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Drogas

Vasoativas
NO PERÍODO
NEONATAL
DRA MARTA D. ROCHA DE MOURA

NEONATOLOGISTA / UNIDADE DE
NEONATOLOGIA DO HMIB – SES – DF

DOCENTE DO CURSO DE MEDICINA DA


ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

WWW.PAULOMARGOTTO.COM.BR

BRASÍLIA, 24/12/2015
Drogas vasoativas aplicações e riscos no período neonatal

O que são drogas vasoativas?


O termo droga vasoativa é atribuído às substâncias que
apresentam efeitos vasculares periféricos, pulmonares ou
cardíacos, sejam eles diretos ou indiretos, atuando em
pequenas doses e com respostas dose dependente de efeito
rápido e curto, através de receptores situados no endotélio
vascular.
Drogas vasoativas aplicações e riscos no período neonatal

 Drogas Vasoativas são então fármacos com ação sobre o sistema


cardiocirculatório que tem por função básica equilibrar a oferta e o
consumo de oxigênio aos tecidos, normalizar a pré e pós carga e a
contratilidade do miocárdio, lembrando que:
 DC = débito cardíaco ; FC = frequência cardíaca ; VS = volume sistólico

DC = VS x FC
Pré – carga – volume circulante Contratilidade Pós - carga
Drogas vasoativas aplicações e riscos no período neonatal

DC = VS x FC ISOPRENALINA

Contratilidade Pós - carga


DOPAMINA NOREPINEFRINA
DOBUTAMINA EPINEFRINA
ISOPRENALINA DOPAMINA
Drogas vasoativas aplicações e riscos no período neonatal

 As drogas vasoativas mais empregadas são as catecolaminas,


também denominadas aminas vasoativas ou drogas
simpatomiméticas.
 Dentre elas, destacam-se a noradrenalina (NA), a adrenalina, a
dopamina, a dobutamina e o isoproterenol.
 São também, drogas vasoativas: amrinone (milrinona), os
vasodilatadores (nitroprussiato de sódio, nitratos, clorpromazina,
prazozin, captopril, enalapril e bloqueadores de cálcio).
Drogas vasoativas aplicações e riscos no período neonatal

 Drogas vasoativas de síntese natural e endógena são as catecolaminas:


dopamina, adrenalina e noradrenalina.
 Originam-se da tirosina que se transforma sucessivamente em dopamina,
noradrenalina e adrenalina por ação enzimática, em todos esses passos.
 Sinteticamente são produzidas, além da adrenalina, noradrenalina e
dopamina, três outras catecolaminas: dobutamina, isoproterenol e
dopexamina.
Drogas vasoativas aplicações e riscos no período neonatal

 Aminas Simpaticomiméticas:
 Estimulam 3 receptores
 α : Vasoconstricção de pele, mucosa, esplâncnica, coronária e renal
 ß-1: Aumento da FC e da Contratilidade cardíaca.
 ß-2: Vasodilatação dos músculos esqueléticos e pele
 Δ: Vasodilatação da circulação esplâncnica e renal

α agonista: estimulam receptores α


β agonista: estimulam receptores β
α ou β bloqueadores: deprimem estes receptores
Drogas vasoativas aplicações e riscos no período neonatal
Drogas vasoativas aplicações e riscos no período neonatal

FM, Ostini, el all 2000


Drogas vasoativas aplicações e riscos no período neonatal
Drogas vasoativas aplicações e riscos no período neonatal

 INDICAÇÃO BÁSICA
Hipotensão arterial – resistente a volume
Choque séptico com DC baixo e RVS alta
Choque cardiogênico
 Baixar RVP – melhorar o débito cardíaco melhorando
pressão arterial – direcionar fluxo sanguíneo
para órgãos nobres
Drogas vasoativas aplicações e riscos no período neonatal
Drogas vasoativas aplicações e riscos no período neonatal
Drogas vasoativas aplicações e riscos no período neonatal

 Como prescrever?
 Cálculo do volume(em ml) a ser infundido em 24 h
Peso x dose desejada(em mcg/kg/min)x1440
Concentração da droga (em mcg)

Concentração Dopamina = 5000


Concentração Dobutamina=12500
Concentração Adrenalina=1000
Concentração Noradrenalina= 1000
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Bomba de Infusão
Drogas vasoativas aplicações e riscos no período neonatal

