Você está na página 1de 41

SEMANA DE ARTE MODERNA

NO BRASIL
RAQUEL CARDOSO 2018
MOVIMENTO
SURREALISTA E O
INCONSCIENTE

• Sigmumd Freud – psicanálise 1856


• Descoberta do inconsciente
• Traumas e choques reprimidos
• As imagens e sensações do sonho
não se apresentam menos reais ou
importantes do que as imagens e
sensações do passado
SURREALISMO

s.m. Automatismo psíquico puro pelo


qual se exprime, quer verbalmente,
quer por escrito, quer de outra
maneira o funcionamento real do
pensamento. Ditado do pensamento,
na ausência de qualquer controle
exercido pela razão, fora do âmbito de
qualquer preocupação estética ou
moral."
SURREALISMO
• EXPRESSÃO ARTÍSTICA LIVRE DO
CONTROLE DA RAZÃO, QUE ESCAPA DAS
NOÇOES DE BELEZA E REALIDADE
 Técnica realista + elementos dissociados
= conjuntos irreais.
 IMAGENS ONÍRICAS
La caricia de un pájaro.
1967; Juan Miró, bronze
pintado.

Escrever ou desenhar em
estado semi-hipnotico,
sob a influencia de álcool,
da fome, ou da droga que
provocariam alucinações;
O carnaval do Arlequim, Juan Miró, 1925, óleo s/ tela.
“Belo como o encontro de uma máquina de costura e um guarda-chuva numa mesa de
dissecação” Lautréamont, contos de Maldoror
oImagens enigmáticas e ilógicas.
René Magritte oJustaposição de imagens aleatórias.
oQuestionamento da identidade dos corpos.

Jogador secreto, 1929. Lâmpada filosófica, 1936


A Persistência
da Memória, Sonho causado pelo voo de uma abelha ao
Dalí. redor de uma romã, um segundo antes de
despertar, 1944.
Método
paranoico
crítico: “método
espontâneo de
consciência
irracional
baseada na
interpretação
crítica de
fenômenos
delirantes”

Metamorfose de Narciso - Salvador Dali, óleo s/ tela 1937


O toureiro alucinogeno,
Dalí.
A MODERNIDADE CHEGA AO BRASIL
RIO DE JANEIRO SÃO PAULO
• ESCOLA DE BELAS ARTES • LAVROURAS DE CAFÉ
• PARIS BRASILEIRA • CAPITAL INDUTRIAL
• MENTE ARISTOCRÁTICA • IMIGRAÇÃO
• URBANIZAÇÃO
• 1912 – Oswald de
Andrade, Futurismo.
• 1913 – Exposição Lasar
Segall.
• 1914 – Exposição de
pintura de Anita Malfatti.
(“Paranóia ou
Mistificação?”).
• 1917 – Mário de Andrade
e Oswald de Andrade.
“é uma buzina literária, fonfonando, Segunda exposição de
nas avenidas ruidosas da Arte Nova, o Anita Malfatti
advento da falange galharda dos (expressionismo).
vanguardistas” Menotti del Picchia
LASAR SEGALL: O LITUANO BRASILEIRO

Duas Amigas, Lasar Segall, Eternos Caminhantes, Lasar Segall, 1919. Óleo s. Tela (138 x Mulher ajoelhada, Segall,
1913, óleo s/ tela. litografia s/ papel, 45 cm
184 cm) 29
Rua de Erradias, Lasar Interior de pobres II, Lasar
Segall, 1956, óleo s/ tela, Segall, 1921, óleo s/ tela,
116 cm 147 140 cm 173 Xilogravuras, série mangue

Desenho anguloso, cores fortes, inquietude


e o drama da raça humana.
Deslumbramento pela luz e pelas cores tropicais:
marginais das cidades brasileiras
A boba, Anita Malfatti, Mulher de cabelos
1915 óleo s/ tela, 61x50 A estudante, 1915, óleo verdes, 1915, óleo s/
s; tela 76x61 tela, 61x51

