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O sujeito para a

psicanálise
Jacques Lacan
▪ Psicanalista francês.
▪ Revolucionou a psicanálise. Fez uma revisão da obra
freudiana e acrescentou contribuições e rupturas com sua
obra
▪ Tem publicados 26 Seminários, 2 livros nomeados como
Escritos e Outros Escritos, em que concentra-se a síntese de
sua obra
Biografia - Lacan
▪ Lacan não recebeu reconhecimento da Sociedade Psicanalítica de Paris (SPP)
▪ Na Sociedade de Psicanálise de Paris (SPP), Lacan atraiu muitos alunos, fascinados
pelo seu ensino e desejosos de romper com o freudismo acadêmico da primeira
geração francesa.
▪ A partir de 1953, o grupo de fundadores da Sociedade Francesa de Psicanálise (SFP)
iniciou negociações para a aprovação da SFP como filiada da IPA. Após muitas
discussões e tentativas, o comitê executivo da IPA recusou a Lacan o direito de formar
didatas.
▪ A segunda grande crise na psicanálise francesa deu-se em 1963. Um ano depois, a SFP
foi dissolvida e Lacan fundou a École Freudienne de Paris (EFP).
▪ Em 1965, fundou a coleção Champ Freudien nas Éditions du Seuil e em 1966,
publicou os “Escritos”.
Biografia – Lacan
▪ Aplicado a partir de 1969, provocou a terceira crise da história do
movimento psicanalítico francês. Foi criada a Organização
Psicanalítica de Língua Francesa (OPLF) e iniciada uma crise
institucional na EFP, o que resultou em sua dissolução em 1980 e,
posteriormente, na dispersão do movimento lacaniano em cerca de
vinte associações.
▪ Em 1974, Lacan dirigiu um ensino do “Campo Freudiano” no
Departamento de Psicanálise da Universidade de Paris VIII.
▪ Sofrendo de distúrbios cerebrais e de uma afasia parcial, Lacan morreu
em 9 de setembro de 1981, após a retirada de um tumor maligno no
cólon.
Seminários
▪ Realizados quinzenalmente. Os dez primeiros no
Hospital Psiquiátrico Sainte-Anne, os demais na
Escola Normal Superior.
▪ Os Seminários anteriores eram dados a uma plateia de
clínicos, num hospital psiquiátrico, enquanto este
Seminário era o primeiro a se dirigir ao público em geral,
num salão de conferências, na Escola Normal.
▪ São aulas que foram gravadas e transformadas em livros
por Jacques Allain Miller
O Seminário 11
▪ Quatro conceitos fundamentais da
Psicanálise
▪ Inconsciente;
▪ Repetição;
▪ Transferência; e
▪ Pulsão
Capa do seminário
▪ Os embaixadores – Hans Holbein

▪ Análise da capa:
https://www.youtube.com/watch?v=iu61jx7eCRg&t=626s
Inconsciente como linguagem
▪ Precisa ser interpretado
▪ Predominância do significante
▪ Sonho – metáfora e metonímia
▪ Chiste – técnica e conteúdo
▪  O rei então lhe perguntou “a sua mãe já esteve na corte?”, ao
que o aldeão respondeu: “não, senhor, mas meu pai sim”.
Signo Linguístico
O SONHO DA MULHER DO AÇOUGUEIRO
▪ “Queria dar uma reunião onde fosse servida uma ceia,
mas não tinha mais nada em casa senão um pequeno
salmão defumado. Pensei em sair e comprar alguma
coisa, mas me lembrei que era domingo de tarde e que
todas as casas comerciais estariam fechadas. Em
seguida, tentei telefonar para alguns fornecedores, mas
o telefone estava defeituoso. Assim, tive que abandonar
meu desejo de dar uma recepção” (Freud, 1900, vol.
IV, p. 156).
Duas interpretações para o sonho
▪ “ O sonho é a realização de um desejo” (FREUD, 1900, p. 92)

▪ A amiga que queria comer salmão era muito elogiada pelo


açougueiro. Alimentar a amiga era fazê-la mais atraente para
o marido
▪ A insatisfação da amiga é representação da sua insatisfação e
da proibição que fez a si mesmo de não comer caviar.
O Sujeito e o Outro: a alienação

▪ p. 193 - Retoma a crítica feita a sua obra. De acordo


com os críticos, o foco estruturalista não permitiria
contemplar a dinâmica sexual – princípio freudiano

▪ Afirma que irá apresentar uma topologia para


ilustrar a constituição do sujeito

▪ Outro – cadeia significantes


O Sujeito e o Outro: a alienação
▪ p. 194 – Toda pulsão é parcial.

▪ “No psiquismo não há nada pelo que o sujeito pudesse se situar


como ser de macho ou de fêmea” (p. 194) – não há
complementariedade entre os sexos.

