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Unidade de condicionamento

Após passar por todo o processo de produção, desumidificação e


distribuição, o ar comprimido deve sofrer um último
condicionamento, antes de produzir o seu real desempenho.
A unidade de condicionamento do ar comprimido consiste,
basicamente, de: filtragem com dreno, regulagem da pressão com
manômetro e pulverização de uma certa quantidade de óleo para
lubrificação de todas as partes mecânicas dos componentes
pneumáticos.
A utilização desta unidade de serviço é indispensável em qualquer
tipo de sistema pneumático, do mais simples ao mais complexo;
ao mesmo tempo em que permite aos componentes trabalhar em
condições favoráveis, prolonga sua vida útil.
Uma duração prolongada e o funcionamento regular de qualquer
componente em um sistema pneumático dependem antes de mais
nada do grau de filtragem, da estabilidade da pressão de
alimentação do equipamento e da lubrificação das partes móveis.
Isto tudo é literalmente superado quando se aplicam nas
instalações dos dispositivos, máquinas etc. os componentes de
tratamento preliminar do ar comprimido: filtro, válvula reguladora
redutora de pressão e lubrificador, que reunidos formam a unidade
de condicionamento ou unidade de conservação, ou unidade de
manutenção, como também é conhecida.
Filtro

Os sistemas pneumáticos são sistemas abertos, pois o ar


comprimido, após ser utilizado na realização do trabalho, é
lançado de volta na atmosfera, enquanto nos compressores se
aspira ar livre constantemente.
Este ar está sujeito à contaminação de partículas sólidas
procedentes da tubulação de distribuição e contaminantes
atmosféricos.
Uma quantidade dessa partícula é retida na entrada do
compressor (filtro), outra parte fica suspensa e é arrastada pelo
fluxo de ar comprimido, agindo como abrasivos nas partes
móveis dos equipamentos pneumáticos quando em
funcionamento.
A filtragem do ar consiste na aplicação de equipamentos
capazes de reter impurezas, (impurezas sólidas), suspensas no
fluxo. O equipamento utilizado neste objetivo é o filtro de ar
(figura a seguir), que atua sobre duas formas distintas:
a) pela ação da força centrífuga;
b) pela passagem do fluxo através de um elemento filtrante.
Válvula reguladora de pressão

Instala-se este tipo válvula em um sistema pneumático para:


a) Regular a pressão de trabalho dos equipamentos, reduzindo a
pressão maior na entrada a um valor menor na saída, de acordo com
as necessidades.
b) Abastecer o sistema com um volume de ar comprimido sob
pressão de trabalho ajustada, sempre que um atuador pneumático
entrar em funcionamento.
Manômetro

É um instrumento que indica pressão relativa e positiva. Instala-se


este tipo de equipamento em um sistema pneumático para a medição
e indicação de energia de pressão no ar comprimido.

Funcionamento

- O tubo de Bourdon é submetido


a pressão e tende a deformar-se.
- A deformação do tubo de
Bourdon é transmitida às
alavancas e engrenagens.
- O deslocamento das alavancas e
engrenagens é transmitido a um
ponteiro.
- O deslocamento do ponteiro
sobre a escala de referência
indicará o valor da pressão.
Lubrificador

