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GESTÃO

FINANCEIRA
Licenciatura em Comércio e Negócios Internacionais
INTRODUÇÃO
■ A missão de uma organização ou unidade empresarial, com ou sem fins lucrativos é a
criação de valor para os seus acionistas e clientes.

■ Pelo que deve orientar a sua missão a partir de reflexões estratégicas sobre um dado
conjunto de elementos, como:

MÉTODOS DE VENDA E CANAIS DE


PRODUTOS / SERVIÇOS
DISTRIBUIÇÃO
CRESCIMENTO PRETENDIDO E SEU
MERCADOS / SEGMENTOS
FINANCIAMENTO
NECESSIDADES A
SATISFAZER RENTABILIDADE (LUCRO)
PRETENDIDA
TECNOLOGIA A UTILIZAR

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INTRODUÇÃO

■ O objetivo empresarial:

– aumentar a rentabilidade e minimizar o risco

■ O que pressupõe:

– existência de um sistema de informação que permita o acompanhamento


permanente dos objetivos fixados, garantido a sua execução

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INTRODUÇÃO
■ É imprescindível que as contínuas aplicações de fundos realizadas pela empresa em:

– meios estruturais (Ativo Fixo)

– meios operacionais (Fundo de Maneio)

– participações noutras entidades (estratégicos ou de rendimento)

se encontrem em consonância com os objetivos a atingir e permitam uma adequada


rentabilidade.

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INTRODUÇÃO
■ Os investimentos empresariais caracterizam-se pela sua:
Rendimento obtido num determinado período de tempo por um investimento. A sua medição é
normalmente efetuada por uma taxa, calculada pela relação entre o rendimento obtido e o custo do capital
RENTABILID
investido. Mas, essa rentabilidade esperada é incerta, porquanto:
ADE
a) Há o risco de não se concretizar; ou
b) De se verificar uma rentabilidade negativa (decréscimo nominal dos capitais investidos).

Risco: elemento de incerteza que pode afetar o resultado duma operação económica, ou seja, o risco de
não se concretizar a rentabilidade esperada de um investimento ou mesmo ser negativa.
SEGURANÇA Normalmente, uma maior segurança (risco reduzido) corresponde a uma menor rentabilidade.

EM PRINCÍPIO, QUANTO MENOR FORO RISCO MENOR A INCORPORAÇÃO DO PRÉMIO DE RISCO NA


RENTABILIDADE

A realização de lucros depende de vários fatores, como sejam:


CAPACIDADE DOS GESTORES de percecionarem o meio em que a empresa desenvolve a atividade
LIQUIDEZ SITUAÇÃO NO MERCADO dos produtos/serviços comercializados pela empresa
DECISÕES DA ADMINISTRAÇÃO, quer ao nível da estrutura de custos, quer quanto à estrutura
financeira da empresa

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ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO
DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS

CAPÍTULO I
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ OBJETIVOS:

– Conhecer as diferentes peças contabilísticas que existem e saber que informação é possível
extrair de cada uma:
■ Balanço: diferença entre o valor contabilístico e o valor de mercado

■ Demonstração de Resultados:
■ Resultados por natureza e resultados por funções

■ Diferença entre o Resultado líquido e Cash-Flow

■ Demonstração de Fluxos de Caixa

■ O papel do Anexo ao Balanço e Demostração de Resultados

■ Impostos

■ Certificação legal de contas


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O QUE SÃO DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ As demonstrações financeiras são relatórios contabilísticos que apoiam a tomada de decisão nas empresas.

■ As três principais demonstrações são:

Balanço Demonstração Resultados Fluxos de Caixa

Operacional
Capital
Gastos
Própio
Ativos Receitas Investimento

Capital Lucro ou
Financiamento
Alheio Prejuízo

■ As três demonstrações principais estão intrinsecamente ligadas umas às outras, mais à frente iremos ver como.
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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

■ BALANÇO

CAPITAIS Interesse residual nos


ATIVO NÃO PRÓPRIOS ativos da entidade depois
CORRENTE de deduzir todos os seus
Recurso controlado por passivos
uma entidade como
resultado de
acontecimentos PASSIVO NÃO Obrigação presente da
passados e do qual se CORRENTE entidade proveniente de
espera que fluam acontecimentos passados,
benefícios cuja liquidação se espera que
económicos futuros ATIVO resulte num exfluxo
para a entidade CORRENTE de recursos da entidade que
PASSIVO incorporem benefícios
CORRENTE económicos

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ BALANÇO

ATIVO NÃO CAPITAIS PRÓPRIOS


(Interesses comuns e
CORRENTE
(Propriedades, Terrenos e
Resultados Retidos)
Equipamentos, Tecnologia, Patentes,
Marcas registadas)

PASSIVO NÃO
DECISÕES DE CORRENTE
(Vencimento > 1 ano) DECISÕES DE
INVESTIMEN (Empréstimo de longa duração) FINANCIAMENTO
TO
ATIVO CORRENTE
(Dinheiro, Inventários e Contas a
Receber)
PASSIVO CORRENTE
(Vencimento até 1 ano)
(Contas a pagar)

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ BALANÇO Para assegurar este equilíbrio, todas as transações são
– Regra base EQUILÍBRIO
registadas no Balanço em 2 espaços.

Partidas
Dobrada
s
CAPITAL
+
ATIVO PASSIVO

Factos Factos
Patrimoniais Patrimoniais
Modificativos Permutativos

ATIVO = CAPITAL PRÓPRIO +


PASSIVO 11
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ BALANÇO
– 2 formas de movimentação:
Ativo Passivo e Capital
01. Próprio
Ativo Corrente Passivo Corrente
Registo de transações que afectam Caixa e Equivalente (100) Dívida curto prazo (100)
os 2 lados do Balanço Ativo não Corrente Passivo não Corrente
Capital Próprio
Total Ativo (100) Total Passivo + CP (100)

02. Ativo Passivo e Capital


Próprio
Ativo Corrente Passivo Corrente
Registo de transações que afectam
Caixa e Equivalente (100)
apenas 1 lado do Balanço
Ativo não Corrente Passivo não Corrente
Equipamento 100 Capital Próprio
Total Ativo 0 Total Passivo + CP 0
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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ BALANÇO

?
Como é que registamos estas

■ Imagine as seguintes transações de uma empresa: transações num Balanço?


– Emitir ações por 100 em dinheiro
– Efetuar um empréstimo bancário a 4 anos de 50
– Comprar equipamento e maquinaria por 80
– Comprar inventário por 60
– Vender todo o inventário por 90
– Pagamento de salários de 20
– Pagamento de juros de 3

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ 01. Emitir ações por 100 em dinheiro

Ativo Passivo e Capital Próprio

Ativo Corrente Passivo Corrente

Caixa e Equivalente ↑ 100


Passivo não Corrente

Ativo não Corrente Capital Próprio

Ações Comuns ↑ 100


Total Ativo 100 Total Passivo + CP 100

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ 02. Efetuar um empréstimo bancário a 4 anos de 50

Ativo Passivo e Capital Próprio

Ativo Corrente Passivo Corrente

Caixa e Equivalente (100+50) ↑ 150


Passivo não Corrente

Empréstimo bancário ↑ 50
Ativo não Corrente Capital Próprio

Ações Comuns 100

Total Ativo 150 Total Passivo + CP 150

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ 03. Comprar equipamento e maquinaria por 80

Ativo Passivo e Capital Próprio

Ativo Corrente Passivo Corrente

Caixa e Equivalente (150-80) ↓70

Passivo não Corrente

Empréstimo bancário 50

Ativo não Corrente Capital Próprio

Equipamento ↑ 80 Ações Comuns 100

Total Ativo 150 Total Passivo + CP 150

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ 04. Comprar inventário por 60

Ativo Passivo e Capital Próprio

Ativo Corrente Passivo Corrente

Caixa e Equivalente (70-60) ↓10

Inventário ↑ 60 Passivo não Corrente

Empréstimo bancário 50

Ativo não Corrente Capital Próprio

Equipamento 80 Ações Comuns 100

Total Ativo 150 Total Passivo + CP 150

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ 05. Vender todo o inventário por 90
Ativo Passivo e Capital Próprio

Ativo Corrente Passivo Corrente


Caixa e Equivalente (10+90) ↑ 100
Inventário ↓0 Passivo não Corrente
Empréstimo bancário 50
Ativo não Corrente Capital Próprio
Equipamento 80 Ações Comuns 100
Resultados retidos ↑ 30
Total Ativo 180 Total Passivo + CP 180

Venda – Custo Inventário = 90 – 60 = 30


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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ 05. Pagamento de salários de 20
Ativo Passivo e Capital Próprio

Ativo Corrente Passivo Corrente


Caixa e Equivalente (100-20) ↓80
Inventário 0 Passivo não Corrente
Empréstimo bancário 50
Ativo não Corrente Capital Próprio
Equipamento 80 Ações Comuns 100
Resultados retidos ↓10
Total Ativo 160 Total Passivo + CP 160

Venda – Custo Inventário - Salários = 90 – 60 – 20 = 10


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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ 06. Pagamento de juros de 3
Ativo Passivo e Capital Próprio

Ativo Corrente Passivo Corrente

Caixa e Equivalente (80-3) ↓77


Inventário 0 Passivo não Corrente
Empréstimo bancário 50
Ativo não Corrente Capital Próprio
Equipamento 80 Ações Comuns 100
Resultados retidos ↓7
Total Ativo 157 Total Passivo + CP 157

Venda – Custo Inventário - Salários - Juros= 90 – 60 – 20 – 3 = 7


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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Se as operações de compra e venda de Inventário

?
fossem com recurso a crédito: Quais as diferneças no Balanço ao
registamos estas transações com

– Comprar inventário a crédito por 60 recurso a crédito?


– Vender todo o inventário a crédito por 90

Contas a Pagar Contas a Receber

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ 07. Vender e Comprar Inventário a Crédito
Ativo Passivo e Capital Próprio

Ativo Corrente Passivo Corrente


Caixa (100 + 50 - 80 - 20 - 3) ↓47 Contas a pagar ↑ 60
Contas a receber ↑ 90 Passivo não Corrente
Inventário (60-60) ↓0 Empréstimo bancário 50
Ativo não Corrente Capital Próprio
Equipamento 80 Ações Comuns 100
Resultados retidos ↓7
Total Ativo 217 Total Passivo + CP 217

Venda – Custo Inventário - Salários – Juros = 90 – 60 – 20 – 3 = 7


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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ BALANÇO

APLICAÇÕES DE FUNDOS ORIGENS DE FUNDOS


Capital Próprio
Ativos Não Corrente • Capital realizado
• Ativo fixo tangível • Reservas
• Ativo intangível • Resultados transitados
• Investimentos financeiros • Resultados Líquidos
…. …
Ativos Corrente (CP) Passivo Não Corrente
Necessidades Cíclicas • Financiamentos obtidos
GRAU DE • Inventários …
GRAU DE
LIQUIDEZ • Clientes
Passivo Corrente
EXIGILIDADE
….
• Recursos cíclicos
Necessidades acíclicas (Tesouraria • Fornecedores
ativa) • Estado e outros entes públicos
• Caixa e depósivos bancários …
….
Recursos Acíclicos
(Tesouraria Passiva)
• Financiamentos obtidos (cp)

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ BALANÇO
■ O Balanço Patrimonial exibe os Ativos, Passivos e Capital Próprio de uma empresa num determinado momento.
– Os dois lados do balanço devem-se equilibrar: os ativos devem ser iguais aos passivos mais o património
líquido.
– Os ativos começam com Caixa e Equivalentes, que devem ser iguais ao saldo encontrado no final da
demonstração do fluxo de caixa.
■ O balanço patrimonial exibe o saldo final em cada conta principal de período para período. O resultado líquido da
Demonstração de Resultados flui para o Balanço Patrimonial como uma alteração nos resultados retidos (ajustado
pelo pagamento de dividendos).
■ Características principais:
– Mostra a situação financeira de uma empresa
– Expresso como uma “fotografia” da situação financeira da empresa num momento específico (geralmente
final do ano a 31 de dezembro)

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS

Ganhos
Custos Operacionais Diretos
(ex. Custo das mercadorias vendidas)

Margem Bruta
Custos Operacionais Indiretos
(ex. I&D, Administração, marketing e distribuição)

EBIT (Resultado Operacional)


Custos Financeiros
(ex. Juros)

Impostos
Resultado Líquido
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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
– Criar a Demonstração de Resultados a partir dos movimentos do Balanço
Demonstração de Resultados
Extrato do Balanço
Ganhos 90
Capital Próprio
Custo da Venda (60)
Ações Comuns 100
Margem Bruta 30
Resultados retidos 7
Custos Indiretos Operacionais (20)
Receita (Venda) 90
Resultado Operacional 10
Custo das Vendas (60)
Custos Financeiros (3)
Salários (20)
Impostos --
Juros (3)
Resultado Líquido 7

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ DEMONSTRAÇÃO DE

?
Quanto é que deve ser incluido na
RESULTADOS
DR do corrente ano do valor do
seguro?
■ Durante o último mês do ano a empresa compra um
seguro de 12 meses por um valor total de 12 000.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
Mês 1.... Mês 12

1 000 1 000 1 000 1 000 1 000 1 000 1 000 1 000 1 000 1 000 1 000 1 000

Apenas devo considerar na DR do

A
E o que fazemos ao restante valor

?
ano um mês de seguro, ou seja,
do seguro (11 000)?
1 000

Balanço -> Ativo Corrente


Diferimentos de 11 000

28
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ DEMONSTRAÇÃO DE

?
RESULTADOS Quanto é que deve ser incluido na
DR do corrente ano desta despesa?
■ Despesa de 2 000 em material de escritório que foi
usado no ano atual, mas não foram pagos até o ano
corrente.

29
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
Mas se não pagamos o material de

A
A despesa total de 2 000 deve ser

?
escritório, como reconhecemos a
considerada na DR deste ano
saída de dinheiro?

Balanço -> Passivo Corrente


Acréscimo de Gastos 2 000

30
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ DEMONSTRAÇÃO DE
RESULTADOS Como é que reconhecemos a
redução de valor do equipamento

?
que usamos nas nossas operações?
■ Depreciações
– Vamos utilizar a compra do equipamento no valor
de 80 (registado no Balanço)
– Assumimos que a vida útil deste equipamento é
de 4 anos
– No final dos 4 anos o equipamento tem um Valor Denominamos
Residual de 30
Depreciação

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Como calcular a Depreciação

Depreciação =

■ A depreciação do equipamento será efetuada por ano no valor de 12,5.

32
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Como calcular a Depreciação

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4

Valor Aquisição 80,0 67,5 55,0 42,5

(Depreciações - DR) (12,5) (12,5) (12,5) (12,5)


Valor
Balanço 67,5 55,0 42,5 30
Equipamento

■ O Balanço do primeiro ano tem um valor de equipamento de 80, mas que será ano após
ano reduzido em 12,5 ao longo dos 4 anos. No final do 4º ano o equipamento terá um
valor residual de 30 no Balanço.

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
– Registo das Depreciações

Extrato do Balanço
Demonstração de Resultados
Ativo não Corrente (durante 4 anos)
Ganhos
Equipamento (Ano 1) 80
Custo da Venda
Depreciação ano (12,5)
AFT Líquido 67,5 Margem Bruta
Depreciações (12,5)
Extrato do Balanço
Resultado Operacional
Ativo não Corrente Custos Financeiros
Equipamento (Ano 4) 42,5
Impostos
Depreciação ano (12,5)
Resultado Líquido
AFT Líquido 30 34
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
RENDIMENTOS E GASTOS
+ Vendas e serviços prestados
+ Subsídios à exploração
+/- Ganhos/perdas imputados de subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos
+/- Variação nos inventários da produção
+ Trabalhos para a própria entidade
- Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas
- Fornecimentos e serviços eternos
- Gastos com o pessoal
GESTÃO
-/+ Imparidade de inventários (perdas/reversões)
-/+ Imparidade de dívidas a receber (perdas/reversões) OPERACIONAL
-/+ Provisões (aumentos/reduções)
-/+ Imparidade de activos não depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões)
+/- Aumentos/reduções de justo valor
+ Outros rendimentos e ganhos
- Outros gastos e perdas
= RESULTADO ANTES DE DEPRECIAÇÕES, GASTOS DE FINANCIAMENTO E
-/+ IMPOSTOS
-/+ Gastos/reversões de depreciação e de amortização
= Imparidade de investimentos depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões)
+ RESULTADO OPERACIONAL (ANTES DE GASTOS DE FINANCIAMENTO E
- IMPOSTOS)
= Juros e rendimentos similares obtidos
GESTÃO
- Juros e gastos similares suportados FINANCEIRA
= RESULTADO ANTES DE IMPOSTOS
Imposto sobre o rendimento do período 35
RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS POR FUNÇÕES

+ Vendas e serviços prestados


- Gastos Variáveis
= MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
- Gastos Fixos
= RESULTADO OPERACIONAL (EBIT)
- Gastos Financeiros e de Financiamento
= RESULTADO ANTES DE IMPOSTOS (EBT)
- Imposto sobre o rendimento do período
= RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO (NET PROFIT)

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
■ Muitas vezes, o primeiro documento que um investidor ou analista vai validar é a Demonstração de
Resultados. A Demonstração de Resultados mostra-nos o desempenho do negócio ao longo de cada
período.

