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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

Arqueologia

COMPARATIVOS GRANULOMÉTRICOS ENTRE


SOLOS NÃO ANTROPOGÊNICOS E DE TERRA PRETA
ARQUEOLÓGICA DA REGIÃO DE MANICORÉ-AM

Rachel Leticia Cardoso Inácio

Porto Velho/RO, 2017


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COMPARATIVOS GRANULOMÉTRICOS
ENTRE SOLOS NÃO ANTROPOGÊNICOS E DE
TERRA PRETA ARQUEOLÓGICA DA REGIÃO DE
MANICORÉ-AM RESUMO
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Rachel Let icia Cardoso Inácio


A Amazônia é um grande
território que possui umas das
maiores biodiversidades do
planeta Terra. Através dos
OJETIVO
vestígios de Terra Preta
Arqueológica (TPA) percebe-se
que os povos antigos tinham uma
Este trabalho tem como objetivo realizar a comparação entre grande tecnologia usada para a
os atributos físicos de solos não antropogênicos e de terra domesticação da agricultura. O
trabalho pretende demonstrar os
preta antropológica por meio de dados do artigo de autoria de
aspectos físicos de comparativos
Campos et. al. (2012) da Universidade Federal de Roraima e de TPA e solo não
publicado na Revista Agro@mbiental on-line. Antropogênico (SNA).
Conseguiu-se perceber as
Objetivo geral: diferenças entre os dois tipos de
solo através dos modelos
Analisar os dados de atributos físicos da terra não gráficos gerados pelos dados do
antropogênica e terra preta arqueológica por meio de artigo cientifico publicado na
revista Agro Ambiental, da
comparações gráficas de curvas granulométricas.
Universidade Federa de
Roraima.
Objetivos específicos:
Palavras chaves: Terra Preta
 Analise de dados do artigo; Arqueológica, Solo não
 Comparações gráficas; Antropogênico, Amazônia,
Curva granulométrica.
 Definir relação entre os dois tipos de solos;
 Atribuir um modelo adequado para que futuramente
se possa reproduzir a terra preta arqueológica em
laboratório e assim melhorar o sistema de produção
de alimentos de uma forma em geral.

Declaro que estou ciente do uso futuro do todo ou parte de meu trabalho
para fins didáticos e de pesquisa.

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INTRODUÇÃO

A Amazônia é um grande território que possui umas das maiores biodiversidades do planeta
Terra. Sua maior extensão pertence ao Brasil. Alem de possuir esta imensa riqueza de diversidade, o
qual ainda não foi totalmente descoberta, há também uma grande história relacionada à diversidade
cultural que dos povos indígenas que viviam nesta região antes da chegada dos europeus. Um dos
legados que esse povos deixaram e que há muita coisa ainda a ser decifrada está relacionado a Terra
Preta Arqueológica (TPA) ou Terra Antropogênica, que é um solo extremamente fértil para o plantio.

Através dos vestígios de Terra Preta Arqueológica (TPA) percebe-se que os povos antigos
tinham uma grande tecnologia usada para a dosmesticação da agricultura. Essa informação é de
grande valia, pois até pouco tempo imaginava-se que os indígenas eram apenas sociedades de
caçadores e coletores, e, com a pesquisa arqueológica se pode perceber que a realidade era outra,
havia uma intensa dominação da produção de alimentos, como milho, mandioca e batata. Essa
produção era necessária, pois havia aldeias ou povoamentos de intensa quantidade populacional e que
dependiam desta agricultura.

O trabalho pretende demonstrar os aspectos físicos de comparativos de TPA e solo não


Antropogênico (SNA). Através do demonstrativo poderemos ter alguma ideia de tentar reproduzir
este tipo de solo, ou mesmo, tentar melhorar terras em áreas em que há impossibilidade de produção
de alimentos, de uma maneira sustentável e que não prejudique as condições ambientais.

