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ELETROMAGNETISMO

Prof. Marcos Macêdo


marcosmacedo@recife.ifpe.edu.br
Coordenação de Física

IFPE - Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Pernambuco


Campus Recife – Brasil
INTRODUÇÃO HISTÓRICA - IMÃS
Os gregos, há mais de 2000 anos, descobriram
que certas pedras da região da Magnésia, hoje
chamada magnetita, se atraíam e atraíam
espontaneamente o ferro.

Os chineses também já conheciam e utilizavam


o magnetismo no séc. I a.C., inclusive na
navegação. Verificaram que um pedaço de
magnetita, suspenso livremente no ar, virava
sempre na mesma direção norte – sul terrestre.

Nos primeiros séculos da Era Cristã, adivinhos


chineses utilizavam “a colher que aponta para
o sul” (bússola). Era uma colher construída de
magnetita.

A magnetita (ímã natural) era chamada de


“pedra amante” pelos chineses da Antiguidade.
Essa expressão deu origem à palavra aimant,
em francês, de onde veio o nosso ímã
INTRODUÇÃO HISTÓRICA - IMÃS

Pierre de Maricourt (séc. XIII), descreveu a


maioria das experiências elementares sobre
magnetismo e escreveu o primeiro tratado
existente sobre as propriedades dos ímãs. Seu
trabalho se destaca ainda pela primeira
descrição detalhada de uma bússola. (Epistola
Petri Peregrini de Maricourt ad Sygerum de
Foucaucourt, militem, de magnete)

Em 1260, observou que, as extremidades de um imã possuem um


poder maior de atração pelo ferro. Em 1269, fez uma importante
descoberta ao colocar uma agulha sobre um ímã esférico natural em
várias posições e marcou as direções de equilíbrio da agulha.
Descobriu então que as linhas envolviam o ímã, da mesma forma que
os meridianos envolviam a Terra, e passavam por dois pontos
situados sobre as extremidades de um diâmetro da esfera. Em virtude
da analogia com os meridianos terrestres, estes dois pontos foram
denominados os polos do ímã. Muitos observadores verificaram que,
qualquer que fosse a forma do ímã, sempre havia dois polos, um polo
norte e um polo sul, onde a força do ímã era mais intensa. Os polos de
mesmo nome de dois ímãs repeliam-se e os de nome oposto atraíam-
se. Ele também observou que os polos não existem separadamente.
INTRODUÇÃO HISTÓRICA - IMÃS

NOMENCLATURA DOS POLOS ORIENTAÇÃO DO IMÃ


INTRODUÇÃO HISTÓRICA - IMÃS

PRINCÍPIO DA ATRAÇÃO/REPULSÃO

Em 1750, o geólogo e astrônomo inglês


JOHN MICHELL (1724-1793) usou uma
balança de torção, que ele mesmo
inventou, para investigar as forcas de
campo entre polos magnéticos de imãs
e concluiu a seguinte lei:
INTRODUÇÃO HISTÓRICA - IMÃS
PRINCÍPIO DA INSEPARABILIDADE

N S

N S N S

N S N S N S N S

N S N S N S N S N S N S N S N S

Uma explicação desse fenômeno foi proposta pelo


cientista André Marie Ampère (1775-1836). Ele supôs
cada ímã constituído de pequenos ímãs elementares;
a soma dos efeitos de todos esses ímãs elementares é
que resultaria no ímã completo.
Hoje, no entanto, sabemos que cada um desses ímãs
elementares corresponde a uma pequena porção de
matéria na qual os átomos têm a mesma orientação
magnética, chamada de domínio magnético.
INTRODUÇÃO HISTÓRICA - IMÃS
INTRODUÇÃO HISTÓRICA - IMÃS

William Gilbert(1600 d.C), chamava a força magnética de


‘alma’ da Terra. Deduziu que todo o planeta era uma pedra
magnética e que os ímãs eram filhos da Terra, com quem ela
compartilhava seu poder.

De Magnete(1600) consite de seis livros.


1. Pesquisa histórica de magnetismo, e teoria do
magnetismo de Terra.
2. Distinção entre eletricidade e magnetismo. Argumento
contra o movimento perpétuo.
3. Experiências do terrella .
4. Declinação magnética (a variação de norte magnético
conforme a posição).
5. Inclinação magnética. Projeto do inclinômetro
magnético.
6. Teoria magnética de movimento estelar e terrestre.
Precessão do equinócio.
INTRODUÇÃO HISTÓRICA - IMÃS
VETOR INDUÇÃO MAGNÉTICA OU VETOR CAMPO MAGNÉTICO