▪ Polaridade macho fêmea relacionado à passividade e à atividade

▪ Homem ou mulher – só é possível no campo do Outro


Pulsão
▪ "situado na fronteira entre o mental e o somático, como o
representante psíquico dos estímulos que se originam no corpo -
dentro do organismo - e alcança a mente, como uma medida da
exigência feita à mente no sentido de trabalhar em conseqüência de
sua ligação com o corpo". (FREUD, 1925, p. 127)
▪ a pulsão, tal como é construída por Freud a partir da experiência do
inconsciente, proíbe ao pensamento psicologizante esse recurso ao
instinto com ele mascara sua ignorância, através de uma suposição de
uma moral na natureza" (Lacan, 1998, p.865).
Pulsão
▪ meta (ou finalidade), objeto, fonte e pressão (ou impulso).
▪ 1) Se a meta última da pulsão é a obtenção da satisfação pela via da
descarga das excitações, Freud observa, por outro lado, que as pulsões
podem ser inibidas em sua finalidade (FREUD, 1925/1996, p. 128). A
satisfação pulsional é parcializada na medida em que a entrada na
civilização implica adiamentos e interdições; 2) Já o objeto é de extrema
importância, pois ele é o que há de mais variável na pulsão. Por assim
dizer, o objeto é sempre mutável e nunca fixo, os objetos de satisfação das
pulsões mudam ao longo da vida, na medida em que representam o objeto
perdido, de maneira momentânea e finita; 3) Como fonte da pulsão se tem
o processo somático que ocorre em um órgão ou em uma parte do corpo,
e cujo estimulo é representado na vida mental do indivíduo; 4) Seu quarto
componente é a pressão, na medida em que a pulsão incide como
ininterrupta e constante exigência de trabalho no psiquismo
Destinos da pulsão
▪ 1- Reversão ao seu oposto, o qual é desdobrado a partir de
duas operações: mudança da atividade para a passividade e
reversão de seu conteúdo;
▪ 2- Retorno ao próprio eu;
▪ 3- Recalque; e
▪ 4- Sublimação.
As pastorais
▪ Artigo que recupera a história de Dafnis e Cloé: AZEVEDO, Lúcia. Daphnis e
Chloé. Cogito,  Salvador ,  v. 1, p. 47-51,   1996 .   Disponível em <http://
pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-
94791996000100009&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  18  maio  2021.

▪ “A sexualidade se manifesta via pulsão e a pulsão é sempre parcial. Temos então, no


texto, a lição de Amor por duas vias. No caminho da palavra, através do Velho Philétas
e por ordem de Eros. [...] No outro caminho, o caminho do corpo, a lição veio através
da mulher, Lycénion” (Azevedo, 1996)

▪ o congresso sexual é da ordem da cultura; as coisas do sexo precisam ser aprendidas;


elas se transmitem, de geração em geração, dos mais velhos aos mais jovens; nada tem
a ver com o natural, o biológico, o inato, como acontece com o animal, em que o
instinto, o biológico, é que conduz ao sexo. (Azevedo, 1996)
O Sujeito e o Outro: a alienação
▪ “A sexualidade se instaura no campo do sujeito por uma via
que é a da falta” (Lacan, 1964, p.194. )

▪ Duas faltas – a de advento do sujeito em relação a Outro e a


falta real

▪ Pulsão parcial – pulsão de morte

▪ Mito de Aristofanes sobre o amor – Banquete, de Platão


Mito de Aristofanes
▪ O mito do Andrógino se inicia com essa tentativa de definir qual seria a real
natureza humana. É o primeiro mito sobre gênero que temos registro. Aristófanes
usará esse mito para tentar dar conta do humano como um todo, falando de
todos os tipos de amores possíveis e não somente um em específico. Ele começa
dizendo que no princípio haviam três gêneros: masculino, feminino e o andrógino.
Isso porque os homens seriam duplos, tendo duas cabeças, quatro pernas, quatro
braços, etc. Os três gêneros representavam a forma completa da humanidade,
sendo o masculino a junção de homem + homem, originando-se do sol, o
feminino seria a junção da mulher + mulher, originando-se da terra e o andrógino,
seria a junção de homem + mulher4 , originando-se da lua. Essa caracterização
do humano tem uma explicação marcante que só ficará clara a partir da
penalidade imposta por Zeus à humanidade. Os homens ao tentarem desafiar os
deuses terão como punição o enfraquecimento da espécie, dividindo-os no meio
(PLATÃO, Banquete, 190d). Dessa forma cada um dos gêneros será dividido e
onde antes havia um, agora há dois. (MENEZES, 2010, P.172)
O Sujeito e o Outro: a alienação

▪ Caminhos da pulsão – reversão ao oposto, retorno a


si mesmo

▪ Perverso – outro caminho dado à pulsão (masoquista


e sádico)

▪ Dialética da pulsão # do amor


O Sujeito e o Outro: a alienação

▪ P 196 - A relação do sujeito com o Outro se


liga a falta
▪ Não há reciprocidade nas relações humanas e
nem simetria
▪ Sujeito – efeito do significante
O Sujeito e o Outro: a alienação
▪ Processo de constituição do sujeito como circular

▪ Signo representa algo para alguém

▪ “[...] um significante é o que representa um sujeito para outro significante” (p. 197)

▪ “O significante produzindo-se no campo do Outro faz surgir o sujeito de sua


significação” (p. 197)

▪ Afânise – desaparecimento do sujeito

▪ Erro Piagetiano
O Sujeito e o Outro: a alienação
▪ “ [...] Se o pegarmos em seu nascimento no campo do
Outro, a característica do sujeito do inconsciente é de
estar, sob o significante que desenvolve suas redes, suas
cadeias e sua história, num lugar indeterminado” (p. 198)

▪ 

▪ Fórmula da fantasia
Alienação
Constituição da subjetividade
▪ O eu não existe desde o início

▪ Estádio do espelho (Lacan, 1936, 1949, 1962) – do corpo


despedaçado à uma imagem unificada do corpo

▪ Indiferenciação – corpo da mãe, corpo do bebê

▪ O eu surge com a identificação a uma imagem – a imagem do


próprio corpo(imagem como todo – eu ideal)
Relação com o outro
▪ A mãe interpreta o bebê. Ele se constitui
a partir deste olhar
▪ Quebra desse um (mamãe – bebê) pelo
aparecimento de um terceiro e da falta
materna. Figura paterna (Lei)
▪ Entrada no simbólico
Separação

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