Os dados granulométricos foram retirados do artigo cientifico de autoria de Campos et. al.
(2012) com o titulo de “Caracterização física e química de terras pretas arqueológicas e de solos não
antropogênicos na região de Manicoré, Amazonas”.

Segundo Campo et. al. (2012), as áreas de estudos estão distribuídas na região de
Manicoré, AM, às margens da BR 230 - Transamazônica sentido Apuí-AM. O relevo é caracterizado
pela presença de platôs, nas partes mais elevadas, combinada com áreas rebaixadas de sopé. Com
relação à geologia, a região localiza-se sobre saprolitos de Granitos Rondonianos, e os solos presentes
na região são os Latossolos Amarelos e Vermelho- Amarelos. A vegetação característica dessa região
é a Floresta Tropical Densa, formada por árvores adensada e multiestratificadas de 20 a 50 m de
altura, com clima úmido e elevadas temperaturas e alta precipitação.

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Figura 1- Mapa da região Sul do Amazonas. Fonte: SANTOS (2011)

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DESENVOLVIMENTO

A granulometria é uma forma de mensurar a distribuição de partículas do solo, ou de qualquer


outro tipo de material que possua algum tipo de condição que possa ser observado a percentagem de
material particulado. O conhecimento da propriedade granulométrica é muito importante para a
padronização do material particulado.

Quando se trata em Terra Preta Arqueológica e Solos Não Antropogênicos, observa-se que as
distribuições de frações granulométricas apresentam diferentes comportamentos. O artigo trabalhado
apresentou uma grande quantidade de dados de atributos físicos para os dois tipos de solo, em
diferentes níveis.

Para simplificação do trabalho foram utilizados os dados dos seguintes níveis:

0-16cm SNA1 Latossolo Vermelho Distrófico típico

16-35cm SNA1 Latossolo Vermelho Distrófico típico

TPA1 Argissolo Vermelho-Amarelo Eutrófico


0-19cm
abrúptico

TPA1 Argissolo Vermelho-Amarelo Eutrófico


19-37cm
abrúptico

Alisando as tabelas pode-se observar que frações num mesmo nível de SNA apresentam
comportamento semelhante entre si, mas quando se comparado a TPA apresentam outro tipo de

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configuração. Apesar de não apresentarem o mesmo nível, ao comparar os dois tipos de solo foi
observada maior quantidade de argila nos solos não antropogênicos e maior quantidade de silte nos
solos de Terra preta Arqueológica. Conforme tabela e gráfico abaixo:

Tipo granulométrico SNA(0-16cm) TPA(0-19cm)


Areia grossa 195,5 232,49
Areia fina 97,82 148,5
Silte 137,48 448,41
Argila 569,2 170,6
Total 1000 1000

Tipo granulométrico SNA(16-35cm) TPA(19-37cm)


Areia grossa 169,14 267,31
Areia fina 96,13 152,52
Silte 156,13 343,57
Argila 578,6 236,6
total 1000 1000

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Para o tratamento de dados foram utilizados apenas alguns niveis de escavação. A Abertura da peneira
foi expressaconforme a norma da ABNT. E para complementação da tabela forma utilizados as seguintes
equaçôes:

massa retida: M

Massa total: Mt

Fração retida: M/Mt

Fração passante: Fração total - Fração retida

O comportamento do solo não Antropogênico :

Profundidade de 0-16 cm (Solo não Antropogênico)


% fração
Tipo Diametro da Massa fração % fracao fração que
granulométrico peneira (mm) retida(g) retida retida passante passa
Areia grossa 1,2 195,5 0,1955 19,55 0,8045 80,45
Areia fina 0,3 97,82 0,09782 9,782 0,70668 70,668
silte 0,05 137,48 0,13748 13,748 0,5692 56,92
argila 0,005 569,2 0,5692 56,92 0 0
total 1000 1 100 0

Profundidade 16-35 cm (Solo não Antropogênico)