Os equipamentos instalados em sistemas pneumáticos possuem


partes móveis que estão sujeitas a atritos e desgastes. Para
minimizar estes efeitos os equipamentos devem ser lubrificados.
O método empregado neste caso é a lubrificação por meio do ar
comprimido, e o equipamento utilizado é o lubrificador (figura a
seguir).
O processo consiste em misturar-se óleo lubrificante no fluxo do
ar comprimido em que obtém-se um aspecto de névoa
lubrificante.
O ar comprimido sob o aspecto de névoa lubrificante em contato
direto com as partes internas dos equipamentos, estabelecerá a
formação de uma película lubrificante.
A lubrificação deve ser efetuada de modo controlado, atingindo
todos os equipamentos do circuito, não devendo porém ser
excessiva, o que acarretaria um funcionamento irregular do
mecanismo devido a uma deposição de óleo lubrificante no
interior dos equipamentos.
Pressostato
É um equipamento utilizado para controlar ou regular uma pressão
em circuitos hidráulicos ou pneumáticos.
Transforma uma variação de pressão em sinal elétrico instantâneo,
quando os limites máximo e mínimo de regulagem fixados são
atingidos.
Empregam-se pressostatos em instalações onde, através da
intensidade de um sinal pneumático (pressão) pré-ajustado, é
acionado um contato elétrico, que, por sua vez, comandará uma
solenóide, um motor elétrico etc.
Atuadores pneumáticos

Os atuadores pneumáticos são dispositivos que estão localizados no final


de um circuito pneumático, onde se realizam os trabalhos mecânicos
após o ar comprimido percorrer todo o circuito.
Significa dizer que os atuadores pneumáticos convertem energia
pneumática em mecânica. Quando o ar comprimido aciona esses
atuadores, podemos observar o fenômeno da transformação da energia
pneumática em energia mecânica (força ou torque), nos dois sentidos de
movimento do atuador.

Estes atuadores estão divididos em dois grupos.

Atuadores lineares
São aqueles que convertem a energia pneumática em
movimento linear ou alternativo. Nesta família os mais utilizados
são os cilindros pneumáticos.

Atuadores rotativos
São aqueles que convertem a energia pneumática em momento
torsor (torque), com movimento limitado ou contínuo. Neste
caso temos os osciladores e os motores pneumáticos (palhetas,
engrenagens, pistões etc.).
Atuadores pneumáticos de simples ação – Esses atuadores
realizam trabalho em uma direção, possuindo uma única conexão
de ar, sendo que o retorno à posição inicial pode se dar por ação
de mola ou de outra força externa. Podem ser do tipo haste
avançada, quando o atuador “puxa” a carga, ou haste recuada,
quando “empurra” a carga. O consumo de ar é menor do que o de
atuadores de dupla ação, uma vez que o retorno se dá por ação de
uma mola ou de uma força externa.
Atuadores pneumáticos de dupla ação –
Com estes atuadores, o trabalho se desenvolve nos dois
sentidos do curso de avanço e de retorno, uma vez que a
pressão do ar comprimido atua nos dois lados do êmbolo.
Quando a pressão atua no lado da haste, a força resultante é
menor, pois a área de atuação é menor devido à área da haste
do atuador.
Atuadores pneumáticos rotativos – Em relação aos atuadores
rotativos há os motores de giros controlados (até certo grau de giro).
Os dois tipos são de dupla ação.
Outros tipos de atuadores – Há outros tipos de atuadores que
possuem construções especiais, como de haste passante, tandem,
sem haste, garra, músculos e outros.
Elementos de comando

Os elementos de comando são os responsáveis pelo controle da


direção dos movimentos dos elementos de trabalho. Esses
elementos são chamados de válvulas direcionais.

Válvulas direcionais

Válvulas direcionais são os elementos mais importantes porque


orientam, com lógica, o caminho do ar comprimido dentro do
sistema. As mais comuns são as de cinco vias e duas posições (5/2)
e as de três vias e duas posições (3/2). Existem também válvulas
de duas vias e duas posições (2/2) e quatro vias e duas posições
O funcionamento da válvula direcional, como a que está
apresentada na Figura, é o seguinte: quando colocamos ar no
orifício 14 (Z), liberamos a passagem de ar do orifício 1 (P) para o
orifício 4 (A). Quando colocamos ar no orifício 12 (Y), liberamos a
passagem de ar do orifício 1 (P) para o orifício 2 (B).
O número de vias significa o número de conexões de trabalho que
a válvula
possui. São consideradas como vias a conexão de entrada de
pressão, as conexões de utilização e as de escape.
Representação das válvulas direcionais
Conforme as normas ABNT NBR 8897, DIN ISO 1219, as válvulas
direcionais são sempre representadas por um retângulo, que é
dividido em quadrados. O número de quadrados representados na
simbologia é igual ao número de direções da válvula,
representando a quantidade de movimentos que executa através
de acionamentos.

