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Os Solventes Orgânicos e os

Riscos para a Saúde Humana


.
Estrutura da Apresentação
Os riscos no Indústria do Petróleo.
Processo Produtivo e Exposição.
Efeitos sobre o Organismo.
Principais Poluentes Químicos Ambientais.
Toxicocinética e Toxicodinâmica.
Limites de Exposição.

O Benzeno e seus efeitos à saúde.


A Intoxicação Crônica.
Alterações no sangue e na medula óssea.
Os exames laboratoriais.
Avaliação Ambiental.

A Vigilância em Saúde do Trabalhador.


Acordo Nacional do Benzeno: PPOB e GTB
Riscos Químicos
 Os riscos ambientais e para a saúde humana
decorrentes da exploração do Petróleo tem como
principais fatores:

 O Petróleo representar a principal fonte de energia.

 A grande dependência do Petróleo e seus derivados


na Sociedade Contemporânea.
Processo Produtivo e Exposição
 Os riscos de exposição estão presentes em todas as
fases da produção:
 Perfuração e Produção: Intoxicação por SO2, HC
voláteis etc.
 Transporte: Emissão de Gases e Vapores durantes as
transferências.
 Refino: Riscos potencialmente maiores: exposição a
compostos de enxofre, nitrogênio, monóxido de
carbono, gases inertes, HC Aromáticos e Alifáticos etc.
 Distribuição: Óleos lubrificantes, efeito
desengordurante dos combustíveis.
Efeitos à Saúde Humana
 Os efeitos tóxicos da exposição aguda ou crônica
podem ser didaticamente sistematizados em:
 Efeitos Neurocomportamentais.
 Hematológicos (leucopenia, pancitopenia, hipoplasia
ou aplasia medular).
 Mutagênicos (Reprodução Humana)
 Carcinogênicos (Leucemia)
 Dermatológicos

 Pulmonares
Principais Poluentes Químicos
Ambientais
 Os principais produtos liberados durante a exploração,
transformação, refino e distribuição do petróleo,
responsáveis pela poluição no mundo moderno são:
 Monóxido de Carbono.

 Compostos de Enxofre.

 Hidrocarbonetos Aromáticos (Benzeno etc).

 Hidrocarbonetos Alifáticos.

 Óxidos de Nitrogênio (N2O, N2O3 , N2O5).


A Toxicocinética das Substâncias
Químicas
 O caminho percorrido pela substância química
(xenobiótico), desde a sua penetração no organismo
ate a sua eliminação “in natura” ou em forma de
compostos secundários (metabólitos). Inclui os
seguintes processos:
 Absorção (Pele, Via Oral e Via Respiratória).

 Distribuição (Sangue e Linfa).

 Armazenamento (Tecidos: Adiposo – Medula).

 Biotransformação (Fígado).

 Eliminação (Respiração, Transpiração, Urina etc.)


A Toxicodinâmica das Substâncias
Químicas
 O estudo dos mecanismos de ação da substância
química (xenobiótico) ou de seus metabólitos no
interior do organismo. Considera os seguintes fatores:

 A Duração da Exposição (aguda, subaguda, crônica).

 Grau ou Tipo de Exposição.

 Intensidade dos Efeitos.


Os Limites de Exposição
 E a relação direta ente a concentração e a intensidade
dos efeitos.
 A concentração das substâncias químicas é expressa
em ppm (partes por milhão) ou em mgm3 .

 Padrões adotados são os da ACGIH (EUA).

 TLV ou LT: Valores Limites de Tolerância.

 Limite de Ação: quando o nível da substância alcançar


50% do limite máximo permitido (PPRA-NR-9)
deverão ser tomadas medidas para correção e
afastamento da exposição.
Os Limites de Exposição para o Benzeno
 E importante registrar que não existe limite seguro para a
exposição ao Benzeno.
 Limite de Exposição Permitido (PEL) estabelecido pela OSHA
(EUA): 1 ppm (3,2 mgm3)
 Limite de Exposição (TLV-TWA) adotado pela ACGIH (1998) é de
0,5 ppm (1,6 mgm3).
 IARC – Agencia Internacional de Classificação do Câncer: Benzeno:
Grupo A1 – Carcinogênico Humano Confirmado.
 Limite de Exposição Recomendado (REL) pela NIOSH (EUA) e de
0.1 pp.
 Brasil: NR-15 estabelece o VRT (Valor de Referência Tecnológico)
para o Benzeno: 1,0 ppm para as empresas abrangidas pelo Anexo
13-A e de 2,5 ppm para as Siderúrgicas.
O Benzeno e seus Efeitos: Histórico
 O Benzeno e uma das substâncias químicas mais
estudadas, os primeiros casos relatados de
envenenamento datam do Século XIX.
 Cronologia:

 1862 - Inglaterra: 1o. Caso de intoxicação aguda.


