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AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA :

A PRÁTICA DO
PSICODIAGNÓSTICO –
OS PRINCIPAIS
INSTRUMEMTPOS

Profa Livre Docente - Leila Cury Tardivo


AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA :
A PRÁTICA DO
PSICODIAGNÓSTICO –
DA AVALIAÇÃO À INTERVENÇÃO

1ª PARTE: REVISÃO DO PSICODIAGNÓSTICO


TRADICIONAL
A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO
OS PRINCIPAIS INSTRUMENTOS
PSICODIAGNÓSTICO
Função exclusiva do psicólogo
VISÃO HISTÓRICA DO PROCESSO (Ocampo, 1981)
modelo médico: distância do paciente; falta de
identidade do psicólogo; mais importante - aplicar testes;
mandar relato a outro profissional; falta gestalt
modelo da Psicanálise: marco de referência,
influência no estudo da personalidade (relação);
mas é diferente (tem metodologia própria)
diagnóstico de tipo compreensivo: encontrar
sentido -relevante e significativo; entrar em contato
(Trinca, 1984)
diagnóstico interventivo: (Ancona-Lopes, 1984)
INSTITUCIONALMENTE :
PSICODIAGNÓSTICO

é uma situação com papéis definidos : contrato


Uma pessoa ou grupo (paciente)
Pede a outra (psicólogo)
Que o ajude –este faz de acordo com suas
possibilidades

Definição: Situação bi-pessoal (psicólogo—


paciente; psicólogo-grupo familiar)
Objetivos definidos: conseguir a compreensão da
personalidade – o mais completa possível
Objetivos (Ocampo)
 Compreensão da personalidade como um todo
 organizar conhecimentos: vida biológica, intra-psíquica
e social
 entender o sintoma: (fenomenológico e dinâmico);
ruptura do equilíbrio; expressa algo a nível familiar
 importância do desenvolvimento (criança) (Ancona-Lopes,
1984)
 interação dos fatores orgânicos com os emocionais
 importância dos aspectos intrapsíquicos
 Principal objetivo: esse conhecimento- aspectos passados
e presentes (diagnóstico) e futuros (prognóstico)
 Explicar dinâmica : buscando relações (família, grupo)
 aspectos adaptativos e patológicos/ ser dinâmico
MOMENTOS DO PROCESSO
PSICODIAGNÓSTICO

1. Primeiro contato e entrevista inicial (s) com o paciente


(pais)

2. Aplicação de testes e técnicas projetivas

3. Encerramento do processo devolução oral ao paciente


(e/ou aos pais)

4. Informe escrito ao remetente (se for o caso – laudo)


ENQUADRAMENTO
Enquadramento – constantes variáveis

- esclarecimento de papéis (limite e natureza da função


que cada parte integrante do contrato desempenha

- Lugares

- Horário e duração do processo (nem muito longo , ne


muito curto)

- Honorários (se for o caso)

- Final da 1a entrevista – mais claro o enquadramento



ENTREVISTAS
técnica de investigação (no Psicodiagnóstico) (Bleger,1973)
 importância dos conceitos de transferência e
contratransferência
COM CRIANÇAS:
ENTREVISTAS INICIAIS COM OS PAIS-
OBJETIVOS
1. Perceber a 1a impressão (linguagem corporal ,
aparência, etc)
2. Considerar o que verbaliza (forma e conteúdo)
3. Estabelecer o grau de coerência ou discrepância entre o
que é verbalizado/ o não verbal
4. Planejar a bateria de testes e outros instrumentos
5. Estabelecer um bom rapport
6. Captar : transferência e contratransferência
ENTREVISTAS INICIAIS COM OS PAIS-
OBJETIVOS
8. Avaliar a capacidade dos pais de elaboração da
situação diagnóstica atual e potencial

Situações especiais: pais separados


Adoção

9 . Investigar o motivo da consulta - esclarecer sintoma;


saber motivo manifesto e latente; fantasia de enfermidade e
cura
10. Conhecer a história da família e da criança (anamnese)
(Garcia Arzeno, 1993; Aberastury, 1981; Ocampo, 1981; Cunha, 1986)
HORA DE JOGO DIAGNÓSTICA
Forma de expressão típica da criança;
Para conhecimento inicial;