■ Características principais:
– Apresenta os ganhos e gastos do negócio

– Expresso ao longo de um período de tempo (ou seja, 1 ano, 1 trimestre, acumulado do ano, etc.)

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DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
■ A Demonstração dos Fluxos de Caixa:

Balanço Demonstração Resultados Fluxos de Caixa

Operacional
Capital
Gastos
Própio
Ativos Receitas Investimento

Capital Lucro ou
Financiamento
Alheio Prejuízo

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA

Fluxos de Caixa das Atividades


Operacionais
(ex. Vendas, custos operacionais) Fluxo de Caixa Operacionais
Fluxos de Caixa das Atividades de
Investimento
(ex. Venda e Compra de Ativos) Fluxo de Caixa após Investimento €
Fluxos de Caixa das Atividades de
Financiamento
(ex. Emissão de Ações, pagamento de dívdias) Variação de Caixa e seus equivalente

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA

Fluxos de Caixa
Demonstração Resultados

1. Recebimentos
1. Ganhos
2. Pagamentos
2. Gastos

40
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE

?
CAIXA
Quanto é o custo diário para viajar
na quinta-feira?
■ Exemplo simples: um passe de transportes públicos
para 5 dias custa 40€ e é pago em dinheiro na segunda-
feira.

■ Com base nos Fluxos de Caixa


■ Com base nos diferimentos / acréscimos (DR)?

41
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
Custo diário para viajar na quinta-feira?

■ Base Fluxos de Caixa Base Diferimentos / Acrêscimos

0€ porque o pagamento já ocorreu na 2ª feira


8€ porque 40€/5 dias = 8€ por dia

Esta informação é melhor para planeamento Esta informação é melhor para


das entradas e saídas de caixa planeamento dos custos diários

Ambas as abordagens oferecem informação valiosa


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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Depreciações (recapitulação)

?
Quanto é que devemos reconhecer,
■ Compra de um camião por 45 000€ que será usado no no primeiro ano, em:
negócio durante 5 anos. No final do 5º ano o valor
residual deste camião será de 15 000€.

• Demonstração de Fluxos
de Caixa
• Demonstração de
Resultados
• Balanço
2 assunções:
1. A empresa usa o método direto de depreciações
2. A empresa reconhece uma depreciação completa no ano de aquisição

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS Balanço Demonstração Resultados Fluxos de Caixa

Operacional
Capital
Própio Gastos
Ativos Investimento
Receitas
Capital Financiamento
Lucro ou
Alheio
Prejuízo

Propriedade, terrenos e Custos de Depreciação: Saída de Caixa no valor do


equipamentos: +39 000€ (6 000€) Investimento (Capex): 45 000€

Valor compra: 45 000 =


- Depreciação: (6 000)
Este valor será reconhecido na
O Valor do ativo reduz 6 000€ DR durante 5 anos
por ano
44
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ ELEMENTOS CONTABILÍSTICOS DE SUPORTE

FLUXOS DE BALANÇO DEMONSTRAÇÃO


CAIXA RESULTADOS
Recebimentos - Pagamentos Ganhos - Gastos
ATIVO NÃO CAPITAIS
CORRENTE PRÓPRIOS
Resultados Líquidos
OPERACIONAIS OPERACIONAIS
PASSIVO NÃO
INVESTIMENTO CORRENTE FINANCEIROS

ATIVO OUTROS
FINANCIAMENTO
CORRENTE GANHOS/GASTOS
PASSIVO
Disponibilidades CORRENTE
FLUXO LÍQUIDO DE
RESULTADO LÍQUIDO
CAIXA
45
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA
– Como calcular os Fluxos de Caixa Operacionais - 2 Métodos

Método Indireto
Método Direto
Resultado Líqudio X
+ Depreciações X
Entradas de Caixa Operacional X
+/- Alterações no Working Capital:
- Saídas de Caixa Operacional (X)
+/- em Inventário (X)/X
= Fluxos de Caixa Operacionais X
+/- em Contas a Receber (X)/X
+/- em Contas a Pagar (X)/X
Este método é raremente usado na prática
= Fluxos de Caixa Operacionais X

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ DEMONSTRAÇÃO FLUXOS DE CAIXA – MÉTODO INDIRETO
■ Os Fluxos de Caixa Operacionais partem, do valor de Resultado Líquido (DR). Ao qual será
necessário efetuar ajustamentos se existirem:

■ Vendas a crédito

■ Compras a crédito

■ Inventário em stock (não vendido)

■ Rúbricas da Demonstração de Resultados que não sejam convertíveis em dinheiro (ex.


depreciações, compensação baseada em ações, Ganhos/Gastos não realizados)

47
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE

?
CAIXA Como é que preenchemos uma
Demonstração de Fluxos de Caixa?
■ Imagine as seguintes transações de uma empresa:
– Compras a dinheiro por 250
– Vendas a dinheiro por 370
– Custos Operacionais a dinheiro de 40
– Depreciações de 55

Por simplificação assuma que não há Inventário no


final do ano

48
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA –
PERÍODO 1
Demonstração de Resultados Fluxos Caixa (M. Direto) Fluxos Caixa (M. Indireto)

Ganhos 370 Vendas 370 Resultado Líquido 25

Compras (250) Compras (250) Depreciações 55

Custos Operacionais (40) Custos Operacionais (40) Fluxo de Caixa


80
Operacional
Depreciações (55) Fluxo de Caixa
80
Operacional
Resultado Líquido 25

49
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE

?
CAIXA
E no período 2?

■ Imagine as seguintes transações de uma empresa:


– Compras a dinheiro por 280
– Vendas a dinheiro por 300
– Vendas a crédito por 170
– Custos Operacionais a dinheiro de 50
– Pagamento de Contas a Receber de 140
– Depreciações de 55

Mantemos a mesma assumpção que não há Inventário no


final do ano
50
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA –
PERÍODO 2
Demonstração de Resultados Fluxos Caixa (M. Direto) Fluxos Caixa (M. Indireto)

Ganhos (300 + 170) 470 Vendas (300) 300 Resultado Líquido 85


Contas a Receber 140
Compras (280) Compras (280) +/- Contas a receber *(30)

Custos Operacionais (50) Custos Operacionais (50) + Depreciações 55

Depreciações (55) Fluxo de Caixa Fluxo de Caixa


110 110
Operacional Operacional
Resultado Líquido 85

* Ajustamento de contas a receber: Vendas a Crédito – Pagamento de Clientes = 170 – 140 51


ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE

?
CAIXA
E no período 3?

■ Imagine as seguintes transações de uma empresa:


– Compras a dinheiro por 150
– Compras a crédito por 180
– Vendas a dinheiro por 320
– Vendas a crédito por 310
– Custos Operacionais a dinheiro de 70
– Pagamento de Contas a Receber de 260
– Pagamento a Fornecedores de 140
– Depreciações de 55

Mantemos a mesma assumpção que não há Inventário no


52
final do ano
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA –
PERÍODO 3
Demonstração de Resultados Fluxos Caixa (M. Direto) Fluxos Caixa (M. Indireto)

Ganhos (320 + 310) 630 Vendas a dinheiro 320 Resultado Líquido 175
Contas a Receber 260
Compras (150 + 180) (330) Compras (150) +/- Contas a receber *(50)
Contas a Pagar (140)
Custos Operacionais (70) Custos Operacionais (70) +/- Contas a pagar **40

Depreciações (55) Fluxo de Caixa + Depreciações 55


220
Operacional
Resultado Líquido 175 Fluxo de Caixa
220
Operacional

* Ajustamento de contas a receber: Vendas a Crédito – Pagamento de Clientes = 630 – (320+260) = -50
** Ajustamento de contas a pagar: Pagamento a Crédito – Pagamento a Fornecedores = 330 – (150+140) = 40
53
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA
■ A demonstração do fluxo de caixa parte do Resultado Líquido e ajusta-o de quaisquer gastos não monetários. Em
seguida, as entradas e saídas de caixa são calculadas usando as alterações no balanço patrimonial. A Demonstração
de Fluxos de Caixa exibe a variação da caixa num período, bem como o saldo inicial e final da caixa.

■ Características principais:
– Mostra as entradas e saídas de dinheiro, variação líquida no saldo de caixa do início ao fim do período
– Expressa ao longo de um período de tempo (ou seja, 1 ano, 1 trimestre, acumulado do ano, etc.)
– Tem três áreas: Caixa Operacional, Caixa de Investimento e de de operações, caixa usado em investimentos
e caixa de financiamento

54
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA
FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES
+
OPERACIONAIS
+Resultado líquido do exercício
Ajustamentos:
+/-
Depreciações e amortizações
+/-
Imparidades (perdas/reversões)
+/-
Justo valor (reduções/aumentos)
+/-
+Provisões (aumentos/reduções)
-Diferenças de câmbio não realizadas (ganhos/perdas) OPERACIONAL
Juros e rendimentos similares obtidos
+/-
Juros e gastos similares suportados
+/-
+/AAlienação de ativos fixos tangíveis (ganhos/perdas)
Outros gastos e rendimentos
+/-
Ativos biológicos (aumento/diminuição)
+/-
Inventários (aumento/diminuição)
+/-
Contas a receber (aumentos/diminuições)
+/-
Gastos diferidos (aumentos/diminuições)
+/-
Contas a pagar (aumentos/diminuições)
+/-
Rendimentos diferidos (aumentos/diminuições)
+/-
Outros ativos correntes (aumentos/diminuições))
= Outros passivos correntes (aumentos/diminuições)

FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS (1)


55
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA (PARTE 2)

FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES


- INVESTIMENTO
- Pagamentos respeitantes a:
- Ativos fixos tangíveis - -
- Ativos intangíveis - -
Investimentos financeiros - -
Outros ativos - -
+
+ Recebimentos provenientes de: INVESTIMENTO
+ Ativos fixos tangíveis + +
+ Ativos intangíveis + +
+ Investimentos financeiros + +
+ Outros ativos + +
+ Subsídios ao investimento + +
Juros e rendimentos similares + +
= Dividendos

FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS (2)

56
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA (PARTE 3)

FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES


+ FINANCIAMENTO
+ Recebimentos provenientes de:
+ Financiamentos obtidos
+ Realizações de capital e de outros instrumentos de capital próprio
+ Cobertura de prejuízos
Doações
Outras operações de financiamento
- FINANCIAMENTO
- Pagamentos respeitantes a:
- Financiamentos obtidos
- Juros e gastos similares
- Dividendos
Reduções de capital e de outros instrumentos de capital próprio
= Outras operações de financiamento

FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS (3)

57
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA (PARTE 4)

SALDO DOS FLUXOS DE CAIXA

+/- Variação de caixa e seus equivalentes


+/- Efeito das diferenças de câmbio
+/- Caixa e seus equivalentes no início do período
+/- Caixa e seus equivalentes no fim do período

58
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ ELEMENTOS CONTABILÍSTICOS DE SUPORTE

Demonstração de Demonstração de
Balanço
Resultados Fluxos de Caixa

Duração Período de tempo Um dia específico Período de tempo

Objetivo Rendibilidade Posição Financeira Fluxos de Caixa

Ganhos, Gastos e Ativos, Passivo e Entradas e Saídas de


Mensuração
Rendibilidade Capital Próprio dinheiro

Ponto Partida Ganhos Caixa e equivalentes Resultado Líquido

Caixa e equivalentes
Ponto Chegada Resultado Líquido Resultados Retidos
no Balanço

59
OUTROS TEMAS
■ ANEXO AO BALANÇO E DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
■ Peça final que abrange um conjunto de informações que se destinam a:

– desenvolver e comentar quantias incluídas no balanço e demonstração dos resultados;

– divulgar factos ou situações que, não tendo expressão naquelas demonstrações financeiras, influenciam ou
podem vir a influenciar a posição financeira da empresa.

■ Utilidade do Anexo:

– Existem numerosos dados necessários para interpretar e analisar adequadamente o Balanço e a DR que
não é possível incorporar nestes documentos
■ tornar as DF mais claras, concisas e precisas

■ permitir satisfazer as características qualitativas das DF

60
OUTROS TEMAS
■ ANEXO AO BALANÇO E DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS

■ Essa utilidade é obtida através da comunicação de factos potencialmente relevantes, nomeadamente:

– Princípios e critérios contabilísticos aplicados na preparação das DF

– Elementos extraordinários

– Compromissos financeiros que não figuram no balanço

– Contingências

– Alterações nos elementos do capital próprio

– Acontecimentos relevantes que possam ter surgido posteriormente à data do fecho das contas e cujo
conhecimento possa ser de grande interesse para o analista

61
OUTROS TEMAS
■ CERTIFICAÇÃO LEGAL DE CONTAS

■ Peça final que abrange um conjunto de informações que se destinam a:

– Produto final do trabalho do revisor;

– Só é obrigatório para as seguintes empresas (262º C.S.C.):


■ Sociedades Anónimas

■ Sociedades por Quotas, quando ultrapassem, durante dois anos consecutivos, dois dos três seguintes limites:

– Total de Balanço: € 1.500.000

– Total de vendas líquidas e outros ganhos: € 3.000.000

– Nº de trabalhadores empregados em média durante o exercício: 50

■ A Certificação tem que ter uma linguagem Clara, Concisa, Precisa e Tecnicamente reconhecida

62
OUTROS TEMAS
■ CERTIFICAÇÃO LEGAL DE CONTAS – ESTRUTURA E
CONTEÚDO (1/2)
■ Em consequência do exame das contas, o revisor oficial de contas deve emitir documento de certificação legal das
contas, o qual deve incluir

– Introdução: que identifique, pelo menos, as contas do exercício que são objeto da revisão legal, bem como a
estrutura de relato financeiro utilizada na sua elaboração

– Âmbito: descrição do âmbito da revisão legal das contas que identifique, pelo menos, as normas segundo as
quais a revisão foi realizada

63
OUTROS TEMAS
■ CERTIFICAÇÃO LEGAL DE CONTAS – ESTRUTURA E
CONTEÚDO (2/2)
■ Parecer:

– sobre se as contas do exercício dão uma imagem verdadeira e apropriada de acordo com a estrutura do
relato financeiro e, quando apropriado, se as contas do exercício estão em conformidade com os requisitos
legais aplicáveis, sendo que o parecer de revisão pode traduzir uma opinião sem ou com reservas, uma
opinião adversa ou, se o revisor oficial de contas não estiver em condições de expressar uma opinião,
revestir a forma de escusa de opinião.

– uma referência a quaisquer questões para as quais o revisor oficial de contas chame a atenção mediante
ênfases, sem qualificar a opinião de revisão.

– um parecer em que se indique se o relatório de gestão é ou não concordante com as contas do exercício.

64
ANÁLISE FINANCEIRA DE
CURTO PRAZO
CAPÍTULO II
ANÁLISE FINANCEIRA DE CURTO
PRAZO
■ OBJETIVOS:

– O que é o Balanço Funcional e para que serve

– Conhecer e calcular o Equilíbrio Financeiro de curto prazo

– Compreender o conceito e cálculo do Fundo de Maneio, Necessidade de Fundo de


Maneio e Tesouraria Líquida

66
ANÁLISE FINANCEIRA DE CURTO
PRAZO
■ Para os financeiros as atividades desenvolvidas na empresa traduzem-se em fluxos de entrada e saída
de dinheiro, o que é necessário equilibrar.