 1916 - Selling: casos de leucopenia e anemia.
 1928 - Delore & Bergomano: leucemia.
 1939 - Bowditch & Elkins, Hunter, Mallory: estudos
dos efeitos hematóxicos.
 1970: Estudo dos efeitos citogenéticos e alterações
cromossômicas.
Mecanismo de Agressão do Benzeno
 “...penetrando no organismo, age como tóxico e
qualquer grau de exposição e perigoso”. Kipen et al.,
1988.
 Principal via de absorção: Respiratória.
 Intoxicação Aguda: A retenção é maior no Sistema
Nervoso Central.
 Intoxicação Crônica: A retenção é maior na medula
óssea, fígado e tecido adiposo.
 Ação Mielotóxica: determinada pelos produtos de sua
metabolização no organismo: catecol, hidroquinona e
derivados (benzoquinona).
 A medula óssea é um sítio de eleição pois é rica em
tecido gorduroso.
Avaliação Laboratorial na Exposição
Crônica
 A Produção dos Elementos do Sangue: a célula
primitiva (stem cell), leucócitos, hemácias e plaquetas.
 O Hemograma Normal
 Condições ideais para coleta e análise.
 Contagem de células: método manual, automatizado.
 O valor leucocitário basal.
 Os exames seriados (a cada 6 meses), com contagem
de plaquetas e reticulócitos.
 As variações intraindividuais
 As controvérsias na interpretação dos resultados.
 A indicação da Punção de Medula Óssea: Mielograma.
IBE – Indicador Biológico de Exposição
 Acido Trans Mucônico na Urina
 Valor de Referência : 0,5 mgg de Creatinina.
 Condições ideais para coleta e análise: trabalhador
precisa estar em atividade com exposição.
 IBMP: 1,4 mgg Creatinina.
 Acido S-fenil-mercapturico na Urina (ACGIH)
 Valor de Referência: 0,5 mgg de Creatinina.
 Condições ideais para coleta e análise: ao final da
jornada de trabalho.
 IBMP: 25 mgg Creatinina.
Principais Efeitos Hematóxicos
 As principais alterações hematológicas são:
• Aplasias e hipoplasias de Medula Óssea: lesão na
célula essencial (stem cell).
• Citopenias: leucopenia, anemia e plaquetopenia.
• “... existe uma variação de resposta para cada
pessoa, bem como e variável a suscetibilidade
individual, o quadro clinico e hematológico apresenta
por conseguinte grande variação”.
Alterações no Sangue Periférico
 As principais alterações observadas no exame de
sangue (hemograma) de expostos ao benzeno são:
• Pancitopenia ou citopenia isolada:
 Leucopenia: queda dos glóbulos brancos
(Neutropenia, Linfopenia ou Inversão da Relação
NeutrófiloLinfócito)
 Anemia: queda dos glóbulos vermelhos e/ou
 Plaquetopenia: redução do no. de plaquetas.

• anemia aplástica; e
• leucemia mielóide aguda.
Diagnóstico Diferencial
 As principais nosologias para estabelecer o
diagnóstico diferencial de uma alteração
hematológica são:
• Pancitopenia ou citopenia isolada originada por SIDA,
Câncer, Doenças Virais (Hepatite etc.)
• Anemia por deficiência de ferro, por doença crônica
etc.
• Anemia aplástica por medicamento.
• Leucemia de outra natureza.
Vigilância dos Trabalhadores Expostos: I
 Segue os preceitos da Saúde Ocupacional:
• NR-7 (PCMSO)
• NR-15 (Anexo 13-A)
• Instrução Normativa No. 2 (20.12.95)
 Anamnese clinico-ocupacional,
 Exame Físico,
 Exames Complementares (Hemograma completo +
reticulócitos, no mínimo, semestral).
 Dados epidemiológicos
 Dados toxicológicos dos grupos de risco (Indicador
Biologico de Exposição: Acido Trans Mucônico).
Vigilância dos Trabalhadores Expostos: II

 Detecção Precoce e Reversão das Citopenias e


Aplasias.
 Prevenção das Leucemias.
 Diagnostico e Tratamento Precoce das Leucemias.
 Aspectos Legais:
 Acordo Nacional do Benzeno
 Estabelecimento do Nexo Causal (relação de causa e
efeito entre a doença e a exposição).
 Emissão da CAT – Comunicação de Acidente de
Trabalho.
 Afastamento do Trabalho: Auxilio Doença Acidentário
(Tipo B91 – INSS) e da reabilitação profissional (CRP).
Reconhecimento do Nexo Causal entre a Doença e o

Trabalho

 Decreto No. 304899, Artigo 337. Para o


reconhecimento técnico do nexo causal a Perícia
Médica deve considerar os seguintes elementos:
 A história clínica e ocupacional.
 O estudo do local de trabalho.
 O estudo da organização do trabalho.
 Os dados epidemiológicos.
 A ocorrência de quadro clinico ou incapacitante em
trabalhador exposto a condições agressivas.
 A identificação de riscos físicos, químicos, biológicos,
mecânicos, ergonômicos e outros.

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