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TOXICOLOGIA

Toxicologia clínica

Profa. Dra. Andressa Keiko Matsumoto


• Unidade de Ensino: 4

• Competência da Unidade: Conhecer as medidas de


prevenção, controle e vigilância das intoxicações no Brasil.

• Resumo: Tratamento inicial de indivíduos intoxicados,


assim como as medidas preventivas contra as
intoxicações.

• Palavras-chave: controle, vigilância, intoxicações.

• Título da Teleaula: Toxicologia clínica

• Teleaula nº: 4
Contextualização
 Prevenção de intoxicações toxicologia clínica
 Tratamento do paciente intoxicado
 Análise toxicológica de emergência
 Metemoglobina
 Descontaminação do trato gastrintestinal (TGI)
 Serviços de toxicovigilância e análises toxicológicas
Prevenção de
intoxicações toxicologia
clínica
Prevenção de intoxicações toxicologia clínica
Anvisa
Vigilância
Brasil
em saúde Secretarias de saúde
estaduais e municipais

Responsáveis por regular, normatizar, controlar e fiscalizar a área de vigilância sanitária.

Lei n. 8.080/90

Regula as ações do SUS, a vigilância epidemiológica é os Ciats são


responsáveis por registrar seus atendimentos em um banco de dados
que será utilizado como referência para o conhecimento de
intoxicações causadas por substâncias químicas.
Prevenção de intoxicações toxicologia clínica
coletar dados sobre intoxicações e
reações adversas a fármacos.
Sistema Nacional de
SINITOX Informações elaborar estatísticas de morbidade
Toxicofarmacológicas e fornecer informações aos órgãos
do governo responsáveis por
regulamentar o setor.

Norma Regulamentadora n. 7 (NR 7)

Obriga a elaboração e implementação do programa de controle


médico de saúde ocupacional (PCMSO), por todas as empresas, com a
finalidade de promover e preservar a saúde de seus empregados.
Prevenção de intoxicações toxicologia clínica
Notificados e
Todos os casos
Portaria n. registrados no sistema
suspeitos de
104/GM/MS, de 2011 de agravos de
intoxicação
notificação (sinan).

Estratégica para prevenção e controle de intoxicações

• Utilização de embalagens de segurança para proteção


das crianças;
• Venda de medicamentos fracionados
Tratamento do
paciente intoxicado
Tratamento do paciente intoxicado
Sete passos para a execução do processo de diagnóstico:

1. Fazer uma lista dos sinais (observados no exame clínico), dos


sintomas (queixas do doente) e dos resultados de exames
laboratoriais.
2. Localizar os achados do item 1 anatomicamente.
3. Interpretar os achados do item 1.
4. Formular hipóteses sobre a origem da doença.
5. Testar as hipóteses (exames adicionais podem ser necessários).
Definir o diagnóstico com o máximo de certeza que os dados
permitirem.
6. Desenvolver um plano em que será registrado cada problema,
exame, avaliação adicional de um diagnóstico, consulta com
especialista, alterações de medicação, entre outros itens.
Tratamento do paciente intoxicado

1. avaliar e tratar as vias aéreas comprometidas, a ventilação pulmonar e a


estabilidade hemodinâmica.
2. controle da temperatura apenas aquecendo ou resfriando o corpo do paciente
ou o ambiente.

Fonte: https://moodle.unasus.gov.br/vitrine29/mod/page/view.php?id=2899 Acesso em: 27 jun. 2022.


Tratamento do paciente intoxicado

3. Descontaminação da pele das mucosas seria o próximo passo.


4. Roupa do paciente deve ser retirada e descontaminada delicadamente.
5. Entrar em contato com o CIAT mais próximo do local.

Hipertermia (temperatura
acima de 40 °C)
Hipotermia (temperatura
abaixo de 35 °C)

Fonte: https://www.infoescola.com/fisiologia/hipotermia/. Acesso em: 27 jun. 2022.


Tratamento do paciente intoxicado
Abordagem ABCDE
Efeitos tóxicos tardios  continuar sendo absorvidas
 complicações como convulsões, hipoglicemia,
instabilidade hemodinâmica e respiratória.

Observados por, no mínimo, 6 horas

Fonte: https://pt-br.facebook.com/eliteresgate/photos/phtls-xabcdemnem%C3%B4nico-do-trauma-ganhou-uma-nova-letra-
com-a-atualiza%C3%A7%C3%A3o-do-phtls/263238200991854/. Acesso em: 27 jun. 2022.
Escala de coma de
Glasgow
Escala de coma de Glasgow
Denise é técnica do laboratório de Pós Graduação da Universidade Estadual da região, e
trabalha há anos mantendo o laboratório em ordem e ajudando os estagiários que por
ali passam. Certo dia, ao chegar ao laboratório Denise encontra Laura caída ao chão,
uma aluna de farmácia que iniciou estágio ali há poucos dias. Para avaliar o nível de
consciência de Laura, Denise utilizou a escala de Glasgow.

