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CH881-FISIOLOGIA ANIMAL COMPARADA

Função Circulatória

Profa. Ana de Fátima Fontenele Urano Carvalho


Dr. Thiago Silva de Almeida
2019 1
De que trataremos

• Objetivos da movimentação de • Capacidade do sistema de


um líquido no corpo bombeamento vs suprimento
adequado de oxigênio:
• Animais sem sistema circulatório
• Circulação dos vertebrados
• Como o sangue se movimenta (compartimentos, volumes, Qh, fh,
• Princípios Gerais do Sistema Mh vs Mb, distribuição do sangue,
circulatório (bombas, sistemas exercício, vasos)
fechados e abertos) • Pressão sanguínea (PA)
• Padrões de circulação dos • A física do fluxo de fluidos em tubos
(Laplace, Poiseuille etc)
vertebrados
• Circulação dos invertebrados
2
Animais sem sistema Circulatório

• Certos animais, como a planaria não apresentam sistema circulatório.


• Os nutrientes, gases e excretas são transportados por difusão, célula
a célula.
• É eficiente apenas para animais de dimensões reduzidas, com elevada
relação Superfície/Volume.
• Isso é comum em poríferos, cnidários, platelmintos e nematelmintos

3
Objetivos da movimentação de um líquido no corpo

a) Vencer distâncias [animais grandes]


b) Transporte de gases
c) Transporte de outros solutos
d) Transporte de calor
e) Transmissão de força

4
Três Tipos de Bombas r

Bomba Peristáltica

Bomba de câmara

Bomba por pressão de tecidos adjacentes 5


Tipos de Bombas r

6
Tipos de Bombas r

7
Os adultos dos urocordados vivem presos a rochas ou outros
substratos 8
9
Princípios Gerais do Sistema Circulatório

Bombas:
a)Princípio: capacidade de contração dos músculos
b) Tipos: peristáltica – invertebrados
câmara – com paredes contráteis (vertebrados) ou

pressão externa (pernas do homem)


c) Canais: tubos elásticos (artérias, capilares, veias)

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Volume de líquidos

Compartimentos de água do corpo

a) 2/3 do corpo dos vertebrados = água extracelular


b) 3 compartimentos:
IC = 45%;
IT = 20 % Água total, 70%
plasma = 5 %

11
Células do tecido adiposo possuem um
menor estoque de água, cerca de 10%

12
Volume de líquidos no corpo

Medição do volume
plasmático:
Azul de Evans (também conhecido
como T-1824)

C1= concentração inicial do corante


V1= o volume inicial da solução do corante
C2=Concentração do corante no plasma coletado
V2= volume de plasma sanguíneo
13
Volume de líquido no corpo

Volume sanguíneo total:


Volume plasmático + porcentagem celular
(determinado pelo hematócrito)

14
Volume de líquido no corpo

Volume extracelular:
Pode-se utilizar a inulina, polissacarídeo que não é
metabolizado no organismo.
Como não é capaz de penetrar nas células o
cálculo da sua diluição representa todo o
volume extracelular

Volume intersticial total:


Volume extracelular total - volume plasmático 15
Volume de líquido no corpo

Água corpórea total

16
17
Volume de líquido no corpo

Exceção: peixes teleósteos


possuem em geral um volume
sanguíneo de apenas 2/3% do
peso corpóreo

18
Circulação sanguínea

Aberta

19
Sistema Fechado versus Sistema Aberto

20
21
Sistema Fechado versus Sistema Aberto

Circulação fechada Circulação aberta


• vertebrados • Insetos
• cefalópodes • Maioria dos crustáceos
• equinodermos • Moluscos não-cefalópodes
• Tunicados

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Características dos Sistemas Circulatórios

Sistemas Fechados Sistemas Abertos


Sistemas de alta pressão Sistemas de baixa pressão
Alta resistência periférica Baixa resistência periférica
Requer paredes elásticas Possibilidade de sustentar a
pressão
Sangue levado diretamente p/ os Similar aos sistemas fechados
órgãos
Distribuição bem regulada Distribuição pouco regulada
Retorno rápido ao coração Retorno lento ao coração
23
Padrões de circulação

• Os sistemas das várias classes de vertebrados mostram vários


estágios evolutivos, sendo que o do peixe é o mais simples, e o dos
mamíferos e aves são os mais complexos.