■ A análise financeira assenta na ótima patrimonial. Assim, o Balanço é visto da seguinte forma:

CICLO APLICAÇÕES ORIGENS CICLO

DE relacionado com atividades de


Investimento em CP + Empréstimos investimento ou desinvestimento em
INVESTIMENT DE CAPITAL
CAPEX (M/L Prazo) ativos financeiros e/ou reais.
O
relacionado com atividades operacionais,
DE tais como a aquisição de matérias-
DE Necessidades
Recursos cíclicos EXPLORAÇÃ primas, a produção e venda de bens.
EXPLORAÇÃO Cíclicas
O relacionado com operações de capital e
tesouraria, onde se incluem as atividades
DE DE de financiamento, seja através de CP ou
Tesouraria Ativa Tesouraria Passiva de CA.
TESOURARIA TESOURARIA
Balanço Funcional: Aplicações = Origens
67
ANÁLISE FINANCEIRA DE CURTO
PRAZO
■ O Balanço Funcional para análise do equílibrio financeiro:
Balanço Funcional N N+1 N+2
(1) Capital Próprio
(2) Capital Alheio Estável (Passivos não Correntes)
(3) CAPITAIS PERMANENTES (1+2)
(4) Ativo não Corrente
(5) FUNDO DE MANEIO (3-4)
(6) Clientes
(7) Inventários
(8) Adiantamentos a Fornecedores
(9) EOEP (a receber)
(10) Disponibilidades
(11) NECESSIDADES CÍCLICAS (6+7+8+9+10)
(12) Fornecedores
(13) EOEP (a pagar)
(14) Adiantamentos a Clientes e Outros Credores Operac.
(15) RECURSOS CÍCLICOS (12+13+14)
(16) NECESSIDADES EM FUNDO DE MANEIO (11-
15)
(17) TESOURARIA LÍQUIDA (5-16) 68
ANÁLISE FINANCEIRA DE CURTO
PRAZO
■ Como ir do Balanço Patrimonial para o Balanço Funcional (análise de rendibilidade)

INVESTIMENTO N N+1 FINANCIAMENTO N N+1

ATIVO NÃO CORRENTE CAPITAL PRÓPRIO

NECESSIDADES DE FUNDO CAPITAL ALHEIO ESTÁVEL


DE MANEIO TESOURARIA LÍQUIDA (+/-)
FINANCIAMENTO DO ATIVO
ATIVO ECONÓMICO
ECONÓMICO

69
ANÁLISE FINANCEIRA DE CURTO
PRAZO
■ Componentes a ter em consideração na análise:
ATIVO NÃO CORRENTE ATIVO NÃO CORRENTE
NECESSIDADES DE FUNDO DE MANEIO
TANGÍVEL INTANGÍVEL
• Terrenos e recursos naturais • Patentes • Clientes
• Edifícios e outras construções (fabris, • Marcas • Inventários
administrativos e habitacionais) • Alvarás
• Equipamentos básicos e outras máquinas • Adiantamento a fornecedores
• Licenças de fabrico
e instalações • Outros privilégios e direitos
• Estado (a receber)
• Ferramentas e utensílios • Gastos de instalação e expansão, etc. • Montantes em caixa ou equivalentes
• Equipamentos administrativos e sociais e mínimas para assegurar o normal
mobiliário diverso funcionamento da operação (RST)
• Taras e vasilhame • Gastos diferidos e acréscimo de ganhos
• Peças de reserva
• Taxas aduaneiras, desalfandegamento,
•NECESSIDADES CÍCLICAS (NC)
IVA, fianças bancárias, transportes e •Fornecedores e outros credores de
seguros, exploração
• Comissões, etc. •Adiantamento a clientes
•Estado (a pagar)
• Acréscimos de gastos e ganhos diferidos
•RECURSOS CÍCLICOS (RC)
•NFM = NC - RC

CAPEX WORKING
70
CAPITAL
ANÁLISE FINANCEIRA DE CURTO
PRAZO
■ NECESSIDADES DE FUNDO DE MANEIO
1 Clientes
2 Inventários
3 Adiantamento a fornecedores NECESSIDADES DE FUNDO DE MANEIO
4 Estado (a receber)
Surgem da dificuldade de sincronizar os Ciclos
5 Montantes em caixa ou equivalentes mínimas para assegurar o normal Operacional e Financeiro na atividade de
funcionamento da operação (RST) exploração da empresa.
São NECESSIDADES (Ativos) e
6 Gastos diferidos e acréscimo de ganhos RECURSOS (Passivos), constantemente
7 NECESSIDADES CÍCLICAS (1+2+3+4+5+6) renováveis, numa estreita ligação com o ciclo
operacional e mantendo-se, ceteris paribus,
8 Fornecedores dependentes das vendas.
9 Adiantamento a clientes
10 Estado (a pagar)
11 Acréscimos de gastos e ganhos diferidos
12 RECURSOS CÍCLICOS (8+9+10+11)
13 NECESSIDADES DE FUNDO DE MANEIO (7-12)
71
ANÁLISE FINANCEIRA DE CURTO
PRAZO
■ NECESSIDADES DE FUNDO DE MANEIO
■ Em termos orçamentais, as componentes principais das NFM tendem a ser definidas a partir dos
seguintes indicadores, salvo se existir informação fidedigna que sugira diferente procedimento:
– Crédito concedido aos clientes: prazo médio de recebimentos (PMR)

– Crédito obtido de fornecedores: prazo médio de pagamentos (PMP)


+ Adiantamentos de Clientes
– Volume de existências: prazo médio de existências (PME)
Inventários =
As reservas de tesouraria, estão depende da política de gestão financeira da empresa. Será de
considerar uma reserva maior se a empresa tiver dificuldade de acesso a empréstimos bancários ou
se adota uma política conservadora (ter sempre saldos de disponibilidades confortáveis para
eventualidades).

72
ANÁLISE FINANCEIRA DE CURTO
PRAZO
■ Componentes a ter em consideração na análise:
CAPITAL PRÓPRIO (FUNDOS
CAPITAL ALHEIO ESTÁVEL
PRÓPRIOS)
• Capital Próprio – Contabilístico • Empréstimos por obrigações MLP
• Contas correntes de sócios e • Empréstimos bancários de MLP
acionistas • Rendas de contratos de locação
• Provisões para riscos e encargos financeira de MLP
excessivos (reservas) • Contas caucionadas com renovação
• Parte dos valores considerados contínua
anormais nas contas de acréscimos
e diferimentos (+/-)
• Capital não realzado (-)
• Resultados a distribuir no ano
seguinte

CAPITAL
73
ANÁLISE FINANCEIRA DE CURTO
PRAZO
■ Componentes a ter em consideração na análise:

TESOURARIA PASSIVA
TESOURARIA ATIVA
PASSIVO LÍQUIDO (OU
ATIVO LÍQUIDO (OU CONVERTÍVEL) CONVERTÍVEL)
• Depósitos • Empréstimos bancários de diversas ordens,
• Caixa sem terem assegurado a sua renovação (ex.
• Títulos Negociáveis (se tiverem liquidez) financiamento registados no Passivo
• Gastos diferidos e acréscimos de ganhos1 Corrente)
• Ganhos diferidos e acréscimos de gastos1
• Outros devedores extraexploração
• Outros credores extraexploração

1
Sendo situações normais, recorrentes, consideramo-las como necessidades cíclicas. Alternativamente, analistas externos, por uma questão de prudência
tendem a considerar estas rúbrica deduzindo aos CP.

74
ANÁLISE FINANCEIRA DE CURTO
PRAZO
■ Tesouraria Líquida

Equivale a:

Fundo de Maneio – Necessidades de Fundo de Maneio

75
ANÁLISE FINANCEIRA DE CURTO
PRAZO
■ Regras do Equilíbrio Financeiro

– apenas quando , ou seja,


■ Em função dos valores de Fundo de Maneio e de Tesouraria Líquida é possível identificar 6 estruturas
financeiras básicas:

Necessidade de
Fundo de Maneio

TL<0
TIPO I FM >0 NFM>0 TL>0
Tipo II
---- TIPO II FM >0 NFM>F TL<0
Tipo III
M
Tipo I
TIPO FM <0 NFM>0 TL<0
Fundo de Maneio III
Tipo IV
Tipo VI
TIPO FM <0 NFM<0 TL<0
Tipo V IV
TL>0
+++ TIPO FM <0 NFM<0 TL>0
V 76
ANÁLISE FINANCEIRA DE CURTO
PRAZO
■ Regras do Equilíbrio Financeiro

– apenas quando , ou seja,

TIPO I TIPO II TIPO III TIPO IV TIPO V TIPO VI


FM>0; NFM>FM; FM<0; NFM<0; FM>0; NFM<0;
TL<0 – situação TL>0 – situação TL>0 – situação
financeira bastante FM<0; NFM>0; FM<0; NFM<0; financeira média, financeira média. As
frequente, a empresa TL<0 – situação TL<0 – situação temos de ter em NFM <0 resultam de
financia parte das NC financeira delicada, financeira arriscada, conta o risco no um ciclo de
FM>0; NFM>0;
de caracter pois os capitais pois não apresenta caso de redução do exploração favorável
TL>0 – situação
permanente com permanentes são liquidez nem nível de atividade, (rápida rotação de
financeira normal
operações de insuficientes para garantia de de forma a que a inventário e
tesouraria financiar Ativo não segurança. exploração não gere recebimentos mais
(desequilíbrio Corrente. meios para as rápidos que
financeiro) dívidas pagamentos)

77
ANÁLISE FINANCEIRA DE CURTO
PRAZO
■ Interpretação dos Resultados

■ TIPO 1 FM>0, NFM>0, TL>0

■ Esta combinação espelha uma situação de equilíbrio financeiro de curto prazo com margem de
segurança, dado que o FM é positivo e suficiente para cobrir as NFM. Esta situação caracteriza- se
por equilíbrio financeiro de curto prazo relativamente estável.

78
ANÁLISE FINANCEIRA DE CURTO
PRAZO
■ Interpretação dos Resultados

■ Tipo 2 FM>0, NFM>0, TL<0

■ Nesta situação o FM é positivo, mas insuficiente para financiar as NFM, pelo que a empresa suporta
parte das suas necessidades cíclicas de exploração com operações de tesouraria, sendo caracterizado
pelos seguintes aspetos:

– Problemas de equilíbrio financeiro no curto prazo

– Dependência face às instituições financeiras

79
ANÁLISE FINANCEIRA DE CURTO
PRAZO
■ Interpretação dos Resultados

■ Tipo 3 FM<0, NFM>0, TL<0

■ Esta combinação representa uma situação financeira delicada, pois o FM é negativo, um sinal de que a
empresa não tem recursos estáveis capazes de financiar a totalidade das aplicações fixas líquidas.
Uma empresa nesta situação apresenta os seguintes problemas financeiros:

– Insuficiência de capitais estáveis

– Dependência excessiva de operações de tesouraria

– Risco de incapacidade de solver compromissos a prazo

80
ANÁLISE FINANCEIRA DE CURTO
PRAZO
■ Interpretação dos Resultados

■ Tipo 4 FM>0, NFM<0, TL>0

■ A situação descrita apresenta uma posição financeira favorável, onde não existem problemas de
cumprimento de compromissos a prazo. As principais características são:

– Necessidades de exploração financiadas sem o recurso a operações financeiras de curto prazo

– Eventual necessidade de maior eficiência na aplicação dos recursos para evitar FM em excesso

– Ciclos de exploração relativamente curtos

81
ANÁLISE FINANCEIRA DE CURTO
PRAZO
■ Interpretação dos Resultados

■ Tipo 5 FM<0, NFM<0, TL>0

■ Trata-se de uma situação financeira passível de proporcionar alívio financeiro de forma duradoura,
desde que se mantenham as condições de exploração. Contudo, salienta-se que:

– Existe algum risco decorrente do FM negativo só́ ser compensado pela existência de recursos
cíclicos superiores às necessidades cíclicas (NFM<0)

– As NFM negativas são típicas de ciclos de exploração curtos, isto é, os casos em que a
atividade de exploração consegue realizar meios a um ritmo superior ao da exigibilidade das
dívidas.

82
ANÁLISE FINANCEIRA DE CURTO
PRAZO
■ Interpretação dos Resultados

■ Tipo 6 FM<0, NFM<0, TL<0

■ Esta é́ uma situação de desequilíbrio financeiro com elevado risco, caracterizado essencialmente pela
inexistência de margem de segurança (FM<0) e uma tesouraria deficitária (TL<0). Desta situação
importa ressalvar:

– Existência de risco decorrente da inexistência quer de margem de segurança, quer de uma folga
de tesouraria

– Esta situação pode, em casos de ciclo de exploração curtos, indiciar um nível de atividade
excessiva face à capacidade financeira da empresa

83
ANÁLISE FINANCEIRA DE CURTO
PRAZO
■ Duração Líquida do Ciclo de Exploração (em dias)

■ Pressuposto implícito: Vendas médias diárias constantes

Quanto mais longo, mais


dias, maiores as
necessidades de
financiamento, logo pior a
situação financeira

84
ANÁLISE FINANCEIRA DE CURTO
PRAZO
■ Carácter Dinâmico das NFM

– Não são constantes ao longo do tempo

– Dependendo da propensão ao risco dos gestores e da disponibilidade de fontes de


financiamento assim definimos o valor do Fundo de Maneio

– O Fundo de Maneio deve, segundo a regra do equilíbrio financeiro mínimo, cobrir as NFM
permanentes, deixando de fora as variações provocadas pelo efeito da sazonalidade

– A Tesouraria deveria financiar exclusivamente as Necessidades temporárias do ciclo de


exploração

85
ANÁLISE FINANCEIRA DE CURTO
PRAZO
■ O que podem os gestores fazer?
𝑻𝒆𝒔𝒐𝒖𝒓𝒂𝒓𝒊𝒂 𝑳 í 𝒒𝒖𝒊𝒅𝒂= 𝐹𝑀 − 𝑁𝐹𝑀 <0

– Ao nível de redução das NFM (ciclo de exploração)


■ Redução nº dias stock em armazém
■ Redução PMR de clientes ou aumento dos adiantamentos de clientes
■ Aumento PMP aos fornecedores ou redução dos adiantamentos a fornecedores

– Ao nível do aumento dos Capitais Permanentes


■ Aumento empréstimos de médio e longo prazo
■ Aumento Capital Próprio e/ou de prestações suplementares
■ Não distribuir dividendos (resultados)

– Ao nível da redução dos Ativos não Correntes


■ Venda de ativos não correntes desnecessários
■ Venda de participações financeiras, investimentos financeiros

86
ANÁLISE FINANCEIRA DE CURTO
PRAZO
■ RESUMO
– FM > 0 é o primeiro passo para a empresa ter uma situação de equilíbrio financeiro

– As NFM devem ser conjugadas com o FM na análise das necessidades financeiras permanentes

– Tanto o FM como as NFM podem ser positivas ou negativas

– Existe desequilíbrio financeiro sempre que , a empresa pode deixar de cumprir os seus compromissos com
terceiros

– O capital permanente é a melhor forma de equilíbrio financeiro, mas o mais onerosa e difícil de obter:
■ Exige garantias reais
■ Taxas de juro superiores
■ Analise e decisão mais morosa

– A escolha do nível de tesouraria depende dos objetivos globais, a posição da empresa no mercado, previsão e
estratégia de crescimento

87
ANÁLISE DAS
DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
CAPÍTULO III
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ OBJETIVOS:

– Análise das Demonstrações Financeiras através de Rácios Financeiros:


■ Rácios de Eficiência / Atividade

■ Rácios de Liquidez

■ Rácios Financeiros

– Rácios de Equilíbrio Financeiro

– Rácios de Análise de Risco

– Rácios de Rendibilidade

– O Sistema DuPont
■ Modelo Multiplicativo

■ Modelo Aditivo 89
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Rácios de Eficiência

■ Medem a capacidade da empresa em gerir eficientemente os seus Ativos, uma empresa mais eficiente
nesta perspetiva terá mais probabilidade de atingir o equilíbrio financeiro.

■ Analisar a eficiência das decisões na gestão dos recursos aplicados. Estes rácios apuram-se em termos
de rotação ou em dias de funcionamento. Devem ser usados, sempre que possível, os valores médios
de balanço. Estes rácios só devem ser interpretados para comparar empresas dentro do mesmo
setor de atividade.

90
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Rácios de Eficiência – Atividade de Médio e Longo Prazo

■ Rotação do Ativo: mede o nível de Vendas gerado pelo investimento realizado pela empresa e, na
prática, representa o número de unidades monetárias vendidas por cada unidade monetária investida.
Rácio muito elevado pode significar que a empresa está a trabalhar perto da sua capacidade máxima,
o inverso significa subutilização de recursos.
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠
𝑅𝑜𝑡𝑎 çã 𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜=
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑚 é 𝑑𝑖𝑜

■ Rotação das Aplicações Fixas: indica o nível de Vendas geradas pelo investimento realizado pela
empresa em Ativos não Correntes.
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠
𝑅𝑜𝑡𝑎çã 𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑛 ã 𝑜𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠=
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜𝑛 ã 𝑜 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒𝑚 é 𝑑𝑖𝑜

91
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Rácios de Eficiência – Atividade de Médio e Longo Prazo

■ Rotação do Ativo Corrente: indica o nível de Vendas geradas pelo investimento realizado pela
empresa em Ativos Correntes.
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠
𝑅𝑜𝑡𝑎çã 𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒=
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑚 é 𝑑𝑖𝑜

■ Rotação do Capital Próprio: mede o nível de Vendas geradas pelo investimento realizado na
empresa pelos seus sócios ou acionistas.

𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠
𝑅𝑜𝑡𝑎çã 𝑜 𝑑𝑜 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑃𝑟 ó 𝑝𝑟𝑖𝑜=
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑃𝑟 ó 𝑝𝑟𝑖𝑜𝑚 é 𝑑𝑖𝑜

92
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Rácios de Eficiência – Atividade de Curto Prazo

■ Rotação do Inventário: evidencia os efeitos da gestão ao nível do armazenamento. Rácio elevado


indica eficiência, mas também pode ser sinal de ruturas de stock frequentes

𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠(𝐶𝑀𝑉𝑀𝐶)


𝑅𝑜𝑡𝑎çã 𝑜 𝑑𝑜 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑛𝑡 á 𝑟𝑖𝑜𝑠=
( 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑛𝑡 á 𝑟𝑖𝑜𝑠+ 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑏𝑖𝑜𝑙 ó 𝑔𝑖𝑐𝑜𝑠 ) 𝑚 é 𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑟 í 𝑜𝑑𝑜

■ É normal analisar em dias e em detalhe por rúbrica, que nos indica o tempo médio de cada rotação,
em dias
( 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑛𝑡 á 𝑟𝑖𝑜𝑠+ 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑏𝑖𝑜𝑙 ó 𝑔𝑖𝑐𝑜𝑠 )
Dura ç ã 𝑜 𝑚 é 𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑛𝑡 á 𝑟𝑖𝑜𝑠 ( 𝐷𝑀𝐼 ) 1= 𝑥 365
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑃𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠

Podemos calcular este rácio por cada uma das categorias de inventários, pode surgir com a designação de prazo médio de inventários
1

93
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Rácios de Eficiência – Atividade de Curto Prazo

■ Prazo médio de recebimento: rácio que mede a eficiência da política de crédito concedido, uma vez
que indica o tempo médio que os clientes demoram a liquidar as suas dívidas.
𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑚é 𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
𝑃𝑀𝑅= 𝑥 365
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑥 (1+𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝐼𝑉𝐴)
■ Prazo médio de pagamento: rácio que mede o tempo médio que a empresa demora a liquidar as suas
dívidas, junto dos fornecedores:

𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜𝑚é 𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠


𝑃𝑀𝑃= 𝑥 365
𝐴𝑞𝑢𝑖𝑠𝑖çõ 𝑒𝑠 𝑎𝑡𝑒𝑟𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠 2𝑥(1+𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝐼𝑉𝐴)
2
Aquisições a terceiros = Compras de Matéria-Prima e ou Mercadorias + FSEs

94
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
■ FINANCEIRAS
Rácios de Liquidez – Atividade de Curto Prazo

■ Duração do Ciclo Operacional: rácio que mede o ciclo de exploração da empresa, que tem início
com a aquisição e transformação de Inventários até à venda de bens, passando pelas saídas e entradas
de caixa relacionadas com estas operações:
DC 𝑂=𝐷𝑢𝑟𝑎 çã 𝑜𝑚 𝑒´ 𝑑𝑖𝑎𝑖𝑛𝑣𝑒𝑛𝑡 𝑎´ 𝑟𝑖𝑜+ 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜𝑚 𝑒´ 𝑑𝑖𝑜 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
– Indica o número de dias necessário até que os inventários se vendam e se convertam em meios monetários,
representando o tempo de duração do ciclo de exploração.

■ Duração do Ciclo Financeiro: representa o período de tempo em que a empresa tem de encontrar
formas de colmatar as necessidades cíclicas com recurso a fontes de financiamento extra exploração:

–DC 𝐹=𝐷𝑢𝑟𝑎ç ã 𝑜𝑚de𝑒´ 𝑑𝑖𝑎𝑖𝑛𝑣𝑒𝑛𝑡


Indica o número dias em que𝑎´os
𝑟𝑖𝑜+𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜𝑚 𝑒´ 𝑑𝑖𝑜estão
meios monetários 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜−𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜𝑚 ´operacional.
imobilizados pelo ciclo𝑒 𝑑𝑖𝑜𝑝𝑎𝑔𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

95
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Rácios de Liquidez

■ Quando uma instituição concede empréstimos de curto prazo, estão mais preocupados com a
capacidade de reembolso dessa dívida, do que com a forma de cobertura global do Ativo, logo usam
indicadores de liquidez.

■ Rácio de Liquidez Geral: sendo o Ativo Corrente aquilo que a empresa transforma em dinheiro no
prazo até um ano e o Passivo Corrente aquilo que a empresa tem de pagar nesse período, este rácio
avalia a capacidade da empresa para fazer face aos seus compromissos de curto prazo.

𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝐺𝑒𝑟𝑎𝑙=
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒

96
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Rácios de Liquidez

■ Rácio de Liquidez Reduzida: verifica se a empresa tem capacidade para solver os seus
compromissos de curto prazo através da transformação dos ativos correntes em meios monetários, não
considerando aqueles que têm menor grau de liquidez.
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 − 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑛𝑡 á𝑟𝑖𝑜𝑠
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝑅𝑒𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎=
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒
■ Rácio de Liquidez Imediata: reflete apenas o valor imediatamente disponível para fazer face ao
passivo corrente.
𝐷𝑒𝑝 ó 𝑠𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑏𝑎𝑛𝑐 á𝑟𝑖𝑜𝑠+𝐶𝑎𝑖𝑥𝑎+𝑇 í 𝑡𝑢𝑙𝑜𝑠𝑛𝑒𝑔𝑜𝑐𝑖 á𝑣𝑒𝑖𝑠
𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝐼𝑚𝑒𝑑𝑖𝑎𝑡𝑎=
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒

97
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Rácios Financeiros

– São os rácios que apreciam os aspetos que se relacionam exclusivamente com aspetos
financeiros, tais como estrutura financeira, a capacidade de endividamento, a solvabilidade,
etc.

– Estes rácios são muito usados para a análise de crédito, identificando as dívidas que a empresa
contraiu e as implicações que as mesmas têm na exploração.

98
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Rácios de Equilíbrio Financeiro de médio e longo prazo

■ Rácio de Estrutura: mede o equilíbrio do valor patrimonial constituído pelos recursos estáveis,
avaliando se o elemento predominante é o Capital Próprio (CP) ou o Passivo Não Corrente (PñC).

𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜𝑛 ã𝑜 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒
𝑅𝐷𝐸=
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑃𝑟 ó𝑝𝑟𝑖𝑜
■ Rácio de Estrutura do Passivo: indica qual o elemento predominante do passivo.

𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒
𝑅𝐸𝑃=
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜𝑛ã 𝑜𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒

99
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Rácios de Equilíbrio Financeiro de médio e longo prazo

■ Rácio de Autonomia Financeira: determina a independência da empresa face ao Capital Alheio e


representa a proporção do Ativo Total que é financiado com Capital Próprio.

𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑃𝑟 ó 𝑝𝑟𝑖𝑜
𝑅𝐴𝐹=
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
■ Rácio de Endividamento: é complementar ao rácio da autonomia financeira, determinando a
dependência da empresa face ao Capital Alheio. Representa a proporção do passivo no total das fontes
de financiamento da empresa.
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝐸𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜=
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

100
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ outra forma de medir o endividamento é através Debt to Equity Ratio:

𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝐷𝑒𝑏𝑡 𝑡𝑜 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑡𝑦=
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑃𝑟 ó 𝑝𝑟𝑖𝑜

■ Rácio de Estrutura do Endividamento: avalia se o nível de endividamento da empresa incide no


curto prazo ou no médio e longo prazo.

𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒
𝑅𝐸𝐸=
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

101
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Rácio de Solvabilidade: determina o grau de cobertura do passivo pelo capital próprio, avaliando a
capacidade da empresa para fazer face aos seus compromissos de Médio Longo Prazo (MLP), o que
acaba por refletir o risco que os credores correm.

𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑖𝑠 𝑃𝑟 ó 𝑝𝑟𝑖𝑜
𝑆𝑜𝑙𝑣𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒=
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜

■ Rácio de cobertura de gastos de financiamento: indica os resultados disponíveis para cobrir os


gastos de financiamento

𝐸𝐵𝐼𝑇
𝐶𝑅𝐺𝐹 =
𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑖𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

102
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Rácios de Análise de Risco
■ No processo de tomada de decisão há que ter em conta com o risco e a incerteza:
– Risco Operacional

– Risco Financeiro

■ Grau de Alavanca Operacional: mostra a relação risco/retorno entre estruturas alternativas de custo.
Medida da sensibilidade dos Resultados Operacionais a uma variação nas vendas

𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚𝑑𝑒𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜
𝐺𝐴𝑂=
𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙

■ Leitura: se as Vendas variarem os Resultados Operacionais vão variar no mesmo sentido “GAO”
vezes.

103
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Rácios de Análise de Risco

■ Grau de Alavanca Financeiro: avalia se os níveis de endividamento da empresa estão elevado, o que
determinam valores significativos de custos financeiros e de financiamento a suportar pela empresa.
Se o Resultado Operacional não for suficiente para cobrir estes custos, a empresa irá apresentar
Resultados Antes de Imposto (RAI) e Resultados Líquidos do exercício (RLE) negativos.

𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
𝐺𝐴𝐹 =
𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜 𝐴𝑛𝑡𝑒𝑠𝑑𝑒 𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠

■ Este grau nunca é inferior à unidade e varia entre 1 (quando os custos financeiros e de financiamento
são nulos) até ∞ (quando os custos financeiros e de financiamento sejam equivalentes aos resultados
de exploração).

104
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Rácios de Análise de Risco

■ Grau de Alavanca Combinado: permite avaliar o risco global através de um indicador que relaciona
os Resultados Antes de Imposto ou Resultados Líquidos com as vendas. Este risco resulta da
conjugação do risco operacional com o risco financeiro:

𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã 𝑜
𝐺𝐴𝐶= 𝑜𝑢𝐺𝐴𝐶=𝐺𝐴𝑂𝑥𝐺𝐴𝐹
𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜 𝐴𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑒𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠

■ Leitura: se as Vendas variarem os Resultados Antes de Imposto vão variar no mesmo sentido “GAC”
vezes.

105
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Rácios de Rendibilidade

■ Demonstra a relação entre o resultado e as vendas ou uma grandeza de capital. Estes rácios de análise
de rendibilidade têm por referência a Demonstração dos Resultados do Sistema de Custeio Variável

Demonstração de Resultados por Funções N


(1) Vendas
(2) Gastos Operacionais Variáveis
(3) MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO (1 – 2)
(4) Gastos Fixos Operacionais desembolsáveis
(5) Gastos Fixos Operacionais não desembolsáveis
(6) RESULTADO OPERACIONAL (3 – 4+5)
(7) +/- Resultados extraexploração
(8) RESULTADO ANTES DE IMPOSTOS (6 – 7)
(9) Imposto sobre o Rendimento
(10) RESULTADO LÍQUID0 (8 – 9)

106
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Rácios de Rendibilidade

■ Rendibilidade Operacional das Vendas: rácio que analisa a relação entre os Resultados e as Vendas,
qual o ganho obtido em termos operacionais por cada unidade vendida.

𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙
𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑎𝑠𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠(𝑅𝑂𝑉)= 𝑥 100
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠

■ Rendibilidade Líquida das Vendas: avalia o retorno em termos de Resultado Líquido do volume de
negócios realizado.

𝑅𝐿𝐸
𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐿í 𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑎𝑠𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠(𝑅𝐿𝑉 )= 𝑥100
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠

107
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Rácios de Rendibilidade

■ Rendibilidade Operacional do Investimento: avaliação do desempenho dos capitais totais


investidos na empresa. Determina o nível de remuneração que a empresa oferece aos seus
investidores.
𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑂𝑝𝑒𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑅𝑂 𝑥 ( 1 −𝑡 ) 1
𝑅𝑂𝐼 = 𝑥 100 ↔ 𝑥 100
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜

■ Rendibilidade Operacional do Investimento – 2 Objetivos:


1. Analisar a Rendibilidade Global da empresa ou da unidade de negócio – Ativo Económico Total

2. Analisar a Rendibilidade de Exploração – neste caso devemos retirar os ativos não afetos à exploração (extraexploração),
considerando apenas o Ativo de Exploração

1
O RO a considerar deverá ser antes dos encargos financeiros e após impostos (t)
108
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Rácios de Rendibilidade

■ Rendibilidade Operacional do Investimento – Importância deste indicador

– Análise de projetos de investimento

– Na fixação de objetivos, ao nível do planeamento e orçamentação

– Indicador usado para avaliar segmentos de negócio, produtos, áreas geográficas, etc.

– Indicador muito usado nas empresas de grande dimensão, estruturadas por centros de
investimento:
■ Centro de investimento (Rendimentos, Gastos, Investimentos)

■ Não sendo os gestores responsáveis pela forma de financiamento, é muito frequente a utilização deste
indicador para avaliação de performance

109
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Rácios de Rendibilidade

■ Rendibilidade do Capital Próprio ou Rendibilidade Financeira: medida de eficiência dos


investidores. Permite saber se a Rendibilidade do Capital Próprio está ao nível das taxas de
rendibilidade do mercado de capitais e ao custo de financiamento.
𝑅𝐿𝐸
𝑅𝑂𝐸 = 𝑥 100
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑃𝑟 ó 𝑝𝑟𝑖𝑜

Capital 𝑅𝑂𝐸 =
𝑅𝐿𝐸
𝑥 100
Capital Próprio 𝐶𝑃
𝑅𝑂𝑥 (1−𝑡 )
𝑅𝑂𝐼 = 𝑥 100 Investido
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜
Total Capital
Modelos de análise:
Alheio • Modelo aditivo
• Modelo multiplicativo
Inspiram-se no sistema DUPONT criado nos anos 30

110
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Conceitos básicos recolhidos do Sistema Dupont:

■ Ideia Base: a empresa vale não só pelos seus Ativos, mas o seu valor também é determinado pela forma
de financiamento.

■ Rendibilidade pode ser obtida:


– Pela margem

– Pela rotação

■ Restantes aspetos resultam dos trabalhos de Modigliani e Miller sobre a estrutura financeira ótima:
– Relação entre as diferentes estruturas financeiras com o princípio do equilíbrio financeiro

– Conjugação destes modelos com as análises de risco – instrumento para a compreensão do fator financeiro

111
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Modelo Multiplicativo da Análise da Rendibilidade

■ A Rendibilidade do CP (ROE) pode decompor-se num modelo multiplicativo

= Margem de Lucro Líquida

= Rotação do Ativo

= Estrutura Financeira (forma de financiamento)

112
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Modelo Multiplicativo da Análise da Rendibilidade

■ A Rendibilidade do CP (ROE) pode decompor-se num modelo multiplicativo

Efeito Resultado Efeito Encargos


Extraordinário Financeiros

Rendibilidad Efeito dos Rotação Múltiplo


e das Vendas Custos Fixos Capitais Estrutura Efeito Fiscal
Investidos Financeira

Rendibilidade económica das aplicações Índice alavanca financeira

113
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Modelo Multiplicativo da Análise da Rendibilidade

■ A Rendibilidade do CP (ROE) pode decompor-se num modelo multiplicativo

> 1 EFA favorável, o que numa ótica de melhoria da


rendibilidade incentiva o endividamento
= 1 EFA Inócuo
< 1 EFA desfavorável o que desincentiva o endividamento

114
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Modelo Multiplicativo da Análise da Rendibilidade

■ A Rendibilidade do Capital Próprio pode decompor-se da seguinte forma:


Rendibilidade do Capital Próprio (ROE)

1. Rendibilidade Operacional das Vendas

2. Rotação do Ativo

3. Estrutura Financeira

4. Peso dos juros (i)

5. Efeito fiscal (t)

ROE ou RCP 1x2x3x4x5


115
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Modelo Aditivo da Análise da Rendibilidade

■ A Rendibilidade do CP (ROE) pode decompor-se num modelo aditivo

■ e

■ Substituindo o RL da expressão acima virá:

i – Juros
t – imposto
RAJI = RO x (1-t) 116
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Modelo Aditivo da Análise da Rendibilidade

■ Sabemos também que:

– e

■ Substituindo Ativo na equação acima temos:

■ Assumindo que os jutos (encargos financeiros) são o produto do Passivo Financeira pela taxa (i)

117
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Modelo Aditivo da Análise da Rendibilidade

■ Voltamos à equação do ROE e continuamos as substituições:

■ Podemos pôr em evidência CA/CP e obtemos:

118
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Modelo Aditivo da Análise da Rendibilidade

ROE é influenciada por


• Rendibilidade Económica (ROI)
• Composição das Origens de Fundos (+/-CP / +/-
Efeito Fiscal
CA)
Estrutura ROI – Custo • Custo Médio Ponderado dos Capitais Alheios (i)
financeira do CA
• Nível de eficiência fiscal (1-t)

NOTA
ROI > i qualquer aumento de passivo (Capitais Alheios) reflete-se positivamente na
ROE
ROI = i a estrutura das origens não exerce influência sobre a ROE
ROI < i neste caso só com o aumento dos Capitais Próprios se consegue melhorar a 119
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Modelo Aditivo da Análise da Rendibilidade

■ A Rendibilidade do Capital Próprio pode decompor-se da seguinte forma:

Rendibilidade do Capital Próprio (ROE)

1. Rendibilidade Operacional do Ativo

2. Estrutura Financeira

3. Custo médio do financiamento (i)

4. Efeito fiscal (t)

ROE ou RCP

120
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
■ Conclusões:

■ O endividamento só é favorável, desde que a rendibilidade dos capitais investidos (Ativo) (RAJI/AT)
seja superior ao custo do capital alheio (i)

■ O endividamento tem limites, à medida que o nível de dívida aumenta, o risco de falência também
aumenta

■ Sabendo isso, os credores impõem não só limites, como aumentam as taxas de juro, à medida que o
nível de endividamento cresce

121
RISCO, RENDIBILIDADE E
CUSTO DE OPORTUNIDADE DO
CAPITAL
CAPÍTULO IV
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ OBJETIVOS:

– A relação Risco - Rendibilidade


■ Tipos de Risco e a sua Medição

■ Rendibilidade e variância de uma Carteira de Ativos

■ Capital Asset Pricing Model (CAPM)

■ Weighted-Average Cost of Capital (WACC)

123
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Rendibilidade de um investimento em Ativos (ações)

■ Taxa de Retorno

■ Em que:
– preço da ação no início do ano

– dividendo pago durante o ano

124
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exemplo Prático

■ Vamos supor que um investidor compra 100 ações da empresa ISCAL no início do ano, ao preço de
20 euros por ação. Qual é o investimento inicial?