Droga Formulação> 15 kg Formulação < 15 kg Dose terapêutica

Dobutamina 6xPeso(kg)=mg da droga em 30x Peso(kg)=mg da droga em 2-20 mcg/kg/min


100 ml de SF ou SG. 1ml/h = 50 ml de SF ou SG. 1ml/hora Diluição minina de 5 mg/ml
(1ml=12,5 mg) 1 mcg/kg/min =10 mcg/kg/min
Dopamina 6xPeso(kg) = mg da droga 30xPeso(kg)=mg da droga em 2-20 mcg/kg/min
em 100ml de SF ou SG. 50 ml de SF ou SG. Diluição mínima de 3 mg/ml
(1ml= 5 mg) 1ml/h = 1 mcg/kg/min 1ml/hora=10mcg/kg/min

Epinefrina 0,6xPeso(kg)-mg da droga 0,6xPeso(kg)-mg da droga em 0,05-0,03 (dose


em 100 ml de SG. 1 100 ml de SG. 1 ml/hora=0,1 beta)mcg/kg/min
(1ml=1mg) ml/hora=0,1 mcg/kg/min mcg/kg/min > 0,03 = dose alfa

Norepinefrina 0,6xPeso(kg)-mg da droga 0,6xPeso(kg)-mg da droga em 0,05-1,0 mcg/kg/min


em 100 ml de SG. 1 100 ml de SG. 1 ml/hora=0,1
(1ml=1mg) ml/hora=0,1 mcg/kg/min mcg/kg/min
Drogas vasoativas aplicações e riscos no período neonatal

Como usar – uso exclusivo parenteral


é indicado em acesso venoso central,
 Acesso exclusivo preferencialmente
 Descontinuar a infusão lentamente.
 Corrigir a hipovolemia antes de iniciar o tratamento com
Dopamina.
 Diluente possíveis SF 0,9% e SG5%
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 Efeitos Colaterais

 Tremores, ansiedade, cefaléia


 Taquiarritmias
 Vasconstricção renal severa
 Aumento de consumo de oxigênio pelo miocárdio
 Aumento da glicemia(Estímulo da gliconeogênese e inibição da insulina)
 Hemorragia intracraniana
 Hipertensão
 Hipocalemia
 Vômitos
 Retenção urinária
 Necrose tecidual por extravasamento
Drogas vasoativas aplicações e riscos no período neonatal
Drogas vasoativas aplicações e riscos no período neonatal

Nomes Comerciais
Dopamina Dobutamina Adrenalina Noradrenalina Milrinona

Dopabane® Dobtan® Epifrin® Levophed® Primacor®


Dopacris® Dobutrex ® Efinalin® Hyponor®
Revivan® Dobutariston® Drenalin® Adine®
Revemine® Dobutal®
Neobutamina®
Dobutanil®
Drogas vasoativas aplicações e riscos no período neonatal
Drogas vasoativas aplicações e riscos no período neonatal

Incompatibilidade x sensibilidade a luz


Dopamina Dobutamina Adrenalina Noradrenalina Milrinona

Incompatibilidade soluções soluções alcalinas soluções Cipropano e furosemide e


alcalinas bicarbonato de Na alcalinas halotano procainamida
bicarbonato de hidrocortisona, bicarbonato de
Na cefazolina, penicilina Na
e heparina
Diluição SF 0,9% ou SG5%
Após diluição 24 h 24 h 24h 24 h 72 h
Foto proteção Não Não Sim Sim Não
Drogas vasoativas aplicações e riscos no período neonatal

Qualidade e Segurança do paciente – 7 passos – 7 certos


Drogas vasoativas aplicações e riscos no período neonatal
Nota do Editor do site, Dr. Paulo R. Margotto
Consultem também! Aqui e Agora!
Ensaio controlado duplo-cego prospectivo do uso de
dopamina versos epinefrina como
droga vasoativa de primeira linha no Choque Séptico
Pediátrico


