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Repensando o direito penal e o

sistema sancionador
contemporâneo.

PROFESSOR DOUTOR EDSON VIEIRA DA SILVA FILHO - FDSM


O CONTROLE SOCIAL

• A RUPTURA COM AS VERDADES


 DESEJO, NECESSIDADE VONTADE
 DIVERSIDADE E PODER
 RELAÇÕES DE PODER
▪ VALORES E VONTADE
▪ PREVALENCIA
 RESISTENCIA
 TENSÃO
 CONFLITO
Criminologia e psicanálise:
A COMPREENSÃO A PARTIR DA
PSICANALISE
 O PRAZER É ORIUNDO DAS PRIMEIRAS
EXPERIÊNCIAS DE SATISFAÇÃO
A PULSÃO DE ALCANÇAR PRAZER
AFASTAR-SE DO DESPRAZER
 SOMO MOVIDOS POR PULSÕES
▪ LIGADAS À PRODUÇÃO - VIDA
▪ LIGADAS À DESTRUIÇÃO – MORTE
Id, ego e superego
 Id
 Pulsõs em ebulição
 Afastamento do outro
 Uma criança birrenta
 Ego
 Pulsões contidas
 Tensão entre o eu e o outro
 Instancia de controle e negociação
 Superego
 Freios sociais
 Barreiras entre o ego e o id
 A materialização da interdição
A tensão social e os conflitos

 A PULSÃO É FONTE DE TENSÃO


 SUA REALIZAÇÃO ALIVIA A DOR
O PRAZER É UMA FORMA DE ALÍVIO DA
TENSÃO PSÍQUICA PROVOCANDO UMA
SENSAÇÃO DE SATISFAÇÃO
 PARCIAL E MOMENTÂNEA
 DA PULSÃO SEXUAL.
A SATISFAÇÃO É SEMPRE PARCIAL
 HÁ UMA DEFASAGEM ENTRE A EXPECTATIVA E A
OBTENÇÃO DE PRAZER.
 NÃO SE CONFUNDE E TAMPOUCO SE APROXIMA COM A IDEIA DE
UM POSSÍVEL CLÍMAX

 SE HÁ UMA BUSCA INCESSANTE PELO PRAZER, TAMBÉM HÁ


UMA PRESENÇA INCESSANTE DO DESPRAZER.
 Experimenta-se a frustração
 
 O DESPRAZER PERMEIA O PRAZER.
 
 O ALÍVIO DO DESPRAZER TAMBÉM PODE GERAR A
SENSAÇÃO DE PRAZER
INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS, FREUD
O PRINCÍPIO DO PRAZER E O PRINCÍPIO DA
REALIDADE

 O PRINCÍPIO DO PRAZER BUSCA A REALIZAÇÃO DO PRAZER – está


no id
 O PRINCÍPIO DA REALIDADE COLOCA LIMITES NESSA BUSCA LIMITANDO
A BUSCA DESENFREADA
 FORA DA REALIDADE
 NUMA ESPÉCIE DE PRAZER DESMEDIDO.

 A LIMITAÇÃO DO PRAZER É SUA FRUSTRAÇÃO, POIS NEM TUDO


PODE SER REALIZADO NO PRINCÍPIO DA REALIDADE. - Está no ego

 A INTERDIÇÃO É O MECANISMO DE LIMITAÇÃO DO PRINCIPIO DO


PRAZER - está no superego
 CONSEQUENTEMENTE FONTE DE TENSÃO
 POIS DELA VEM A SENSAÇÃO DE FRUSTRAÇÃO
Entre o ego e o id a realidade.
 O bebe e o mundo exterior são o uno
 a cisão não é percebida até que algo se interponha entre as pulsões primeiras precisem de algo
externo para que sejam atingidas
 
 O seio materno é um objeto que está “fora” e que é alcançado por meio de clamores
da criança que o fazem aparecer.
 O que está fora é percebido pelas sensações de dor e desprazer
 sensações que o princípio do prazer, senhor absoluto, busca suprimir e evitar