𝐶 𝑜=20𝑥 100=2000 𝐸𝑢𝑟𝑜𝑠


■ Vamos admitir que ao longo do ano a empresa distribui um dividendo de 1 euro por ação e, que no
final do ano esta ação estava cotada no mercado ao preço de 22,5 euros por ação. Qual o retorno
obtido no final do ano?

𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜=100𝑥 1+ ( 22,5−20 ) 𝑥100=350 𝐸𝑢𝑟𝑜𝑠

125
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exemplo Prático

■ Qual será a Taxa de Retorno do Investimento?


1 (22,5 − 20)
𝑅𝑡 +1= + = 17,5 %
20 20

■ com:

1
𝐷 𝑖𝑣𝑖𝑑𝑒𝑛𝑑 𝑌𝑖𝑒𝑙𝑑= =5 %
20

■ e
( 22,5 −20 )
𝑀 𝑎𝑖𝑠 − 𝑣𝑎𝑙𝑖𝑎= =12,5 %
20

126
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Rendibilidade Acumulada: se é a rendibilidade obtida no ano t, o valor obtido ao fim de T períodos
se investirmos uma unidade monetária é de:

( 1+𝑅1 ) 𝑥 ( 1+ 𝑅2 ) 𝑥 … 𝑥 ( 1+𝑅𝑡 ) 𝑥 …𝑥 ( 1+ 𝑅𝑇 )
■ Exemplo Prático;

■ Se num período de 3 anos as taxas de rendibilidade forem de 11%, -5% e 9%, respetivamente, então
ao fim de 3 anos, o valor do investimento de 1 U.M. vai ser de:

( 1+0,11 ) 𝑥 ( 1−0,05 ) 𝑥 ( 1+0,09 ) =1,15


127
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Rendibilidade Média: Se é a rendibilidade obtida no ano t, o valor obtido ao fim de T períodos se
investirmos uma unidade monetária é de:

( 𝑅 1+ 𝑅 2+…+ 𝑅𝑇 )
𝑀 é 𝑑𝑖𝑎=
𝑇
■ Taxa de juro sem risco:

– Prémio de Risco –

■ Medidas de Risco:

– Variância: a variância vai medir o desvio face à média

128
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Medidas de Risco:

– Variância: a variância vai medir o desvio face à média


𝑇

∑ ( 𝑅 𝑖 − 𝑅 )2
𝑉𝑎𝑟 =𝜎 2= 𝑖=1
𝑇 −1

– Desvio-Padrão: vai-nos permitir calcular o desvio da amostra

𝑆𝐷=𝜎= √ 𝜎
2

129
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ 1. Risco

– Risco Operacional

– Risco de crédito

– Risco legal

– Risco de mercado
■ Risco é definido em Finanças como a probabilidade de receber um retorno de um investimento, muito
diferente do retorno esperado.

– Damodaran, “Corporate Finance, Theory and Practice”, 2001

130
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ 2. Rendibilidade e Variância de um Ativo

– Valor esperado da rendibilidade:


𝑛
𝐸 ( 𝑅 ) = 𝑅= ∑ 𝑝 𝑖 𝑥 𝑅𝑖
𝑖=1
em que i = nº cenários

– Variância: medida de dispersão das observações face à média


𝑛
𝑉𝐴𝑅=𝜎 =∑ 𝑃 𝑖𝑗 𝑥 ( 𝑅𝑖𝑗 − 𝑅𝑖 )2
2

𝑖=1

– Desvio-padrão: medida mais usada para medir a volatilidade do mercado

SD

131
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exemplo Prático

■ Vamos admitir que os analistas acreditam que existem 3 cenários possíveis da Economia que podem
ocorrer com igual probabilidade. A rendibilidade esperada para as empresas A e B é a seguinte:

Empresa A Empresa B

Recessão -20% 5%

Normal 10% 20%

Expansão 30% -12%

■ Qual a Rendibilidade Esperada para cada empresa?

132
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exemplo Prático

■ Qual a Rendibilidade Esperada para cada empresa?

( − 0,2+0,1+0,3 )
𝐸 ( 𝑅 𝐴 )= =6 , ( 6 ) %=𝑅 𝐴
3

( 0,05+0,2 −0,12 )
𝐸 ( 𝑅𝐵)= =4 , ( 3 ) %=𝑅 𝐵
3

■ Qual agora a variância e desvio-padrão de cada empresa?

133
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exemplo Prático

■ Qual a Variância e Desvio-padrão da Empresa A?

Recessão 0,0711

Normal 0,0011

Expansão 0,0544

0,12666

𝑆𝐷 𝐴= √ 0,01708=13,0%
0,0000444+0,024544+0,0266
𝑉𝐴𝑅 𝐴 = =0,01708
3

134
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exemplo Prático

■ Qual a Variância e Desvio-padrão da Empresa B?

Recessão 0,0000(4)

Normal 0,0245(4)

Expansão 0,026(7)

0,0512(6)

22 𝑆𝐷 𝐵 =√ 0,0422=20,55%
135
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Rendibilidade média

– Em que:

■ i = Ativo

■ T = Número de observações

■ Sendo a rendibilidade do Ativo i no dia j dada por:

136
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ 3. Rendibilidade e Variância de uma Carteira

■ A rendibilidade de uma carteira (portfólio) é simplesmente a média ponderada das rendibilidades


esperadas dos títulos que compõem essa carteira:

𝑛
𝐸 ( 𝑅𝑝 ) = 𝑅= ∑ 𝑋 𝑖 𝑥 𝑅𝑖
𝑖=1

■ Covariância: a covariância vai medir a relação existente entre a rendibilidade de 2 títulos:

∑ ( 𝑅 𝐴𝑗 − 𝑅 𝐴 ) 𝑥 ( 𝑅 𝐵 𝑗 − 𝑅 𝐵 )
𝑗=1
𝐶𝑜𝑣𝑎𝑟𝑖 â 𝑛𝑐𝑖𝑎=𝜎 𝐴 , 𝐵 =
𝑇

137
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ 3. Rendibilidade e Variância de uma Carteira

■ Covariância: mede se os retornos dos 2 títulos tendem a subir e cair em conjunto.

Retorno das ações tendem a variar na mesma direção (ação A sobe, a B também
tende a subir, se a ação A cair, a B também tende a cair)
Os retornos das ações são independentes
Retornos das ações tendem a variar em direções opostas (ação A sobre, e a B
cai; e vice-versa)

138
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ 3. Rendibilidade e Variância de uma Carteira

■ Podemos também falar em termos de coeficiente de correlação:


𝐶𝑂𝑉 𝐴 , 𝐵
𝐶𝑜𝑒𝑓 . 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑙𝑎 çã 𝑜=𝜌 𝐴 , 𝐵=
𝜎 𝐴 𝜎𝐵

■ Grau em que o retorno de um Ativo varia em função de outro


Retorno das ações tendem a variar na mesma direção (ação A sobre, a B
também tende a subir, se a ação A cair, B também tende a cair)
Os retornos das ações são independentes
Retornos das ações tendem a variar em direções opostas (ação A sobre, e a B
cai; e vice-versa)

139
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ 3. Rendibilidade e Variância de uma Carteira

■ Variância de uma carteira com 2 títulos:

2 2 2 2 2
𝜎 =𝑋 𝜎 +𝑋 𝜎 +2𝑋 𝑖 𝑋 𝑗 𝜎 𝑖𝑗
𝑝 𝑖 𝑖 𝑗 𝑗
■ Variância para um carteira com N Ativos:
𝑛 𝑛 𝑛
𝜎 2𝑝 =∑ 𝑋 2𝑖 𝜎 2𝑖 + ∑ ∑ 𝑋 𝑖 𝑋 𝑗 𝜎 𝑖𝑗
𝑖=1 𝑖=1 𝑗 =1

■ A variância de um portfólio depende da variância de cada um dos títulos e da covariância entre os


títulos
140
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ 3. Rendibilidade e Variância de uma Carteira

■ Desvio-padrão de uma carteira:

𝑆 𝐷=𝜎 𝑝 =√ 𝜎
2
𝑝

■ Desde que a correlação entre pares de títulos seja inferior a 1, então o desvio-padrão de uma carteira
composto por vários títulos é inferior à média dos desvios-padrões dos vários títulos

141
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exemplo Prático

■ Vamos usar os mesmos dados das Empresas A e B

■ Qual é a rendibilidade do portfólio?

𝐸 ( 𝑅𝑝 ) =0,6 𝑥6 , ( 6 ) %+0,4 𝑥4 , ( 3 ) %=5,73%

142
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exemplo Prático

■ Qual é a variância do portfólio?


0,0124

■ Qual é o desvio-padrão do portfólio?

𝑆𝐷 𝑝 =√ 0,0124 =11,13 %
■ Comparando com a média dos desvios-padrões

𝑀 é 𝑑𝑖𝑎 𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎𝑆𝐷 𝑝 =0,6 𝑥0,13+0,4 𝑥0,2055=16,02%


■ Desvio padrão do portfólio < Média ponderada dos desvios-padrões

143
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Carteira de Ativos com Risco – Markowitz (1952)
■ Carteira Eficiente: aquela que oferece o maior retorno esperado para um dado grau de risco ou o
menor risco para um dado retorno esperado.
■ Fronteira Eficiente: conjunto das carteiras eficientes

𝜌= 1
𝑀 𝑉𝑃

144
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ O Ponto MVP (Minimum Variance Portfolio) representa a carteira de variância mínima. É o portfólio
que possui a menos variância possível para aquele retorno esperado.

■ Um investidor consegue atingir qualquer ponto da linha representada, alterando a composição da


carteira

■ Nenhum investidor vai querer deter um portfólio abaixo do MVP (Fronteira Eficiente)

■ Quanto mais negativa for a correlação entre os títulos maiores serão os ganhos com a diversificação.
O efeito da diversificação aumenta com a redução do coeficiente da correlação.

145
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ O Ponto MVP (Minimum Variance Portfolio) representa a carteira de variância mínima.

■ Para conhecermos as proporções (a investir em cada uma das ações, no sentido de minimizar o risco
da carteira temos:

146
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Caso Prático

■ Qual a proporção de cada título para termos a mínima variância?

Var (

Ação A 5% 10,0% 0,0100

Ação B 15% 25,0% 0,0625

Coef. Correlação 1

0,35

147
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Qual a proporção de cada título para termos a mínima variância?

■ R: Esta é a carteira que nos proporciona uma situação de risco mínimo: 45,8% da carteira composta
por ações da empresa A e 54,2% com ações da empresa B.

148
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Linha de Mercados de Capitais (CML), Tobin (1962)

■ Ampliação do modelo de Markowitz, com inclusão de da taxa livre de risco: nova fronteira eficiente
se situa na reta em vez da curva

■ Todas as carteiras eficientes resultam da combinação de duas (sub)carteiras: Ativos com risco e
Ativos sem risco

149
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Conclusões

– Quanto mais perto estiver o coeficiente de correlação de -1, maiores serão os ganhos com a
diversificação

– Combinações entre dois ativos nunca podem ter risco superior ao encontrado numa reta que
una os pontos individuais dos ativos

– É possível encontrar um ponto na curva dos resultados possíveis que apresente risco mínimo de
combinação entre dois ativos

150
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Relação entre Rendibilidade e Risco

– O investidor tem 2 alternativas na construção da fronteira eficiente


■ Definir o risco máximo que está disposto a assumir (em termos de variância) -> Portfolio ótimo será
aquele que maximiza a rendibilidade esperada sujeito a este nível de risco

■ Definir a rendibilidade desejada -> Portfolio ótimo será aquele que minimiza a variância sujeito a esta
rendibilidade

Portfolios de Markowitz (Eficientes)

151
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Risco, corresponde à incerteza ou probabilidade de obter um resultado diferente do esperado;

■ Este resultado pode ficar aquém ou superar as expetativas, sendo essa disparidade a medida de risco;

■ A rendibilidade que um investidor espera obter com um investimento num ativo está diretamente
relacionada com o seu risco.

■ Tendo presente essa relação entre rentabilidade e risco, importa estimar a medida desses dois
parâmetros.

152
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ 4. RISCO DIVERSIFICÁVEL E NÃO DIVERSIFICÁVEL

■ O Risco Total é composto por 2 partes:


– Risco de mercado ou sistemático que influencia um elevado número de ativos;
– Risco específico que influencia apenas uma empresa, ou um pequeno grupo de empresas.
Logo, é um risco diversificável, pela criação de uma carteira de ativos;
153
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Como se determina o valor do prémio de risco num investimento / ativo?

■ O princípio do risco de mercado, assenta no facto de uma recompensa pela assunção de risco,
depender apenas do risco de mercado de um investimento. Tal resulta do facto do risco específico,
poder ser eliminado pela diversificação da carteira.

■ Assim, não importa o risco total de um ativo, apenas a parte sistemática deve ser considerada para
determinar a rendibilidade esperada (e do prémio de risco), desse ativo.

154
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ CAPM – Capital Asset Pricing Model

■ As taxas de retorno de equilíbrio de todos os ativos com risco são função da sua covariância com a
carteira de mercado. Assume, que um investidor se comporta de acordo com o modelo de média-
variância de Markowitz, escolhendo uma carteira no conjunto de carteiras eficientes. (Trevnor, 1961;
W. Sharpe, 1963; Lintner, 1965; Mossin, 1966; Black, 1972)

155
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ CAPM – Capital Asset Pricing Model
■ Pressupostos:
– os Investidores são avessos ao risco e procuram a maximização da sua função de utilidade da
riqueza;
– os investidores têm as mesmas expetativas sobre os retornos de ativos e o mesmo horizonte de
investimento;
– é possível emprestar e pedir emprestado qualquer montante à taxa de juro do ativo sem risco;
– as quantidades de ativos são fixas. Além disso, todos os ativos são comercializáveis e
perfeitamente divisíveis (é possível comprar qualquer fração de um ativo financeiro);
– todos os investidores têm informação perfeita;
– não há imperfeições de mercado tais como custos de transação, impostos sobre os rendimentos,
ou restrições sobre short-sales.

156
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ CAPM – Capital Asset Pricing Model
■ Exemplo Prático
■ Um investidor decide comprar ações da empresa A, sabendo que pode igualmente emprestar ou pedir
emprestado à taxa de juro sem risco (

Ações Emp. Taxa juro


A sem risco

Retorno Esperado 12% 7%

Desvio-padrão 0,15 0

■ Vamos admitir que o investidor vai investir 60% nas ações da empresa A e 40% no ativo sem risco.
Qual a rendibilidade esperada?

157
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ CAPM – Capital Asset Pricing Model

■ Exemplo Prático

■ Vamos admitir que o investidor vai investir 60% nas ações da empresa A e 40% no ativo sem risco.
Qual a rendibilidade esperada?

■ E o desvio-padrão?

158
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ CAPM – Capital Asset Pricing Model

■ Principais implicações

– A proporção de cada sub-carteira dependerá do grau de aversão ao risco

– Todos os investidores possuem 2 (sub)carteiras:


■ Carteira do Mercado (M): que inclui todos os ativos de risco negociados publicamente

■ Ativo sem risco

■ O prémio de risco dependerá do grau de aversão ao risco médio dos agentes

■ O retorno esperado de cada ativo dependerá do prémio de risco de mercado e do quanto os retornos
deste ativos são sensíveis ao retorno de mercado (medido pelo β=

159
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ CAPM – Capital Asset Pricing Model

■ É possível estimar o prémio de risco para empresas com cotação na Bolsa de Valores, através do
modelo de equilíbrio financeiro CAPM.
■ Segundo o CAPM a rendibilidade esperada ou exigida pelo acionista (Ke), inclui uma rendibilidade
normal do mercado sem risco (Rf) e um prémio de risco () por investir neste ativo específico:

■ Na prática, estamos a somar ao rendimento de um ativo sem risco (rf), o prémio de risco do
mercado ((rm) – rf ) ponderado por um factor, o beta (), desse ativo.
■ O beta exprime a sensibilidade da variação do rendimento do título face à totalidade do mercado,
correspondendo ao quociente da covariância entre rendimento do título e a do mercado;

160
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ CAPM – Capital Asset Pricing Model
■ Na prática:
– As Obrigações do Tesouro, são utilizadas como referência para as taxas de juro sem risco (rf);
– Para determinação da rendibilidade esperada do mercado [E(rm)] é utilizado o desempenho
histórico do título;
– Os Betas (β) são determinados a partir da regressão do valor das ações face aos retornos do
mercado,
■ calculamos o Beta:
– Através de uma regressão em que o prémio de risco do mercado é uma variável
independente, obtém‐se o Beta. O Beta do capital próprio do ativo “i” é dado por:

■ Em que
– ri ‐ taxa de rendibilidade das ações da empresa i
– rm –taxa de rendibilidade do mercado (índice de ações)

– Mede a volatilidade relativa de uma ação versus o mercado

161
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ CAPM – Capital Asset Pricing Model

E(Rp)
E(ri) = rf + βi x [E(rM) – rf]

Recompensa o Recompensa o
investidor por adiar o investidor pelo
consumo durante um risco assumido
período de tempo
Se:
E(RM) = E(ri) = rf + βi x [E(rM) – βi = 0, então E(ri) = E(rf)
rf]
βi = 1, então E(ri) = E(rM)
Rf βi < 1, então E(ri) < E(rM)
βi > 1, então E(ri) > E(rM)

βi
0 1

A Security Market Line diz-nos que, em equilíbrio, existe uma relação linear entre a
rendibilidade esperada de um ativo e o risco sistemático desse ativo medido pelo seu beta

162
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ CAPM – Capital Asset Pricing Model

■ O beta é a medida sintética da sensibilidade da rendibilidade de um investimento às variações do


mercado.