Quantidade de vias das válvulas direcionais


Para uma fácil compreensão do número de vias de uma válvula de
controle direcional, podemos considerar que: = Passagem = 02
vias = Bloqueio = 01 via A Figura mostra a utilização desses
símbolos. A leitura deve ser efetuada em somente um dos
quadrados.
Válvula direcional com a representação dos orifícios
Elementos de processamento de sinais

Os componentes de processamento de sinais são aqueles que


analisam as informações emitidas ao circuito pelos elementos de
sinais, combinandoas entre si para que sua saída apresente o
comportamento final desejado diante dessas informações.
Dentre os elementos de processamento de sinais, podemos citar
as válvulas alternadoras, as válvulas de simultaneidade, os
temporizadores e os contadores, todos destinados a combinar os
sinais para os elementos de comando.
Válvulas de controle de fluxo variável

As válvulas de controle de fluxo variável são aquelas que


controlam a passagem de ar para os atuadores. Podem ser
unidirecional ou bidirecional.
• Válvulas de controle de fluxo variável unidirecional – Este tipo de
válvula controla somente um dos lados de vazão, permitindo a
livre passagem para o outro lado. A Figura mostra este tipo de
válvula.
Válvulas de controle de fluxo variável bidirecional – Este tipo de
válvula controla a vazão nos dois lados. A Figura mostra esse tipo de
válvula.
Elementos de sinais
São representados por acionamentos, ou seja, aqueles equipamentos
que acionam uma válvula direcional (geralmente 3/2 vias ou 2/2 vias),
dando o sinal para que os elementos de processamentos de sinais
funcionem. As válvulas exigem um agente externo ou interno que
desloque suas partes internas de uma posição para outra, ou seja, que
altere as direções do fluxo, efetue os bloqueios e a liberação de
escapes.

Acionamentos musculares
São conhecidos como válvulas de painel. Na mudança do estado da
válvula, o acionamento é feito por uma pessoa. Os acionamentos
musculares podem ser por botões, alavancas, pedais e outros. Os
contatos podem ser NA ou NF. A Figura mostra alguns tipos de
acionamentos musculares.
Acionamentos mecânicos

Acionamento por pino – Quando um mecanismo móvel é dotado de


movimento retilíneo, sem possibilidades de ultrapassar um limite e ao
fim do movimento deve acionar uma válvula, o recomendado é o
acionamento por pino, que recebe um ataque frontal.
Acionamento por rolete – Se a válvula necessita ser acionada por um
mecanismo com movimento rotativo, retilíneo, com ou sem avanço
anterior, é aconselhável utilizar o acionamento por rolete, para evitar
atritos inúteis e solicitações danosas em relação às partes da válvula.
Acionamento por rolete escamoteável – Utilizado nas posições
intermediárias ou fim de curso, em que podem ocorrer
problemas de “contrapressão”. O posicionamento no final de
curso, com leve afastamento, evita que permaneça
constantemente acionado, como o pino e o rolete. Difere dos
outros por permitir o acionamento da válvula em um sentido
do movimento, emitindo um sinal pneumático breve.
• Acionamentos pneumáticos
As válvulas equipadas com este tipo de acionamento são comutadas
(acionadas) pela ação do ar comprimido proveniente de um sinal
preparado pelo circuito e emitido por outra válvula. São representados
por piloto positivo e piloto negativo.
Piloto negativo – Também conhecido como comando direto por alívio
de pressão, nele acionamento da válvula ocorre quando existe a falta
de pressão no piloto.

