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“O Vagabundo da Esplanada”

Manuel Dias Da Fonseca


O vagabundo era uma pessoa de 50 anos, atarracado, magro e
velho. Andava com calças rotas, chapéu, uma camisola interior e, por
fora, um grande casaco. Ele costumava caminhar pela cidade. As
outras pessoas por quem passava desprezavam-no, desviavam-se dele
e até o criticavam por ele andar assim vestido. Enquanto passeava
viu uma esplanada que lhe chamou a atenção. Então, foi sentar-se
numa mesa livre. Após isto, as pessoas começaram a murmurar
dizendo que o vagabundo não devia estar ali, pois sentiam-se
incomodadas com a sua presença. Depois o empregado foi atendê-lo
e, quando o olhou para o seu rosto, disse que a mesa estava
reservada, apenas para o expulsar dali. O vagabundo apercebeu-se
da situação, ignorou tudo, e disse ao empregado para lhe trazer uma
cerveja fresca.

“O Vagabundo da Esplanada”
personagens
• o vagabundo
• o empregado de mesa
• e os restantes clientes que estavam
sentados na esplanada.
O sem-abrigo encontrava-se no mesmo sitio de sempre, a
sua casa, o sitio de passagem para todos os outros, a rua
imunda, com a calçada gasta de ele e tantos outros
palmilharem. Desloca-se entretanto a uma esplanada de onde
é quase escorraçado pelo seu aspecto físico. A acção termina
neste mesmo local com uma reviravolta inesperada, pelo
facto do homem não abandonar o local, pedindo, em vez
disso, uma cerveja .
Já na época, tal como nos dias de hoje, a
descriminação por parte da sociedade
em relação aos mais desfavorecidos.
Ironia: “E diga à gerência que os deixe
ficar”

Adjectivação expressiva: “Cerca de cinquenta


anos, atarracado, tudo nele era limpo…”
22 de Agosto de 2009
Vagabundo para o Empregado:

QUERIDO Amigo empregado.

Escrevo-te porque os amigos nunca se esquecem.


A muito tempo que não te tenho visto, amigos desde de pequeninos.
O tempo passou, passou e nós tivemos-mo de nos afastar.
Como tens andando? Infelizmente a minha vida não corre tão bem como a tua.
A minha mulher faleceu, devido ao cancro, filhos não chegamos a ter.
Nós bem queríamos.
E por azar por completo o meu negócio correu-me muito muito mal, as dividas eram tantas.
Acabara-me por levar tudo o que tinha, e nestes últimos anos moro onde calhar, onde o perigo não
anda, quando ele se aproxima eu não tenho outra alternativa se não fugir. A minha vida? É
super horrível, não ter nada para comer, não ter onde dormir, dormir no meio da rua em cima
de cartão.
Levar com chuva, vento, as vezes neve.
As pessoas nem uma moeda me dão, olha-me com ar de nojo e medo.
O pior é receber pontapés de pessoas a tratar-me abaixo de cão e a dizer sai sai daqui ser
mendigo.
Já me chegaram a dar uma grande tareia, que mal me consegui mexer, roubaram-me tudo o que
me restava, o que já era pouco.
És a única pessoa que me resta.
Como posso que dizer que não?
Passei por coisas horríveis, quero esquecer pelo que passei e refazer a minha vida.
MUITO OBRIGADO, NÃO TENHO PALAVRAS PARA TE AGRADEÇER POR TUDO O QUE
FIZESTES POR MIM.
Empregado para Vagabundo:
24 Agosto de 2009

É verdade os amigos verdadeiros nunca se esquecem, NUNCA.


Ainda me lembro quando éramos pequeninos e brincávamos na rua.
Tenho óptimo, a vida está a correr bem, felizmente.
Sou casado, tenho uma mulher óptima e filhos maravilhosos.
Como vai a tua família? Não acredito, no que me estais a dizer.
Como é que é possível? Não posso acreditar.
A tua vida era tão boa.
Como fostes parar na rua? Como? Porque é que ninguém te ajudou?
Como é a tua vida na rua?
Realmente o que pode acontecer as pessoas bondosas é horrível, ainda me custa a acreditar que
passastes por isso tudo sozinho.
Quero-te ajudar! Vem viver comigo enquanto não arranjas uma casa para ti.
Falei com o meu patrão e ele disse que precisava de alguém para ajudar no café eu falou de ti e
ele aceitou.

Não tens que agradecer, os amigos servem para isso .

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