Double-Blind Prospective Randomized Controlled
Trial of Dopamine Versus Epinephrine as First-Line Vasoactive Drugs in Pediatric Septic
Shock.
 Ventura AM, Shieh HH, Bousso A, Góes PF, Fernandes Ide C, de Souza DC, Paulo RL,
Chagas F, Gilio AE.
 Crit Care Med. 2015 Nov;43(11):2292-302
 Os pacientes incluídos (1 mês-15 anos de idade) preencheram os
critérios clínicos de choque séptico refratário a fluidos
 Os pacientes (120) com semelhantes características (Tabela 1)
foram distribuídos aleatoriamente para receber ou dopamina (5-
10 ug / kg / min:63 pacientes) ou epinefrina (0,1-0,3 ug / kg /
min:57 pacientes) através de uma linha periférica ou intra-óssea.
 Os pacientes não alcançando critérios de estabilização pré-
definidos após a dose máxima foram classificados como falha do
tratamento, momento em que o médico assistente gradualmente
parou a droga do estudo e começou outra catecolamina.
 Houve 17 mortes (14,2%): 13 (20,6%) no grupo de dopamina e
quatro (7%) no grupo de epinefrina (p = 0,033).
A regressão logística múltipla mostrou que a
Dopamina esteve relacionada a: (Tabela acima)
 Risco aumentado de mortalidade (OR= 6,5; IC 95%, 1,12-37,8; p =
0,037)
 Aumento de infecção relacionada a cuidados hospitalares (OR= 67,74;
CI 95%; 5,04-910,8; p = 0,001)
Crianças que receberam epinefrina (adrenalina)
tiveram chances de sobrevivência
de 6,49 versus aqueles que foram tratados com a
dopamina como a droga vasoativa de primeira linha.

 Os pacientes no grupo da dopamina morreram significativamente


mais cedo no decurso da doença do que aqueles no grupo de
epinefrina (p = 0,047) (Figura abaixo-Curva de Kaplan-Meier).
 Este é o primeiro ensaio clínico prospectivo, controlado,
randomizado para comparar o efeito de duas drogas de primeira
linha de linha em crianças com choque séptico, demonstrando
que a mortalidade é maior com o uso de dopamina como droga
vasoativa de primeira linha no choque séptico pediátrico.
 Nesta população, os autores observaram que o uso de epinefrina
em comparação com a dopamina foi independentemente
associada com melhor sobrevida e menores taxas de infecção
relacionada aos cuidados hospitalares (embora não haja uma
explicação plausível fisiopatológica, os autores não puderam
investigar o estado imunológico desta população estudada para
confirmar esta associação)
 As crianças e os adultos com choque séptico apresentam disfunção miocárdica, mas as
crianças com choque séptico adquirida na comunidade parecem apresentar
predominantemente com um estado de baixo débito cardíaco nas primeiras horas de
tratamento, que pode persistir por mais tempo em alguns pacientes.
 Os bebês e as crianças, do ponto de vista de desenvolvimento, diferem dos adultos de
maneiras que explica as diferenças na resposta hemodinâmica à sepse, assim como a
resposta a agentes terapêuticos.
 Algumas dessas diferenças incluem frequência cardíaca pré-existente elevada, uma
relativa diminuição da massa ventricular esquerda, em comparação com o miocárdio do
adulto, um aumento da proporção de colágeno tipo I, (diminuição da elasticidade) para o
colágeno tipo III (maior elasticidade)(28), aumento do teor de tecido conjuntivo no
coração infantil e conteúdo diminuído de actina e miosina .
 Portanto, nesta população, é razoável considerar um inotrópico como uma droga
vasoativa de primeira linha até que um acesso venoso central seja obtido.
 Se estes resultados são reproduzidos, podem ser importantes
para o tratamento de crianças em contextos de recursos
limitados, onde as taxas de mortalidade são mais elevadas.
 Os autores demonstraram uma melhoria na mortalidade com o
início precoce da via intravenosa periférica ou intra-óssea para a
infusão de infusão de epinefrina.
 No Hospital dos autores e talvez na maioria dos Departamentos de
Emergência no Brasil, um cateter venoso central é raramente
colocado antes da internação na UTI Pediátrica. A principal razão é
que os médicos que trabalham em serviços de urgência de
pediatria do Brasil geralmente são generalistas e nem sempre
familiarizados com cateterização venosa central.
 Estudos comparando inotrópicos de primeira linha não foram realizados em
crianças com choque séptico.
 Em adultos com choque séptico, estudos que analisam o impacto da
vasopressores de primeira linha (dopamina ou norepinefrina) na morbidade ou
mortalidade têm resultados conflitantes, assim como as investigações que
envolvam recém-nascidos, incluindo os estudos de administração de dopamina
em lactentes.
 Mais estudos multicêntricos ou estudos de centro único são necessários para
verificar a reprodutibilidade dos presentes resultados.
 Os resultados da presente investigação poderiam ser útil para os países com
taxas de mortalidade semelhantes no presente ensaio, mas se os resultados
locais forem superiores aos aqui relatados, estes resultados observados podem
não se aplicar.
Monografia-2015 (Pediatria HRAS/HMIB):Análise do conhecimento dos       
Staffs e Residentes do Pronto-socorro e Unidade terapia intensiva
pediátricos do HMIB sobre o manejo do paciente com sepse e choque
séptico (Apresentação).
Autor(es): Henrique Yuji Watanabe Silva