Linhas de indução ou de campo

Direção: em cada ponto, tem


direção da reta que se alinha
com a agulha(reta tangente).
Sentido: para onde aponta o
pólo norte magnético da
agulha.
LINHAS DE INDUÇÃO OU LINHAS DE FORÇA DO VETOR CAMPO MAGNÉTICO
LINHAS DE INDUÇÃO OU LINHAS DE FORÇA DO VETOR CAMPO
MAGNÉTICO DA TERRA – AURORAS POLARES
CAMPO MAGNÉTICO UNIFORME

P1 B
N S
P2 B

P3 B

Campo magnético uniforme é aquele no qual, em todos os pontos, o


vetor B tem a mesma direção, o mesmo sentido e a mesma
intensidade.
DESCOBERTA DO ELETROMAGNETISMO

Hans Christian Oersted


-1820-
DESCOBERTA DO ELETROMAGNETISMO

Uma corrente elétrica, passando por um condutor, produz um campo magnético


ao redor do condutor, como se fosse um ímã, OU SEJA, TODA CARGA ELÉTRICA
EM MOVIMENTO GERA EM TORNO SI ALÉM DE UM CAMPO ELÉTRICO, UM CAMPO
MAGNÉTICO

A descoberta do efeito de Oersted levou à fabricação dos primeiros galvanômetros.


ENTENDENDO A EXPERIÊNCIA DE OERSTED
CAMPO MAGNÉTICO CRIADO POR UM CONDUTOR RETILÍNEO

 •Em cada ponto do campo o vetor é perpendicular ao plano definido


pelo ponto e o fio.
• As linhas de indução magnética são circunferências concêntricas
com o fio.

Condutor Limalha
de ferro
SENTIDO DAS LINHAS DE INDUÇÃO MAGNÉTICA DE UM
CONDUTOR RETILÍNEO

• O sentido das linhas de campo


magnético gerado por corrente elétrica
foi estudado por Ampère, que
estabeleceu regra para determiná-lo,
conhecida como regra da mão
direita(REGRA DE FLEMING).

• Segure o condutor com a mão direita e


aponte o polegar no sentido da corrente.
Os demais dedos dobrados fornecem o
sentido do que será em cada ponto
tangente as linhas de campo.
SENTIDO DAS LINHAS DE INDUÇÃO MAGNÉTICA DE UM
CONDUTOR RETILÍNEO

• Vista em perspectiva  Vista de cima  Vista de lado

Grandeza orientada do plano para


o observador (saindo do plano)

Grandeza orientada do observador


para o plano (entrando no plano)
MÓDULO DO VETOR INDUÇÃO MAGNÉTICA CRIADO POR UM
CONDUTOR RETILÍNEO – LEI DE BIOT - SAVART

 .i
B
2 .d
i  intensidade de corrente
d distância do ponto ao
condutor, perpendicular a direção
do mesmo
  permeabilidade magnética do
meio
No sistema SI, a unidade de B é o Tesla (T),
enquanto no sistema CGS, sua unidade é  o  4 10 7 T  m A
o Gauss (G), onde 1 T = 104 G = 1
Weber/m2.
vácuo
EXEMPLO

(UFPR) Em 1820, Oersted descobriu que, ao passar uma corrente


elétrica através de um fio retilíneo, a agulha imantada de uma
bússola, próxima ao fio, movimentava-se. Ao cessar a corrente, a
agulha retornava a sua posição original. Considere a agulha de uma
bússola colocada num plano horizontal, podendo mover-se livremente
em tomo de um eixo vertical fixo. Suponha que ela esteja próxima de
um fio condutor muito longo colocado na vertical, conforme a figura.

Fio
EXEMPLO
MARQUE VERDADEIRO OU FALSO

I. Quando passa uma corrente elétrica pelo fio, é gerado um campo


magnético que tende a alinhar a agulha imantada com a direção deste
campo.
II. Ao inverter-se o sentido da corrente elétrica no fio, a agulha tende a
inverter sua orientação.
III. A intensidade do campo magnético num ponto do espaço, gerado pela
corrente no fio, será tanto maior quanto mais distante o ponto estiver do
fio.
IV. As linhas de força do campo magnético gerado pela corrente no fio são
semi-retas com origem no fio e perpendiculares a ele.
V. A posição original da agulha da bússola indica, na ausência de correntes
elétricas ou outros campos magnéticos, a direção do componente
horizontal do campo magnético terrestre.
EXEMPLO

(UFMG) A figura mostra dois fios M e N, paralelos, percorridos por correntes de


mesma intensidade, ambas saindo da folha de papel. O ponto P está a mesma
distância dos dois fios. Represente o vetor indução magnética resultante em P,

M N

P
EXEMPLO

 Um condutor reto e extenso no vácuo é percorrido por uma


corrente de 5A. Calcule o valor da intensidade do vetor indução
magnética em um ponto P que dista 20cm do condutor. Indique o
sentido do vetor.()