1.Ciclóstomos 4. Anfíbios
2.Peixes 5. Répteis crocodilianos
3.Peixes pulmonados 6. répteis não-crocodilianos
7. Aves e mamíferos

24
Padrões circulatórios

25
Padrões circulatórios

Ciclóstomos – Parcialmente aberta

Peixe bruxa/ feiticeira


Lampreia
26
Padrões circulatórios

27
Padrões circulatórios

Peixes: teleósteos e
elasmobrânquios

28
Padrões circulatórios

Peixes: teleósteos e
elasmobrânquios

29
Padrões circulatórios

Peixes pulmonados:
Brânquias degeneradas
para permitir a passagem Cabeça
do sangue oxigenado
direta do sangue,
preferencialmente pelos
dois arcos branquiais
superiores

30
Padrões circulatórios

31
Padrões circulatórios

32
Padrões circulatórios

33
34
Capacidade do Sistema Circulatório

O volume sanguíneo que deve ser bombeado para


uma dada quantidade de oxigênio será reduzido
se for alta a capacidade do sangue em transportar
oxigênio.

Capacidade 20 cm³ = 1 cm³ de O2 em 5 cm³ de sangue

Capacidade 0,5/1 cm³ = 1 cm³ de O2 em 100/200 cm³


de sangue
35
Capacidade do sistema de bombeamento vs suprimento adequado de oxigênio

Qt de O2 = vol. sangue x teor de O2

Uma alta capacidade carreadora de O2 implica em baixo volume de


sangue a ser bombeado

a) Sem pigmento respiratório: somente O2 dissolvido [0,5 a 1mL de


O2/100 mL sangue]  bombear 100-200 ml de sangue a fim de liberar
1mL de O2
b) Com pigmento respiratório: 20 mL O2/100 mL de sangue
[mamíferos]  1mL O2 em 5 mL de sangue  a necessidade de
bombeamento é 20 ou 40 X menor. 36
Capacidade do Sistema Circulatório

Na ausência de hemoglobina, a necessidade de bombeamento do coração é 20 ou


40 vezes maior que para o sangue de mamíferos que contém hemoglobina

O volume de liquido bombeado pelo coração pode ser regulado:


(1) pelo aumento da frequência da bomba;
(2) pelo aumento do volume sistólico;
(3) por umacombinação destes dois fatores.

37
Relação do tamanho do coração (Mh) com o tamanho
corporal (Mb) dos Mamíferos r

Mh
Mh = 0,0059Mb0,98

Massa corporal, kg

~0,6% da massa corporal, quase diretamente proporcional


38
• mamíferos grandes e pequenos apresentam a mesma relação
Mh = 0,59%
• Aves Mh = 0,82% - aves maiores tendem a ter Mh ligeiramente menores do
que aves menores.
• Répteis Mh = 0,5% Mb [apenas ligeiramente menores que o dos mamíferos,
mesmo com grande diferença de Mr]
• Anfíbios Mh = 0,46% Mb
• Peixes Mh = 0,2% Mb

Exponencial y = b.a
x As grandes diferenças
de Mr não são refletidas
Logaritimica y = a.x
b
na Mh 39
Frequência cardiaca (Fh)

• A frequência dos batimentos cardíacos é normalmente dada como o


número de batimentos cardíacos por minuto;
• A frequência de pulsação para um homem adulto em repouso é de
aproximadamente 70 por minuto;
• A frequência cardíaca é inversamente proporcional ao tamanho
corpóreo. Um elefante que pesa 3.000 kg tem uma taxa de pulsação
no repouso de 25 por minuto e um musaranho de 3 g, o menor
mamífero, tem urna frequência de pulsação em repouso acima de
600.