 Assim o segregar toda a fonte de dor e desprazer, tudo o que está fora e que pode
não ser atingido ou alcançado deve ser lançado para fora
 permitindo assim formar um eu de prazer que se opõe ao exterior, desconhecido e ameaçador
 
 
 Feita a distinção entre o que é interior (pertencente ao eu) e o que vem do mundo
externo é dado o primeiro passo para que se chegue ao princípio da realidade, que
vai comandar o desenvolvimento posterior
O SUPEREGO SE CONFIGURA COMO
IDENTIDADE SOCIAL E COMO NORTE DE
SENTIDO
 A REPETIÇÃO É CONDIÇÃO PARA O DELEITE
 O id é só prazer
 AS CRIANÇAS PEDEM PARA QUE O ADULTO CONTE
NOVAMENTE A MESMA HISTORINHA
 QUE ACABOU DE SER CONTADA – de novo e de novo.
 PULSÃO DE VIDA X PULSÃO DA MORTE
 O CARÁTER REPETITIVO DAS PULSÕES DESEMBOCAM NO
ANTAGONISMO:
 PULSÕES DE VIDA - o que constrói, leva à integrar
 PULSÕES DE MORTE – o que destrói, leva ao desintegrar
 ESSAS DUAS PULSÕES ESTÃO EM RELAÇÕES DE
CONTRASTE
 UMA NÃO EXCLUI A OUTRA
 AMBAS CONSTITUEM O SUJEITO HUMANO.
A PULSÃO VISA POR UM LADO
RESTABELECER UM ESTADO ANTERIOR DE
COISAS
APULSÃO DE MORTE MOSTRA QUE TUDO
QUE É VIVO SEXUADO, MORRE,
 POIS MOSTRA QUE HÁ UM LIMITE
▪ O DA MORTE
 O SUJEITO MORRE POR QUE BUSCA UM GOZO
ABSOLUTO
▪ BUSCA ESSA SATISFAÇÃO INTERNA
 QUE NÃO HAVENDO LIMITES
▪ O CONDUZ À MORTE.
ASSIM PODE-SE AFIRMAR QUE:
A PULSÃO SEMPRE BUSCA A PLENA
SATISFAÇÃO
 É NECESSÁRIO QUE ALGO BARRE ESSA
TENTATIVA
 QUE HAJA UM LIMITE
 PARA QUE A TENTATIVA DE UMA
SATISFAÇÃO PLENA NÃO CONDUZA O
SUJEITO A SUA PRÓPRIA MORTE.
O mal estar na cultura

 Prefácio de Márcio Seligmann-Silva e a cultura


como a sublime guerra entre amor e morte

 Com 73 anos de idade Freud percebe ciência e a


religião como conhecimentos ilusórios frente às
grandes catástrofes do século XX

 Entre o bom selvagem de Rousseau e o mal estar


da cultura está a guerra entre o homem e a
natureza
Por meio da psicanálise tudo aquilo que deveria
ter permanecido em segredo e oculto veio à luz

  No ensaio de 1930 Freud busca mostrar o oculto, o


segredo por detrás de toda a cultura e de nossa
humanidade
 ou seja: o mal estar em suas origens mais profundas.

 Cultura enquanto técnicas de extração e de conquistas


de riquezas e o convívio social:
 (un) behagen
 entre o sentir-se protegido
 e a fragilidade humana – a falta de abrigo, de proteção como
constante em nossa existência
NA VIDA PSIQUICA NADA QUE UMA VEZ SE
FORMOU PODE PERECER

 Os valores entre o homem indivíduo e a


sociedade coletivo:
 a passagem de dados de geração para geração em
uma dinâmica inconsciente
  Encontrana temporalidade a possibilidade
de uma transmissão mnemônica
transgeracional
O mal estar na cultura

 Trata essencialmente da batalha tiranica entre


humanidade e natureza
 O recém nascido como puro behagen (sentir-se
protegido)
 é algo como o grau zero
 sem mundo exterior e sem relações
 é apenas isso (id)
 nele toda a libido visa a atingir um grau de completude
sem conflito com o mundo (que não existe)
A toda satisfação segue-se um novo desejo e
uma nova necessidade.