Piloto positivo – Tambem conhecido como comando direto por


aplicacao de pressão, nele acionamento da valvula ocorre quando
existe o pulso de pressao no piloto.
Acionamentos elétricos
A operação das válvulas é efetuada por meio de sinais elétricos
provenientes de chaves fim de curso, pressostatos, temporizadores e
outros. São de grande utilização nas seguintes situações: a) quando a
rapidez dos sinais de comando é o fator importante; e b) quando os
circuitos são complicados e as distâncias são longas entre o local
emissor e o receptor.

Acionamentos combinados
Quando é efetuada a alimentação da válvula principal, a que realizará
o comando dos conversores de energia, podemos emitir ou desviar
um sinal por meio de um canal interno ou conexão externa. Esse sinal
ficará retido, direcionando-o para efetuar o acionamento da válvula
principal que, posteriormente, é colocada para exaustão.
As válvulas de pré-comando são geralmente elétricas (solenoides),
pneumáticas (piloto), manuais (botão), mecânicas (came ou esfera).
Os tipos de acionamentos combinados são por eletroímã e válvula de
pré-comando interno; por eletroímã e válvula de pré-comando
externo; por solenoide e piloto ou botão.
Comandos pneumáticos sequenciais e circuitos práticos

Formas de representação
Os movimentos podem ser representados de diversas formas, sempre
de maneira clara e segura de modo a permitir sua identificação.

a) Sequência cronológica:
• a haste do cilindro A avança e eleva o pacote;
• a haste do cilindro B avança e empurra o pacote para a esteira II;
• a haste do cilindro A retorna à sua posição inicial;
• a haste do cilindro B retorna à sua posição inicial.

b) Anotação em forma de quadro:


c) Indicação vetorial
Avanço ->
Retorno <-
Cilindro A ->
Cilindro B ->
Cilindro A <-
Cilindro B <-

d) Indicação algébrica
Avanço +
Retorno –
Cilindro A+
Cilindro B+
Cilindro A –
Cilindro B –
Diagramas de movimentos
• Diagrama trajeto-passo – É representada a sequência de
movimentos de um elemento de trabalho, por meio de duas
coordenadas, uma representando o trajeto do elemento e outra
o passo do elemento (diagrama trajeto-passo).
Diagrama trajeto-tempo – Nesse diagrama, o trajeto de uma
unidade construtiva é desenhado em função do tempo,
contrariamente ao diagrama trajeto-passo.
Hidráulica: características, componentes e circuitos práticos

A hidráulica é muito utilizada em situações de movimentação de


cargas pesadas que não exijam velocidade de transporte. Desse
modo, a hidráulica é bastante aplicada em diversos processos nas
indústrias
O termo hidráulica, que é de origem grega hidro, significa água. Há
muito tempo as pessoas utilizam a força dos fluidos para facilitar o
trabalho diário, por meio de engenhos construídos com os
conhecimentos da hidráulica, como bombas e rodas d’água. O
objetivo dos engenhos é converter a energia da água em energia
mecânica, como acontece em uma simples, mas eficiente, roda
d’água .
A hidráulica utiliza um líquido confinado (óleo/água) para
transmitir movimento multiplicando forças. Para ganhar em
força, perdemos em deslocamento. Pelo fato de usar líquido
praticamente incompressível, a transmissão de movimentos é
instantânea. Assim, a hidráulica pode ser dividida em
hidrostática e hidrodinâmica.
Antes de conhecer as características da hidrostática e da
hidrodinâmica, devemos entender os conceitos de fluído e
viscosidade. O fluído é qualquer líquido ou gás, mas, em
hidráulica, refere-se ao líquido utilizado como meio de
transmitir energia (óleo ou água).
As principais funções de um fluido hidráulico são:
• transmitir energia;
• lubrificar peças móveis;
• resfriar ou dissipar calor;
• limpar o sistema.
Os principais fluidos hidraulicos que existem sao:
• agua (com aditivo);
• oleos minerais;
• fluidos sinteticos;
• fluidos resistentes ao fogo (emulsões de glicol em água,
soluções de glicol
em agua e fluidos sinteticos não aquosos).