40
Frequência cardiaca (Fh)

Curiosidade: Esta
inclinação da reta é
exatamente igual ao da
reta de regressão entre a
massa corpórea e o
consumo de oxigênio
41
Débito Cardíaco (Qh)

• O volume sanguíneo ejetado num único batimento, o volume sistólico


(Vh);

• O volume sanguíneo bombeado pelo coração por unidade de tempo é


normalmente chamado de débito cardíaco ou volume cardíaco minuto;

• Princípio de Fick: todo o oxigênio consumido (Vo2) pelo animal é


transportado pelo sangue ejetado do coração. Portanto, se for
conhecida a diferença no teor de oxigênio do sangue arterial e venoso,
pode-se calcular o débito cardíaco (Qh).
Coração e Débito Cardíaco (Qh)

Como determinar (Princípio de Fick)

VO2 = Qh (CaO2 – CvO2)

VO2 – volume de O.2 consumido


Qh – Débito cardíaco .
CaO2 – concentração de oxigênio no sangue arterial
CvO2– concentração de oxigênio no sangue venoso

43
Coração e Débito Cardíaco (Qh)

VO2 = Qh (CaO2 – CvO2)

Para determinar o débito cardíaco, pode-se determinar


.
(1) a taxa de consumo de oxigênio;
.
(2) o teor de oxigênio no sangue arterial;
(3) o teor de oxigênio no sangue venoso.

44
Coração e Débito Cardíaco (Qh)

• Determinações do débito cardíaco de acordo com o princípio de Fick


podem ser executadas somente em animais que têm uma separação
cardíaca completa entre o sangue arterial e venoso, como acontece com
.
os mamíferos e aves.
.

45
Coração e Débito Cardíaco (Qh)

• Técnica da diluição do indicador – adicionar corante, com


concentração conhecida, em veia próxima ao coração e registrar o
tempo e a concentração do corante quando este surgir nas artérias.
.
.

46
Coração e Débito Cardíaco (Qh)

• O débito cardíaco (Qh em milímetros por minuto) é o produto da


frequência cardíaca (fh, por minuto) e do volume sanguíneo ejetado
numa contração, o volume sistólico ( Vh em milímetros):
.
Qh = fh x Vh .

Um aumento no débito cardíaco pode ser, portanto,


obtido pelo aumento da frequência, ou pelo
aumento do volume sistólico, ou ambos. 47
Débito cardíaco (Qh) durante exercício do pombo e da truta

Pombo voando Repouso Ativo aumento


(Mb= 0,44kg) VO2 aumenta 10X
Fh (min -1) 115 670 5,8X
Vh (mL) 1,70 1,59 0,9X
Qh (mL.min-1) 195,5 1065 5,4X
Truta nadando Repouso Ativa Aumento
(Mb =0,9-1,5kg) VO2 aumenta 8X
Fh (min -1) 37,8 51,4 1,36X
Vh (mL) 0,46 1,03 2,24X
Qh (mL.min -1) 17,4 52,9 3,04X

48
Distribuição do fluxo de sangue

49
Distribuição do fluxo de sangue em um homem de 70 kg em repouso

Fluxo de sangue Fluxo de sangue


Órgão Massa (kg) (Litro.min-1) (Litro.kg-1.min-1)
Rins 0,3 1,20 4,00
Fígado 1,5 1,40 0,90
Coração 0,3 3,5 0,25 3,6 0,80
Cérebro 1,4 0,75 0,50
Pele 2,5 0,20 0,08
Músculo 29,0 66,5 0,90 2,0 0,03
Restante 35,0 0,90 0,03
Total 70,0 5,6 50
Distribuição do fluxo de sangue

Durante o exercício, o débito cardíaco é aumentado e


a distribuição do fluxo sanguíneo é modificada. Isso
acontece principalmente devido ao aumento da
demanda de oxigênio dos músculos

O fluxo sanguíneo para a pele é também bastante


variável, modificando-se conforme a necessidade de
regulação da temperatura. Frio/Calor

51
Circulação durante o exercício

Aumento da demanda de O2 Homem, Exercício Exercício


repouso intenso, intenso,
homem atleta
comum
1) Aumento do Qh (↑Fh e ↑Vh)
2)Aumento da extração de O2(vant.:↓ Qh=5,5 L Qh=25 L Qh=35 L
sobrecarga no) Músculos= Músc=20 L Músc= 31 L
0,8-1,0 L
3) Redistribuição do sangue
VO2=0,25 L VO2=3,5 L VO2=6 L
Músc.= 0,05 L Músc = 3,3 L Músc = 5,8
L

52
Regulação da Fh

1) Ritmicidade do :
• capacidade inerente de se contrair sem estímulo externo.

