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PRINCIPAIS

ENFERMIDADES
NEONATAIS
Prof. Me. Mateus Nunes Diógenes
■ Prats (2005): Neonato: estende-se do nascimento até a segunda
semana de vida no cão e até o décimo dia ou o momento da abertura
dos olhos para os gatos

■ Grundy (2006): Neonatos: recém nascidos até o desmame


Síndrome do cão/gato debilitado

■ Definida como a ocorrência de mortalidade sem causa aparente em


ninhadas de 3 a 10 dias de idade, nas quais os filhotes nasceram
sem dificuldades, sem malformações clinicamente detectáveis, com
peso conforme a raça e que, até então, seguiam uma curva de
crescimento normal
Síndrome do cão/gato debilitado

■ Sintomas: Manifestações de incômodo, como baixa reação ao mamar,


fadiga e inquietação associadas a choro persistente e lastimoso,
depressão progressiva, e principalmente, diminuição abrupta do peso

■ Morte em poucas horas


Síndrome do cão/gato debilitado

■ Causas: multifatorial

– Predisposição genética

■ Tratamento: fluidoterapia intensiva/sintomático


Parvovirose

■ Agente: Parvovírus canino

■ Enterite necrótica
■ Miocardite não supurativa Relacionadas à idade do animal
Parvovirose

■ Miocardite: pode ocorrer através de infecção intrauterina ou em


filhotes com até oito semanas de idade via oronasal a partir de fezes
contaminadas

■ Sinais clínicos: cães morrem de forma repentina ou após um curto


episódio de dispneia, vocalização, agitação e ânsia de vômito
podendo apresentar lesões generalizadas de insuficiência cardíaca
congestiva aguda
Herpesvírus canino
■ Agente: Herpesvírus canino tipo 1 (CHV-1)

■ Sinais clínicos em filhotes:


– Lesões sistêmicas, caracterizadas por necrose e hemorragia em
cães com menos de três semanas de idade
– Dispneia, apatia e anorexia e morte após 48 horas do início dos
sinais clínicos
■ Sinais clínicos em adultos:

– Balanopostite em machos
– Infertilidade, abortamento, natimortalidade e vulvovaginite em
fêmeas
Herpesvírus canino

■ Transmissão:
– Pode ocorrer durante o parto
– Via transplacentária
– Pelas secreções oronasais da fêmea
Herpesvírus canino

■ Fatores importantes:
– Em neonatos, o grave quadro clínico é atribuído à menor
temperatura corporal dos caninos nesta faixa etária
– Sistema imunológico imaturo
– Falta de anticorpos maternos transmitidos pelo colostro
Malformações congênitas

■ Agentes teratogênicos são os responsáveis pelo aparecimento das


malformações (1 a 2%)

■ Origem genética: cromossomos

■ Origem ambiental: agentes infecciosos, nutricionais, químicos ou


físicos
Malformações congênitas

■ Monstros
Malformações congênitas

Polidactilia
Malformações congênitas
■ A atresia anal resulta de
falha da membrana em
se romper, deixando
uma membrana
relativamente espessa
cobrindo o orifício anal
■ O esfíncter anal em
geral está intacto e é
funcional
■ A agenesia anal resulta
quando o reto termina
cegamente a uma
distância variável da
membrana anal
Malformações congênitas

■ Anasarca: edema generalizado observado em filhotes nascidos


mortos ou inviáveis

– Normalmente provoca distocia fetal e requer cesariana

– Pode afetar um, vários filhotes ou toda a ninhada


■ Edema linfático congênito
cuja causa é um gene
autossômico dominante
■ Alterações nutricionais ou
hormonais
■ Malformação cardíaca
fetal
■ Predisposição racial nos
cães da raça Buldogue
■ Infecção por parvovírus
CPV-1 no final da
gestação
■ Fenda palatina (palatosquise)

– Fissuras do palato primário


(lábio leporino)

– Fissuras do palato
secundário (fenda palatina
do palato mole e do palato
duro)
Septicemia neonatal

■ Consequente a uma infecção generalizada de vários órgãos

■ São acometidos ainda na vida uterina ou logo após o parto

■ A septicemia neonatal pode causar danos irreversíveis, infecções


localizadas e atraso no desenvolvimento
Septicemia neonatal em equinos

■ A causa mais comum é a falta de imunidade passiva adquirida


através do colostro

■ Actinobacillus equuli
■ Escherichia coli
■ Streptococcus sp.
■ Klebsiella sp.
Septicemia neonatal em equinos

■ Sinais clínicos: prostração, febre, diarreia, desidratação, apatia,


movimentação incoordenada e morte repentina

■ Tratamento: sintomático, através da utilização de antibióticos de


amplo espectro, fluidoterapia e tratamentos complementares
Isoeritrólise neonatal

■ A isoeritrólise neonatal equina é uma enfermidade que acomete de 1


a 2% dos potros
■ Causada por uma incompatibilidade do grupo sanguíneo da égua com
a do potro, levando a uma hipersensibilidade do tipo 2
Isoeritrólise neonatal

■ Com a ingestão do colostro, o potro absorve anticorpos maternos


produzidos durante o periparto, após a égua ter sido exposta ao grupo
sanguíneo do potro durante hemorragias placentárias ou durante o
parto
■ Os anticorpos maternos irão atuar diretamente contra as hemácias
dos potros, provocando lise e/ou aglutinação
■ Com a lise das hemácias, a medula óssea não consegue
recompensar esta perda, levando a um quadro de anemia e hipóxia
anêmica, podendo levar a morte
Isoeritrólise neonatal