No tocante ao uso de drogas vasoativas, houve homogeneidade


quanto à escolha do tipo de droga vasoativa, diante do quadro
clínico do paciente, sendo iniciada a epinefrina pela grande
maioria dos médicos.
 O guideline do SSC (Surviving Sepsis Campaign) sugere:
 a utilização da dopamina como a primeira escolha para o suporte
pediátrico de paciente com hipotensão refratária a ressuscitação
volêmica (grau de recomendação 2C) e
 dobutamina nos pacientes com baixo débito cardíaco e resistência
vascular sistêmica aumentada (grau de recomendação 2C).
 Norepinefrina e epinefrina são indicadas para pacientes com
choque refratários à dopamina, dependendo do estado fisiológico
vascular naquele momento!
Tratamento do choque neonatal       
Autor(es): Adelina Pellicer (Espanha). Realizado por Paulo R. Margotto

 Na literatura tem poucos estudos randomizados conduzidos em


prematuros que avaliem os efeitos dinâmicos e não dinâmicos
das catecolaminas usadas para o apoio do sistema
cardiovascular. Os estudos variam muito de metodologia (cego,
não cego, doses variáveis, diferentes critérios de entrada). Quase
a maioria dos estudos compara dopamina com dobutamina, com
exceção do nosso estudo, em que comparamos dopamina com
epinefrina (
Cardiovascular support for low birth weight infants and cerebral he
modynamics: a randomized, blinded, clinical trial.
Pellicer A, Valverde E, Elorza MD, Madero R, Gayá F, Quero J,
Cabañas F. Pediatrics. 2005 Jun;115(6):1501-12) .Artigo Integral
 Para tratar a pressão arterial, é claro que a dopamina é superior a dobutamina, mas a
dopamina e a epinefrina, usadas no nosso protocolo produzem um efeito equivalente sobre
a pressão arterial. Com relação ao desempenho do miocárdico, como a insuficiência,
devemos favorecer a dobutamina e não a dopamina , porque a dopamina em doses acima
de 10 micro/kg/minuto pode ser contraproducente, devido a redução da pós-carga que é
produzida com relação ao desempenho cardiológico. Pelo contrário, o desfecho cardíaco e
o fluxo sistêmico são aumentados pela dobutamina mas sempre quando usamos em doses
relativamente alta, como 10ug/kg/minuto. Com relação a hipertensão no fluxo dos órgãos,
esta ocorre tanto com a dopamina como a epinefrina, nas doses de 2,5 e 10ug/kg/minuto
de dopamina e 0,1-0,5 ug/kg/minuto de epinefrina. Ambos aumentam o fluxo sanguíneo
cerebral.
 A epinefrina pode aumentar a pressão arterial (PA) sem diminuir o débito cardíaco, o que
ocorreu com a dopamina (aumento a PA com diminuição do débito cardíaco).
Hipotensão permissiva Keith Barrington (Canadá
). Realizado por Paulo R. M
argotto            
 A dopamina é um potente neuromodulador. Na verdade exerce um efeito muito importante
no eixo pituitário e expressa a liberação de prolactina, hormônio do crescimento e diminui
a produção do hormônio da tireóide. Estimula o corpo carotídeo e reduz a a função dos
leucócitos, além de efeitos sobre os hormônios da tireóide.
 É interessante que quando fazemos o seguimento dos nossos
estudos nos primeiros dias após o nascimento, o comportamento
da pressão arterial e frequência diferem entre os grupos de
estudo. Como vemos, o perfil de pressão arterial permaneceu
praticamente o mesmo. Podemos dizer que os lactentes que
usaram epinefrina sofreram aumento da frequência cardíaca
relacionada a 18 horas logo após o início do tratamento. O achado
interessante é que a maioria, próximo a 50% da população
estudada, teve pressão arterial normalizada com uma dose
relativamente baixa de epinefrina (Dopamine versus epinephrine
for cardiovascular support in low birth weight infants: analysis of
systemic effects and neonatal clinical outcomes. Valverde E,
Pellicer A, Madero R, Elorza D, Quero J, Cabañas F. Pediatrics.
2006 Jun;117(6):e1213-22). Artigo Integral
Abordagem terapêutica do choque no recém-nascido (XXI Congresso       
Brasileiro de Perinatologia, 14 a 17 de novembro de 2012, Curitiba, Paraná)
Autor(es): Jaques Belik (Canadá). Realizado por Paulo R. Margotto