Evidências: a) continua a bater fora do corpo;


b) O  do embrião das aves começa a bater
antes de qsqr nervos o atingir;
c) em cultura in vitro de células cardíacas o 
bate sem estímulo externo.
d) coração de rã ou tartaruga pode manter o rítimo horas
depois de ser removido
53
Regulação da Fh

54
2) Localização do marca-passo nos mamíferos:
nódulo SA no AD  AE  retardo  ventrículos [fatores: SNS e
SNP]

3) Controle da Fh:
a) impulsos nervosos
(ramo do nervo vago-SPS)  acetilcolina (-)Fh
(nervo acelerador- SNS)  libera adrenalina (+) Fh

b) influências hormonais (NA)  Glândula suprarrenais 


liberam NA  (+) Fh

55
Controle do Volume Sistólico (Vh)

1) NA aumenta a força do   maior volume de sangue em cada sístole.


2) ↑quantidade de sangue nos ventrículos no início de cada contração  o
 se contrai com mais força e esta mais distendido no início da contração
 ↑ Vh – Lei de Starling –
O Qh está sob o controle de 3 sistemas:
sistema nervoso
sistema endócrino
sistema de autoregulação (retorno venoso)

56
Os Vasos Sanguíneos

Tubos com paredes elásticas com uma camada de músculo liso


que os permite mudar de diâmetro.

Artérias: paredes relativamene espessas, fortes camadas de fibras elásticas e


músculo liso.
Veias: paredes mais finas, fibras elásticas e músculo liso
Capilares: uma única camada de células

57
Os Vasos Sanguíneos

58
Os Vasos Sanguíneos

• A medida que um vaso maior se ramifica, o número de ramificações


aumenta e o diâmetro diminui;
• Quando o número de ramificações aumenta, a área total da secção
transversal combinada também aumenta;
• Quando os vasos convergem a área total diminui;

59
Geometria dos vasos sanguíneos no mesentério do cão
(↓diâmetro, ↑número, ↑área)

Diâm.(mm) Número Área, cm2 Comprim.,cm Vol.,mL


Vaso
10 1 0,8 40
Aorta
3 40 3,0 20
Art grande 190
1 2.400 5,0 5,0
Ramif.art
0,02 4 x 107 125,0 0,2
Arteríolas
0,008 1,2 x 109 600,0 0,1 60
Capilares
0,03 8 x 107,0 570,0 0,2
Vênulas
2 2,4 x 102 30,0 5,0
Veias 680
Veias 6 40 11,0 20,0 60
grandes
Distribuição do Volume Sanguíneo, pressão e
velocidade (humanos)
Volume,mL Pressão, mmHg Veloc.(cm.s-1)
Aorta 100 100 40
Arterias 300 100-40 40-10
Arteríolas 50 40-30 10-0,1
Capilares 250 30-12 < 0,1*
Vênulas 300 12-10 < 0,3
Veias 2200 10-5 0,3-5
Veia Cava 300 2 5-20

* Permite a difusão de gases e solutos para os tecidos 61


Coagulação Sanguínea e Hemostasia

• Mecanismos para evitar perda de sangue em vasos rompidos:

• Em vertebrados:

1) redução do fluxo devido à redução de PS


2) os vasos lesados se contraem e assim diminuem o fluxo.
3) oclusão dos vasos no local da lesão com um tampão de proteína
coagulada (fibrina em vertebrados) e células sanguíneas (mais
importante)

62
Fibrinogênio (solúvel)  fibrina (insolúvel)
protrombina  trombina (cascata enzimática c/12 fatores-
desencadeados pelo contato do sangue com superfícies estranhas ou
tecidos lesados)

Em invertebrados:
aglutinação de corpúsculos sanguíneos + formação de rede celular

Coagulação verdadeira: artrópodes (?)