P
i
EXEMPLO

d= 10cm
EXEMPLO
(UFPA - 2012) Os efeitos nocivos das linhas de transmissão na saúde humana
constituem matéria de alto interesse no meio científico, já que alguns estudos
indicam uma correlação entre o campo eletromagnético e o surgimento de
alguns tipos de cânceres. Uma residência localizada a 16 m de uma linha de
transmissão, percorrida por uma corrente de intensidade igual a 2400 A, fica
sujeita à ação de um campo magnético de intensidade igual a B. Sabendo-se
que a permeabilidade magnética do vácuo vale µo = 4π.10-7 T.m/A e que a
intensidade do campo magnético típico de um exame de ressonância
magnética é Bo = 3 T, qual a razão entre Bo e B?
EXEMPLO

(UFMG) Essa figura mostra três fios paralelos, retos e longos, dispostos
perpendicularmente ao plano do papel, e, em cada um deles, uma
corrente i. Cada fio separadamente, cria em um ponto a 20cm de
distância dele, um campo magnético de intensidade B. O campo
magnético resultante no ponto P, devido à presença dos três fios, terá
intensidade igual a:

i i P i

20cm 20cm 20cm


MÓDULO DO VETOR INDUÇÃO MAGNÉTICA CRIADO NO CENTRO
DE UMA ESPIRA CIRCULAR

As linhas de campo entram por um lado da espira e saem pelo outro,


podendo este sentido ser determinado pela regra da mão direita.

Linhas obtidas experimentalmente


com limalha de ferro
MÓDULO DO VETOR INDUÇÃO MAGNÉTICA CRIADO NO CENTRO
DE UMA ESPIRA CIRCULAR

 A intensidade do no centro O da espira vale:

 i
B
2R
i  intensidade de corrente
R  Raio da espira
o  permeabilidade magnética do
vácuo.

o  4 10 7 T  m A
POLOS DE UMA ESPIRA

 • Note que a espira tem dois pólos. O


lado onde “entra” é o pólo sul; o
outro, o norte.
Para o observador 1, as linhas de
indução da espira saem pela face que
está voltada para ela. Portanto, essa face
da espira se caracteriza como um pólo
norte.
Observador 2

Observador 1

Para o observador 2, as linhas de


indução da espira entram pela face
que está voltada para ele. Portanto,
essa face da espira se caracteriza
como um pólo sul.
EXEMPLO
i
 Dada uma espira circular no vácuo com
raio de 4 cm, sendo percorrida por
uma corrente elétrica de 2,0A no
sentido indicado na figura, determine
as características do no centro da
espira. ()

 Uma espira circular de raio 4 cm está no


plano do papel, conforme mostra a figura
abaixo. Na região da espira tem-se vácuo,
cuja constante de permeabilidade
magnética é T.m/A. Quando a espira for
percorrida por uma corrente elétrica de
intensidade 6A, caracterize o campo de
indução magnética no seu centro
EXEMPLO
Duas espiras concêntricas de raios R1 e R2 são
percorridas por correntes elétricas de
intensidades i1 e i2, conforme mostra a figura.
Sabe-se que: i1 = i2 = 5 A; R2 = 2.R1 = 10 cm
e μ0 = 4π.10-7 T.m/A. Determine a intensidade
do vetor campo magnético resultante no
centro comum O.

 
Duas espiras circulares iguais E  e E , 1 2

situadas em planos perpendiculares com


centros coincidentes e raios R=5 cm, são
percorridas pelas correntes i  e i , indicadas
1 2