Já a viscosidade é a medida de resistência do fluido ao se


escoar, ou seja, é a medida inversa à da fluidez. Se um
fluido escoa facilmente, sua viscosidade é baixa e
podemos dizer que é fino. Um fluido que escoa com
dificuldade tem alta viscosidade; nesse caso, dizemos que
o fluido é denso.
Quanto maior for a temperatura de trabalho de um óleo,
menor será sua viscosidade; ou seja, a viscosidade é
inversamente proporcional à temperatura de trabalho. Um
fluido com alto índice de viscosidade mudaria relativamente
pouco com a temperatura. A maior parte dos sistemas
hidráulicos industriais requer um fluido com índice de
viscosidade de 90 ou mais.

Hidrostática

A hidrostática é a água em repouso. Vamos estudar a lei de


Pascal, a lei de Stevin, as escalas de pressão, os medidores de
pressão e o empuxo.
Leis aplicadas à hidráulica

Lei de Pascal
A lei de Pascal pode ser assim resumida: “A pressão exercida
em um ponto qualquer de um líquido estático é a mesma em
todas as direções e exerce forças iguais em áreas iguais.” Isso
explica por que uma garrafa de vidro se quebra se a rolha for
forçada a entrar na garrafa cheia: o fluido, praticamente
incompressível, transmite a força aplicada na rolha à garrafa,
resultando disso uma força excessivamente alta em uma área
maior do que a da rolha. Assim, é possível quebrar o fundo de
uma garrafa aplicando uma força moderada na rolha.
Um exemplo que podemos ver é a prensa hidráulica, em que
fazemos força em um recipiente menor para elevar um
recipiente maior com maior peso, como mostra a Figura.

Podemos notar que é executada a


mesma força, pois:
F = P/A
Em que:
F = força (kgf);
P = pressão
A = área (cm)
Lavoisier explica que “na natureza nada se cria e nada se
perde, mas se transforma.”

Nesse caso, podemos dizer que a energia não pode ser


destruída, mas transformada em outro tipo de energia. A
Figura mostra que, em um recipiente com área de 1cm², ao
aplicar uma força de 10kgf (se o outro recipiente tiver uma
área de 10cm²) podemos elevar um objeto que executa uma
pressão de 100kgf.
O que ganhamos em relação à força precisa ser sacrificado
em distância ou velocidade.
Lei de Stevin

A lei de Stevin diz o seguinte: “A diferença de pressão entre dois


pontos de uma mesma massa líquida é igual à diferença de
profundidade entre eles multiplicada pelo peso específico da fluído”.
Aplicando a lei de Stevin à situação ilustrada na Figura.

P2 – P1 = ρ. g . (Z2 - Z1)
P2 = ρ. g . Z2 (quando Z1 = 0)
Em que:
ρ = peso específico;
g = gravidade (9,81m/s² ou 10m/s²).
Exemplo:
Determine a pressão sobre um ponto situado
a uma profundidade de 30m.
Dados: (ρ= 1.000kg/m³; g = 9,81m/s²ou
10m/s²).
P = ρ. g . h
P = 1000 .9,81 . 30
P = 294.300 Pa = 294,3 kPa
P = 30mca (metros de coluna de água).
Outras características da hidráulica

• Fácil instalação dos diversos elementos;


