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Reciclagem profunda com adição

de cimento Portland
(diretrizes práticas para elaboração de projeto e execução
dos serviços)

Engº Ismael Mendes Alvim

AGETOP Goiânia – GO – Abril 2014


Histórico
 Temos visto com uma frequência maior que a desejada,
deficiências nos projetos executivos dos serviços de
reciclagem de pavimentos. Apesar de na maioria das vezes
serem bem concebidos e dimensionados, pecam na sua
transformação em projeto executivo. E as consequências são:
 Serem executados como foram projetados e não
atingirem os resultados esperados;
 Serem modificados em campo e implicarem em todos os
desgastes correspondentes a uma revisão de projeto.
Histórico
 Já na execução dos serviços, temos visto também com uma
frequência muito grande, deficiências executivas que levam a uma
redução da vida útil do pavimento reciclado, na maioria das vezes
ligados aos seguintes pontos:
 Ausência ou deficiência nos levantamentos de campo antes do
início dos serviços;
 Deficiência na distribuição dos aglutinantes e agregados;
 Tempo de trabalhabilidade da mistura cimentada;
 Velocidade de operação da recicladora x tambor;
 Compactação: equipe, número de equipamentos x
produtividade esperada, número de passadas, etc.;
 Acabamento, imprimação e proteção mecânica.
Reciclagem profunda “in situ”
de pavimentos
Definição
 O que genericamente chamamos de reciclagem profunda ,
trata-se na verdade de “um processo de reconstrução
parcial de um pavimento, através da reutilização e
reciclagem da totalidade ou parte dos materiais
existentes em uma ou mais camadas deste pavimento,
com ou sem a adição de novos agregados, aglutinantes
hidráulicos, betuminosos ou químicos, sendo o material
resultante, utilizado nas camadas, de reforço, sub-base
ou base”.
RECICLAGEM DE PAVIMENTOS

DEFINIÇÃO
ESQUEMA DO PROCESSO EXECUTIVO

Aglutinante hidráulico
(cimento ou cal)

Novos agregados
RECICLAGEM PROFUNDA DE PAVIMENTOS

• Com adição de
cimento Portland
(com ou sem a adição de agregados)
RECICLAGEM COM CIMENTO

DEFINIÇÃO

 A reciclagem profunda de pavimentos com a adição de cimento é utilizada


quando a estabilização mecânica ou granulométrica não é suficiente para
prover o material reciclado da resistência desejada.
 Esta adição poderá ou não vir acompanhada da incorporação de novos
agregados que seriam adicionados com o objetivo de corrigir deficiências e
limitações do material reciclado, tais como:
 Correção granulométrica;
 Correção de plasticidade;
 Aumento de espessura.
RECICLAGEM COM CIMENTO

EXECUÇÃO

 As etapas executivas são as seguintes:


 Fresagem para remoção do excesso de capa (quando for o caso)
 Pré-trituração da capa + base (quando for o caso)
 Distribuição dos agregados
 Distribuição do cimento
 Passagem da recicladora
 Compactação (rolo pata)
 Nivelamento (motoniveladora)
 Compactação de acabamento (rolo liso e rolo de pneu)
 Acabamento
 “Imprimação”
Reciclagem com cimento - processo executivo

FRESAGEM PARA REMOÇÃO DO EXCESSO DE CAPA


Reciclagem com cimento - processo executivo

PRÉ-TRITURAÇÃO
Reciclagem com cimento - processo executivo
RECICLAGEM COM CIMENTO

DISTRIBUIÇÃO DOS AGREGADOS

 A distribuição dos agregados é a primeira etapa do processo de


reciclagem. Para assegurar que o percentual que está sendo distribuído
atenderá a necessidade na mistura, é importante que alguns passos sejam
seguidos:
 Definição dos segmentos homogêneos e por consequência dos
percentuais a serem incorporados;
 Escolha e definição do processo de distribuição: espalhamento com
motoniveladora, uso de distribuidores de agregados, outros;
 Acompanhamento e controle da taxa de distribuição.
Reciclagem com cimento - processo executivo

DISTRIBUIÇÃO DOS AGREGADOS


Reciclagem com cimento - processo executivo

DISTRIBUIÇÃO DOS AGREGADOS


Reciclagem com cimento - processo executivo

DISTRIBUIÇÃO DOS AGREGADOS


Reciclagem com cimento - processo executivo

DISTRIBUIÇÃO DOS AGREGADOS


Reciclagem com cimento - processo executivo

DISTRIBUIÇÃO DOS AGREGADOS


Reciclagem com cimento - processo executivo

DISTRIBUIÇÃO DOS AGREGADOS


RECICLAGEM COM CIMENTO

DISTRIBUIÇÃO DO CIMENTO PORTLAND

 A distribuição do cimento é a segunda etapa do processo de reciclagem.