63
Movimento de fluidos

64
Movimento de fluidos

Curiosidade: Durante exercícios pesados pode aumentar a quantidade de sangue bombeado pelo coração  por
quatro ou cinco vezes. O som do coração de uma pessoa que faz exercícios pesados são diferentes daqueles de uma
pessoa em repouso. 65
A Física do fluxo em tubos.

66
A Física do fluxo em tubos.

• Descrição de um fluxo estável c/ velocidade constante- Teorema de


Bernouille:
E= (pv) +(mgh) + (½mu2)
• E = Energia total do fluido
• pv = energia potencial atribuída à pressão interna – Pressão (p) x Volume (v)
• mgh = energia potencial atribuída à gravidade -massa (m) x
constante gravitacional (g) x altura (h)
• ½mu2 = energia cinética do fluido em movimento (u)

67
A Física do fluxo em tubos.Peculiaridades do sangue como
fluido

• O conteúdo de energia por unidade de volume (E) pode ser obtido pela
divisão de ambos os lados da equação pelo volume

• Energia total do fluido = E= (pv) +( mgh) + (½mu2)


v v
• E/vol = E’= p + gh + ½  u2 (m/v == densidade)

• Tubo horizontal sem friçção (nenhuma variação em gh)


E’constant - p + ½  u2 = E’- gh = k (Se ↓u, então ↑p)
68
Fluxo em tubo horizontal com fricção e diâmetro constantes
r

Quando um fluido flui em um tubo horizontal, a resistência friccional


leva a uma queda de pressão ao longo do tubo
69
Fluxo em tubo horizontal com fricção e diâmetro variável

Quando um fluido flui através de um estreitamento do tubo, a velocidade do fluxo do fluido


aumenta naquele ponto. A velocidade aumentada é acompanhada por um decréscimo na
pressão.
70
Figura 3.14-Fluido em tubo U r

• O fluido permanece em repouso.

• Na base a pressão é maior do que nos


braços devido ao efeito da gravidade
sobre o fluido, porém o conteúdo de
E/vol é o mesmo em todo o tubo (↑gh
 p↓).
[↓h  ↑p ]
71
Fluido em tubo na forma de U

• Fig.3.14- fluido permanece em repouso.


• Na base do tubo a pressão é > do que nos braços do tubo
[↓h  ↑p ]

Como esses princípios podem ser aplicados?

72
Pressão Sanguínea do homem

Pressões arterial e venosa 73


Pressão Sanguínea do homem

A pressão arterial nos pés excede a pressão


arterial no coração devido ao peso da coluna de
sangue.

Por causa do efeito da gravidade, a pressão do


sangue arterial na cabeça de um homem é
reduzida para aproximadamente 50 mmHg (7
kPa).

Pressões arterial e venosa no homem.


74
Pressão Sanguínea da girafa

Como a cabeça da girafa fica a 2 m acima do coração, o


cérebro pode ser suprido com sangue somente se a PS no
coração estiver a um nível tão alto que seria perigoso nos
humanos 75
• Com a cabeça estando numa posição tão
alta, o coração enorme da girafa deve ser
capaz de distribuir, em qt suficiente,
3m
o sangue oxigenado por 3 m acima até
o cérebro.
• Isso seria um problema (PA muito alta)
quando estivesse com a cabeça abaixada bebendo água,

Solução: paredes arteriais reforçadas, válvulas anti-


acúmulo e de desvio, uma rede de pequenos vasos
sanguíneos (a rete mirabile, ou “maravilhosa rede”) e
sinais sensíveis à pressão, que mantêm o fluxo de sangue
adequado para o cérebro na pressão correta.
76
• o sangue não se acumula nas pernas e uma girafa não
sangra de modo profuso quando sofre um corte na perna.
• Possui pele extremamente rígida e numa faixa interna
de tecido fibroso que evita o acúmulo de sangue.

• Esta combinação da pele tem sido estudada


extensivamente pelos cientistas da NASA no seu
desenvolvimento de roupas gravitacionais para
astronautas.
• Todas as artérias e veias nas pernas da girafa são
localizadas muito internamente.
77
Leis do fluxo: espessura da parede, tensão, viscosidade

• Num cilindro oco, a tensão na parede (T) é igual ao produto da pressão


através da parede (p) e do raio (r):
• Lei de Laplace- T = p.r

• A uma dada pressão, a tensão na


parede aumenta diretamente
proporcional ao raio.
• Para a parede suportar a tensão, a
espessura do vaso deve aumentar
proporcionalmente.

