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Universidade Estadual de

Mato Grosso do Sul


Campus Aquidauana
Engenharia Florestal

Manejo de Bacias Hidrográficas

Profº.: Henrique Sarmento Caldeira Brant


APRESENTAÇÃO
Nome: Henrique Sarmento Caldeira Brant

Idade: 29 anos

De onde que você é? Gama - Brasília/DF

Graduação na UnB – Engenharia Florestal (Fitossociologia em cerrado


denso no Gama/DF) 2011.

Mestrado na ESALQ/USP – Tecnologia de sementes aplicada a


semeadura direta de espécies de preenchimento em Florestas
Estacionais Semideciduais. 2015.

Professor Substituto em Jataí na UFG (Jataí) 2016.


OBJETIVOS

Conhecer e apreender os conceitos sobre


hidrologia e bacias hidrográficas. Capacitar
para o manejo sustentável.
EMENTA
Ciclo hidrológico. Precipitação. Interceptação.
Evapotranspiração. Infiltração. Escoamento superficial.
Percolação e escoamento subterrâneo. Hidrometria. Balanço
hídrico. Efeitos das atividades florestais no funcionamento
hidrológico. Planejamento do manejo de bacias hidrográficas.
Morfometria de bacias hidrográficas.
Conservação de água e solo em bacias

hidrográficas.
METODOLOGIA
Aulas expositivas com auxílio do quadro negro e
data-show.
BIBLIOGRAFIA
Básica:
• COLLISCHONN, W. & DORNELLES, F. Hidrologia para
engenharia e ciências ambientais. Porto Alegre: ABRH,
2013;
• LIBARDI, P. L. Dinâmica da água no solo. 2a ed.
Piracicaba: 2000. 509 p.
• PAULA LIMA, W. Hidrologia florestal aplicada ao manejo
de bacias hidrográficas. São Paulo: ESALQ, 2008. 253 p.
• PAIVA, J. B. D.; PAIVA, E. M. C. Hidrologia aplicada à
gestão de pequenas bacias hidrográficas. Porto Alegre.
ADRH, 2001. 625 p.
• VALENTE, O. F. & GOMES, M. A. Conservação de
nascentes: produção de água em pequenas bacias
hidrográficas. Viçosa: Aprenda fácil. 2011. 267 p.
BIBLIOGRAFIA
Complementar:
• MORAIS, J. L. ; STAPE, J. L. Conservação e cultivo de solos
para plantações florestais. Piracicaba: IPEP, 2002. 498 p.

• PRADO, H. Manejo dos solos: descrições pedológicas e suas


implicações. São Paulo: Nobel, 1991. 117 p.
RECOMENDAÇÕES
AVALIAÇÕES
3 provas teóricas:

1ª Avaliação: 12/09

2ªAvaliação: 14/11

1 Seminário: 21 e 28/11

Prova optativa: 05/12


Universidade Estadual de
Mato Grosso do Sul
Campus Aquidauana
Engenharia Florestal

Manejo de Florestas Nativas

Introdução a hidrologia florestal e


ciclo hidrológico

Profº.: Henrique Sarmento Caldeira Brant


Conteúdo da aula

Lima, W. P de “Hidrologia florestal


aplicada ao manejo de bacias
hidrográficas” – cáp 1 e 2;
Manejo de Bacias hidrográficas
O que é manejo de bacias hidrográficas?

“MANEJO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS significa a


proteção da vegetação que cobre regiões montanhosas
ou qualquer área natural, com o único propósito de se
produzir água de ótima qualidade para consumo
humano.” Lima, 2008.
Manejo de Bacias hidrográficas
Para realizar esta prática de manejo, com o propósito de
incrementar a produção de água, o engenheiro florestal lança
mão dos resultados obtidos em pesquisas em hidrologia florestal,
pesquisas estas realizadas em microbacias experimentais.
Manejo de Bacias hidrográficas
A bacias hidrográfica tem que ser considerada como
unidade fundamental para o planejamento do uso e
conservação de recursos múltiplos, onde a água, a
madeira, os alimentos, as fibras, as pastagens, a vida
silvestre, a recreação e os serviços ambientais podem
ser mantidos para atender às necessidades da
crescente população mundial. (MOULD, 1980; FAO,
1991; BROOKS et al., 1991).