ANITA MALFATTI: A MULHER MODERNA


“Agora são 10 e meia. Apenas me
levantei. Mas a primeira coisa que
faço é pensar em ti e no teu
desenho. Acabo de tornar a olhá-lo.
Queres a minha opinião sobre ele,
orgulhosinha? Pois fica sabendo que
me entusiasmei”.
Carta de Mário à Anita.
"A Propósito da Exposição
Malfatti“ Monteiro Lobato, 1917

“Seduzida pelas teorias do que ela


chama de arte moderna, penetrou nos
domínios de um impressionismo
discutibilíssimo, e põe todo o seu
talento a serviço de uma espécie de
nova caricatura. Sejamos sinceros:
futurismo, cubismo, impressionismo e
“tutti quanti” não passam de outros
tantos ramos da arte caricatural”.
“Todas as artes são regidas por
princípios imutáveis, leis
fundamentais que não dependem do
tempo nem da latitude. As medidas
de proporção e equilíbrio, na forma
ou na cor, decorrem de que
chamamos sentir.”

Artigo publicado em O Estado de S. Paulo, em 20 Crítica demolidora e


de dezembro de 1917, com o título "A Propósito
da Exposição Malfatti“.
mordaz de Monteiro
Lobato à exposição
de Anita Malfatti
“Belo da arte: arbitrário, convencional, Mário de
transitório - questão de moda. Belo da
natureza: imutável, objetivo, natural - tem a andrade
eternidade que a natureza tiver. Arte não
consegue reproduzir a natureza, nem este é
seu fim. Todos os grandes artistas, ora
consciente (...), ora inconscientemente (a
grande maioria), foram deformadores da
natureza. Donde infiro que o belo artístico,
tanto mais subjetivos quanto mais se afastar
do belo natural. Outros infiram o que
quiserem. Pouco me importa.”
• Prefácio interessantíssimo, 1922..
Cambuquira, A. Malfatti, 1945 óleo s/ La rentrée (interior) A. Malfatti, 1927 Torrando café, A. Malfatti, 1930 - óleo
tela. óleo s/ tela. s/ tela.

"Procurei todas as técnicas e voltei à simplicidade, diretamente, não sou


mais moderna nem antiga, mas escrevo e pinto o que me encanta."
SEMANA DE ARTE
MODERNA

Libertar a arte brasileira da


reprodução de padrões e dar
início à construção de
uma cultura essencialmente
nacional.

Teatro Municipal de São Paulo, entre 13 e 17 de fevereiro de1922.


“Bruta sacudidela nas artes nacionais! (...) é
indiscutível que jamais reviravolta de arte
movimentou e apaixonou e enlouqueceu mais a
monotonia brasileira que o chamado Futurismo.
Enchente de tintas, vulcões de lama, saraivada de
calúnias. Muito riso e pouco siso. De ambas as
partes.”
(Mário de Andrade)
“É preciso que se saiba que
nos manicômios se
produzem poemas,
partituras, quadros e
estátuas, e que essa arte
de doidos tem o mesmo
característico da arte dos
futuristas e cubistas que
andam soltos por ai”.
JORNAL DO COMÉRICO, fevereiro de
1922.
HEITOR VILLA-LOBOS
 O índio de casaca” del Picchia.
 Música erudita mesclada com música
indígena e negra.
 Rodas de choro e música nordestina.

“Villa-Lobos se
orgulhava de ser o
mais vaiado do
mundo”, Tom Jobim.
“O povo é, no fundo, a origem de
todas as coisas belas e nobres,
inclusive da boa música. O que é uma
sinfonia senão a expressão musical
dos sentimentos de um povo
expressada por um indivíduo? O
compositor genuíno, por mais
cosmopolita que seja, é mais do que
nada a expressão de um povo, de um
ambiente.” (VILLA-LOBOS, Heitor, apud NEVES,
J. M. Música contemporânea brasileira. São Paulo:
Record, 1986. p. 53.)
VICTOR BRECHERET: O
ARROJADO
“Não sei de talento mais original e fantasioso
entre nossos artistas; a sua técnica, acepilhada
no convívio com os mestres europeus, é destra
e moderna; seus torsos michelangiolescos, se
obedecem à fatalidade realista dos moldes
fisiológicos, espiritualizam-se no arrojo de sua
estilização admirável, forrando-se às
animalidades anatômicas, para criarem uma
alma profunda, impressionante, soberba. Oxalá
São Paulo possa aproveitar-lhe o gênio!”.
Vídeo 15m - 19
O ídolo, Brecheret, 1921, bronze (Escultura) São Paulo.
“Escola dos
continuadores,
concretizadores e
resumidores de
Rodin”

