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L I V E 0 3 3 – M E D I D A S D E P R OT E Ç Ã O
C O N T R A T E N S Ã O D E TO Q U E E D E PA S S O
D R . H É L I O E I J I S U E TA
Medidas de proteção contra Tensões de Toque

ABNT NBR 5419-3: 2015

8 Medidas de proteção contra acidentes com seres vivos devido à tensões de


passo e de toque

8.1 Medidas de proteção contra tensões de toque

8.1.1 Em certas condições, a proximidade dos condutores de descida de um SPDA,


externo à estrutura, pode trazer risco de vida mesmo que o SPDA tenha sido
projetado e construído de acordo com as recomendações apresentadas por esta
norma.
Medidas de proteção contra Tensões de Toque

Os riscos são reduzidos a níveis toleráveis se uma das seguintes condições for preenchida:

a) A probabilidade da aproximação de pessoas, ou a duração da presença delas fora da


estrutura e próximas aos condutores de descida, for muito baixa;

b) O subsistema de descida consistir em pelo menos dez caminhos naturais de descida


(elementos de aço das armaduras, pilares de aço etc) interconectados conforme 5.3.5;

c) A resistividade da camada superficial do solo, até 3 m de distância dos condutor de descida,


for maior ou igual a 100 kΩ.m.

NOTA: Uma cobertura de material isolante, ex. asfalto de 5 cm de espessura, ou


uma cobertura de 20 cm de espessura de brita, geralmente reduz os riscos a um nível
tolerável.
Medidas de proteção contra Tensões de Toque

8.1.2 Se nenhuma dessas condições for preenchida, medidas de proteção devem ser
adotadas contra danos a seres vivos devido às tensões de toque como a seguir:

a) A isolação dos condutores de descida expostos deve ser provida utilizando-se materiais
que suportem uma tensão de ensaio de 100 kV, 1,2/50µs, por exemplo, no mínimo uma
camada de 3mm de polietileno reticulado; ou

b) Restrições físicas (barreiras) ou sinalização de alerta para minimizar a probabilidade dos


condutores de descida serem tocados.
Medidas de proteção contra Tensões de Passo

8.2 Medidas de proteção contra tensões de passo

Os riscos são reduzidos a um nível tolerável se uma das condições apresentadas em


8.1.1 a), b) ou c) forem preenchidas.
PESSOAS PRÓXIMAS SPDA NATURAL CAMADA SUPERFICIAL

Se nenhuma dessas condições for preenchida, medidas de proteção devem ser adotadas
contra danos a seres vivos devidos às tensões de passo como se segue:

a) Impor restrições físicas (barreiras) ou sinalização de alerta para minimizar a


probabilidade de acesso à área perigosa, até 3m dos condutores de descida;

b) Construção de eletrodo de aterramento reticulado complementar no entorno do


condutor de descida.
Medidas de proteção contra Tensões de Toque e de Passo

Em função da seguinte recomendação:

“c) A resistividade da camada superficial do solo, até 3 m de


distância dos condutor de descida, for maior ou igual a 100 kΩ.m.”

foi realizado um estudo no IEE USP sobre alguns materiais que podem
ser utilizados sobre os eletrodos de aterramento nas vizinhanças dos
condutores de descida dos SPDA.

• Simulações e modelamentos matemáticos foram realizados


utilizando o software CDEGS (Módulos HIFREQ e FFTSES) para
calcular os potenciais de toque e de passo em situações diferentes
Medidas de proteção contra Tensões de Toque e de Passo

ILPS 2016 - Porto

PROTECTION MEASURES AGAINST TOUCH AND STEP


POTENTIALS ON THE DOWN-CONDUCTORS VICINITY OF
LIGHTNING PROTECTION SYSTEMS

Hélio E. Sueta; Paulo F. Obase; Jobson Modena


Miltom Shigihara; Clóvis Y. GUISMO Engenharia Ltda
Kodaira Guarulhos, Brazil
Institute of Energy and Environment – USP
São Paulo, Brazil
Medidas de proteção contra Tensões de Toque e de Passo