“O Engenheiro Florestal maneja a floresta para que haja


a saída balanceada de diferentes produtos e serviços,
usando as práticas de manejo de bacias hidrográficas.”
Lima, 2008.
Manejo de Bacias hidrográficas
O MANEJO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS é definido,
então, como o “processo de organizar e orientar o uso
da terra e de outros recursos naturais numa bacia
hidrográfica, a fim de produzir bens e serviços, sem
destruir ou afetar adversamente o solo e a água”.
(BROOKS et al., 1991).

O manejo de bacias hidrográficas envolve,


normalmente, uma série de ações ou práticas
não-estruturais (manejo da cobertura vegetal), assim
como estruturais (obras de engenharia).
Manejo de Bacias hidrográficas
Ferramentas:
• Práticas de conservação do solo;
• Mapeamento de solo;
• Classes de capacidade de uso;
• Sistemas agroflorestais;
• Planejamento do sistema viário;
• Diversidade de paisagem ao longo da área;
• Proteção da mata ciliar;
• Sistema adequados de colheita de madeira etc.
Focando a água como o recurso mais importante!!!
Manejo de bacias  ferramentas  Problemas específicos (água)
Introdução a Hidrologia Florestal
A HIDROLOGIA é o estudo da água em todas as suas
formas, sobre e sob a superfície da terra, incluindo sua
distribuição, circulação, comportamento, propriedades
físicas e químicas, e suas reações com o meio.
Hidrologia
Hidrologia Física
Química