Como a escala de coma de Glasgow foi


aplicada neste caso?
Escala de coma de Glasgow

Fonte:https://br.pinterest.com/pin/73260906435
6375774/. Acesso em: 27 jun. 2022.
Análise toxicológica
de emergência
Análise toxicológica de emergência
O agente tóxico necessita ser analisado o mais rápido possível, pois o tratamento
adequado do paciente intoxicado depende do resultado dessas análises em tempo hábil.
CCD –
Avaliar o paciente
Triagem Cromatografia de
suspeito de intoxicação
camada delgada

Mudança de coloração
Ditionito de
da amostra para azul
sódio diluído em
confirma a presença de
solução alcalina
“paraquat” na urina
Urina
Análise toxicológica de emergência

Sinais e sintomas Triagem de tal


Conhece o agente
da intoxicação são agente não é
tóxico
bem definidos necessária

Avaliar alterações bioquímicas que a


substância tóxica possa alterar

Um exemplo de análise bioquímica para detectar a presença de um


agente tóxico no sangue é a medida de metemoglobina identificar
sulfonas, nitritos, nitratos, fenóis, naftaleno etc
Análise toxicológica de emergência
Existem alguns fatores que dificultam a interpretação dos resultados e a confirmação
de uma intoxicação:

Material biológico inadequado


Anamnese
incompleta Material biológico mal
acondicionado

Presença de outras patologias Síndrome de


abstinência
Envolvimento de vários agentes tóxicos
Perguntas?
Metemoglobina
Metemoglobina

Forma oxidada da hemoglobina.

Não se ligar ao oxigênio.

Aumenta a afinidade deste pela porção


parcialmente oxidada da hemoglobina.
Metemoglobina
Síndrome clínica causada pelo aumento
da concentração de metemoglobina

Cianose central

Metemoglobinemia

Exposição a agentes
químicos diversos

Quadros leves: tratamento consiste na remoção do agente indutor,


administração de O2 em alto fluxo, observação clínica e análise co-
oximétrica evolutiva.
Metemoglobina
forma adquirida (aguda) resulta da exposição a oxidantes diversos

Eventualmente surge em situações patológicas,


como sepse, crise falcêmica e infecções
gastrintestinais em crianças.
Metemoglobinemia

Grande parte das intoxicações que resultam em MetHba


tem como agentes causadores nitritos ou nitratos
Exames solicitados em
caso de intoxicação
Exames solicitados em caso de intoxicação
Dra. Amélia atendeu uma garota de 15 anos chamada Daniela, com sintomas claros de
síndrome sedativo-hipnótica, como hipotermia, hipotensão e bradicardia. Foi levada
até o CIAT por uma amiga, que a encontrara desmaiada no chão de seu quarto. A
amiga não sabia ao certo o que poderia ter acontecido, mas suspeitou de tentativa de
suicídio, já que, no dia anterior, Daniela havia dito que estava prestes a confirmar que
algo mudaria seus planos para o futuro. Dra. Amélia procedeu ao atendimento inicial e
imediatamente solicitou análises toxicológicas ao laboratório.

Quais análises Dra. Amélia


deve solicitar, nesse caso?
Exames solicitados em caso de intoxicação

Barbitúricos,
Síndrome Análises para
benzodiazepínicos
sedativo-hipnótica detectar
e etanol.

Médica também solicitou uma dosagem hormonal para confirmar a gravidez.

As matrizes biológicas mais utilizadas nas análises de


urgência são a urina, o sangue, o lavado gástrico, o
aspirado gástrico e o vômito.

Agentes químicos podem também atravessar a


barreira placentária e causar malformações no feto.
Descontaminação do
trato gastrintestinal
(TGI)
Descontaminação do trato gastrintestinal (TGI)
Xarope de ipeca

Utilizado para a indução de vômitos, devido à presença de alcaloides (emetina e cefalina) em sua
composição, que provocam irritação gástrica e estimulação do sistema nervoso central (SNC).
Não deve ser empregado
rotineiramente em unidades
Uso controverso
de emergência

Causar efeitos adversos, como


vômitos persistentes por mais de
uma hora, broncoespasmo,
sangramento esofágico e bradicardia.
Descontaminação do trato gastrintestinal (TGI)
Lavagem gástrica
Não deve ser empregado
rotineiramente em
unidades de emergência

Fonte: http://www.soenfermagem.net/tecnicas/sondagem.html. Acesso em: 27 jun. 2022.


Descontaminação do trato gastrintestinal (TGI)
Carvão ativado

Empregado como medida de descontaminação


gastrintestinal na maioria dos casos de intoxicação,
adsorvendo muitas substâncias químicas.

Obtido pelo superaquecimento (600 °C a 900 °C) de


material orgânico (madeira, casca de coco).

Ativação com vapor ou ar quente para aumentar sua


capacidade de adsorção.
Fonte: https://g1.globo.com/bemestar/noticia/carvao-ativado-bem-estar-explica-seus-usos-beneficios-e-contraindicacoes.ghtml.
Acesso em: 27 jun. 2022.
Descontaminação do trato gastrintestinal (TGI)
Uso de antídotos

Antagonistas específicos são substâncias químicas capazes de impedir a ação de


outra substância mais tóxica, reduzindo seus efeitos nocivos.