78
Leis do fluxo: espessura da parede, tensão, viscosidade

• Velocidade ↓ pressão ↑
• Raio pequeno ↓ tensão ↓
• Uma única camada de células
consegue resistir a alta pressão pq a
tensão é baixa

• Velocidade ↑ pressão ↓
• Raio pequeno ↑ tensão ↑
• É preciso várias camadas de
células para resistir a tensão
79
Leis do fluxo: espessura da parede, tensão, viscosidade

• A resistência ao fluxo num tubo resulta do atrito


interno no fluido, a viscosidade do fluido

• O fluxo ao longo de um tubo (Q) é proporcional à


queda da pressão ao longo do mesmo e
inversamente proporcional à resistência:


• A resistência (R) é uma função das dimensões do
tubo e da natureza do fluido (viscosidade)
80
Leis do fluxo: espessura da parede, tensão, viscosidade

• O fluxo ao longo de um tubo com diferentes diâmetros é proporcional à


pressão e à quarta potência do raio do tubo, mas inversamente
proporcional ao comprimento do tubo e à viscosidade do fluido. A
relação é formalmente expressa pela equação de Poiseuille, que pode ser
escrita da seguinte forma:

• Q̇ = p/R Lei de Poiseuille (Q) = taxa de fluxo sangulneo,


Q̇ = p. r4.  ∆.p = queda de pressão,
r =raio,
l.8 1 = comprimento do tubo,
ꞃ (eta) = viscosidade.
81
Leis do fluxo: espessura da parede, tensão, viscosidade

• A equação demonstra que enquanto a viscosidade aumenta, o fluxo do


fluido diminui proporcionalmente. E dependendo do diâmetro e da
viscosidade o fluxo vai ser alterado.

• O plasma sanguíneo é mais viscoso que a água e tem uma viscosidade


relativa de cerca de 1,8.

• Quando adicionadas as células a viscosidade do sangue se torna ainda


maior que a viscosidade do plasma isolado

82
Leis do fluxo: espessura da parede, tensão, viscosidade

• Teoricamente quanto menor o


raio do tubo maior seria o
atrito e mais difícil seria para o
sangue fluir, contudo..........

83
Leis do fluxo: espessura da parede, tensão, viscosidade

o! !
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O s an
84
Leis do fluxo: espessura da parede, tensão, viscosidade

Um líquido é considerado newtoniano quando a relação entre a força


aplicada e a deformação for linear. Se o líquido não seguir essa
proporção ele será classificado como não newtoniano

85
Leis do fluxo: espessura da parede, tensão, viscosidade

• O sangue não se comporta como um fluido newtoniano. Sua


viscosidade muda com o r.

• À medida que o r diminui, a viscosidade do sangue diminui e flui mais


facilmente.

• Situação complicada para explicar o fluxo do sangue nos vasos,


principalmente porque os vasos são elásticos e nunca têm r constante.

86
Leis do fluxo: espessura da parede, tensão, viscosidade

• o que é importante: o fluxo sanguíneo pela rede capilar é mais fácil e


a viscosidade aparente do sangue é menor que a esperada,
meramente pelas dimensões dos vasos sanguíneos.

• outro aspecto peculiar do fluxo sanguíneo através dos capilares é que


o diâmetro destes é com frequência consideravelmente menor que o
tamanho de um glóbulo vermelho. Inesperadamente, isso não parece
impedir o fluxo nos capilares: o glóbulo vermelho é facilmente
deformado e passa facilmente através dos capilares.