 Não é por razão diversa que na tragédia grega a frustração do existir


é largamente declarada, como em Eurípedes (Medéia) “viver é ter
desgostos”, ou orestes (Electra) ‘a mudança é, entre todas as coisas, a
mais agradável”, concluindo adiante: “ a grande felicidade não é
durável entre os mortais”
 
 Assim, entre Plauto e Hobbes, Carl Schmitt e Walter Benjamin
encontramos a figura do homem como lobo do homem.

 Isso por que a felicidade que se se origina da satisfação de um


impulso selvagem, NÃO DOMADO PELO EU, é incomparavelmente
mais intensa do que aquela que resulta de uma saciação de um
impulso domesticado

 NA FELICIDADE MISTURAM-SE PRAZER E TERROR, GOZO E


ANIQUILAÇÃO
O prazer e a quebra de tabus: entre a conservação da vida
(sublime) e a produção (impulso) da morte

 A nossa felicidade vem de conseguirmos escapar da infelicidade


 havendo o gozo na destruição do outro
 na destruição do mundo
 no retorno ao id sem a contenção do ego

 O impulso de morte nos leva a uma cultura marcada pela


violência
 pelo impulso incontrolável de agressão colocando em xeque o homem
racional X a natureza

 O homem freudiano carrega a natureza dentro de si sem


conseguir domina-la
Sublimação e consolo
 Assim frustrações, mal estar, sacrifício da libido e agressão devem ser
sublimados
 como uma tentativa de adaptação à essa relação hostil com a natureza e com os outros

 A arte como compensação ou consolo:


 um filtro de esquecimento como drogas, amor e religião
 um potencial catértico que mistura de terror e libido que esta no centro das emoções
mais fortes.
 
 Agora, já de pé, abandonada a postura quadrúpede, com o ofuscamento do
olfato como fonte de prazer erótico e o privilégio da visão encontramos em
Freud, para além de Darwin, a cultura como recalcamento dos sentidos
considerados os mais toscos, dos restos, daquilo que é baixo
 o avesso da sexualidade animal é sublimado pela vergonha
 A QUESTÃO DA CULPA ROMPENDO COM A NATUREZA
QUANTO MAIS CULTURA, MAIS CULPA E
MAIS MAL ESTAR.

 A consciências moral dispara o aguilhão da culpa no homem de


cultura
 por meio do pai castrador e sua tábua de leis de conduta (interdição da
libido frete ao superego, a ser negociada pelo ego)
 Aqui surge o pai, castigando a busca pela satisfação do que é por
essência insaciável

 ASSIM A CULTURA
 GERADORA DE CULPA
 DIRECIONADA A CONSTRUIR UMA MASSA COESA DE SERES
HUMANOS
 VOLTANDO AO ID
ENTRE EROS E THANATOS

 ASSIM,O IMPULSO ENTRE CONSERVAR A


VIDA E AGRUPA-LA EM UNIDADES SEMPRE
MAIORES TEMOS O ESFORÇO EM
DISSOLVE-LAS LEVANDO-AS DE VOLTA AO
ESTADO PRIMORDIAL (INORGANICO)
Técnicas de aprimoramento cultural:
entre Eros e Anake
 Auschwitz
 Hiroshima e Nagasaki
 Massacres genocidas
 Ditaduras sangrentas
 Globalização
 Blocos de nações
 A construção de unidades culturais maiores
associadas a destruição e aniquilamento
 Há esperança suficiente, esperança infinita, mas
não para nós (Kafka)
O ego e a identidade
 A patologia
 A delimitação do eu em relação ao mundo exterior se torna incerta –
identidade do eu, ego

 OS LIMITES SÃO TRAÇADOS DE MODO INEXATO


 Crise de identidade, o ego se sobrepondo ao superego para saciar o id

 Percepções, pensamentos e sentimentos parecem alheios como


não pertencentes ao eu

 As fronteiras do eu não estão estáveis


 ISSO GERA PERTURBAÇÕES NO SENTIMENTO DO EU
 POR NÃO SE RECONHECER NA CULTURA
Bibliografia:

 O mal estar na civilização


 O mal estar na cultura
 A interpretação dos sonhos
 Luto e melancolia
 Compendio de psicanálise

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