EPINEFRINA
 A epinefrina em relação à dobutamina tem vantagem. A epinefrina provocaria
uma resposta similar em doses baixas ou moderadas, com efeito sobre a
frequência cardíaca um pouco maior em relação à dopamina, mas transitória
nas primeiras horas. A epinefrina apresenta maiores efeitos colaterais quando
comparada à dopamina em relação ao lactato, glicose e bicarbonato, mas
estes efeitos parecem estar presentes somente nas primeiras horas. Estudo
como este de 2006, usando doses baixas e moderadas de epinefrina
demonstrou efeito é comparável ao da dopamina no tratamento da hipotensão
do RN prematuros, embora seja associada a efeitos transitórios (Dopamine
versus epinephrine for cardiovascular support in low birth weight infants:
analysis of systemic effects and neonatal clinical outcomes. Valverde E, Pellicer
A, Madero R, Elorza D, Quero J, Cabañas F. Pediatrics. 2006 Jun;117(6):e1213-
22). Artigo Integral. Veja Figuras a seguir.
 É interessante que quando fazemos o seguimento dos nossos
estudos nos primeiros dias após o nascimento, o comportamento
da pressão arterial e frequência diferem entre os grupos de
estudo. Como vemos, o perfil de pressão arterial permaneceu
praticamente o mesmo. Podemos dizer que os lactentes que
usaram epinefrina sofreram aumento da frequência cardíaca
relacionada a 18 horas logo após o início do tratamento. O achado
interessante é que a maioria, próximo a 50% da população
estudada, teve pressão arterial normalizada com uma dose
relativamente baixa de epinefrina (Dopamine versus epinephrine
for cardiovascular support in low birth weight infants: analysis of
systemic effects and neonatal clinical outcomes. Valverde E,
Pellicer A, Madero R, Elorza D, Quero J, Cabañas F. Pediatrics.
2006 Jun;117(6):e1213-22). Artigo Integral
Abordagem terapêutica do choque no recém-nascido (XXI Congresso       
Brasileiro de Perinatologia, 14 a 17 de novembro de 2012, Curitiba, Paraná)
Autor(es): Jaques Belik (Canadá). Realizado por Paulo R. Margotto

EPINEFRINA
 A epinefrina em relação à dobutamina tem vantagem. A epinefrina provocaria
uma resposta similar em doses baixas ou moderadas, com efeito sobre a
frequência cardíaca um pouco maior em relação à dopamina, mas transitória
nas primeiras horas. A epinefrina apresenta maiores efeitos colaterais quando
comparada à dopamina em relação ao lactato, glicose e bicarbonato, mas
estes efeitos parecem estar presentes somente nas primeiras horas. Estudo
como este de 2006, usando doses baixas e moderadas de epinefrina
demonstrou efeito é comparável ao da dopamina no tratamento da hipotensão
do RN prematuros, embora seja associada a efeitos transitórios (Dopamine
versus epinephrine for cardiovascular support in low birth weight infants:
analysis of systemic effects and neonatal clinical outcomes. Valverde E, Pellicer
A, Madero R, Elorza D, Quero J, Cabañas F. Pediatrics. 2006 Jun;117(6):e1213-
22). Artigo Integral. Veja Figuras a seguir.
Drogas vasoativas na Hipertensão Pulmonar
da hérnia diafragmática

Hérnia diafragmática congênita, ainda um desafio (hipertensão pulmonar)       


(Encontro em Fortaleza, 26/3/2015)
Autor(es): Paulo R. Margotto
Hérnia diafragmática congênita, ainda um desafio...