Consolidado
no futurismo:
abandono do
naturalismo

A Vitória, Brecheret, 1921, bronze (Escultura) O fauno, Brecheret, 1921, pedra sabão (Escultura) São
São Paulo. Paulo.
Art Deco:
simplicidade
da forma

Dançarina, Brecheret, 1920, mármore. Tocadora de Alaúde, Brecheret, 1921, bronze patinado
(Escultura) São Paulo.
Brancusi: Maior escultor
modernista

“Desde o gótico, a escultura europeia


se tornara saturada de plantinhas e
florezinhas – toda a sorte de
excrescências superficiais que
escondiam completamente a forma.
A missão de Brancusi foi se livrar
desses brotamentos e nos tornar
Senhorita Pogany, 1913, novamente conscientes da forma.”
mármore.
Henry Moore
Pássaro no espaço, Brancusi, 1927, metal.
Cabeça de cristo, Brecheret, 1921,
mármore de Carrara.São Paulo.

Diana a caçadora, Brecheret, 1921, pedra de


frança.
O Monumento às Bandeiras, Brecheret, 1954, Granito, São
Paulo.
Emiliano Di Cavalcanti
 1923- Paris -
Expressionismo, Cubismo
e Surrealismo.

 Cotidiano da sociedade da Auto-retrato,


época – vida boêmia do 1943.
Rio.
 Cenas do carnaval, bares
noturnos, festas
populares.
Samba, Di Cavalcanti.
Nascimento de Vênus – Botticelli.
Di Cavalcanti –
Nascimento de
https://www.youtube.com/watch?v=iifb8zAIBME
Vênus.
Emiliano Di Cavalcanti foi um dos
idealizadores da Semana de Arte
Moderna de 1922.
Nos períodos de 1923 a 1925, morou na
capital francesa e teve contato com
alguns artistas da Escola de Paris, entre
eles, Pablo Picasso, que se evadia das
linhas severas do cubismo para as curvas
sensuais das madonas clássicas. O crítico
Frederico Morais (2005) afirmou: “Di
Cavalcanti deu à mulata brasileira a
dignidade da madona renascentista,
madonizou a nossa mulata.”
(Adaptado de: Mestres do Modernismo: exposição.
São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São
Paulo, Fundação José e Paulina Nemirovsky e
Pinacoteca do Estado, 2005. e In. MORAIS, F. .
Acesso em: 12 abr. 2016.)

Di Cavalcanti, Moças com violão, óleo sobre tela,


49,8 × 60,8 cm, 1937.
A partir dessa figura, da afirmação do crítico Frederico Morais e dos conhecimentos
sobre o modernismo brasileiro, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a
seguir.
( ) As mulatas de Di Cavalcanti são o resultado de uma interpretação pessoal das
mulheres clássicas de Picasso.
( ) As mulheres de Di Cavalcanti não são sofridas e solitárias, expressam,
plasticamente, o que há de ondulante, de macio, de materno e de sensual no corpo
feminino.
( ) Di Cavalcanti reproduz, acriticamente, as lições que aprendeu com artistas da
Escola de Paris.
( ) Em Paris, Di Cavalcanti, em contato com obras do passado e do seu presente,
intensificou sua visão de um Brasil multicultural, nem exótico, nem folclórico.
( ) A representação da mulher nas obras de Di Cavalcanti revela que o belo na arte e
a beleza feminina são universais e imutáveis.
Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.
Vicente do Rego Monteiro

 Recife, 1899.
 Uma obra inovadora e
nacional.
 Sinuosidade e
sensualidade.
 Clima místico e
metafísico.
 “Prefiro as cores
construtivas, cores
terra. Sou terráqueo,
essencialmente
terrestre”.
Figura sentada, Vicente do Rego Monteiro.
Maternidade indígena, Vicente do
Rego Monteiro.

Os arqueiros , Vicente do Rego


Monteiro.
Pietá, Vicente do Rego
Monteiro.

Você também pode gostar