Biologia
Hidráulica
Estatística Matemática
Vídeo como os lobos mudam rios
https://www.youtube.com/watch?v=fVfB4N_tvlE
Hidrologia
Hidrologia:
• Hidrometeorologia (água na atmosfera);
• Potamologia (água nos rios);
• Limnologia (água nos lagos);
• Criologia (geleiras);
• Oceanologia (oceanos);
• Pedohidrologia (água do solo);
• Hidrogeologia (água subterrânea).
Hidrologia
Hidrologia agronomia
Ciências
florestais
Manejo de
Bacias hid.
Geografia
Engenharias Ecologia
sanitária,
civil, etc.
Histórico da Hidrologia
Antes do final do Século XVII, por exemplo, acreditava-
se que a água das nascentes não poderia ser originada
das chuvas por duas razões:
a) acreditava-se que as chuvas não eram suficientes;
e
b) que a terra era demasiadamente impermeável para
possibilitar a infiltração e a percolação da água das
chuvas.
Histórico da Hidrologia
Os mais antigos aparentemente estavam satisfeitos com
os postulados de que a água das nascentes
originava-se de imensos e inesgotáveis
reservatórios subterrâneos, enquanto que outros
acrescentavam que tais reservatórios careceriam
de ter pelo menos um mecanismo de recarga.E o
mecanismo deste retorno era tido como sendo feito
através de canais subterrâneos, ao invés da
atmosfera pelo processo de evaporação.
Histórico da Hidrologia
• Thales (+ 650 AC) escreveu que as nascentes e os rios são alimentados pelo oceano,
explicando que a água dos oceanos é aduzida através das rochas pela força dos
ventos, sendo conduzida até as montanhas pela pressão das rochas.
• Platão (427-347 AC) idealizou um imenso mar subterrâneo, a que deu o nome de
Tártaro, de onde se originava a água dos oceanos, lagos, rios e nascentes, sendo que
estas águas voltavam ao Tártaro através de canais subterrâneos.
• Aristóteles (384-322 AC) já era mais preocupado com observações do que com
abstrações. Em sua “Meteorologica” ele reconheceu os processos de evaporação e
condensação, que pela ação do sol a água se transformava em ar, voltando
novamente a ser água com o resfriamento do ar, caindo na forma de chuva.
Reconheceu ainda que as chuvas contribuiam em parte para a descarga dos rios, bem
como que parte das chuvas se infiltrava no solo, reaparecendo nas nascentes.
• Vitruvius arquiteto romano disse que os melhores locais para ter poços seriam as
montanhas, pelo fato de que recebem grande quantidade de chuva e neve, e pelo
fato de que lá não ocorrem grandes perdas por evaporação, pois a presença da
cobertura florestal torna impossível aos raios solares atingirem a superfície, e a
cobertura de neve lá permanece por mais tempo por causa da floresta densa
(LEE,1980).
Histórico da Hidrologia
• Período de observação (1400-1600): dos conceitos filosóficos
puros, a hidrologia tendia para uma ciência de observações que
ainda a caracteriza. É deste período a participação de
Leonardo da Vinci. Era encarregado do sistema de aquedutos
de água de Milão quando escreveu:
"Portanto, pode-se concluir que a água vai dos rios para o mar e
do mar para os rios,
numa circulação constante... Com relação a salubridade da água
do mar, a conclusão é
de que isto deve originar-se da interação da água das nascentes
com as muitas minas
salinas da terra, sendo os sais, então, levado em solução pela
água das nascentes para o mar, uma vez que as nuvens, as
formadoras dos rios, nunca levam os sais para cima...“
Histórico da Hidrologia
• Período de Medições (1600-1700): o século XVII é reconhecido
como o "berço da ciência". Também a ciência hidrologia teve
início neste período, com as primeiras medições dos processos
do ciclo hidrológico;
• Período de experimentação (1700-1800): durante o Século
XVIII iniciaram-se os estudos experimentais da hidrologia;
• Período de modernização (1800-1900): fundamentos da ciência
hidrologia.
• Período de empiricismo (1900-1930): não obstante o grande
avanço do período anterior, o estudo da hidrologia quantitativa
estava ainda em seus primórdios, e a hidrologia era
basicamente uma ciência empírica, pois se desconhecia ainda
as bases físicas de muitas das determinações hidrológicas.
Histórico da Hidrologia
• Período de racionalização (1930-1950): grandes
hidrólogos desenvolveram e utilizaram análises
racionais, ao invés de empíricas, para a solução de
problemas hidrológicos;
• Período de teorização (1950- ): aplicação de
modelos matemáticos no estudo dos processos
hidrológicos.
Hidrologia florestal
• expressão "Influências da Floresta” 1948.
hidrologia florestal, da ecologia florestal
e meteorologia florestal.
• A hidrologia florestal trata das relações floresta-água. É, desta
forma, o ramo da hidrologia que trata dos efeitos da floresta
sobre o ciclo da água, incluindo os efeitos sobre a erosão e a
qualidade da água nas bacias hidrográficas.
• Na Europa os experimentos estavam mais voltados para a
medição de variáveis (ou processos isolados) do ciclo da água
dentro e fora de povoamentos florestais (método físico).
Hidrologia florestal
• Nos Estados Unidos, o ano de 1910 marca o início de
uma modalidade diferente de estudo do problema,
referido como método hidrométrico, que basicamente
procura medir os fluxos de massa da fase terrestre do
ciclo da água em microbacias experimentais.
• experimento pioneiro deste método hidrométrico foi
o realizado na região denominada de "Wagon-Wheel
Gap", no Estado do Colorado, onde duas microbacias
(de área aproximada de 80 ha cada), adjacentes e
florestadas, foram instrumentadas para a medição
precisa da precipitação e do deflúvio.
Hidrologia florestal
• Mediu-se a vazão de água de duas microbacias florestadas.
Em seguida uma das bacias recebeu um tratamento de ser
eliminada a floresta. E comparou os resultados.
• MICROBACIA TRATADA:
• Q médio anual do período de calibragem = 157,5 mm;
• Q médio anual do período de tratamento = 185,5 mm;
• MICROBACIA TESTEMUNHA: Q médio anual pós-tratamento
= Q médio calibrado + 2,5 mm;
• Q = (185,5 - 157,5) - 2,5 = 25,5 mm
• Portanto, em conclusão, pode-se dizer que o corte raso da
floresta resultou num aumento do deflúvio médio anual da
microbacia tratada, ou seja, da sua produção de água.
Hidrologia florestal
• Em 1927, ZON, do Serviço Florestal dos Estados
Unidos, publicou o livro Forest and Water in the
Light of Scientific Investigation, o qual incluiu a
revisão de mais de 1000 trabalhos publicados sobre
o assunto nos 150 anos anteriores. A partir do
trabalho de ZON, experimentos se multiplicaram.
• Um marco também histórico nesta evolução foi a
realização na Pensilvânia, Estados Unidos, do
Simpósio Internacional sobre Hidrologia Florestal
(SOPPER & LULL, 1967), ao qual compareceram 87
cientistas de 22 países.
Hidrologia florestal
• Nos dias atuais, todavia, é cada vez maior a preocupação de
técnicos e leigos igualmente para com a conservação da
água. A escassez de água potável já é um problema levado
seriamente em muitos países (WALTON, 1970).
• Os dois principais problemas de conservação da água são a
quantidade de água disponível e a qualidade da água para
um determinado fim.
• Os critérios essenciais dessa disciplina devem consistir na
habilidade de se conseguir fluxos uniformes de água, ao
invés de torrentes devastadoras, e também na minimização
da poluição e das perdas por evaporação.
Obrigado
Dúvidas
uemsengflorestal@gmail.com

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