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Argumentação e
retórica
2.1. O domínio do discurso
argumentativo – a procura de adesão do
auditório
2.1.1. Demonstração e argumentação
LÓGICA FORMAL
LÓGICA INFORMAL
RETÓRICA ARGUMENTAÇÃO
DEMONSTRAÇÃO ARGUMENTAÇÃO
Apesar de distintas, demonstração e argumentação não estão separadas: nos diferentes discursos são
combinados processos simultaneamente demonstrativos e argumentativos.
2.1.2. A procura de adesão do auditório
SER Ser que comunica: tem opiniões, crenças, valores e tende a partilhá-los com os
HUMANO outros, desenvolvendo um ponto de vista próprio sobre o mundo em que vive.
Na comunicação que estabelece com os outros, ele pode querer marcar uma
posição, convencer alguém, defender a sua opinião, etc.
Imagem 1 Imagem 2
1. Quem transmite as
A UNICEF é o orador responsável pelas imagens/campanhas.
mensagens?
2. O que se está a tentar A posição ou tese que se pretende defender é a de que todas as
defender? crianças têm o direito a não beber água poluída.
3. A quem se dirige cada Estas imagens dirigem-se a um auditório universal, ou seja, a toda
uma das imagens? a humanidade.
Contexto de
Opinião do orador Orador Argumento Auditório
receção
Conjunto de
Opinião opiniões, valores e
Aquele que Pode tratar-se de juízos que um
formulada para
Pertence ao argumenta, em uma pessoa, de auditório partilha e
convencer,
domínio do seu nome ou em um público, de que têm um papel
podendo ser
verosímil: tese, nome de outrem, um conjunto de essencial na
apresentado por
causa, ideia ou expondo a sua públicos ou receção do
escrito, argumento: na
ponto de vista. opinião a um mesmo do
oralmente, pela aceitação, rejeição
auditório. próprio orador.
imagem, etc. ou adesão
variável.
Processo
argumentativo
Argumento 1 Argumento 2
Quem não te respeita Há marcas que
não te merece. ninguém deve usar.
Auditório 1:
Auditório 2:
jovens
mulheres
(do sexo feminino e
(jovens e adultas).
masculino).
Contexto de receção:
Contexto de receção:
crenças dos jovens em
crenças das mulheres
idade escolar relativas
em relação à violência e
ao namoro, ao assédio
em relação à sua própria
verbal e à violência em
dignidade.
geral.
Objetos de acordo
Persuade-se um Convence-se um
auditório particular, auditório universal, a
tendo em conta a sua partir de argumentos
especificidade afetiva, racionais que são
valorativa, etc. universalizáveis.
Para conseguir persuadir e convencer o auditório, o orador deve também criar uma
empatia com tal auditório.
Um auditório impressionado, que sente, tem emoções e não é indiferente está mais
predisposto a aceitar a tese do que um auditório apático.
Os sentimentos que predispõem o auditório a aceitar uma tese podem ser positivos
ou negativos: depende do tipo de tese.
Logos
É a dimensão relativa
É a dimensão relativa É a dimensão relativa aos argumentos, ao
discurso. O discurso
ao carácter do orador. ao auditório. Este
deve estar bem
Este deve ser virtuoso deve ser
estruturado do ponto
e credível para emocionalmente
de vista lógico-
conseguir a confiança impressionado e argumentativo, para
do seu auditório. seduzido. que a tese se imponha
como verdadeira.
DISCURSO Exemplos de discursos que pretendem DISCURSO DA
PUBLICITÁRIO cativar a atenção do auditório PROPAGANDA POLÍTICA
OPINIÃO PÚBLICA
Atualmente, não é tanto a opinião pública que dá forma à política, mas é mais o discurso
político, divulgado pelos meios de comunicação social, que dá forma à opinião pública.
OPINIÃO PÚBLICA
Deve consistir na
Deve ser o mais breve apresentação dos
possível, consistindo argumentos
numa apresentação favoráveis à tese, Deve apresentar uma
sumária da tese que bem como dos síntese que permita
se irá defender, ao argumentos que confirmar a
mesmo tempo que se servem para relevância da tese.
procura captar a combater teses
adesão do auditório. opostas, do modo
mais claro possível.
Generalização Previsão
A validade dos argumentos não dedutivos não depende da forma lógica, mas do grau de
probabilidade, razoabilidade ou relevância das proposições que compõem o argumento.
Argumentos indutivos: GENERALIZAÇÃO
Argumento cuja conclusão é mais geral do que a(s) premissa(s).
Qualquer cão parece ser um caso representativo e ainda não se acharam contraexemplos .
Falácia ad hominem
Argumento circular
EXEMPLOS:
EXEMPLOS:
EXEMPLOS:
Esta falácia é cometida sempre que alguém, para refutar uma tese,
apresenta, pelo menos, uma premissa falsa ou duvidosa e uma série
de consequências progressivamente inaceitáveis.
EXEMPLO:
Além de não tratar realmente a afirmação do adversário, o orador tende a criticar uma
posição diferente daquela que tinha sido originalmente defendida pelo oponente.
EXEMPLO:
António defende que não devemos comer carne de animais cujo processo de industrialização
os tenha sujeitado a condições de vida e morte cruéis.
Manuel refuta António dizendo: «António quer que apenas comamos alface!»
[Em momento algum António defende que não devemos comer todo e qualquer tipo de carne,
sugerindo que sejamos vegetarianos («comer alface»), mas apenas aquele tipo de carne
sujeito às condições descritas. O argumento é assim deturpado e simplificado.]
Falácia da causa falsa
(post hoc, ergo propter hoc)
A expressão «post hoc, ergo propter hoc» significa «depois disto, logo
por causa disto». Nesse sentido, a falácia da causa falsa surge
sempre que se toma como causa de algo aquilo que é apenas um
antecedente ou uma qualquer circunstância acidental.
EXEMPLOS:
Fiquei com dores de cabeça no dia em que a minha avó fez um bolo.
O bolo foi a causa das minhas dores de cabeça.
Quando faço testes em dias de chuva, tiro negativa. Por isso, a chuva
é a causa das negativas dos meus testes.
Falácia do apelo à força
(argumentum ad baculum)
EXEMPLOS:
É bom que aceitem o aumento dos impostos se não querem que o país
vá à falência e venha aí uma ditadura.
EXEMPLOS:
O meu ato, embora horrível, merece desculpa: naquele dia eu não estava
psicologicamente bem e doía-me o estômago.