na figura. Sendo i =3A, i = 4 A e Caracterize


1 2

o vetor campo magnético no centro O. (


EXEMPLO
VETOR INDUÇÃO MAGNÉTICA CRIADO NO CENTRO DE UMA
BOBINA CHATA

i  intensidade de corrente
 i
Bcentro  n. 2 R R  Raio da espira

o  permeabilidade magnética do
vácuo.
o  4 10 7 T  m A
n⇒ número de espiras
EXEMPLO TECNOLÓGICO
A figura representa uma montagem experimental
denominada galvanômetro de tangente. Uma
bobina plana, com N espiras de raio R, disposta
verticalmente, está ligada um circuito constituído
por uma fonte de tensão contínua, uma chave e um
amperímetro. No centro da bobina há uma pequena
plataforma onde se coloca uma bússola. Com o
circuito desligado, alinha-se o plano da bobina ao
campo magnético terrestre (a agulha da bússola
deve ficar contida no plano da bobina apontando
para o norte). Em seguida fecha-se o circuito.
Observa-se que a agulha da bússola gira até
encontrar nova posição de equilíbrio. O
ângulo formado pela agulha da bússola com a
direção leste-oeste permite medir o módulo do vetor
indução magnética terrestre no local. Suponha que,
em determinado local, uma bobina de N=10 espiras
de 5,0 cm de raio, para uma corrente de intensidade
de 0,20 A, medida no amperímetro, faça a agulha da
bússola desviar-se marcando um ângulo =60,
como mostra a figura. Qual o módulo da indução
magnética terrestre neste local?
VETOR INDUÇÃO MAGNÉTICA CRIADO NO INTERIOR DE
UMA BOBINA LONGA ( SOLENÓIDE) (Andrè Marie Ampère)
O solenóide é um dispositivo em que um fio condutor é enrolado em
forma de espiras não justapostas.
LINHAS DE INDUÇÃO DE UM SOLENÓIDE E INTENSIDADE
DO CAMPO MAGNÉTICO

O campo magnético produzido próximo ao centro do solenóide (ou bobina


longa) ao ser percorrido por uma corrente elétrica i, é praticamente uniforme
(intensidade, direção e sentido constantes).

PÓLO NORTE

PÓLO
SUL

  N i
B N  Número de
L espiras i i
EXEMPLO

Um solenóide de 1000 espiras por metro está no vácuo e é percorrido por


uma corrente de 5,0A. Qual a intensidade do vetor indução magnética no
interior do solenóide?
APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS – ELETROIMÃS (Dominique François
Arago e Joseph Luis Gay-Lussac)
Em virtude da imantação do pedaço de ferro, o campo magnético resultante assim
obtido é muito maior do que o campo criado apenas pela corrente que passa pela
bobina.

GALVANÔMETRO
APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS
RELÉS

DISJUNTOR

TELÉGRAFO
CAMPANHIA
AÇÃO DE CAMPOS MAGNÉTICOS UNIFORMES SOBRE CARGAS
ELÉTRICAS – FORÇA MAGNÉTICA DE LORENTZ
No dia de natal de 1822, FARADAY colocou um condutor entre os polos de
um ímã, fez passar corrente elétrica pelo condutor, e este executou
movimento de rotação. Foi a primeira vez que o homem obteve
movimento de rotação a partir de um campo magnético e uma corrente
elétrica. Esse fenômeno foi o passo incial para a invenção do motor
elétrico.
AÇÃO DE CAMPOS MAGNÉTICOS UNIFORMES SOBRE CARGAS
ELÉTRICAS – FORÇA MAGNÉTICA DE LORENTZ

Descreveremos a seguir alguns resultados que podem ser obtidos


experimentalmente.
Se tivermos um imã em repouso em um laboratório (referencial R) e uma
partícula com carga elétrica q for abandonada em suas proximidades, com
velocidade nula em relação ao imã (e, portanto, também nula em relação ao
laboratorio), então
AÇÃO DE CAMPOS MAGNÉTICOS UNIFORMES SOBRE CARGAS
ELÉTRICAS – FORÇA MAGNÉTICA DE LORENTZ

Partículas com carga q, movendo-se entre os polos de um imã em repouso no


laboratório, na mesma direção do campo uniforme de indução magnética
B e com velocidade v em relação ao laboratório(ou imã).

Obs: Partículas neutras, em repouso ou em movimento em qualquer direção, em


relação ao imã, também não sofrem ação do campo magnético
FORÇA MAGNÉTICA DE LORENTZ (Hendrik Antoon Lorentz) 

Toda carga elétrica (q) imersa num


campo de indução magnética (B) e
dotada de velocidade (V), de direção não
coincidente com a direção do campo(0
  180 ) ficará sujeita a uma força de
origem eletromagnética.

𝑭 𝒎=|𝒒|. 𝒗 . 𝑩 . 𝒔𝒆𝒏 𝜽
 

Direção: A força magnética é sempre


perpendicular ao plano determinado
pelos vetores v e B.

Sentido: Dado pelas Regras(da mão


direita ou da Mão Esquerda).
FORÇA MAGNÉTICA DE LORENTZ - REGRAS

regra da mão direita regra da mão esquerda

obs: para cargas elétricas negativas invertemos o


sentido da força na figura
FORÇA MAGNÉTICA DE LORENTZ - REGRAS

carga elétrica positiva carga elétrica negativa


FORÇA MAGNÉTICA DE LORENTZ – ângulo de entrada  = 90

A carga elétrica decreve um MCU,


podendo ficar presa no campo
magnético uniforme

V2
Fm  FC Fm  m.
R

V2
q .B.V  m. m.V
R R
q .B
FORÇA MAGNÉTICA DE LORENTZ – carga elétrica entrando no
campo magnético numa direção obliqua.
EXEMPLO

Partículas são emitidas por uma fonte radioativa de óxido de urânio.