Ação é específica frente ao agente tóxico

benefícios terapêuticos superem os riscos, pois os


antídotos também possuem sua toxicidade
Descontaminação do trato gastrintestinal (TGI)
Eliminação dos agentes tóxicos
Métodos que aceleram os processos fisiológicos dentro do organismo, como:

• Diálise gastrintestinal;
• Administração de resinas;
• Eliminação renal;
• Métodos de remoção extracorpórea, como a hemodiálise.

Administração de doses múltiplas de carvão ativado,


fazendo com que a mucosa intestinal funcione como
membrana dialítica.
Serviços de
toxicovigilância e
análises toxicológicas
Serviços de toxicovigilância e análises toxicológicas
Centro de Informações Tóxico-Farmacológicas de Goiás (CIT):

Centro de referência em toxicologia do estado de goiás, e está localizado na cidade de goiânia.

Faz parte da rede nacional de centros de informação


e assistência toxicológica (RENACIAT), que é
coordenada pela ANVISA e assessorada pela Fiocruz.
Serviços de toxicovigilância e análises toxicológicas
Centro de Informações Toxicológicas de Santa Catarina (CIT):
Centro é referência na área de Toxicologia Clínica no estado de Santa Catarina, e realiza
atendimentos 24 horas por dia, por telefone e/ou presencial.

1. Fornecimento de dados aos profissionais de saúde.


2. Orientação à quanto aos primeiros socorros em casos de intoxicação.
3. Acompanhamento dos casos de intoxicação até a resolução deles.
4. Assessoria técnica aos órgãos públicos na área de Toxicologia Clínica.
5. Capacitação profissional na área da Toxicologia.
6. Palestras educativas com o objetivo de prevenir acidentes tóxicos.
7. Elaboração de relatório mensal dos acidentes tóxicos atendidos.
8. Identificar animais peçonhentos e plantas tóxicas.
Serviços de toxicovigilância e análises toxicológicas
Centro Antiveneno da Bahia (CIAVE):
Centro de referência estadual para intoxicações exógenas no estado da Bahia. Presta assistência
a pacientes e orientação toxicológica especializada em plantões ininterruptos.

Além dos atendimentos, o centro promove as seguintes ações:

1. Cursos anuais de Toxicologia Básica para estudantes e profissionais.


2. Estágio, com duração de um ano.
3. Treinamento de emergencistas e agentes comuniatários por meio de
seus projetos de descentralização de atividades e de capacitação.
4. Elaboração e distribuição de material informativo sobre os principais
grupos de agentes tóxicos para profissionais de saúde e de
educação, estudantes e a população em geral.
Serviços de toxicovigilância e análises toxicológicas

12 mil casos

diariamente
Cada 1.000 pacientes
intoxicados Um morre

12 brasileiros morrem intoxicados por substâncias químicas


todos os dias.

Cada CIAT reflete as características da instituição a que está vinculado


(universidades, secretarias estaduais ou municipais de saúde).
Intoxicação por ácido
acetilsalicílico (AAS)
Intoxicação por ácido acetilsalicílico (AAS)
Caio conseguiu um estágio no CIAT e colocando em prática todos os conhecimentos
adquiridos em aula sobre a Toxicologia Clínica. Durante seu estágio, ele terá a oportunidade
de vivenciar as diferentes atividades prestadas pelo CIAT, desde o atendimento de emergência
até a rotina de análises toxicológicas. No primeiro momento, as atividades do estágio são as
de acompanhar e notificar o atendimento ao paciente intoxicado. Em seu primeiro
acompanhamento, ele esteve junto do caso de uma criança intoxicada por ácido acetilsalicílico
(AAS), administrado pela própria mãe. O médico plantonista examinou a criança e solicitou
alguns exames laboratoriais para confirmar a intoxicação.

Qual seria o risco em administrar


AAS a uma criança?
Intoxicação por ácido acetilsalicílico (AAS)

salicilatos Doença
Síndrome de
(incluindo o hepática em
Reye
AAS) crianças

• Os primeiros sintomas incluem diarreia, respiração rápida,


vômitos e fadiga intensa. Sintomas como confusão, convulsões e
perda de consciência precisam de tratamento emergencial.
• Não há tratamento específico para a síndrome de Reye além de
cuidados paliativos e do acompanhamento rigoroso para
observar se há complicações.
Testando o
conhecimento.
A hipotermia (temperatura abaixo de 35 °C) está
relacionada com o uso de quais substâncias?

Acesse o site: www.menti.com


Código:
Recapitulando......
 Prevenção de intoxicações toxicologia clínica
 Tratamento do paciente intoxicado
 Análise toxicológica de emergência
 Metemoglobina
 Descontaminação do trato gastrintestinal (TGI)
 Serviços de toxicovigilância e análises toxicológicas

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