#50 mm²

#50 mm²
Medidas de proteção contra Tensões de Toque e de Passo

FTTSES converte
para o domínio da
frequência
Medidas de proteção contra Tensões de Passo

80 kg – descalça
1 m distância entre pés
Medidas de proteção contra Tensões de Toque
Medidas de proteção contra Tensões de Passo

CORRENTE UTILIZADA TERRA CONCRETO


ρ = 80 Ωm – concreto

31012 .m

BRITA
ASFALTO PISO CERÂMICO
ρ = 3 x 10 E12 Ωm – piso sem rejunte ρ = 3,000 Ωm Ondas reconvertidas
ρ = 10,000 Ωm – asfalto seco

TENSÃO DE PASSO – RESISTIVIDADE DO SOLO – 300 Ω.m para o domínio do


tempo
Medidas de proteção contra Tensões de Passo

O VALOR DE CRISTA DA TENSÃO DE PASSO AUMENTA COM O AUMENTO DA


RESISTIVIDADE DO SOLO CONSIDERANDO AS DIFERENTES TIPOS DE
CAMADAS DE COBERTURA E SE MANTEM PRATICAMENTE NO MESMO
VALOR PARA O SOLO SEM COBERTURA
Medidas de proteção contra Tensões de Passo

• PARA UMA CAMADA DE CONCRETO DE 5 cm (BAIXA


RESISTIVIDADE = 80 Ω.m), FORAM OBSERVADOS
VALORES DE TENSÃO DE PASSO RELATIVAMENTE ALTOS,
ESPECIALMENTE QUANDO A RESISTIVIDADE DO SOLO
FOI AUMENTANDO.
• ISTO É EXPLICADO PELO MODELO ADOTADO NAS
SIMULAÇÕES, ONDE A CAMADA DE CONCRETO FOI
CONSIDERADA COMO UMA CAMADA INFINITA.
Medidas de proteção contra Tensões de Passo
Medidas de proteção contra Tensões de Passo

• PARA A COBERTURA DE UM CENTÍMETRO DE PISO CERÂMICO,


FOI OBSERVADO QUE OS VALORES DE CRISTA DA TENSÃO DE
PASSO FORAM RELATIVAMENTE BAIXOS E MUITO MENORES QUE
OS ENCONTRADOS NO CASO “SEM COBERTURA”
Medidas de proteção contra Tensões de Passo

• NO CASO DE UMA COBERTURA DE 5 cm DE ASFALTO (RESISTIVIDADE


CONSIDERADA: 10000Ω.m), A SIMULAÇÃO MOSTROU VALORES INFERIORES DE
TENSÃO DE CRISTA PARA SOLOS DE BAIXA RESISTIVIDADE (DA ORDEM DE 300Ω.m)
E VALORES DE TENSÃO DE CRISTA MAIORES PARA SOLOS DE ALTA RESISTIVIDADE,
ENTRETANTO, OS VALORES DE CRISTA OBTIDOS SÃO INFERIORES QUE O CASO
“SEM COBERTURA”
Medidas de proteção contra Tensões de Toque

CORRENTE UTILIZADA SEM COBERTURA CONCRETO

ASFALTO PISO CERÂMICO BRITA

TENSÃO DE TOQUE–RESISTIVIDADE DO SOLO – 5,000 Ω.m


Medidas de proteção contra Tensões de Toque

• AS CURVAS DA TENSÃO DE TOQUE OBTIDAS NAS


SIMULAÇÕES, EM GERAL, MOSTRARAM PEQUENAS
DIFERENÇAS NAS FORMAS DE ONDA SE COMPARARMOS
COM A DA CORRENTE INJETADA.