Indicadores:
escolha;
modalidade;
personificação;
motricidade;
criatividade;
simbolização;
tolerância à frustração;
adequação à realidade (Ocampo, 1981)
BATERIA DE TESTES PSICOLÓGICOS
não há uma padrão; escolha depende:
quem formula o pedido
idade, nível socio-econômico; grupo étnico; casos
com déficit sensorial
momento vital
contexto espaço-temporal
elementos da personalidade a investigar (Garcia
Arzeno, 1993)
TÉCNICAS PROJETIVAS GRÁFICAS
 em geral no início/econômicos e simples
 acessíveis a todas as pessoas/ crianças pequenas
 excelente grau de simbolização
 considerar: nível sócio-econômico-cultural, idade e
maturidade; grupo social
 linguagem gráfica (lúdica) mais próxima do inconsc.
 mostram o mais regressivo e patológico
 comparação com outros testes projetivos e objetivos
 análise: aspectos formais e de conteúdo
 Instituições: simplicidade/economia de tempo
 Indicadores Psicopatológicos nos Testes Gráficos : Sinais
presentes em diferentes quadros (Grassano, 1996)
PRINCIPAIS TÉCNICAS GRÁFICAS
 Desenho Livre : (Lourenção van Kolck, 1981, 1984)
 Desenho da Figura Humana na Técnica de Machover:
 estudo da personalidade (aspectos adaptativos,
expressivos
 e projetivos); imagem corporal (conceito de si mesmo)
 HTP (Desenho da Casa-Árvore-Pessoa ) de Buck - : cada
tema como auto-retrato:
 Casa: aspectos primitivo; árvore:estrutura;
 Figura Humana: aspectos de relacionamento/ atuais
 Desenho da Família: (Amina Maggi; Corman entre
outros)
 Teste das Duas Pessoas : (Bernstein)
TESTES DE NÍVEL MENTAL
 Avaliação dos aspectos cognitivos
 Escalas Wechsler (WISC; WPPSI; WAIS): Análise
quantitativa (QIV, QI E e QI T) e qualitativa (funções)
 Teste de Fator G (Raven-Escalas Especial, Geral e
Avançada e muitos outros)
 Terman Merrill / e outros
TESTES PSICOMOTORES
 importante em crianças com problemas de
aprendizagem; comprometimentos emocionais e
neurológicos
 Teste de Bender :completo/ diversas formas de avaliação
 (Koppitz, 1971; Hutt, 1975 e outros)
 Outros: Pré-Bender; Ritmo (Stambak); Lateralidade (Piaget-
Head) etc.
TÉCNICAS GRÁFICAS E VERBAIS
Procedimento de Desenhos-Estórias (D-E) e Desenho de
Família com Estórias (DF-E):
desenho como estímulo de apercepção temática : permite
estudo completo (Trinca, !987 e 1998)
análise dos aspectos formais
análise de conteúdo: por simples inspeção do material/
com referenciais
(Trinca, 1987 e Tardivo, 1998)
fundamentação psicanalítica
permite análise segundo outros referenciais
acesso a camadas mais profundas
ampliação do uso/ e nível de idade dos sujeitos
Não é teste: é instrumento clínico {9não requer
aprovação do CFP)
TÉCNICAS VERBAIS
TÉCNICAS DE APERCEPÇÃO TEMÁTICA
 TAT - Teste de Apercepção Temática (Murray, 1973)
 método para revelar impulsos, emoções, sentimentos
conflitos.
 Relatos a partir de pranchas ou quadros
 para adultos e adolescentes
 análise formal e de conteúdo ; ( Molt,1967,Rapaport,1971;
Shentoub, 1990)
 CAT - Teste de Apercepção Infantil (Bellak, 1981)
 pranchas com cenas de animais - aspectos importantes
do desenvolvimento infantil (fases)
 estrutura e dinâmica (Ocampo, 1981; Hirsch, 1984; Tardivo ,1998)
 Está em fase avalaição pelo CFP
TESTES DE COMPLETAMENTO
TESTE DAS FÁBULAS DE DÜSS
 Criado por Louise Düss (1940); no Brasil (Tardivo,
1987)
 para crianças e adolescentes (adultos- pesquisas)
 fábulas - o sujeito tem que escolher a resposta
 presença de conflitos mais importantes (fases)
 comparação com outros testes: utilidade (Tardivo,
1998)
 adaptação como forma pictórica (pranchas) :
Cunha (1993)
 Favorável pelo CFP (nãpo está no livro da Ocampo)
TESTES DESIDERATIVOS
• QUESTIONÁRIO DESIDERATIVO
(BERNSTEIN)
 (em fase de avaliação pelo CFP)