■ Quanto maior for beta mais arriscado é o investimento:

–  > 1: risco da empresa, é maior, o que leva os investidores a exigirem uma rendibilidade
superior ao Mercado;

–  = 1: cotação do título da empresa varia ao ritmo do mercado;

–  < 1: cotação do título tem uma volatilidade inferior, logo é esperada uma menor
rendibilidade.

163
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ CAPM – Capital Asset Pricing Model

■ O Beta de uma empresa é determinado por:

– Risco de negócio, uma vez que o Beta mede o risco de uma empresa relativamente ao índice do
mercado, se o negócio for mais sensível a alterações no mercado, o Beta aumenta

– Alavancagem operacional que vai ser medida pelo peso dos Custos Fixos na estrutura de
custos da empresa

– Financiamento se houver um aumento do nível de endividamento o Beta vai aumentar

164
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ CAPM – Capital Asset Pricing Model

■ O Modelo de CAPM – Rendibilidade esperada de um Ativo

com

165
DECISÕES DE INVESTIMENTO
■ CAPM – Capital Asset Pricing Model

■ Após estimarmos o beta do Capital Próprio, temos que determinar o unlevered (beta do ativo),
eliminando o levered beta, o risco financeiro que resulta da dívida existente na estrutura de capitais da
empresa:

Legenda:
■ βU ‐ unlevered beta;

■ E (Equity) ‐ valor de mercado do capital próprio;

■ βL ‐ levered beta (beta do capital próprio);

■ D (Debt) ‐ valor de mercado do capital alheio;

■ βD ‐ beta da dívida (geralmente assume‐se que é zero, i.e. não existe risco de default);

■ VU = E + D.(1 ‐ t) ‐ valor da unlevered firm;

■ t‐ taxa de imposto sobre lucros;

Apresentar Excel Betas Europe criado por Aswath Damodaran, adamodar@stern.nyu.edu

166
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ CAPM – Capital Asset Pricing Model

■ CASO PRÁTICO
■ A ação da empresa A tem um Beta de 0,5. A taxa dos Bilhetes de Tesouro a 3 meses é de 5% e o
rendimento esperado para o mercado acionista é de 12%

■ Nestas condições, qual deverá ser o rendimento requirido para a ação da empresa A?

167
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ CAPM – Capital Asset Pricing Model

■ CASO PRÁTICO

■ Calcular o K, via CAPM

% + 0,5 x (12%-5%)  8,5%

168
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ CAPM – Capital Asset Pricing Model

■ CASO PRÁTICO – Taxa de atualização via CAPM


■ A empresa vai proceder à realização de um projeto de investimento relativamente ao qual conhecemos
a seguinte informação:
– beta das ações da empresa é 1,3
– rácio atual debt-to-equity da empresa 0,6
– yield to maturity das obrigações do Tesouro 7%
– rendibilidade esperada para o mercado 12%
– taxa de impostos sobre lucros 30%

■ Usando a fórmula do CAPM, qual a taxa de retorno esperada para investir neste projeto?

169
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ CAPM – Capital Asset Pricing Model

■ CASO PRÁTICO

■ Calcular a rendibilidade esperado, via CAPM

7% + 1,3 x (12%-7%)  13,5%

170
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ FINANCIAMENTO DA EMPRESA:

– Fontes de financiamento

– Estrutura dos capitais


■ Diversas teorias sobre a estrutura ideal de capital, as mais conhecidas são a:
– Trade-off Theory: defende que a estrutura ótima de capitais resultaria de um equilíbrio entre os benefícios
fiscais resultantes do endividamento e os custos potenciais do endividamento (custos de falência daí
resultantes); Miller (1977) e Modigliani e Miller (1962)

– Pecking Order theory: introduz o efeito da assimetria de informação existente entre os gestores e os
investidores na análise das decisões de financiamento das empresas. Defendida por Donaldson (1961), Myers
(1984) e Myers e Majluf (1984).

171
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ FINANCIAMENTO DA EMPRESA:
■ Identificada a oportunidade de aplicação de capitais, coloca‐se a decisão sobre o investimento –
utilizando uma taxa de atualização procedemos a uma análise de rendibilidade no pressuposto
investimento se for financiado a 100% por Capitais Próprios e, consequentemente apenas
considerámos o respetivo risco operacional na determinação da taxa de atualização, pois não existe
risco financeiro.
■ A taxa de atualização corresponde ao custo do capital próprio (K e) determinado a partir do beta, isto é.
sem risco financeiro.
■ Nesta fase, tendo já em atenção as características e condições do financiamento, passar‐se‐á a uma
reavaliação que complementará a avaliação global do investimento e da qual decorre a decisão de
financiamento ou numa ótica de investidor, decisão esta que pode ser tomada em “separado” ou
através de métodos de interação entre ambas as decisões (económica e de financiamento).
■ Na realidade as empresas financiam os Ativos com dívida. O objetivo é incorporar os efeitos da
dívida no valor da empresa.

172
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ FINANCIAMENTO DA EMPRESA

■ A metodologia a utilizar é a seguinte:

– Weighted Average Cost of Capital (WACC) ou Custo Médio Ponderado do Capital (CMPC):
custo de capital de uma empresa ou projeto é a média ponderada do custo do capital próprio e
do custo do capital alheio corrigido do efeito fiscal.

173
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ FINANCIAMENTO DO PROJETO:

■ WEIGHTED AVERAGE COST OF CAPITAL (WACC) OU CUSTO MÉDIO PONDERADO


DO CAPITAL (CMPC)

■ A taxa de atualização incorporará os custos do financiamento de modo a que o a taxa de retorno reflita o
benefício fiscal e/ou financeiro das origens de Capital Alheio (endividamento).

■ COMO SE CALCULA O CUSTO DO CAPITAL?

■ Considerar os valores de mercado para a Dívida e Capital Próprio, porque o objetivo é saber qual
o custo para a empresa de obter financiamento no mercado à data;

174
DECISÕES DE FINANCIAMENTO
■ FINANCIAMENTO DA EMPRESA:
■ WEIGHTED AVERAGE COST OF CAPITAL (WACC) OU CUSTO MÉDIO PONDERADO
DO CAPITAL (CMPC)

Legenda:
– ke ‐ Custo do Capital Próprio
– E ‐ Valor de mercado dos capitais próprios
– D ‐ Valor de mercado da dívida
– kD ‐ Custo do capital alheio
– t ‐ Taxa de imposto sobre lucros

175
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ WACC – WEIGHTED AVERAGE COST OF CAPITAL

■ CASO PRÁTICO – Taxa de atualização via WACC


■ Uma empresa decidiu-se obter um financiamento bancário para concretizar o projeto de investimento,
relativamente ao qual conhecemos a seguinte informação:
– Investimento: 8.000€
– Empréstimo ao valor de mercado: 3.200€
– Taxa de juro do empréstimo: 8%
– Custo do capital próprio: 10%
– taxa de impostos sobre lucros 30%

■ Qual o Custo médio Ponderado do Capital?

176
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ WACC – WEIGHTED AVERAGE COST OF CAPITAL

■ CASO PRÁTICO – Taxa de atualização via WACC

■ O Custo médio Ponderado do Capital será

177
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ WACC – WEIGHTED AVERAGE COST OF CAPITAL

■ CASO PRÁTICO – Taxa de atualização via WACC


■ Uma empresa apresenta a seguinte estrutura de origens de fundos:
– Capital Próprio constituido por 120.000 ações com o valor nominal de 5€ e cotadas a 6€;
– Um empréstimo de médio longo prazo, no valor de 100.000€, à taxa de 5%;
– Um empréstimo bancário a curto prazo, no valor de 50.000€, à taxa de 8%;
– O Beta da empresa é 1,4
– Taxa de rendimento dos títulos do Estado (investimento sem risco) 2%
– Rendibilidade média do mercado acionista é 8%
– Taxa de imposto sobre o lucro é 25%

■ Qual o custo médio ponderado do capital da empresa?

178
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ WACC – WEIGHTED AVERAGE COST OF CAPITAL

■ CASO PRÁTICO – Taxa de atualização via WACC


■ Qual o custo médio ponderado do capital da empresa?

1º Custo CP:

2º Custo CA:

179
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ WACC – WEIGHTED AVERAGE COST OF CAPITAL

■ A relação entre e altera-se para:

Em que:

Custo do capital da empresa Unlevered

Custo da Dívida da empresa

■ O aumento do nível de endividamento (levarage) aumenta o risco financeiro e consequentemente a


rendibilidade exigida pelos acionistas para os Capitais Próprios, isto é, o custo dos Capitais Próprios, .

180
EXERCÍCIO
S PRÁTICOS

181
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exercício 1 (1/3)

■ Há um ano comprámos 1 000 ações da empresa XYZ ao preço de 3,5€ por ação. No mês passado
recebemos um dividendo de 200€ e nessa data a cotação das ações estava a 3,7€.

■ Qual foi o nosso ganho percentual?

■ R: O nosso investimento nas ações da empresa XYZ representa um ganho de 11,43%.

182
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exercício 1 (2/3)

■ Imagine que a rendibilidade esperada das ações XYZ, dependem da evolução da economia, conforme
o quadro seguinte:
Estado da Economia Probabilidade Rendimento XYZ
% (%)
Expansão 0,15 10
Não crescimento 0,6 5
Contração 0,25 -6

■ Calcule o rendimento esperado da ação XYZ

𝐸 ( 𝑅 𝑋𝑌𝑍 ) =¿
183
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exercício 1 (3/3)

■ Calcule a variância e o desvio-padrão da ação XYZ

Expansão 49
Não crescimento 4
Contração 81

134

𝑉𝐴𝑅𝑋𝑌𝑍 =49𝑥0,15+4𝑥0,6+81𝑥0,25=30 𝑆𝐷 𝐴= √ 30=548%


184
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exercício 2 (1/4)

■ Pretende-se avaliar o binómio risco/rendimento de uma carteira de títulos que é composta por duas
ações com as seguintes características:
– Ação A: Rendimento 6%; Desvio padrão 20%

– Ação B: Rendimento 12%; Desvio padrão 24,5%

– Coeficiente de Correlação: 0,50

■ Calcule as proporções a investir em cada uma das ações, no sentido de minimizar o risco da
carteira e comente os resultados obtidos

185
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exercício 2 (2/4)

■ Dados
Var (

Ação A 6% 20,0% 0,040

Ação B 12% 24,5% 0,060025

Coef. Correlação 0,5

0,0245

■ Qual a proporção de cada título para termos a mínima variância?


186
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exercício 2 (3/4)

■ Qual a proporção de cada título para termos a mínima variância?

■ R: Esta é a carteira que nos proporciona uma situação de risco mínimo: 69,6% da carteira composta
por ações da empresa A e os restantes 30,4% com ações da empresa B

187
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exercício 2 (4/4)

■ Representação gráfica aproximada da rendibilidade-risco

14.00%

12.00%

10.00%

5% 95% 11,70% 0,0566 0,23790768 8.00%

6.00%
70% 30% 7,80% 0,035292 0,18786232
4.00%
90% 10% 6,60% 0,03741 0,19341729 2.00%

0.00%
0.18 0.19 0.2 0.21 0.22 0.23 0.24 0.25

188
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exercício 3 (1/4)

■ A empresa EFT está a analisar a sua carteira de investimentos e deseja conhecer o risco da ação CF2
cujas características em relação ao mercado se apresentam abaixo.

Rendimentos (%)
Período
CF2 Índice (Rm)
1 5,1 4,5
2 4,8 4,4
3 3,2 4,0
4 -2,0 1,0
5 2,9 3,1

■ Calcular o grau de risco da CF2, medido através do Beta.

189
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exercício 3 (2/4)

■ Calcular o grau de risco da CF2, medido através do Beta.


Rendimentos (%) Covariância Variância
Período
CF2 Índice (Rm) 1. 2. 1x2
1 5,1 4,5 2,3 1,1 2,53 1,21
2 4,8 4,4 2 1 2 1
3 3,2 4,0 0,4 0,6 0,24 0,36
4 -2,0 1,0 -4,8 -2,4 11,52 5,76
5 2,9 3,1 0,1 -0,3 -0,03 0,09
Média 2,8 3,4 Covariância 3,252 1,684

𝝈 𝒊 ,𝒎 𝟑 , 𝟐𝟓𝟐
𝜷 𝒊= = =𝟏 , 𝟗𝟑𝟏
𝝈𝟐
𝒎
𝟏 , 𝟔𝟖𝟒
190
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exercício 3 (3/4)

■ Resuma sucintamente a importância do conceito do Beta..

■ R: O beta é um indicador de risco sistemático de uma ação. Dá-nos uma indicação se á ação é mais ou
menos arriscado do que a média do mercado.

■ Conhecendo os betas e a rendibilidade esperada de um conjunto de ações, podemos organizar a nossa


carteira e se for uma carteira diversificada deixamos de necessitar do modelo de Markovitz e da
matriz de variâncias e covariâncias.

191
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exercício 3 (4/4)

■ No caso do rendimento sem risco ser de 2,3% e o prémio de mercado ser de 3%, qual o
rendimento esperado por um investidor na CF2?

■ Calcular o K, via CAPM

% + 1,931 x 3% = 8,1%

192
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exercício 4 (1/5)

■ Admita que o rendimento esperado e o desvio padrão das ações A e B são respetivamente:

– E() = 0,15

– E() = 0,25

– = 0,1

– = 0,2

■ Calcule o rendimento esperado e o desvio padrão da carteira formada por 40% de A e 60% de
B, se o coeficiente de correlação entre o rendimento de A e B for 0,5.

193
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exercício 4 (2/5)

■ Calcule o rendimento esperado e o desvio padrão da carteira formada por 40% de A e 60% de
B, se o coeficiente de correlação entre o rendimento de A e B for 0,5.

■ Calcule o desvio padrão da mesma carteira, mas usando um coeficiente de correlação entre A e
B de – 0,5.

194
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exercício 4 (3/5)

■ Calcule o desvio padrão da mesma carteira, mas usando um coeficiente de correlação entre A e
B de – 0,5.

195
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exercício 4 (4/5)

■ Explique como é que a correlação entre os rendimentos de A e B afeta o risco da carteira.

■ R: o risco da carteira desce quando a correlação entre os títulos é baixa. Neste exemplo, passando da
alínea a para b o coeficiente baixou significativamente, passando inclusive a negativo, dai a forte
descida do risco da carteira. Dá-se neste último caso uma espécie de compensação. Quando uma ação
desce a outra sobe e vice-versa, resultando numa menor volatilidade para a carteira.

196
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exercício 4 (5/5)

■ Admita agora que as duas ações têm os seguintes betas:


– Beta (A) = 1,1
– Beta (B) = 1,3

■ Qual o Beta da carteira constituída por 50% de A e 50% de B?

■ Qual será a carteira que lhe permitirá obter um Beta 1,15 e que expectativa de rendimento lhe
proporcionará?

197
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exercício 5 (1/2)

■ Suponha que apenas consegue comprar dois ativos, o ativo sem risco e o ativo X, com um Beta de
1,2. O seu objetivo é obter um Beta de 0,9 para a carteira. Determine qual a combinação que lhe
permite alcançar esse objetivo.

■ R: Se um investidor pretende atingir um beta de 0,9 na sua carteira, terá de conjugar os pesos de cada
um dos títulos que a compõem, sendo que o beta do ativo sem risco nulo. Então para que o beta da
carteira seja igual a 0,9 o investidor deverá ter 25% da sua carteira representada pelo ativo sem risco e
75% com o ativo X.

198
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exercício 5 (2/2)

■ A rendibilidade esperada para o ativo sem risco é de 2% e para o ativo X é de 5%, qual a
rendibilidade esperada para a carteira.

■ Com base nos dados anteriores qual a rendibilidade esperada para o mercado?