• ESTE FENÔMENO PODE SER EXPLICADO PELO


ACOPLAMENTO ELETROMAGNÉTICO ENTRE O CABO
DE DESCIDA E O CIRCUITO DO MODELO COMPOSTO
PELA PESSOA TOCANDO ESTE CABO.
Medidas de proteção contra Tensões de Toque

• OS VALORES DE CRISTA DA TENSÃO DE TOQUE AUMENTAM


CONFORME A RESISTIVIDADE DO SOLO AUMENTA PARA TODOS
OS CASOS CONSIDERADOS NA SIMULAÇÃO.

•FORAM OBSERVADOS VALORES EXTREMAMENTE ALTOS DE TENSÃO DE


TOQUE PARA O MODELO ADOTADO.
•DESTA FORMA, O MODELO DEVE SER MELHORADO PARA SIMULAR
SITUAÇÕES MAIS REALISTAS.
Medidas de proteção contra Tensões de Toque e de Passo

• EM GERAL, AS SIMULAÇÕES REALIZADAS MOSTRARAM


QUE A RESISTIVIDADE DA CAMADA DE COBERTURA
DEVEM SER MAIORES QUE A RESISTIVIDADE DO SOLO
PARA ENCONTRAR VALORES INFERIORES DE TENSÃO DE
TOQUE E DE PASSO QUE O SOLO SEM COBERTURA.
Medidas de proteção contra Tensões de Toque e de Passo

ESTE ESTUDO APRESENTOU DIVERSOS RESULTADOS DE


SIMULAÇÕES PARA VERIFICAR O RISCO QUANDO UMA
DESCARGA ATMOSFÉRICA ATINGE O SPDA, PERCORRE
PELOS CONDUTORES DE DESCIDA E FLUI PELO SUBSISTEMA
DE ATERRAMENTO E AS TENSÕES DE TOQUE E PASSO
FORAM CALCULADOS ATRAVÉS DE SIMULAÇÕES NAS
REDONDEZAS DESTE SPDA.
Medidas de proteção contra Tensões de Toque e de Passo

A DEFINIÇÃO DOS VALORES LIMITES


PARA OS POTENCIAIS DE TOQUE E DE
PASSO PARA ALTAS FREQUÊNCIAS,
QUE É O CASO DAS DESCARGAS
ATMOSFÉRICAS, NÃO É UMA TAREFA
FÁCIL E FACILMENTE DISPONÍVEL.
Medidas de proteção contra Tensões de Toque e de Passo

OS VALORES DE CRISTA DOS POTENCIAIS DE TOQUE E DE PASSO OBTIDOS


NESTE ESTUDO DEVEM SER VISTOS COMO COMPARATIVOS PARA OS
DIVERSOS TIPOS DE COBERTURAS E NÃO COMO VALORES DE REFERÊNCIAS
PARA UMA COMPARAÇÃO COM EVENTUAIS VALORES LIMITES

ESTUDOS FUTUROS PODEM CONSIDERAR MODELOS MAIS REALISTAS


Medidas de proteção contra Tensões de Toque e de Passo

AS SIMULAÇÕES REALIZADAS NO ASFALTO (CAMADA DE 5 cm) E


NO PISO CERÂMICO (CAMADA DE 1 cm) MOSTRARAM OS
MENORES VALORES DE CRISTA DAS TENSÕES DE TOQUE E DE
PASSO.
Medidas de proteção contra Tensões de Toque e de Passo

COMO NÃO EXISTEM


RECOMENDAÇÕES EM NORMAS
SOBRE ESTES LIMITES DE TENSÃO
DE PASSO E TOQUE (PARA
TENSÕES IMPULSIVAS), COMO CABO DE DESCIDA
UMA RECOMENDAÇÃO GERAL,
BARREIRAS OU OBSTÁCULOS SÃO
IMPORTANTES E NECESSÁRIOS
PARA PREVINIR QUE UMA PESSOA
TOQUE (OU FIQUE MUITO PERTO)
DOS CONDUTORES DE DESCIDAS
DE UM SPDA.
Medidas de proteção contra Tensões de Toque e de Passo

SE AS RESTRIÇÕES FÍSICAS NÃO FOREM POSSÍVEIS DE SEREM


INSTALADAS, AVISOS VISÍVEIS DE ALERTA SÃO NECESSÁRIOS
PARA AVISAR AS PESSOAS DE SE MANTEREM DISTANTES DAS
DESCIDAS DURANTE PERÍODOS DE TEMPESTADES COM
RAIOS.