• rápida parada e inversão de movimento;
• variações micrométricas na velocidade;
• sistemas autolubrificantes;
• pequeno tamanho e peso em relação à potência consumida;
• sistemas seguros contra sobrecargas;
• alta potência (força);
• velocidade variável – através da válvula reguladora de fluxo;
• proteção contra sobrecarga – através da válvula de segurança ou
limitadora de pressão;
• adaptacao a forma do recipiente em que esta armazenado – os
liquidos tem a propriedade de tomar a forma do recipiente em que
estão armazenados;
• incompressibilidade dos liquidos – um liquido, quando e
pressionado, exibe caracteristicas de solidos. Os liquidos sao
relativamente impossíveis de serem comprimidos.
Sendo os liquidos incompressiveis, podem tomar a forma do
recipiente. Assim, eles possuem certas vantagens na transmissao
de forca.
Pressão em uma coluna de fluido

O peso do fluido gera pressão no fundo de uma coluna. Supondo


um reservatório de água de 10m de altura, temos em sua base
a pressão de 1bar (1kgf/cm²).
Na Figura são colocados dois reservatórios de diâmetros
diferentes (um com 10cm de diâmetro e outro com 1cm), com
água a uma altura de 10 metros.
Neste caso, percebemos que a pressão marcada por ambos os
manômetros é
de 1kgf/cm², pois não importam os diâmetros dos
reservatórios, e, sim, a altura da coluna de água.
Agora, se notarmos a Figura, perceberemos que, quanto mais
próximo da base estiver o furo, maior será a pressão
hidrostática e o jato de líquido irá mais longe.
Hidrodinâmica

A hidrodinâmica é a ciência que estuda a água em movimento.


Nesse tem, abordaremos aspectos importantes da
hidrodinâmica para a hidráulica, tais como vazão, regime de
escoamento e o princípio de Bernoulli.

Velocidade x vazão

Em sistemas dinâmicos, o fluido que passa pela tubulação se


desloca a certa velocidade. Esta é a velocidade do fluido que,
de modo geral, é medida em centímetros por segundo
(cm/seg). O volume do fluido que passa pela tubulação em um
determinado período de tempo corresponde à vazão: Q (vazão)
= V (velocidade) x A (área), em litros por segundo (l/s). A
velocidade do fluxo através de um tubo é inversamente
proporcional ao quadrado de seu diâmetro interno.
Vamos supor um tubo com dois diâmetros, sendo o primeiro
diâmetro o dobro do segundo. Tendo o tubo menor a metade do
diâmetro do primeiro, a área será quatro vezes menor;
portanto, a mesma vazão deverá passar com uma velocidade
quatro vezes maior.
Princípio de Bernoulli

O princípio de Bernoulli diz que a soma da energia potencial e da


energia cinética são constantes para uma vazão constante, nos
vários pontos de um sistema. Quando o diâmetro de um tubo
diminui, a velocidade do fluido aumenta.
A energia cinética aumenta. Logo, a energia cinética precisa ser
compensada pela redução da pressão.
Fluxo laminar e fluxo turbulento

O fluido tem um fluxo laminar (condição ideal) quando as


moléculas de um líquido se movimentam paralelamente ao
longo de um tubo, o que acontece até uma certa velocidade.
Quando há o aumento da velocidade do fluido, as perdas de
pressão são maiores devido ao aumento de atrito e geração de
calor, tendo assim um fluxo turbulento. Com a presença do fluxo
turbulento ocorre um aumento do atrito em quatro vezes. A
Figura 98 mostra os tipos de fluxos. O tipo de fluxo depende de
alguns fatores, como a velocidade do fluido, o diâmetro do tubo,
a viscosidade do fluido, rugosidade interna da parede do tubo e
outros.
Composição de um sistema hidráulico
Reservatórios hidráulicos
Os reservatórios hidráulicos consistem de quatro paredes (geralmente
de aço), uma base abaulada, um topo plano com uma placa de apoio,
quatro pés, linhas de sucção, retorno e drenos, plugue do dreno,
indicador de nível de óleo, tampa para respiradouro e enchimento,
tampa para limpeza e placa defletora (Chicana).
A Figura mostra o esquema de um reservatório.
Resfriadores (trocadores de calor)