199
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exercício 6 (1/2)

■ Qual será o beta de um ativo cujo rendimento esperado é 18%, a taxa de juro sem risco é 6% e a
rendibilidade esperada para o mercado é de 14%?

■ Sabendo que o preço de mercado de um ativo é 50€ e a sua rendibilidade esperada de 14%. A taxa de
juro sem risco é 6% e o prémio de risco de mercado 8,5%. Qual será o preço de mercado do ativo, se
o coeficiente de correlação com o mercado duplicar e todas as outras variáveis se mantiverem
constantes?

200
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exercício 6 (2/2)

■ Qual será o preço de mercado do ativo, se o coeficiente de correlação com o mercado duplicar e
todas as outras variáveis se mantiverem constantes?

1º calcular o atual beta,

Sabendo que o beta é se o coeficiente de correlação duplica é porque duplica a covariância, o que significa
que o beta também duplica e será igual a 0,941176x2 = 1,882353

E a rendibilidade esperada será de

R: o risco do título aumentou o que conduziu os investidores a desvalorizar o mesmo, deixando o seu
preço cair até que a rendibilidade esperada de um período futuro seja igual a 22%.

201
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exercício 7 (1/1)

■ A companhia ALFA é financiada em 40% por passivo bancário, cuja taxa de juro é 10%. Sobre o
Capital Próprio sabe-se que o mercado exige um prémio de risco de 8%, face à rendibilidade do ativo
sem risco 3% e o beta das ações da empresa é de 0,5. A Taxa de Imposto é de 40%. Qual é o custo de
capital da empresa ALFA?

202
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exercício 8 (1/1)

■ A empresa YY apresenta um de 12% e um de 6%. Os valores da empresa, do passivo e dos capitais


próprios são os seguintes:

– Debt (D) 6,7 M

– Equity (E) 26,2 M

– Firm Value (V) 32,9 M

203
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exercício 9 (1/2)

■ O Capital Próprio e o Passivo bancário da empresa XX estão avaliados em 50 milhões e 30 milhões,


respetivamente. Atualmente a empresa paga uma taxa de juro de 8% pelo Passivo e o custo médio do
capital ponderado está nos 9%.

■ Considere que a empresa XX vai aumentar o capital pela emissão de novas ações no valor de 10
milhões e vai usar esse dinheiro para reduzir o passivo. Assuma que a alteração na estrutura de capital
não altera o risco dos empréstimos.

■ Determine a rendibilidade esperada para os Capitais Próprios assumindo que há impostos sobre
lucros à taxa de 30%.

204
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exercício 9 (2/2)

■ Determine a rendibilidade esperada para os Capitais Próprios assumindo que há impostos sobre
lucros à taxa de 30%.

■ Assumindo a nova estrutura de capital temos

205
RISCO, RENDIBILIDADE E CUSTO DE
OPORTUNIDADE DO CAPITAL
■ Exercício 10 (1/1)

■ O Capital Próprio e o Passivo bancário da empresa ABC estão avaliados em 45 milhões e 35 milhões,
respetivamente. Os investidores requerem atualmente uma rentabilidade para os capitais próprios de
10% e 6% para o passivo.

■ Calcule o (WACC) custo médio ponderado do capital para uma taxa de impostos sobre lucros de
30%.

■ Calcule a remuneração exigida para o Capital Próprio na ausência de endividamento.

206
FONTES DE FINANCIAMENTO
CAPÍTULO V
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ OBJETIVOS:

– Fontes de Financiamento
■ Via Capital Próprio

■ Via Capital Alheio

208
FONTES DE FINANCIAMENTO
Tanto o Capital Próprio como o Capital Alheio são meios de financiamento da empresa, suscetíveis de serem
usados por esta para adquirir ativos como máquinas, equipamentos, edifícios, licenças, etc.

■ Tipos de rendimento:

Capital Próprio – Juros

– Dividendos

■ O estatuto fiscal dos rendimentos

■ O controlo que os detentores do capital têm


sobre a empresa
Capital Alheio
■ Os direitos em caso de falência

209
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ CAPITAL PRÓPRIO
■ Capital Social inicial
■ Ações comuns versus Ações preferenciais
– Recebimento de dividendos
– Reembolso em caso de falência da empresa
– Direito de voto
■ Autofinanciamento - Meios financeiros obtidos e retidos na empresa que deverão permitir o reembolso de
dívidas de médio e longo prazo, assegurar a manutenção da atividade produtiva da empresa (amortizações,
provisões e reservas de investimento) e garantir o seu crescimento (resultados líquidos retidos para pagamento de
dívidas)
■ Aumentos de Capital
– Sociedades de capital fechado
– Sociedades de capital disperse
■ Nesta forma de financiamento incluem-se os aumentos de capital, as prestações suplementares de capital, a criação de
reservas de reavaliação, a diminuição da distribuição de resultados ou a emissão de títulos de participação.

210
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ CAPITAL PRÓPRIO - As aberturas do capital IPO’s (Initial Public Offering)

■ Componente natural do processo de crescimento de uma empresa, pois facilita a obtenção do Capital
Próprio necessário ao financiamento equilibrado da empresa

VANTAGENS DESVANTAGENS
• Tendência para o aumento do prestígio da empresa no mercado • Custos elevados com o processos, consultores,
• Valorização da empresa continuamente atualizada pela bolsa bancos, advogados, etc.
• Dá acesso a um meio de pagamento utilizável em estratégias de • Torna-se necessário respeitar as regras da Bolsa
crescimento por aquisição • Divulgação de Relatórios e Contas com maior
• Permite montar esquemas de incentivos para quadros, baseados no regularidade
desempenho dos títulos no mercado • Capitalização e dispersão mínima
• Fornecer informação para a tomada de decisões, tendo em conta as • Publicação de uma série de factos de interesse para
reações passadas do mercado os acionistas
• Os proprietários, passam a ter um mercado para as ações detidas, • Risco de aquisição hostil
passando a ter liquidez para o seu capital investido, podendo vender,
diversificar, etc.

211
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ CAPITAL PRÓPRIO – Capital de Risco

■ O Capital de Risco constitui uma forma de financiamento principalmente para PMEs, através do
recurso a Capitais Próprios, por um período temporário.

■ Os Fundos de Capital de Risco proporcionam às empresas meios financeiros estáveis para a gestão dos
seus planos de desenvolvimento. Este instrumento é aplicável a projetos de arranque, expansão,
modernização e inovação empresarial com dimensão estratégica.

■ Os principais objetivos são:


– Participar temporariamente no capital de empresas

– Normalmente trata-se de participações minoritárias

– Criar condições de desenvolvimento da empresa

– Obter mais-valias na alienação posterior das suas participações

212
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ CAPITAL PRÓPRIO – Capital de Risco

■ Formas de envolvimento das Sociedades de Capital de Risco:

■ Early Stage Financings e “start ups”

– Capital semente

■ Capital de recuperação (turnarounds)

– Investimento em empresas em situação difícil

■ Capital de desenvolvimento (Mezzanine financing)

– Investimento em empresas lucrativas ou com potencial de expansão

■ Bridge Financing

– Investimento em empresas que têm perspetivas de dispersar o capital a menos de um ano


213
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ CAPITAL PRÓPRIO – Capital de Risco

■ Vantagens de ser uma beneficiária de Capital de Risco:

1. Serviços complementares: aconselhamento, contactos, etc.

2. Confidencialidade: a divulgação de informação fica limitada a um círculo restrito

3. Acessibilidade: por vezes trata-se da única forma de obter Capitais Próprios adicionais

214
FONTES DE FINANCIAMENTO

■ CAPITAL ALHEIO

■ Empréstimo bancário
■ Leasing
■ Empréstimo Obrigacionista
■ Empréstimo externo
■ Project Finance
■ Garantia Mútua
■ Factoring
■ Confirming

215
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ CAPITAL ALHEIO

■ Empréstimo bancário
– Mútuo ou empréstimo bancário é o contrato pelo qual um banco ou outra instituição de crédito
empresta dinheiro a uma outra entidade, ficando esta última obrigada a restituir a totalidade do
montante emprestado acrescido de juros.
■ Leasing
■ Empréstimo Obrigacionista
■ Empréstimo externo
■ Project Finance
■ Garantia Mútua
■ Factoring
■ Confirming

216
FONTES DE FINANCIAMENTO

■ CAPITAL ALHEIO
■ Empréstimo bancário apresenta diferentes modalidades de contratos de concessão de crédito bancário
em sentido amplo:
– Mútuo ou empréstimo bancário: mútuo ou empréstimo bancário é o contrato pelo qual um banco ou outra
instituição de crédito empresta dinheiro a uma outra entidade, ficando esta última obrigada a restituir a
totalidade do dinheiro emprestado acrescido de juros.
– Descobertos em conta bancária: o cliente apresenta uma conta bancária com um saldo negativo, mas pode
continuar a usá-la e fazer pagamentos para satisfazer as suas necessidades de tesouraria, até um
determinado montante limite (Financiamento curto Prazo).
– Linhas de crédito: o banco coloca à disposição do cliente um determinado montante para este ir utilizando
de acordo com as suas necessidades. Pode operar em conta corrente, o que permite que o cliente vá
amortizando a dívida, mas volte a poder reutilizar o montante disponibilizado.
– Locação financeira (leasing)
– Cessão financeira (factoring)

217
FONTES DE FINANCIAMENTO

■ CAPITAL ALHEIO
■ Empréstimo bancário diferentes alternativas de curto prazo:
– Descoberto na conta Depósitos à Ordem
– Conta corrente caucionada
– Empréstimos por Livrança
– Desconto de Letras
– Linhas para desconto de Cheques Pré-datados (com datas futuras)
– Empréstimos monetarizados - Hot Money (diferenças nas taxas de juros e/ou à antecipação de diferenças cambiais)
– Linhas de crédito à exportação
– Linhas de crédito à importação

218
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ CAPITAL ALHEIO

■ Empréstimo bancário
■ Leasing
– Financiamento, por parte de intermediários financeiros, da aquisição de bens e respetiva
cedência em locação, mantendo, no entanto, estes intermediários a propriedade do bem em
questão como garantia.
■ Empréstimo Obrigacionista
■ Empréstimo externo
■ Project Finance
■ Garantia Mútua
■ Factoring
■ Confirming

219
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ CAPITAL ALHEIO

■ Empréstimo Obrigacionista
– Esta forma de empréstimo é utilizada normalmente por grandes empresas ou pelo próprio
Estado, visando dois objetivos básicos:
■ a obtenção de grande volume de capitais
■ a dilatação do prazo de reembolso, porquanto representa financiamento a médio e longo prazo
– No empréstimo por obrigações são emitidos títulos de igual valor a serem subscritos pelas entidades
interessadas: as obrigações. Uma obrigação representa, assim, uma fração de um empréstimo sendo o seu
portador um credor da sociedade que a emitiu, ou seja, representa para esta última, um Capital Alheio.
■ Empréstimo externo
■ Project Finance
■ Garantia Mútua
■ Factoring
■ Confirming
220
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ CAPITAL ALHEIO

■ Empréstimo bancário
■ Leasing
■ Empréstimo Obrigacionista
■ Empréstimo externo
– Empréstimo denominado numa divisa distinta (referenciando uma taxa de juro e/ou de câmbio)
■ Project Finance
■ Garantia Mútua
■ Factoring
■ Confirming

221
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ CAPITAL ALHEIO

■ Project Finance
– Forma de financiamento e organização de projetos de investimento em que os Ativos e os
cashflows do novo projeto são segregados das restantes atividades da empresa, geralmente
através da constituição de uma entidade jurídica para o efeito.
■ Possibilidade de isolar o projeto dos seus promotores como entidade independente
■ Entidade jurídica com vida limitada e predefinida
■ Capacidade para oferecer Ativos tangíveis que possam funcionar como garantias
■ Possuir uma dimensão mínima, dados os custos de montagem
■ Garantia Mútua
■ Factoring
■ Confirming

222
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ CAPITAL ALHEIO

■ Empréstimo bancário
■ Leasing
■ Empréstimo Obrigacionista
■ Empréstimo externo
■ Project Finance
■ Garantia Mútua
■ Factoring
■ Confirming

223
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ CAPITAL ALHEIO

■ Empréstimo bancário
■ Leasing
■ Empréstimo Obrigacionista
■ Empréstimo externo
■ Project Finance
■ Garantia Mútua
■ Factoring - Desconto de faturas de clientes
■ Confirming

224
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ CAPITAL ALHEIO
■ Factoring - Desconto de faturas de clientes
■ O QUE É FACTORING?

– Instrumento que permite às empresas efetuar uma gestão adequada da sua tesouraria tendo por base
a sua carteira de clientes, possibilitando o acesso a uma linha de financiamento, o qual tem por base
a cedência dos créditos a receber sobre os seus Clientes, a uma empresa especializada - o Factor -
permitindo às empresas financiar esses créditos por forma a melhorar a sua gestão de tesouraria, ao
mesmo tempo que beneficiam de um serviço de gestão e acompanhamento das suas cobranças e de
uma cobertura para o risco de não pagamento, através de um seguro de crédito. As faturas têm um
determinado prazo de pagamento em cima do qual se fixa normalmente um prazo de tolerância. Estes
contratos de factoring preveem normalmente um limite global para adiantamentos.

225
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ TIPOS DE FACTORING?
■ Um contrato de Factoring pode assumir diversas modalidades, dependendo do tipo de necessidade de cada
empresa, do seu sector de atividade e da tipologia dos seus clientes:

FACTORING COM RECURSO FACTORING SEM RECURSO


• A empresa beneficia de um contrato de • Nesta modalidade, além dos serviços existentes
Factoring que inclui o adiantamento por parte da na modalidade de Factoring com Recurso, está
empresa de Factoring, dos créditos cedidos e o também incluída a cobertura do risco de crédito
serviço de gestão e cobrança dos seus créditos (seguro de crédito), pelo que a empresa está
sobre clientes. Nesta modalidade, não existe também protegida contra o incumprimento ou
cobertura do risco de crédito sobre a carteira de atraso no pagamento dos seus clientes
clientes, pelo que qualquer incumprimento (devedores no contrato de Factoring).
reverte para a empresa a responsabilidade de
pagamento do valor adiantado pela empresa de
Factoring.

■ Este serviço têm custos associados, nomeadamente Comissão de Factoring (remunera o serviço de gestão
operacional) e Custos de adiantamento das faturas dos clientes. 226
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ CAPITAL ALHEIO
■ Factoring - Desconto de faturas de clientes - Exemplo
■ A empresa X vende mercadorias a crédito aos seus clientes. A empresa X assinou com uma Instituição
Financeira (IF) um contrato de factoring prevendo o desconto de faturas de determinados clientes.
■ No desconto de faturas estipula-se uma percentagem de adiantamento, estas faturas funcionam para a IF
como um colateral.
■ As faturas têm um determinado prazo de pagamento em cima do qual se fixa normalmente um prazo de
tolerância. Estes contratos de factoring preveem normalmente um limite global para adiantamentos. Para
além do limite global, podem ser estipulados limites parciais por cliente.
■ A empresa X paga à IF juros sobre o montante médio em dívida, fruto dos adiantamentos e qualquer
cessação de faturas envolve o pagamento de uma comissão de factoring que incide sobre o total das faturas
cedidas.
■ O cliente paga as faturas não à empesa X, mas à IF.

227
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ CAPITAL ALHEIO

■ Empréstimo bancário
■ Leasing
■ Empréstimo Obrigacionista
■ Empréstimo externo
■ Project Finance
■ Garantia Mútua
■ Factoring
■ Confirming - Pagamento a fornecedores com crédito
– Papel Comercial
– Créditos de fornecedores
– Descontos a clientes

228
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ CAPITAL ALHEIO
■ Confirming
■ Serviço de pagamento a fornecedores, através do qual a empresa transmite à Instituição Financeira ordens de pagamento a
prazo que poderão ser antecipadas pelos fornecedores. A partir desse momento, a instituição gere todo o processo,
comunicando aos fornecedores a informação relativa aos pagamentos de que são beneficiários. Caso pretendam, os
fornecedores podem solicitar a antecipação desses pagamentos, até ao limite de crédito contratado, dentro do prazo e
condições negociadas.
■ Principais vantagens para a Empresa:
– Beneficia diretamente os seus fornecedores, proporcionando-lhes a antecipação de imediato de até 100% dos
valores faturados, em condições vantajosas e sem necessidade de análise de risco do fornecedor por parte do
Banco;
– Melhoria da capacidade de negociação de prazos de pagamento e condições de preço junto dos fornecedores;
– Isenção de custos de transferências nacionais e internacionais e isenção de imposto do selo de utilização de
crédito;
– Não aumenta endividamento bancário.