Essas partículas emergem de um orifício contido no recipiente de
chumbo e penetram perpendicularmente a um campo magnético B
cujas linhas de força penetram na folha de papel. Qual o sinal de
cada partícula?
EXEMPLO

Uma partícula de 9,0.10 -30 kg, carregada com carga elétrica de 1,0.10-16 C
penetra perpendicularmente em um campo magnético uniforme de
1,0.10-6 T, quando sua velocidadeestá em 1,0.106 m/s. Ao entrar no campo
magnético, determine

a) O tipo de movimento
b) O raio da trajetória
c) O período do movimento
d) O trabalho realizado pela
força magnética
EXEMPLO
Em um laboratório de Física Moderna, um dispositivo emite íons
positivos que se deslocam com uma velocidade v muito elevada.
Desejando medir o valor desta velocidade, um cientista aplicou na
região onde os íons se deslocam os campos uniformes, E e B , mostrados
na figura deste problema. Fazendo variar os valores de E e B ele
verificou que, quando E = 1,0.103 N /C e B = 2,0.10-2 T, os íons
atravessavam os dois campos em linha reta , como está indicado na
figura. Com estes dados, o cientista conseguiu determinar o valor de v .
Qual foi o valor encontrado por ele? Despreze a massa dos íons
EXEMPLO
Uma pequena esfera metálica eletricamente carregada com carga
q=6C desloca-se, com velocidade constante igual a 10 m/s,
paralelamente a um condutor retilíneo e longo, que é percorrido por
uma corrrente de intensidade i=20A. Se a distância da esfera metálica
ao condutor é 20 cm
 
A) Caracterize o campo de indução magnética B(intensidade, direção e
sentido) criado pela corrente i, no ponto indicado, 
B) Caracterize a força magnética exercida sobre a esfera( módulo,
direção e sentido)
APLICAÇÕES PRÁTICAS – FORÇA MAGNÉTICA DE
LORENTZ - TELEVISOR E O TUBO CATÓDICO
AÇÃO DE CAMPOS MAGNÉTICOS UNIFORMES SOBRE
CONDUTORES RETILÍNEOS – FORÇA MAGNÉTICA DE LORENTZ
EXEMPLO
Um fio AC, de 20 cm de comprimento, está posicionado na horizontal, em
repouso, suspenso por uma mola isolante de constante elástica k, imerso num
campo magnético uniforme horizontal B = 0,5T, conforme mostra a figura.
Sabendo-se que a massa do fio é m = 10 g e que a constante da mola é k = 5
N/m, a deformação sofrida pela mola, quando uma corrente i = 2 A passar pelo
fio, será de: 
a) 3 mm.
b) 4 mm.
c) 5 mm.
d) 6 mm.
e) 20 mm.
EXEMPLO
Um professor de física resolve fazer um
experimento de eletromagnetismo que
objetiva determinar o valor do campo
magnético entre os pólos do imã. Para isso,
ele utiliza um imã, uma bateria que fornece
4,8V a um condutor cilíndrico AC com
massa 5g, comprimento de 10cm e
resistência elétrica igual a 0,10Ω. Ao ligar a
bateria ao circuito, mostrado na figura, o
condutor cilíndrico fica suspenso em
equilíbrio. Considerando-se que as linhas de
campo são perpendiculares ao condutor,
que a resistência elétrica dos fios é 0,02Ω,
que a massa dos fios é desprezível e
adotando g = 10m/s², Qual o valor que
professor calculou para o campo
magnético, em tesla ?
APLICAÇÕES PRÁTICAS – FORÇA MAGNÉTICA DE LORENTZ –
MOTORES ELÉTRICOS DE CORRENTE CONTÍNUA
APLICAÇÕES PRÁTICAS – FORÇA MAGNÉTICA DE LORENTZ –
MOTORES ELÉTRICOS DE CORRENTE CONTÍNUA
FORÇA MAGNÉTICA ENTRE CONDUTORES PARALELOS
DEFINIÇÃO DO AMPÈRE
EXEMPLO

Na figura abaixo temos a representação de dois condutores retos, de 2m de


comprimento e paralelos. A intensidade da corrente elétrica em cada condutor
é de 28 A nos sentidos indicados. Determine o módulo do vetor indução
magnética resultante no ponto P, sua direção e seu sentido bem como a
intensidade da força magnética entre os condutores e diga se é de atração ou
repulsão.
EFEITO HALL (Edwin H. Hall)
O EFEITO HALL (1879) está relacionado ao surgimento de uma
DIFERENÇA DE POTENCIAL(CAMPO ELÉTRICO) em um condutor elétrico,
transversal ao fluxo de corrente e um campo magnético perpendicular à
corrente.
EXPLICAÇÃO DOS FENÔMENOS MAGNÉTICOS