Na hidráulica também são utilizados resfriadores ou trocadores de


calor. Os modelos mais comuns são água-óleo e ar-óleo. Nos
resfriadores a ar, o fluido é
bombeado através de tubos aletados. Para dissipar o calor, o ar é
soprado sobre os tubos e aletas por um ventilador. O resfriador à
água consiste basicamente de um feixe de tubos encaixados em um
invólucro metálico. Nesse resfriador, o fluido do sistema hidráulico é
geralmente bombeado através do invólucro e sobre os tubos que são
refrigerados com água fria.
Bombas hidráulicas

As bombas hidraúlicas são utilizadas nos circuitos hidráulicos para


converter energia mecânica em energia hidráulica. A ação mecânica
cria um vácuo parcial na entrada da bomba e permite que a pressão
atmosférica force o fluido do tanque, através da linha de sucção, a
penetrar na bomba. A bomba passará o fluido para a abertura de
descarga, forçando-o através do sistema hidráulico. Em relação às
bombas hidráulicas, elas são divididas em hidrodinâmicas e
hidrostáticas. As principais bombas utilizadas são as de
engrenagens, de palhetas e de pistões.
Válvulas direcionais

As válvulas direcionais hidráulicas têm o mesmo funcionamento


das válvulas direcionais pneumáticas, com algumas modificações
que se justificam, principalmente, por existir válvulas com três
posições e se utilizar, geralmente, válvulas com quatro vias (não
cinco, como na pneumática).
A construção de uma válvula hidráulica é mais robusta,
aumentando consequentemente seu tamanho. Além disso, elas são
maiores também para poderem suportar uma pressão muito
grande (em torno de150 bar).
A válvula hidráulica também possui retorno, ou não, por mola, NA
ou NF (para 3/2 vias). A hidráulica possui algumas válvulas com
particularidades, quando são de três posições:
• de centro aberto;
• de centro fechado;
• de centro em tandem;
• de centro aberto negativo.
Acumuladores

Os acumuladores armazenam certo volume de


fluido sob pressão para fornecê-lo ao sistema
quando necessário. Os acumuladores podem
ter ainda as seguintes funções:
• como equipamento auxiliar de emergência;
• como amortecedor de pancadas hidráulicas;
• para aumentar a velocidade de um atuador;
entre outras.
Mangueiras

Basicamente, todas as mangueiras consistem de três partes


construtivas:
1) tubo interno ou alma de mangueira: deve ser construído de
material flexível e de baixa porosidade, ser compatível química e
termicamente com o fluido a ser conduzido; podem ser utilizados
nitrílica, neoprene, policloropreno, EPDM/butil ou silicone;
2) reforço ou carcaça: considerado como elemento de força de uma
mangueira, o reforço é quem determina a capacidade de suportar
pressões; sua disposição sobre o tubo interno pode ser na forma
trançado ou espiralado; são utilizados aço carbono, corda de piano ou
aço inox;
3) cobertura ou capa: disposta sobre o reforço da mangueira, a
cobertura tem por finalidade proteger o reforço contra eventuais
agentes externos que provoquem a abrasão ou danificação do
reforço; podem ser utilizados neoprene, nitrílica + PVC ou CPE.
Atuadores hidráulicos

Os atuadores hidráulicos possuem o mesmo funcionamento dos


atuadores pneumáticos. A principal diferença está em sua
construção, já que precisam ser robustos para suportar altas
pressões. Os atuadores hidráulicos podem ser de dois tipos:
lineares ou rotativos.
Atuador telescópico

O atuador telescópico é um atuador com arranjo multitubular de


haste, que tem um curso longo com uma camisa curta na retração.
O atuador telescópico pode, entre outras aplicações, ser utilizado
em caminhões do tipo caçamba de alta capacidade.
Circuitos hidráulicos práticos
Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial de Santa Catarina
Rodovia Admar Gonzaga, 2765
Itacorubi - 88034-001 - Florianópolis,
SC

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