TESTE DE RORSCHACH:
 (estrutura e dinâmica/ todos os aspectos da
personalidade)/ várias escolas
 Favorável no CFP – Escola Anibal Silveira;
Sistema Compreensivo de Exner; Klopfer
APORTES DA TEORIA DAS RELAÇÕES
OBJETAIS AO ESTUDO DAS TÉCNICAS
PROJETIVAS
 contato com a realidade interna e externa
 objetos incompletos - a serem recriados (reparação)
 respostas mais organizadas (objetos completos e
harmoniosos) : personalidade mais evoluída (depressiva)
 fracassos na integração: hostilidade contra obj. internos
e pensamento
 análise: como a personalidade está organizada
 Produção projetiva: criação pessoal
 ( ansiedades; defesas; relações de objeto)
PRÁTICA DO PSICODIAGNÓSTICO
 Situação de consultório
 contexto hospitalar - atendimento e pesquisa
 área forense
 instituições
 situações especiais
 educação
 trabalho
COMPROMISSO COM O SER HUMANO
 responsabilidade técnica e ética
ENTREVISTAS DEVOLUTIVAS
• Importantes no processo
• criança: presença dos pais: imagem do filho corrigida
• oportunidade de insight
• estudo do material/ selecionar o que pode ou não ser dito
• importância da transferência e contratransferência
• relações com a entrevista inicial
• confirma ou modifica o diagnóstico
• com criança: jogo ou desenho
• com adolescentes: com os pais
• Papel do psicólogo: transmitir resultados e observar
reações
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

OBRA DE JOÃO CARLOS ALCHIERI


ROBERTO MAORAES CRUZ:

VISÃO LIGADA À MEDIDA

INFLUÊNCIA DA PSICOMETRIA
DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO
 
1836 –1930: produção-médico-científica acadêmica;
 
1930-1962 : estabelecimento e difusão da psicologia no
ensino nas universidades;
 
1962-1970: criação dos cursos de graduação em psicologia;
 
1970-1987: implantação dos cursos de pós-graduação;
 
1987 - : emergência dos laboratórios de pesquisa em
avaliação ´psicológica.
 
1os usos de testes ( Rio de Janeiro)- 1918, nos trabalhos do
médico Fernandes Figueira que, pela primeira vez, aplica
testes de inteligência (provas de Binet-Simon) na avaliação
de internos do Hospital Nacional.
A Psicologia no Brasil décadas de 20 e 30 :
condições iniciais para um desenvolvimento da Psicologia
como ciência e profissão, e que seriam predominantemente
influenciadas por vertentes distintas

 Instrumentalização do conhecimento psicológico no meio


pedagógico (aprendizagem)

 
Produção científica no meio acadêmico
Processos de intervenção clínica na psiquiatria e na psicologia
(nos hospitais, manicômios, e outras instituições assistenciais
de saúde

Introdução progressiva do conhecimento oriundo da psicologia


industrial e do trabalho
1960 Psicologia se caracteriza pela regulamentação dos
cursos de formação (graduação) e a consequente
expansão do ensino de psicologia no Brasil.

Pela Lei n. 4119 de 1962 regulamentação da profissão.

Criação dos Conselhos Federal de Psicologia e dos


Conselhos Regionais de Psicologia em 1974, pela Lei
5.766.

Final da década de 60:certo comprometimento na


qualidade da profissionalização dos psicólogos,
especialmente na área de avaliação psicológica.
 
A partir de 1980: retomada no desenvolvimento da área
com
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA: CAMPO DE
CONHECIMENTO E OBJETIVOS
 
A necessidade de explicar as condutas
dos indivíduos em diferentes situações
criou a possibilidade de estruturar
modelos de investigação sobre as
características e as dimensões dos
processos psicológicos subjacentes à
natureza das condutas
CARACTERIZAÇÃO DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E
SUAS DEFINIÇÕES

Exame psicológico: é comumente associado a


procedimentos de avaliação psicológica utilizados
para fins de seleção de profissionais de empresas,
concursos públicos e obtenção de carteira de
motorista (psicotécnico )
Psicodiagnóstico:
um termo intimamente associado ao trabalho de
avaliação psicológica realizado em situações de
atendimento clínico. Na maioria dos casos, como uma
atividade com inicio e fim previstos a curto e médio
prazo, que tem por finalidade realizar diagnóstico e
encaminhamento específicos para processos
terapêuticos
CARACTERIZAÇÃO DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E
SUAS DEFINIÇÕES

Avaliação psicológica
se refere ao modo de conhecer fenômenos e
processos psicológicos por meio de procedimentos de
diagnóstico e prognóstico e, ao mesmo tempo, aos
procedimentos de exame propriamente ditos para criar
as condições de aferição ou dimensionamento dos
fenômenos e processos psicológicos conhecidos.
 
Medir apresenta-se como um correlato de
identificação e caracterização de um fenômeno
psicológico
2ª PARTE: O
PSICODIAGNÓSTICO
INTERVENTIVO
• BASE: CONSULTAS
TERAPÊUTICAS
• Impossibilidade de separação: fases de
avaliação e intervenção
• Fundamentação psicanalítica
• Propostas anteriores ( Ancona Lopes)

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