No campo teórico do eletromagnetismo, Ampère lançou uma idéia


revolucionária. Até então admitiam a existência de “fluidos
magnéticos”, que seriam responsáveis pelo magnetismo. Ampère
abandonou essa hipótese, e admitiu que nas moléculas dos corpos
existissem correntes elétricas que produziriam pequenos campos
magnéticos. Quando esses campos magnéticos se neutralizassem,
o corpo seria neutro. Quando não se neutralizassem, o corpo seria
imantado. Se considerarmos que naqueles tempos, o próprio
conceito de molécula era mal definido, podemos julgar quanto
arrojada era essa hipótese. Efetivamente, a idéia de Ampère não
foi muito aceita. Ela foi retomada somente quase um século
depois. Hoje sabemos que ela encerra um fundo de verdade. Que o
magnetismo é consequência, não de correntes elétricas
moleculares, mas, de correntes elétricas atômicas.
EXPLICAÇÃO DOS FENÔMENOS MAGNÉTICOS

Os elétrons de um átomo estão em


movimento. Eles produzem campo
magnético. Dois tipos de movimento
dos elétrons contribuem para o
magnetismo: a rotação (spin) do
elétron em torno de si mesmo e sua
Campo
rotação em torno do núcleo.
magnético

Cada elétron comporta-se como um pequeno ímã. Um par de elétrons que giram
em torno de si mesmos no mesmo sentido geram um campo mais intenso. Já um
par onde os elétrons giram em sentidos opostos, apresentam campos magnéticos
que se anulam. É por isso que a maioria das substâncias não são imãs. Para a
maioria dos átomos os diversos campos se anulam porque os giros dos elétrons
em torno de si mesmos são em sentidos opostos.
EXPLICAÇÃO DOS FENÔMENOS MAGNÉTICOS

Em materiais como o ferro, o níquel e o cobalto esses campos não se


anulam inteiramente. Cada átomo de ferro possui 4 elétrons cujo
magnetismo gerado por seus spins não anulam. Cada átomo de ferro é um
pequeno ímã. O mesmo é verdadeiro, em menor intensidade, para os
átomos de níquel e cobalto. A maior parte dos ímãs comuns são feitos de
ligas que contém ferro, níquel e cobalto em diversas proporções.
EXPLICAÇÃO DOS FENÔMENOS MAGNÉTICOS

O campo magnético gerado por um átomo


individual de ferro é tão forte que as domínio
interações entre átomos vizinhos podem dar magnético
origem a grandes aglomerados de átomos
alinhados um com os outros. Esse
aglomerados são chamados de domínios
magnéticos. Cada domínio é formado por
bilhões de átomos individuais e são
microscópios.

Nem todo pedaço de ferro é um ímã


porque, normalmente, os domínios não
estão alinhados entre si:
EXPLICAÇÃO DOS FENÔMENOS MAGNÉTICOS
EXPLICAÇÃO DOS FENÔMENOS MAGNÉTICOS

Os materiais ferromagnéticos são constituídos de um número muito


grande de pequenos ímãs naturais, conhecidos como dipolos magnéticos
elementares. Este número é da mesma ordem do número de moléculas ou
átomos que constituem o material. Sem a influência de um campo
magnético externo, estes dipolos estão todos desalinhados, de forma que a
soma total de seus campos magnéticos é nula, como mostra a Figura A. Se
inserirmos uma pequena barra de ferro, que é feita de um material
ferromagnético, dentro de um solenóide, o campo magnético deste irá
alinhar os dipolos do ferro, como mostra a Figura B.
Os campos magnéticos dos dipolos se somam e temos
então um novo campo magnético devido ao ferro. No total ,
teremos a soma dos campos do solenóide mais o do ferro.
O conjunto de um solenóide com um núcleo de material
ferromagnético é chamado de eletroímã.
EXPLICAÇÃO DOS FENÔMENOS MAGNÉTICOS

CLASSIFICAÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS MAGNÉTICAS

• Substâncias Ferromagnéticas: são aquelas que apresentam facilidade


de imantação quando em presença de um campo magnético. Ex: ferro,
cobalto, níquel, etc.

• Substâncias Paramagnéticas: são aquelas que a imantação é difícil


quando em presença de um campo magnético. Ex: madeira, couro, óleo,
etc.

