptível que se enquadra em uma das
categorias de vigilância, exigindo diagnóstico laboratorial de EEB:

• Bovino e bubalino ≥ 2 anos com sinais clínicos de doença nervosa

• Bovino e bubalino, ≥ 2 anos, com vínculo epidemiológico com caso de


EEB

• Bovino e bubalino ≥ 3 anos submetido ao abate de emergência ou


condenado na inspeção ante-mortem;

• Todos os bovinos ou bubalinos importados de país de risco para EEB,


independentemente de sinais clínicos e da idade.
DEFINIÇÃO DE CASO
• Caso Provável de EEB: Caso suspeito com resultado laboratorial
diferente de negativo no teste de triagem ELISA.

• Caso Confirmado de EEB: Caso provável com resultado positivo nos


testes confirmatórios de Imunohistoquímica

• EEB Clássica → príon PrPsc do Tipo C

• EEB Atípica → príon PrPsc do Tipo L ou H.


DEFINIÇÃO DE CASO
• Suspeita Descartada/Caso Descartado: caso suspeito ou provável que
não atendeu aos critérios de confirmação (negativo nos testes
confirmatórios).
PREVENÇÃO E CONTROLE
Controle de importação e monitoramento de bovinos importados

• Visa prevenir a entrada do agente da EEB no país, mediante


procedimentos de:

Controle da importação - animais, seus produtos e subprodutos

Monitoramento de bovinos importados - controle de localização,


movimentação e destinação desses animais
PREVENÇÃO E CONTROLE
• Prevenção da reciclagem e amplificação e mitigação de risco de
exposição ao agente através de:

Proibição de abate de bovinos importados de países de risco;

Proibição de uso de subprodutos de origem animal na alimentação de


ruminantes (feedban);

Remoção, segregação e destruição de materiais de risco específico para


EEB (MRE

Tratamento térmico de farinhas oriundas de ruminantes.


PREVENÇÃO E CONTROLE
• Ações em estabelecimentos de abate

Inspeção ante-mortem

Remoção de MRE

Vigilância no abate de emergência


PREVENÇÃO E CONTROLE
• Ações em estabelecimentos de criação de ruminantes
• Coibir o uso de subprodutos de origem animal proibidos na alimentação
de ruminantes

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