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Fundação Universidade Federal de Rondônia

Núcleo de Ciências Humanas


Departamento de Arqueologia

Docente: Gustavo Gurgel do Amaral

Discentes:
Marcos Xavier da Silva
Rachel Leticia Cardoso Inácio
Vinicius Alexandre Correa
INTRODUÇÃO
1990- Implantação do Programa Internacional
Geoesfera-Bioesfera (Internacional Geosphere
Biosphere Programme- IGPB), que motivou o
interesse da comunidade científica pela procura de
evidências das mudanças ocorrida no sistema Terra
em diferentes escalas espaços-temporais.
Geomorfologia- sustenta a reconstrução das
paisagens.
Geoarqueologia- contextualiza registros
arqueológicos e refina a resolução das cronologias.
•Mudanças naturais em ecossistemas e paisagens
terrestres resultam das variações nos parâmetros
geológicos (internos) e climáticos( externos), que
geram ajustes nos processos e materiais superficiais
bem como a vegetação.

•Atividades biológicas, particularmente


antropogênicas, atuam como forças externas
modificadoras dos limiares de estabilidade as
superfície, interferindo na compreensão e
diferenciação entre mudanças naturais ou
antropogênicas.
•Nos últimos anos, as discussões sobre o ambiente
físico, químico e biológico e necessidade de
preservar os recursos da superfície terrestre
levaram a proposta de desenvolvimento de medidas
das mudanças de curto prazo dos processos
geológico-geomorfológico- os geoindicadores.

•Procurar reconhecer os sinais de mudanças


ocasionadas pela atividade humana, apesar da
disponibilidade de registro de evento ser
insuficiente.
MUDANÇAS NO HOLOCENO:
GEOMORFOLOGIA E GEOARQUEOLOGIA
As pesquisas de remanescente de eventos
holocênicos são importantes para a compreensão
das mudanças pretéritas tanto naturais quanto
decorrentes da ação humana, através do estudo
geomorfológico e gearqueológico;

Geomorfologia - subdisciplina da geografia


física;
•Para que a pesquisa Geomorfológica aconteça,
deve-se incorporar novas ferramentas, como
desenvolver uma integração entre a geoquímica ou
entre a genética e biogeografia, e isso possibilitaria o
entendimento dos impactos humanos no
ecossistema, mas que ainda seriam insuficientes
para explicar ou prever impactos profundos, pois
não se considera condições sociais , econômicas e
culturais.

•A colaboração do arqueólogo é essencial para o


entendimento cronológicos das evidências dos
processos de evolução da paisagem.
•A Geoarqueologia empenha-se no estudo de
antigas áreas de ocupação humana. Essas pesquisas
envolvem equipes multidisciplinares, as quais
desenvolvem trabalhos que oferecem uma visão
abrangente importantes para a reconstrução da
paisagem geomorfológica.

• As pesquisas envolvem a observação dos artefatos


produzidos (da matéria-prima empregada), além do
estudo dos remanescentes bióticos existentes no sítio
arqueológico (fauna e flora).
ESTADO DA ARTE: A TEFROCRONOLOGIA E
O POVOAMENTO DA NOVA ZELÂNDIA
Tefras: do grego téphora, s, cinzas. (Termo aplicado ao
material ejetado por um vulcão, especialmente as cinzas
vulcânicas).
As tefras alcançam grandes distâncias em relação ao
local de erupção e se espalham em dimensões
continentais, por isso a importância para o
estabelecimento de referências cronológicas para
sequências de camadas sedimentares e vulcânicas, já que
se converte num marcador cronológico (isócrona)em
todas as áreas onde for encontrado, uma vez que a
camada de tefra reconhecível é datada.
O POVOAMENTO DA NOVA ZELÂNDIA
Na Nova Zelândia, a tefrocronologia foi utilizada para
datar a chegada dos primeiros humanos que lá se
estabeleceram e o impacto que causaram;