• Substâncias Diamagnéticas: são aquelas que se imantam em sentido


contrário ao vetor campo magnético a que são submetidas. Corpos
formados por essas substâncias são repelidos pelo ímã que criou o campo
magnético. Ex: cobre, prata, chumbo, bismuto, ouro, etc.
PONTO CURIE

O calor fornecido por uma fonte térmica causa


um desarranjo na disposição dos elétrons que
compõem o material, proporcionando a perda
momentânea das propriedades magnéticas. Essa
temperatura é específica de cada material. A
tabela a seguir traz a temperatura Curie de
alguns tipos de substâncias.
HISTERESE MAGNÉTICA

A histerese, palavra que deriva do grego e que significa atraso, é um


fenômeno característico das substâncias ferromagnéticas. Sabe-se que essas
substâncias se imantam facilmente quando na presença de um campo
magnético. Mas o que ocorre se as retirarmos da influência deste campo? É
muito conhecido esse fato. Acontece que, ao fazer isso, a substância não é
desmagnetizada completamente, tão menos de forma instantânea. A esse
acontecimento denominamos histerese magnética.

Existem substâncias ferromagnéticas que possuem imantação residual como,


por exemplo, o aço temperado. Ele é utilizado para construir ímãs
permanentes. No entanto, em outros materiais como os eletroímãs, por
exemplo, há necessidade de que ele fique praticamente desmagnetizado
quando o campo magnético cessar. Para que isso ocorra, ele é construído com
um tipo de ferro especial chamado ferro doce. Este possui histerese muito
baixa que chega a ser quase nula.
INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA – INTRODUÇÃO HISTÓRICA
Depois de constatado que as correntes elétricas criavam campo magnético, os cientistas
começaram a pesquisar o fenômeno inverso, ou seja, se o campo magnético era capaz de
criar correntes elétricas. Em 1831, na Inglaterra, MICHAEL FARADAY conseguiu provar
experimentalmente que esse fenômeno inverso é possível, depois de muitas tentativas sem
sucesso desde 1825. Esse fenômeno, chamado INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA é o
principio de funcionamento do gerador mecânico de energia elétrica.
VIDA DE FARADAY
SIMULADOR PHET

[Faraday's Diary, vol. 1; pages around September 4, 1821.


Photo by S. Uchii.]
PALESTRAS DE FARADAY
LABORATÓRIO DE FARADAY
FLUXO DO VETOR INDUÇÃO MAGNÉTICA ou FLUXO DE INDUÇÃO
ou FLUXO MAGNÉTICO ( )
FARADAY sugeriu associar o fluxo de indução
a quantidade de linhas de indução que
atravessa a superfície considerada.
FLUXO DO VETOR INDUÇÃO MAGNÉTICA ()
Veja, nas figuras a seguir, uma mesma espira imersa em um campo magnético
uniforme, em três posições diferentes:
VARIAÇÃO DO FLUXO DO VETOR INDUÇÃO MAGNÉTICA

EXPERIÊNCIA DE FARADAY

Após estudar todos os casos de aparecimento de f.e.m. induzida, FARADAY


concluiu que
LEI DE LENZ E O SENTIDO DA CORRENTE INDUZIDA (Heinrich
Lenz (1804-1865)
LEI DE LENZ E O SENTIDO DA CORRENTE INDUZIDA (Heinrich
Lenz (1804-1865)
LEI DE LENZ E O SENTIDO DA CORRENTE INDUZIDA (Heinrich
Lenz (1804-1865)
GERADORES DE CORRENTE
GERADORES DE CORRENTE
CORRENTE DE FOUCAULT

São correntes fechadas induzidas na massa de


um metal que se move em um campo magnético.
Quando uma folha condutora entra em um
campo, uma variação de fluxo ocorre que provoca
uma força eletromotriz induzida na folha que por
sua vez provoca o movimento dos elétrons livres
no metal em circuitos fechados de correntes.
https://www.youtube.com/watch?v=v577T8Nz
Conforme a Lei de Lenz a magnitude e sentido
biQ
dessas correntes deve se opor à variação que as
provoca, formando polos magnéticos que geram
forças que efetivamente se opõe ao movimento do
metal dentro do campo magnético. Exemplo da
utilização da corrente de Foucault na frenagem
de trens controlados por imãs magnéticos ou nas
balanças de precisão. Outra aplicação se dá na
medição da condutividade elétrica de metais não
magnéticos. Atualmente está se popularizando a
utilização de fogões por indução. Esse também é
um importante exemplo de utilização da corrente
de Foucault.
LEI DE FARADAY-NEUMANN -
EXEMPLO
01. Uma espira constituída por um fio condutor retangular é empurrada
perpendicularmente às linhas de indução magnética de um campo magnético uniforme
perpendicular à folha, até sair pelo outro lado, como mostra a figura. Determine o sentido
da corrente induzida na espira em cada uma das representações I, II e III.