Tipo Diametro da Massa fração %fração fração % fração
granulométrico peneira (mm) retida(g) retida retida passante que passa
Areia grossa 1,2 169,14 0,16914 16,914 0,83086 83,086
Areia fina 0,3 96,13 0,09613 9,613 0,73473 73,473
silte 0,05 156,13 0,15613 15,613 0,5786 57,86
argila 0,005 578,6 0,5786 57,86 0 0
total 1000 1 100 0 0

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Comportamento da terra preta Arqueológica:

Profundidade 0-19cm em TPA


Tipo Diametro da Massa fração %fração fração % fração
granulométrico peneira (mm) retida(g) retida retida passante que passa
Areia grossa 1,2 232,49 0,23249 23,249 0,76751 76,751
Areia fina 0,3 148,5 0,1485 14,85 0,61901 61,901
silte 0,05 448,41 0,44841 44,841 0,1706 17,06
argila 0,005 170,6 0,1706 17,06 0 0
total 1000 1 100 0 0

Profundidade 19-37cm em TPA


Diametro da % fração
Tipo peneira (mm) Massa fração %fração fração que
granulométrico retida(g) retida retida passante passa
Areia grossa 1,2 267,31 0,26731 26,731 0,73269 73,269
Areia fina 0,3 152,52 0,15252 15,252 0,58017 58,017
silte 0,05 343,57 0,34357 34,357 0,2366 23,66
argila 0,005 236,6 0,2366 23,66 0 0
total 1000 1 100 0 0

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Observando as curvas granulométricas dos dois tipos de solos, e considerando que os níveis são
semelhantes, podemos dizer que o solo de Terra Preta Arqueológica possui características bem diferentes de
atributos físicos em comparativo que o solo não antropogênico. Porem, entre o mesmo tipo de solo, são bem
semelhantes entre si. A SNA apresenta maior quantidade de argila, enquanto que a TPA se caracterizou por ter
mais silte em sua composição. Essa diferença fez toda a mudança no comportamento das cruvas em
comparativos com os dois tipos de solos.

CONCLUSÃO

O presente trabalho objetivou alcançar um modelo matemático que representasse as diferenças


dos solos de terra preta arqueológica e solo não modificado. A tentaiva não obteve tanto sucesso, pois
seria necessária maior quantidade de dados em diferentes níveis e em diferentes lugares onde haveria
sítios arqueológicos para a coleta destes dados. Apesar disso, conseguiu-se observar que os solos
arqueológicos são bem diferentes daqueles não antropogênico, e que mesmo com a pequena

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quantidade de informação que este trabalho trouxe, poderemos pensar que futuramente esta ideia
poderá servir pra que seja possível a realização deste modelo matemático, o qual servira como
ferramenta de técnicas de melhoramento de solo de forma sustentável em áreas que precisar aumentar
a produção de alimento. Concluindo, poderemos pensar em introduzir futuramente outra variáveis
para que o modelo matemático produzido tenha mais alcance de produção.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT-NBR NM 248 : Agregados - Determinação da composição granulométrica. RIO DE


JANEIRO: ABNT, 2003. 13 p. v. 1. Disponível em:
<http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/17827/material/Nbr_nm248_20
03.pdf>. Acesso em: 01 nov. 2017.

Campos, Milton Cesar Costa et. al.Caracterização física e química de terras pretas arqueológicas
e de solos não antropogênicos na região de Manicoré- AM. 2012. 8p. Artigo Cientifico(revista
Agro Ambiental)- Universidade Federal de Roraima, Boa Vista, 2012. Disponível em:<
https://revista.ufrr.br/agroambiente/article/view/682>. Acesso em: 01 nov. 2017.

SANTOS, L.A.C. Caracterização de Terras Pretas Arqueológicas na região Sul do Amazonas.


Humaitá, 2011. 48p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Agronomia) - Universidade
Federal do Amazonas.

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