De igual forma, algumas etapas precisam ser observadas para assegurar o
desempenho final da camada reciclada:
 Definição dos segmentos homogêneos e por consequência da taxa de
cimento necessária ao atendimento das especificações de projeto;
 Definição do tipo de cimento, que pode levar em consideração, por
exemplo, as questões de logística. O tipo de cimento impacta no projeto
de mistura e no acompanhamento de campo;
 Escolha e definição do processo de distribuição do cimento: manual,
com distribuidores mecânicos ou com distribuidores com controle
eletrônico de peso e de taxa;
 Acompanhamento e controle.
Reciclagem com cimento - processo executivo

DISTRIBUIÇÃO DO CIMENTO PORTLAND


Reciclagem com cimento - processo executivo

DISTRIBUIÇÃO DO CIMENTO PORTLAND


Reciclagem com cimento - processo executivo

DISTRIBUIÇÃO DO CIMENTO PORTLAND


Reciclagem com cimento - processo executivo

DISTRIBUIÇÃO DO CIMENTO PORTLAND


Reciclagem com cimento - processo executivo

DISTRIBUIÇÃO DO CIMENTO PORTLAND


Reciclagem com cimento - processo executivo

DISTRIBUIÇÃO DO CIMENTO PORTLAND


Reciclagem com cimento - processo executivo

DISTRIBUIÇÃO DO CIMENTO PORTLAND


Reciclagem com cimento - processo executivo

DISTRIBUIÇÃO DO CIMENTO PORTLAND


Reciclagem com cimento - processo executivo

DISTRIBUIÇÃO DO CIMENTO PORTLAND


Reciclagem com cimento - processo executivo

DISTRIBUIÇÃO DO CIMENTO PORTLAND


Reciclagem com cimento - processo executivo

DISTRIBUIÇÃO DO CIMENTO PORTLAND


RECICLAGEM COM CIMENTO

RECICLAGEM

 Uma etapa importante no planejamento de uma reciclagem é a escolha do


equipamento. A espessura do revestimento betuminoso, o tipo de base (solo
fino, materiais granulares, lateríticos ou cimentados), a largura da pista, a
produtividade esperada, entre outros) definirão o porte do equipamento
necessário para atender ao serviço.
 Uma vez escolhido corretamente o porte da recicladora, será necessário se
identificar qual a relação de velocidade que garantirá a qualidade da mistura
com a maior produtividade (tambor x velocidade de trabalho da recicladora).
 Altas velocidades de trabalho da recicladora, normalmente importam em
má qualidade da mistura. O ideal é que o equipamento trabalhe com
velocidades inferiores a 12 m/minuto.
RECICLAGEM COM CIMENTO

RECICLAGEM

 A recicladora é apenas uma ferramenta, o que garantirá a qualidade da


mistura é a compreensão do equipamento; a tecnologia disponível, suas
limitações, enfim, saber tirar o máximo da ferramenta a disposição;
 Mas só saber utilizar a ferramenta também não garantirá o sucesso do
serviço, é preciso dominar técnica, compreender o processo.
 As especificações de serviço existentes no Brasil, podem ou não ser um
guia a ser seguido. Depende do seu grau de atualização. Algumas estão tão
defasadas que mais confundem que ajudam. Uma das mais atuais é a do
DNIT - ES-167/2013.
Reciclagem com cimento - processo executivo
Reciclagem com cimento - processo executivo
Reciclagem com cimento - processo executivo
Reciclagem com cimento - processo executivo
Reciclagem com cimento - processo executivo
Reciclagem com cimento - processo executivo
Reciclagem com cimento - processo executivo
Reciclagem com cimento - processo executivo
Reciclagem com cimento - processo executivo
Reciclagem com cimento - processo executivo
RECICLAGEM COM CIMENTO