Suporte hemodinâmico
A atividade miocárdica comumente está comprometida
• Disfunção do VE: considerar DOBUTAMINA / NORADRENALINA
• Shunt pelo foramen oval indicando disfunção do ventrículo direito: considerar
Sildenafil / Milrinona
• O uso de correção rápida com soluções colóides ou cristalóides, a não ser quando
exista evidência de depleção intravascular, está contraindicado.
(Isto porque a pressão do átrio direito geralmente está elevada (aumento da resistência
vascular pulmonar e disfunção de ventrículo direito). Administração excessiva de
fluidos nestas circunstâncias resulta em aumento ainda maior da pressão de átrio
direito e exacerbação do shunt direito-esquerdo no nível do forame oval e
hipoxemia)
Diferenças entre choque séptico do adulto e da criança       
Autor(es): Aneja RJK, Carcillo JK. Apresentação: Isabel Cristina Leal, Alexandre
Serafim

 Diferenças na resposta hemodinâmica


 Transição da circulação fetal para a neonatal (diminuição da pressão
pulmonar, fechamento do canal arterial (CA) e foramen oval(FO)
 Sepse induz acidemia e hipoxemia aumenta a resistência vascular
pulmonar persistência do padrão fetal
 Choque séptico neonatal com hipertensão pulmonar (HP): aumento da
pós carga do ventrículo direito (VD),insuficiência cardíaca (IC),
regurgitação tricúspide e hepatomegalia
 Objetivo do tratamento: diminuir pressão pulmonar
 NO, oxigênio, inibidores da fosfodiesterase III
 No adulto o choque está associado a aumento do óxido nítrico (NO),
levando a hipotensão e falência de múltiplos órgãos
 Diferenças na resposta hemodinâmica
 90% dos pacientes adultos apresentam síndrome do choque hiperdinâmico ou
choque quente diminuição da resistência vascular sistêmica (RVS),
hipotensão, taquicardia e aumento da concentração de O 2 na artéria pulmonar
 Apesar do estado hiperdinâmico há depressão miocárdica diminuição da
fração de ejeção, dilatação ventricular e achatamento da curva de Frank Starling
após administração de fluidos
 Taquicardia e diminuição da RVS como mecanismos compensatórios
 Recomendação de uso de vasopressores
 Diferenças na resposta hemodinâmica
 A hipovolemia é a marca do choque séptico pediátrico – reposição volêmica
agressiva
 50% apresentam choque frio: extremidades frias, elevação da RVS
 Baixa reserva cardíaca: não conseguem dobrar a frequência cardíaca FC)
vasoconstricção periférica dificultando a função cardíaca
 Requerem inotrópicos, vasodilatadores e as vezes ECMO para dar suporte a função
cardíaca
Usar adrenalina mesmo que seja em acesso

periférico
No entanto, há semelhanças também... (consultem o
artigo)
Choque séptico
Autor(es): Eduardo J. Troster. Realizado por Paulo R. Margotto      

 O choque é um diagnóstico fisiológico: síndrome na qual a perfusão tecidual está


reduzida a ponto do qual o fluxo sanguíneo ser inadequado para suprir as demandas
metabólicas celulares. No choque séptico, o miocárdio, os vasos e o sangue não
conseguem levar às células, o oxigênio para o seu metabolismo
 O Choque séptico é um choque por sepse grave com disfunção cardiovascular. Há um
desequilíbrio entre a oferta e o consumo de oxigênio (consumo aumentado na célula e a
oferta diminuída). Assim, falta oxigênio na célula e é por isto que eles morrem.
 O CHOQUE SÉPTICO na realidade tem os 3 componentes. O miocárdio funciona mal (o
paciente morre porque o coração não funciona direito). Está hipovolêmico porque recebe
pouco volume. Outra coisa importante é saber que o choque séptico é uma doença do
vaso (aumenta a permeabilidade do vaso com extravasamento de líquido e assim, o
paciente fica normalmente um pouco edemaciado). É comum às vezes o intensivista
estar preocupado com o aspecto cosmético e começa a dar furosemide, pois o paciente
está ficando edemaciado. O resultado: o paciente fica mais hipovolêmico ainda, pois
este paciente que já tem aumento da permeabilidade capilar só vai ficar com uma
volemia boa se ficar inchado mesmo.
 O tempo de enchimento capilar é um dado precoce e fácil de fazer e tem que ser bem
feito. Uma coisa importante: não avaliar a perfusão abaixo do coração; tem que avaliar
acima do coração, pois senão você não vai ver enchimento arteriolar e sim venoso; não
pode estar muito frio, pois assim a perfusão vai piorar porque está frio mesmo (tem que
estar em um ambiente aquecido); a criança não pode estar com febre (a febre altera o
tempo de enchimento capilar). Tomando estes cuidados, o tempo de enchimento capilar
acima de 2 segundos é um sinal precoce de baixo débito cardíaco.
OBRIGADO!

Drs. Paulo R. Margotto, Márcia Pimentel de Castro, Joseleide de Castro e Marta David Rocha de Moura

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