229
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ CAPITAL ALHEIO
■ Confirming - Exemplo
■ A empresa X assinou com uma Instituição Financeira (IF) um contrato de confirming prevendo o
pagamento de faturas a determinados fornecedores.
■ O serviço envolve o pagamento à IF por parte da empresa X de uma comissão que incide sobre o total das
faturas, no momento em que são enviadas. O envio das faturas para a IF pode ser feito assim que ficarem
conferidas pela empresa X e muito antes do prazo de vencimento. As ordens são irrevogáveis.
■ No vencimento a IF pagará as faturas aos fornecedores e informa desde logo os fornecedores das faturas a
pagamento e convida-os a pedirem os valores adiantados mediante o pagamento de um juro, pelo período
antecipado
■ A IF proporciona à empresa X um prazo adicional para pagamentos das faturas a fornecedores. Este crédito
adicional está sujeito a um limite negociado e a uma taxa de juro negociada, a incidir sobre o prazo
adicional de cada remessa de faturas (0d a 180d).
■ Esta forma de financiamento para a empresa X traduz-se na extensão do prazo de pagamento a
determinados fornecedores e não na entrega de valores à empresa X.
230
CAPITAL PRÓPRIO CAPITAL ALHEIO
i) são colocados à disposição da empresa, via de regra, pelo(s)
i) têm origem em terceiros (não-sócios/acionistas) ou em sócios ou
respetivo(s) sócio(s) ou acionista(s);
Fonte ou origem acionistas, mas na qualidade de terceiros (credores);
ii) estes são titulares de uma ou mais participações sociais (quotas, ações
ii) estes são titulares de direitos de crédito sobre a empresa
ou partes sociais) na empresa
conferem um direito de crédito sobre a empresa relativo à sua restituição ou
não conferem um direito de crédito sobre a empresa relativo à sua
reembolso (um direito de crédito é o direito de exigir de outrem a realização
Direito ao reembolso restituição ou reembolso (o Capital Próprio é, por isso, também
de uma prestação, neste caso, em dinheiro ou suscetível de avaliação em
designado “capital de risco”)
dinheiro)
Caráter duradouro ou são colocados na empresa de forma duradoura ou permanente, com
são colocados na empresa de forma temporária
temporário vínculo de indisponibilidade (são capitais permanentes)
Prazo de restituição não têm prazo de restituição têm prazo de restituição
Pagamentos regulares não obrigam a pagamentos regulares que possam gerar incumprimento obrigam, via de regra, a pagamentos regulares
i) conferem, na maioria das vezes, direito a juros a uma taxa fixa ou variável
i) não conferem direito a qualquer remuneração fixa (nomeadamente não
indexada a uma taxa de referência (como a Euribor) correspondente, via de
conferem direito a juros);
regra, a x por cento ao ano;
Remuneração ii) são remunerados com a distribuição ou atribuição de
ii) não conferem direito a lucros/dividendos; também não beneficiam nem
lucros/dividendos e/ou com a valorização das participações sociais
são prejudicados com a valorização ou desvalorização das participações
(quotas, ações ou partes sociais)
sociais (quotas, ações ou partes sociais)

Hierarquia no reembolso dos em caso de insolvência ou de liquidação da empresa, apenas são em caso de insolvência ou de liquidação da empresa são pagos com
capitais reembolsados, após terem sido pagos todos os credores da empresa prioridade em relação aos titulares de Capitais Próprios
Direito de voto em Assembleia
conferem, via de regra, direito de voto em AG não conferem direito de voto em AG
Geral
depois do momento em que a empresa é constituída, a decisão sobre se esta
a decisão sobre se a empresa se vai financiar através de capital próprio
Autoria da decisão se vai financiar através de capital alheio  competirá, via de regra, ao
compete, em princípio, aos respetivos sócios ou acionistas
respetivo órgão de administração e representação

231
EXERCÍCIO
S PRÁTICOS

232
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ Exercício 11 (1/3)

■ A empresa MPT, com base no orçamento de tesouraria referente ao corrente ano, prevê necessitar de
um financiamento no valor de 100 000 €. Neste sentido, a empresa negociou com a devida
antecedência diversas alternativas de financiamento, nas condições que em seguida se apresentam:

Conta corrente caucionada


Descoberto bancário • 150.000€ renovável semestralmente em função da
avaliação da evolução da empresa
• Plafond de 100.000 € renovável semestralmente em • Taxa de juro: Euribor a 3 meses + 2,25%
função da evolução da empresa
• Euribor a 3 meses situa-se em 1,153%
• Taxa de Juro: Euribor a 1 mês + 2,5%
• Comissão de imobilização sobre o montante não
• Euribor a 1 mês situa-se atualmente em 0,698% utilizado de 0,5%
• Imposto de selo sobre juros 4% • Imposto de selo sobre juros 4%
• Imposto de selo sobre utilização de crédito 0,04% • Imposto de selo sobre utilização de crédito 0,04%
mês sobre o saldo em dívida mês sobre o saldo em dívida
• Juros pagos mensalmente • Juros pagos trimestralmente

233
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ Exercício 11 (2/3)

■ Pretende-se selecionar a forma de financiamento com menor custo para a empresa, considerando que
em média vão ser utilizados apenas 100 000 €. Calcule as taxas efetivas de cada opção de
financiamento.

■ Devemos centrar a análise no cálculo do custo efetivo de cada alternativa de financiamento numa
perspetiva anual

■ Descoberto Bancário:

– Aspetos relevantes a ter em conta:


■ Juros pagos mensalmente

■ Plafond idêntico ao pretendido

■ Taxa Efetiva Anual =


234
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ Exercício 11 (3/3)

■ Conta Corrente Caucionada

– Aspetos relevantes a ter em conta:


■ Juros pagos trimestralmente

■ Plafond superior ao pretendido, o que pode implicar penalizações por saldo não usado

■ Comissão de imobilização

■ Taxa Efetiva Anual =

■ Comente os aspetos particulares de cada uma das opções, referindo vantagens e inconvenientes de uma face à
outra.

■ R: a modalidade de descoberto é a mais prática do ponto de vista operacional. A modalidade em conta corrente
caucionada não é muito diferente, assegurando ambas uma boa flexibilidade na sua utilização.

235
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ Exercício 12 (1/3)

■ A empresa HFG, está a negociar um contrato de factoring com o Banco X. A empresa opera com um
prazo médio de recebimentos de 2 meses e líquida IVA a 23%. O contrato de factoring tem as
seguintes características:

– Taxa de juro sobre os adiantamentos: Euribor a 3 meses + 1,5%

– Euribor a 3 meses situa-se atualmente em 1,153%

– Comissão de (factoring) cobrança: 0,5% flat e antecipada

– Imposto de selo sobre juros e comissões 4%

– Percentagem de adiantamento 90% e juros pagos mensalmente

– Imposto de selo sobre utilização de crédito 0,04% mês sobre o saldo médio em dívida

236
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ Exercício 12 (2/3)

■ Admitindo que os clientes a incluir no contrato de factoring são, em número muito poucos, mantendo-
se a estrutura administrativa relativamente às cobranças, qual o custo percentual associado ao apoio
financeiro obtido com o contrato de factoring?
– Nota: considere nas taxas Euribor uma base de calendário para efeitos de cálculo dos juros atual/360

■ Aspetos relevantes a ter em conta:


– Linha de financiamento porque permite obter adiantamentos

– Componente serviço porque em última análise a empresa poderia colocar todos os clientes em factoring

– A componente financeira, não pode existir sem a componente de serviço. Por cada 100€ de faturas cedidas a factoring
adianta 90€

– Os clientes vão pagando as faturas e o empréstimo (adiantamentos de factoring) vai-se amortizando. Os jutos incidem
sobre os saldos médios dos valores adiantados

237
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ Exercício 12 (3/3)

■ Avaliação do custo da componente financeira:

– Juros pagos mensalmente, considerando que existe ISAC de 0,04% ao mês

– Taxa efetiva anual =

■ Avaliação do custo da componente Serviço:


– Para obter 90% de adiantamento, a empresa paga antecipadamente 0,5% de comissão, logo: por cada euro
pedido pagamos 0,5% e recebemos 0,9€ deduzido da comissão. Assumindo um PMR = 2 meses para as
faturas adiantadas
– Taxa serviço anual =

■ Custo Total: 6,83%

238
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ Exercício 13 (1/2)

■ A empresa FJK tem como política de crédito conceder um prazo de pagamento aos seus clientes
(PMR) de 60 dias, estando a equacionar neste momento a possibilidade de passar a oferecer
igualmente um desconto de pronto pagamento, por forma a reduzir o valor a receber de clientes, com
base na seguinte regra:

– Desconto 1%

– Os clientes só têm direito ao desconto se liquidarem as suas dívidas até 15 dias após a data da
fatura

■ Calcule o custo percentual associado a esta decisão, numa perspetiva anual.

239
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ Exercício 13 (2/2)

■ Calcule o custo percentual associado a esta decisão, numa perspetiva anual.

■ Aspetos relevantes a ter em conta:


– Prazo normal a 60 dias

– Tolerância de 15 dias para poder usufruir do desconto

– Percentagem de desconto 1% para premiar os restantes 45 dias

■ Receber mais cedo é equivalente a um financiamento, que tem um custo o desconto oferecido

■ Taxa efetiva anual =

■ O desconto de pronto pagamento, surge como um custo para a empresa, mas tem de ser motivador para os cliente
avançarem com o pagamento. Esta modalidade tem a vantagem de eliminar o risco de crédito

240
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ Exercício 14 (1/2)

■ A empresa HFG, está a negociar um contrato de confirming com o Banco Y. O contrato de confirming
tem as seguintes características:

– Taxa de juro sobre o diferimento nos pagamentos: Euribor a 3 meses + 1%

– Juros pagos mensalmente

– Euribor a 3 meses situa-se atualmente em 1,153%

– Comissão de confirming: 0,2% flat e antecipada

– Imposto de selo sobre juros e comissões 4%

– Prazo máximo de diferimento 120 dias

– Imposto de selo sobre utilização de crédito 0,04% mês sobre o saldo médio em dívida

241
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ Exercício 14 (2/2)

■ Admitindo que a empresa irá utilizar esta linha ao longo do ano, qual o custo percentual
associado a este apoio financeiro, incluindo todas componentes?

■ Custo anual da componente comissão pela cessão das faturas

■ Custo da componente de juros

■ Custo Total com juros + comissões = 3,38%

242
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ Exercício 15 (1/3)

■ Imagine que se encontra numa empresa comercial que faz representação de marcas estrangeiras em
Portugal. Assuma que tem nessa empresa responsabilidades ao nível financeiro e se tinha negociado
com um novo fornecedor estrangeiro, o qual vai fornecer quantidades importantes de Marca X, nas
seguintes condições:

– O prazo de pagamento das faturas é 90 dias

– O plafond de crédito fixado em 50.000€

– O desconto de pronto pagamento, em caso de pagamento antecipado é de 2%

– A empresa paga aos bancos pelos seus financiamentos uma taxa de juro de 10%

243
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ Exercício 15 (2/3)

■ Qual o motivo que leva o fornecedor fixar um plafond ou limite de crédito no valor de 50.000€?

■ R: o plafond serve para limitar o risco de crédito sobre a nossa empresa, neste caso a 50 mil euros. Trata-se de uma
regra muito comum, em especial quando se trata de negociações

■ O Fornecedor também aceitava alargar o plafond para valores mais elevados se em


contrapartida lhe fosse apresentada uma garantia bancária. O que acha desta possibilidade?

■ R: a garantia bancária tem um custo para a empresa, para quem solicita a sua emissão. Além do custo, pode
implicar a prestações de contragarantias, como depósitos.

■ A empresa terá interesse em pagar antecipadamente para usufruir do desconto P.P.?

■ R: Não, a taxa implícita é de < 10% (custo financiamento). Logo, pedir emprestado para pagar a PP não compensa

244
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ Exercício 15 (3/3)

■ O que pensa fazer num cenário hipotético em que a 30 de setembro, o saldo da sua conta de
Fornecedores, chega aos 49.500€ e os seus colegas da parte comercial têm encomendas importantes e
urgentes no valor de 40.000€ para colocar para o mês de outubro e novembro? Considere que há
faturas a vencer na primeira semana de outubro no valor de 20.000€.

■ R: pagar as faturas a vencer na 1ª semana de outubro (20 mil euros). Isto liberta plafond no mesmo
montante. Em relação ao remanescente (19,5k euros) pagar antecipadamente usufruindo do desconto
de 2%. Sabemos que a taxa não é atrativa, mas uma vez que a mercadoria é urgente, não há outra
alternativa.

245
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ Exercício 16 (1/5)

■ A empresa TR5 Lda. começou a trabalhar com factoring no mês de julho. Apenas alguns clientes
estão incluídos no contrato. O contrato tem as seguintes características na sua ficha técnica:
– Contrato sem recurso

– Comissão de cobrança de 0,1%

– Percentagem de adiantamentos de 90% sobre os valores cedidos

– Limite máximo para adiantamentos 200.000€

– Tolerância sobre o prazo de pagamento dos clientes 60 dias

– Taxa de juro para os adiantamentos, Euribor a 12M com um spread de 2% (Euribor 12M = 1,805%)

– Imposto de selo sobre comissões e juros 4%

246
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ Exercício 16 (2/5)

■ Nos últimos meses foram emitidas as seguintes faturas para os clientes incluídos no contrato de
factoring, com datas e valores. Considere que a empresa cede as faturas à medida que as vai emitindo.

Valor total € Data Fatura Data Vencimento Cliente


Fatura 0980 100.000 10/08/N 10/10/N A…
Fatura 1010 50.000 15/08/N 15/10/N B…
Fatura 1011 75.000 15/09/N 15/11/N C…
Fatura 1025 35.000 25/09/N 25/11/N D…
Fatura 1135 40.000 03/11/N 03/01/N E…
Fatura 1137 25.000 05/11/N 10/01/N F…

247
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ Exercício 16 (3/5)

■ Qual o valor da comissão de cobrança paga ou a pagar à empresa de factoring gerada pela
fatura 1011?

■ Reportando-se a 25/09/N, qual o valor máximo que a empresa pode ter solicitado a título de adiantamentos
nessa data?

porém o limite são 200 mil euros

■ Considerando que os clientes cumprem com os prazos de pagamento, qual o montante de adiantamentos que a
empresa registará a 31/10/N, se tiver pedido o adiantamento para todas as faturas entretanto emitidas?

– Nesta data estarão apenas em dívidas as faturas 1011 e 1025


248
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ Exercício 16 (4/5)

■ Calcule os juros que a empresa suportará durante o mês de agosto, considerando que os
adiantamentos foram feitos no dia seguinte à cessão da fatura.

Nº Valor Fatura Adiantamento Dias Juros


Fatura
980 100 000 90 000 21 207 753
1010 50 000 45 000 16 79 144

■ Cálculo juro:

249
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ Exercício 16 (5/5)

■ Existindo um limite específico para cada um dos clientes (A, B, C, D, E e F) no valor de 80.000€,
qual o valor dos adiantamentos a 31/08/N e 31/10/N, considerando que os clientes da empresa
cumprem os prazos de pagamento?

Faturas Valor Faturas Valor


Adiantamento Limite Adiantamento Limite
31-ago Fatura 31-out Fatura
980 100 000 90 000 80 000 1011 75 000 67 500 67 500
1010 50 000 45 000 45 000 1025 35 000 31 500 31 500
125 000 99 000

250
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ Exercício 17 (1/5)

■ A empresa X tem como política de crédito conceder um prazo de pagamento aos seus clientes de 60
dias. Oferece igualmente um desconto de pronto pagamento (PP) de 2% para quem pretenda pagar a
pronto. As suas vendas anuais são de 1.000.000€ e a percentagem de cliente que usa de momento o
desconto é de 20%. O custo médio do financiamento é de 7%.

■ A empresa X pondera neste momento alterar a sua política, estando a equacionar várias alternativas:

– Aumentar o desconto de PP para 4%, mantendo o prazo

– Passar o prazo de pagamento normal para 90 dias, mantendo o desconto

– Baixar o desconto de PP de 2% para 1,5%

251
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ Exercício 17 (1/3)

■ Qual a consequência ao nível dos resultados, derivado de cada uma das três opções,
considerando que nenhum outro parâmetro se altera.

■ Opção 1 – Aumento dos gastos com o desconto PP

■ Opção 2 – Aumento do crédito a clientes

■ Opção 3 – Redução dos gastos com o desconto PP

252
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ Exercício 17 (2/3)

■ O que pensa sobre os efeitos da decisão I ao nível das vendas? A empresa pode esperar um
aumento, uma diminuição ou um efeito neutro?

■ R: na opção I pode ocorrer um elevado numero de clientes opte por pagar a pronto pagamento, na
medida em que a percentagem de desconto é elevada, constituindo um forte incentivo para os clientes
pagarem a PP, embora os custos sejam elevados para a empresa. Ao nível das vendas não é expectável
um efeito muito significativo.

253
FONTES DE FINANCIAMENTO
■ Exercício 17 (3/3)

■ Reportando-se ao cenário III e, relativamente à quantidade de clientes que usa o desconto, o que
se pode esperar?

■ R: pode baixar ligeiramente, mas a percentagem de desconto a pronto pagamento, continua a


representar uma taxa para aplicações financeiras atrativa para os clientes com disponibilidade
financeira.

Representa cerca de 9% em termos de capitalização composta

254

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