COMPACTAÇÃO
 A patrulha de compactação deve ser dimensionada de forma a garantir
não só a densidade prevista em projeto, mas também a produtividade
esperada no planejamento da obra.
 O material reciclado, dependendo do percentual de RAP na mistura e da
sua condição, apresenta uma dificuldade maior de compactação. Isto importa
na utilização de equipamentos mais pesados e numa patrulha mais
numerosa.
 Normalmente utiliza-se entre três e quatro rolos compactadores de pata,
um liso e um de pneus.
 É importante salientar que há um prazo de trabalhabilidade da mistura
cimentada e que a compactação é parte integrante deste prazo. Mais
importante, será ela que assegurará o atendimento do prazo com
produtividade.
Reciclagem com cimento - processo executivo
Reciclagem com cimento - processo executivo
Reciclagem com cimento - processo executivo
Reciclagem com cimento - processo executivo
Reciclagem com cimento - processo executivo
Reciclagem com cimento - processo executivo
Reciclagem com cimento - processo executivo
Reciclagem com cimento - processo executivo
Reciclagem com cimento - processo executivo
Reciclagem com cimento - processo executivo
RECICLAGEM PROFUNDA DE PAVIMENTOS

• Cuidados na
concepção do
projeto executivo
Cuidados na concepção do projeto executivo

 Uma vez que o projeto identificou a necessidade da reconstrução


parcial de um pavimento e que concebeu a sua execução por meio do
processo de reciclagem, é importante que leve em consideração os
seguintes pontos:
 Localização do problema (em qual ou quais camadas do
pavimento se localiza o problema que se deseja corrigir)
 Dentro da camada a ser reconstruída, se o problema está
comprometendo toda a camada ou apenas parte dela. E qual
parte.
 Qual a espessura das camadas com problema?
 Para que toda a espessura com necessidade de reconstrução seja
tratada, haverá ou não a necessidade de se fresar parte da capa
asfáltica existente?
Cuidados na concepção do projeto executivo

 Uma coisa pouco divulgada e desconhecida é que há um limite


de incorporação de RAP na mistura reciclada com cimento.
 A maioria das especificações de serviço são omissas neste
quesito. Apenas as normas mais atuais, como as do DNIT e do
DEINFRA, trazem esta informação.
 O percentual de RAP na mistura reciclada com cimento deve
ser inferior a 50% em peso da mistura.
 A presença de percentuais maiores podem levar a uma
redução da vida útil da camada reciclada.
CUIDADOS NA CONCEPÇÃO DO PROJETO EXECUTIVO

Capa
Capa 7 cm

Base reciclada 27 cm
Base 20 cm

Sub-base Sub-base

Pavimento antigo Pavimento novo


CUIDADOS NA CONCEPÇÃO DO PROJETO EXECUTIVO

Capa
Capa 7 cm

18 cm
Base reciclada
Base 20 cm

Base remanescente > 10 cm

Sub-base Sub-base

Pavimento antigo Pavimento novo


CUIDADOS NA CONCEPÇÃO DO PROJETO EXECUTIVO

12 cm Fresagem 7 cm Capa
Capa
Capa 5 cm

Base reciclada 20 cm
Base 15 cm Base

Sub-base Sub-base Sub-base

Pavimento antigo Pavimento novo


Cuidados na concepção do projeto executivo

 Uma boa definição dos segmentos homogêneos:


 Espessura(s) do revestimento betuminoso
 Espessura (s) da base
 Tipo (s) de base
 Materiais a serem incorporados
 Outras informações relevantes
 Uma expectativa da necessidade ou não de adição de novos
materiais ou aglutinantes:
 Teores
 Materiais adicionados
 Aglutinantes adicionados
Cuidados na concepção do projeto executivo

 Definição das camadas de proteção, reflexão de trincas e


revestimento:
 Capa selante (pintura ligante com emulsão comum RR-2C diluída
em água 50%, taxa entre 0,7 e 0,9 l/m², coberta com pó de pedra
ou pedrisco). Tem como objetivo proteger a camada reciclada
(impermeabilização, coesão das partículas superiores e proteção
mecânica contra o tráfego);
 Tratamento anti-reflexão de trincas. TSD com polímeros ou
borracha;
 Revestimento asfáltico
Cuidados na concepção do projeto executivo

 CONCLUSÃO:
 O projeto executivo deve levar em consideração:
 Os processos executivos que serão utilizados da obra
 Compatibilidade com o dimensionamento e concepção
 Eventual necessidade de se ajustar as espessuras do
revestimento (fresagem) ou da camada reciclada
 Materiais e/ou aglutinantes a serem adicionados e teores
 Camadas de proteção, reflexão de trincas (quando
necessário) e rolamento
 Quanto mais preciso for o detalhamento do projeto executivo,
maiores serão as chances de sucesso do serviço e menores a de se
ter necessidade de revisão do projeto em campo.
Eng. Ismael Mendes Alvim
ismael@tecnopav.com.br
 (19) 99180-8859
☏ (19) 3208-0954

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