■ Sinais clínicos: aparecem 2 a 24 horas após a ingestão do colostro

■ Hemoglobinúria e hemoglobulinemia
■ Icterícia
■ Cansaço, palidez de mucosas, taquicardia (até 120 batimentos por
minuto) e taquipnéia
Isoeritrólise neonatal

■ Prevenção:
■ Tipagem sanguínea Aa e Qa (antígenos presentes nas hemácias)
■ Mensurar os anticorpos presentes no soro ou no colostro das éguas
de risco
■ Realizar testes de compatibilidade entre o colostro em diluições
seriadas e as hemácias do potro
Isoeritrólise neonatal

■ Tratamento: cessar a ingestão do colostro pelo potro por 48 horas,


retomando a alimentação com o leite materno na quantidade
correspondente a 10% do peso corporal a cada 2 horas
■ Transfusões sanguíneas, fluidoterapia e antibioticoterapia podem ser
necessários
Diarreia neonatal em borregos e cabritos

■ Envolve o animal, meio ambiente, nutrição e agentes infecciosos


Diarreia neonatal em borregos e cabritos
Agente infeccioso: Escherichia coli
■ Ocorre principalmente nos confinamentos
■ A mãe deita com o úbere em cima das fezes molhadas e o cordeiro ao
mamar se infecta com coliformes patogênicos
Diarreia neonatal em borregos e cabritos
■ Sintomas: diarreia de coloração amarelo brilhante, cólicas
abdominais, desidratação e morte
Diarreia neonatal em borregos e cabritos

■ Coccidiose: É causada por protozoário do gênero Eimeria


Diarreia neonatal em borregos e cabritos

■ Fatores predisponentes: Camas sujas e úmidas favorecem a


esporulação, comedouros e bebedouros em locais que favoreçam a
contaminação fecal, facilitam a contaminação fecal-oral para este
protozoário

■ Um dos fatores mais importantes no surgimento da coccidiose é a


manutenção de animais jovens em regime de engorda intensiva
Diarreia neonatal em borregos e cabritos

■ Todos os borregos e cabritos do rebanho devem ser tratados, mesmo


os que não apresentem sintomas clínicos
Infecções umbilicais

■ Infecção das estruturas umbilicais é comum em animais com falha na


imunidade passiva, e pode resultar em bacteremia, septicemia e
morte em neonatos

■ Agentes mais comuns:


■ Escherichia colli,
■ Streptococcus sp.
■ Clostridium sp.
Infecções umbilicais

• Veia umbilical dirige-se cranialmente em direção ao fígado


• Artérias umbilicais dirigem-se em sentido caudal para a artéria
hipogástrica
• Úraco em direção a bexiga
Infecções umbilicais

■ O cordão umbilical apresenta-se enegrecido, o umbigo fica


edemaciado e com secreção purulenta, a patologia progride para
febre, diarreia, apatia, prostração, anorexia

■ Tratamento: é feito com antibioticoterapia sistêmica e tratamento


local, através de antissépticos, antibióticos tópicos e curativos
■ Onfalite: é a inflamação da porção externa do umbigo
■ Uraquite: processo infeccioso intra-abdominal que acomete o úraco
com ascendência à bexiga
■ Onfaloflebite: é o processo inflamatório da veia umbilical e da porção
externa do umbigo
■ Onfaloarterioflebite: é um processo infeccioso de uma ou duas
artérias, conjuntamente com a veia umbilical, ascendente à região
abdominal
■ Onfalouracoarterite: é um processo infeccioso do úraco e das artérias
umbilicais, com ascendência intra-abdominal à bexiga e à artéria
hipogástrica
■ Panvasculite umbilical: processo infeccioso de todo o complexo
umbilical, comprometendo a veia, as artérias e o úraco
INFECÇÕES UMBILICAIS
Poliartrite séptica

■ Processos infecciosos que envolvem a membrana sinovial, osso


periarticular ou ambos

■ Mais de uma articulação estão comumente envolvidas, partindo de


um sítio primário de sepse, como onfaloflebites, pneumonias e
diarreias de origem bacteriana
Poliartrite séptica

■ Sinais clínicos: claudicação, febre alta, apatia, prostração, edema


periarticular, dor nas articulações, e alterações locais como distensão
e alteração na cor da pele da articulação envolvida, fistulas e feridas
secundárias

■ Tratamento: é feito através de antibioticoterapia de amplo espectro


sistêmico e terapia de apoio com drenagem e repouso articular
Poliartrite séptica
Poliartrite séptica
Persistência do úraco

■ Transformação após o nascimento:


– Excreção urinária que era feita pelo úraco e passa a ser realizada
pela uretra. Assim, o úraco, após o nascimento, se fecha e se
transforma no ligamento médio da bexiga

– Quando o úraco não se fecha após o nascimento, o lúmen


permanece aberto, deixando uma abertura anormal entre a
bexiga e o umbigo, levando ao gotejamento de urina, com riscos
de infecções
Persistência do úraco

■ Tratamento:

– Tintura de iodo entre 2 e 5% ou nitrato de prata a 1% em torno


do anel umbilical, uma vez ao dia
– Cirurgia

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