87
O Sistema Capilar

1) Grande número de capilares (e.g. 1 Bilhão no mesentério do cão)-


1mm2de músculo de cobaia em repouso possui 100 capilares
abertos, no exercício > 3000.
2) Mamíferos de ↓Mb possuem maior densidade capilar
3) Qdo a PS dos capilares > PC das proteínas (mamíferos > do que a
dos outros vertebrados) saída dos fluidos para o IT
4) Qdo PS < PC proteínas  entrada de fluidos nos capilares

88
Velocidade de fluxo, pressão sanguínea e área dos vasos
sanguíneos

89
5) A PS dos capilares é bem variável –

PSart > PSveias < PC das proteínas fluido sai para fora do lado arterial e
re-entra no lado venoso

6) Normalmente a saída de fluidos > entrada  excesso de fluidos fica


na linfa  ductos linfáticos maiores  veias grandes

90
Ligação com o sistema linfático

• A pressão sanguínea no sistema fechado força água, sais e outras substâncias


dissolvidas para fora dos capilares.

• Para evitar acúmulo de fluido no tecido e perda de volume sanguíneo, o sistema


linfático capta excesso de fluido intersticial, devolvendo para o sistema
circulatório

No homem, ~3 L/dia

91
Circulação dos Invertebrados

• Anelídeos
• Equinodermos
•Moluscos
• Artrópodes: - Insetos
- Aracnídeos.
- Crustáceos

92
Circulação dos Invertebrados

• Anelídeos
•Sistema fechado
•Absorção de gases por difusão pela superfície corpórea
•Pigmentos respiratórios dissolvidos no plasma
•Hemoglobina é o pigmento mais comum
•Os anelídeos não possuem um único coração, mas sim várias
dilatações contráteis

93
94
Curiosidade....

•A minhoca gigante (Glossoscolex


giganteus), é o maior animal terrestre
conhecido sem órgãos respiratórios
especializados.

•Pode ter mais de 120 cm de


comprimento, um diâmetro de 2 a 3 cm e
um peso de mais de 500 ou 600 g

95
Circulação dos Invertebrados

Equinodermos:

Possuem três sistemas preenchidos por fluidos


1. O sistema celômico – Espaço entre a parede e o TD é
preenchido com líquido celômico que ajuda no transporte
de nutrientes
2. O sistema hemal (sangue) – fluido separado que pode
possuir pigmentos respiratórios
3. O sistema vascular aquífero (locomoção)

96
Circulação dos Invertebrados

97
Circulação dos Invertebrados

•Moluscos (menos polvo e lula)


•Sistema circulatório aberto
•Pigmentos respiratórios-
hemocianina/hemoglobina

98
Circulação dos Invertebrados

•Moluscos (polvo e lula)


•Sistema circulatório fechado altamente desenvolvido

99
Circulação dos Invertebrados

Artrópodes: - Insetos

• circulação aberta
• Movimentos peristálticos ou corações do tipo
bomba, normalmente funcionando por sucção
• Principal função do sangue é levar nutrientes e
metabólitos pelo corpo

100
101
Circulação dos Invertebrados

Artrópodes: - Aracnídeos

• Semelhante aos insetos + respiração


• Sistema aberto
• Coração localizado no abdômen
• Normalmente possui hemocianina como pigmento
respiratório

102
Circulação dos Invertebrados

Artrópodes: - Crustáceos
Sistema circulatório aberto
Estrutura variada
• pequenos – sistema pouco desenvolvido
•Grandes (decápodos) – sistema desenvolvido com
pigmentos (hemocianina) e presença de brânquias

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Pressão Sanguínea (PS)

• A PS é mantida, mesmo quando o coração está em diástole, devido à


resistência oferecida ao fluxo sanguíneo pela parede elástica das arteríolas, que
faz aumentar a pressão nos vasos imediatamente anteriores, as artérias, pois o
sangue entra mais rapidamente nestes vasos do que pode ser escoado. 

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• A pressão que o sangue exerce sobre as paredes dos vasos – pressão
sanguínea – é máxima nas artérias, atingindo valores quase nulos nas veias
cavas. 

• Na aorta verifica-se um valor máximo de pressão (120 mmHg),


correspondente à sístole ventricular, e um valor mínimo (80 mmHg),
correspondente à diástole ventricular.

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Determinação da PA humana r

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Exemplos de atividades/projetos

• Análise morfológica do coração de mamíferos (boi) e peixes, relacionar com a


fisiologia circulatória de cada um;
• Análise de hemogramas de seres humanos sadios e doentes
• Coleta de hemolinfa em caranguejos e
caracterização bioquímica do pigmento
respiratório;

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