Foi possível estabelecer vínculos diretos entre os


primeiros polinésios e seus descendentes, os MAORIS,
e as camadas de tefras da Ilha Norte, originárias de três
centros eruptivos.
Fonte: Theunissen, Steve .The Maori of
New Zealand (First Peoples) .September 1,
2002 (capa de livro)
NOVA ZELÂNDIA
A Nova Zelândia é um arquipélago pentecente a
Oceania, parcialmente vulcânico, isolado no sul do
Oceano Pacífico cerca de 2.000 km a leste de seu mais
próximo vizinho, Austrália. É único porque foi a última
massa de terra substancial a ser estabelecido por
humanos (Lowe,2002)
NOVA ZELÂNDIA

Fonte: GOOGLE EARTH.


NOVA ZELÂNDIA- ILHAS NORTE E SUL

Fonte: GOOGLE EARTH


EVIDÊNCIAS:
Há pegadas humanas e artefatos enterrados abaixo e
dentro de cinza basáltica de um vulcão próximo a
Auckland em 1400 D.C;
Restos de cooking stones com idade entre 1450 e 1500
anos D.C. jazem em forma de sanduíche entre tefras
que recobrem as vertentes do monte Egmont na parte
oeste da Ilha Norte;
A erupção da tefra Kaharoa foi o evento chave para a
datação da instalação dos polinésios na Nova Zelândia;
EVIDÊNCIAS
Sua origem foi o vulcão Tarawera, no centro da Ilha
Norte(Lowe et al, 2000). Esta tefra foi espalhada sobre
mais de 30.000 Km2 ao norte e ao leste da Ilha Norte e
fornece um sttlement layer único para o norte da Nova
Zelândia.
Uma datação derivada atribui à erupçãp da Tefra
Kaharoa a idade de 1314 +/- 12 anos D.C.;
LOCALIZAÇÃO VULCÃO TARAWERA

Fonte: GOOGLE EARTH.


Na parte da Ilha do Norte, há numerosos sítios
arqueológicos que contém o horizonte estratigráfico
Tefra Kaharoa; a ausência de artefatos e outros
remanescentes culturais abaixo desse horizonte
indicaria que esses sítios seriam anteriores a 1314 D.C.;
Em síntese, os estudos sugerem que a chegada dos
primeiros polinésios ao norte da Nova Zelândia
ocorreram entre 1250 e 1300 D.C..
O FUTURO
Em 2004 foram inauguradas as atividades do
Laboratório de Geoarqueologia do Cazaquistão
(LABORATORY GEOARCHAELOGY, KAZAKHSTAN,
2005), cujos fundadores foram naturalistas e
arqueólogos;
Esses pesquisadores revelam profunda preocupação ao
constatar que a civilização atual habita paisagens
totalmente antrópicas e ignora as raízes históricas das
relações entre o homem e o ambiente natural;
• A reconstrução dos laços entre o homem e a
natureza deverá apoiar–se nos métodos da
geoarqueologia, disciplina que ocupa interface entre
a Geologia do Quaternário e a Geologia;

•Quanto ao papel da arqueologia, os pesquisadores do


laboratório deverão procurar com empenho traços das
variáveis ecológicas que configuram as condições da
vida e examinar com cuidado os monumentos
arqueológicos expostos, para impedir a destruição
tanto dos testemunhos do passado quanto os
remanescentes das mudanças naturais da paisagem.
Referências
COLTRINARI, L. Geomorfologia, geoarqueologia e
mudanças globais. In: Rubin de Rubin, J.; Silva, R.T.
da. (Org.). Geoarqueologia: teoria e prática. 1 ed.
Goiânia: Editora da UCG, 2008, v. 1, p. 15-21.

LOWE, D. J.; NEWNHAM, R. M.; MCCRAW, J. D.


Volcanism and early Maori society in New Zealand.
In: Natural disasters and cultural change.
Routledge, London 2002. p. 126-161.

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