02. No exercício anterior, sabendo-se que a


velocidade da espira é de 30 cm/s, que o campo
magnético local tem intensidade 1,5 T e que a
resistência elétrica da espira é de 30Ω,
determine:
a) o fluxo máximo através da espira;
b) a força eletromotriz induzida na espira
quando está saindo do campo magnético;
c) a intensidade da corrente elétrica induzida.
EXEMPLO 3
EXEMPLO
4. A figura a seguir mostra uma espira circular perfeitamente condutora, de área
igual a 1,0.10 -2 m², imersa em um campo magnético, perpendicular ao plano da
espira.No instante t1= 1,0 s, 0 módulo do vetor indução magnética vale 0,20 T. Em
seguida, o módulo desse vetor aumenta e, no instante t2= 3,0 s, passa a valer 1,4
T. Ligado a espira, existe um resistor de resistência igual a 2,0 m. Determine:
a) os fluxos, nos instantes t1 e t2;
b) a força eletromotriz média induzida;
c)O sentido da corrente elétrica no resistor, durante o crescimento do
módulo de B;
d) a intensidade da corrente elétrica média
CONDUTOR EM MOVIMENTO DENTRO DE UM CAMPO
MAGNÉTICO
FORÇA ELETROMOTRIZ INDUZIDA MÉDIA - em

Quando um condutor desliza sobre outro, de modo a formar um circuito


fechado, o amperímetro A indica a passagem de CORRENTE INDUZIDA.
Indicamos o sentido do movimento dos elétrons livres e o sentido da corrente
elétrica convencional (i)

• l = comprimento do condutor dentro do campo magnético (metros);


• B = intensidade do campo magnético uniforme (tesla);
• v = velocidade de deslocamento (m/s);
• v perpendicular a B ;
• e= força eletromotriz induzida (volts).

em  B.l.v
FORÇA ELETROMOTRIZ INDUZIDA(e)
FORÇA ELETROMOTRIZ INDUZIDA(e) – A importância do
movimento relativo
EXEMPLO
 
EXEMPLO
 
EXEMPLO

Uma barra condutora AB de resistência desprezível, está em contato com as


guias metálicas CA e DB , também de resistências nulas. A resistência R vale
0,6 Ω e o circuito encontra-se num campo magnético uniforme B=1,5 T
perpendicular ao plano da figura. Quando a barra desloca-se para a direita
com velocidade v=2 m/s constante , calcule:
a) A f.e.m. induzida
b) A intensidade de corrente que se estabelece no circuito e seu sentido
EXEMPLO
EXEMPLO
Uma barra metálica AB de comprimento l = 50cm desliza, sem atrito e com velocidade
constante de módulo v = 5,0 m/s, apoiando-se em dois trilhos condutores paralelos
interligados par um resistor de resistência R= 2,0· 10-2 . . A barra e os trilhos tem resistência
elétrica desprezível. 0 conjunto esta imerso em um campo de indução magnética uniforme e
constante, de módulo B = 2,0 . 10-2 T, perpendicular ao plano dos trilhos, que e horizontal:
a) 0 módulo da força eletromotriz induzida no circuito;
b) 0 sentido da corrente induzida, em relação ao leitor;
c) a intensidade da corrente induzida;
d) a intensidade e o sentido da força magnética que atua na barra;
e) a intensidade e o sentido da força que um operador deve aplicar na barra, na mesma
direção da força magnética, para manter sua velocidade constante;
f) a energia dissipada no circuito, enquanto a barra percorre 5,0 m;
g) 0 trabalho realizado pela força aplicada pelo operador, nesse percurso de 5,0 m
TRANSFORMADORES DE TENSÃO
Imagine uma geladeira, por exemplo, fabricada para funcionar em 110 V e que
precisa ser ligada em urna tomada de 220 V, par ser a única disponível. A maneira
mais viável de fazer isso, sem queimara geladeira, é usar um aparelho de
baixíssimas perdas, denominado transformador de tensão. Ele deve receber os 220
V, transformá-los em 110 V e, então, alimentar a geladeira.
TRANSFORMADORES DE TENSÃO
TRANSFORMADORES DE TENSÃO
EXEMPLO

Existem transformadores que possuem circuito um primário e vários


secundários, como exemplificamos na figura. Considerando o transformador
ideal, calcule as valores U2, U3 e U4 das tensões nos três secundários
EXEMPLO
A potência nominal máxima de um transformador é 1.500 W. Sabendo-se que a
tensão originada no secundário é de 50 V e que o número de espiras no
primário e no secundário é 400 e 100, respectivamente, determine:
a) a intensidade da corrente elétrica induzida no secundário quando o
transformador está funcionando em condições de potência máxima;
b) a tensão no primário;
c) a intensidade da corrente elétrica no primário.

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