ALERTA:
EM DIAS DE
TEMPESTADES
AFASTE-SE
DESTE LOCAL !
Medidas de proteção contra Tensões de Toque

•OPCIONALMENTE CABOS
ISOLADOS, POR EXEMPLO,
CONDUTORES DE DESCIDA
EXPOSTOS ESPECIAIS QUE
SUPORTEM UMA TENSÃO DE
ENSAIO DE 100 kV, 1,2/50µs, QUE
TENHA, NO MÍNIMO UMA
CAMADA DE 3mm DE
POLIETILENO RETICULADO.
Medidas de proteção contra Tensões de Passo

•ELETRODO DE ATERRAMENTO
RETICULADO COMPLEMENTAR
OBRIGADO!

D R . H É L I O E I J I S U E TA
ABNT NBR 15751_2009
Sistemas de aterramento de subestações — Requisitos
A máxima tensão de passo permissível pelo corpo humano é dada pela equação:

 ( )
Ep = Rch + 2 Rp − Rmp  I chcd (V) [7]

onde

Rch é a resistência do corpo humano, adotada como sendo 1 000 , expressa em ohms ();

Rp é a resistência própria de cada pé com relação ao terra remoto, expressa em ohms ();

Rmp é a resistência mútua entre dois pés, expressa em ohms ();

I chcd é a máxima corrente de curta duração admissível pelo corpo humano, expressa em ampères (A).

As resistências própria e mútua dos pés são dadas por:

 
Rp =  s   C () [8]
 4b 

 s 
Rmp =   () [9]
 2    Rp 
 

onde

R mp é a resistência mútua entre dois pés, expressa em ohms ();

b é igual a 0,083 m (raio do disco metálico – modelo estabelecido para o pé humano);

d p é a distância entre os dois pés (1 m);

 s é a resistividade do recobrimento da superfície do solo (m), conforme Tabela 5;

Caso não haja recobrimento, utilizar resistividade da camada superficial do solo.

C é o fator de redução que depende da espessura da camada de recobrimento (equação 13).

Considerando Rmp desprezível quando comparada a Rp , tem-se:

Ep = (Rch + 6   s  C )I chcd (V)


A máxima tensão de toque permissível pelo corpo humano é dada por:

⎯ curta duração:

(R + Rmp )
E tcd = Rch +  I chcd (V)
p

2
Etcd = (Rch + 1,5   s  C )  I chcd (V) [11]

⎯ longa duração:

Etld = Rch +
(Rp + Rmp )  I
chld (V)
2

Etld = (Rch + 1,5   s  C )  I chld (V) [12]

Tabela 1 — Resistividade do material de recobrimento (s)

Resistividade
Material m
seco molhado
Brita nº 1, 2 ou 3 3 000
Concreto 1 200 a 280 000 21 a 100
Asfalto 2106 a 30106 10103 a 6106
O fator de redução C é calculado pela equação:

 
 
1  
kn 
C= 1 + 2    [13]
0,96 
 2  n  hs  
2
n −1
 1+   
  0,08  

ou simplificada

 ρ1 
 1− ρ 
C  1− a   s 
[14]
 2  hs + a 
 
 

onde

a é igual a 0,106 m

1 − s
K= [15]
1 + s

s m
hs

1 m

Legenda
1 é a resistividade da 1a camada (m)

s é a resistividade do recobrimento da camada superficial (em m), conforme Tabela 5

hs é a espessura da camada de revestimento superficial (m)

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