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RESUMO
ABSTRACT
1. CONTEXTUALIZAÇÃO
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Devido a exiguidade de fundos foi desenhado uma solução que consiste na reciclagem
do pavimento existente, estabilizando 15 cm com cimento e um revestimento superficial
como uma solução imediata para as secções degradadas que variam de 100 a 500 m
por metade de faixa de rodagem nas zonas críticas enquanto aguarda-se a reabilitação
definitiva da estrada.
Em 2022 o tráfego médio diário foi de 2042 viaturas sendo 47% pesado.
Salientar que a reciclagem profunda com adição de cimento Portland é uma técnica de
reabilitação de pavimentos que apresenta vantagens do ponto de vista técnico,
econômico e ambiental e que já vem sendo aplicada no país há algumas décadas
(Gabriel Grassioli Schreinert). Não obstante, existem poucas normas moçambicanas
que abordam esta questão técnica e inexistência de procedimentos adequados de
dosagem dos materiais e de dimensionamento da estrutura.
Uma outra questão que é não menos importante, é a vantagem económica, apresenta-
se nos quadros 5 e 6 faz uma descrição de actividades com respectiva quantificação de
cada um dos trabalhos que permitiu dar custo por km para construção de estrada com
nova base com importação de solos comparar igualmente com o custo de uma estrada
com base reciclada, constatando se que há uma economia de cerca de 32% em cada
quilometro de estrada.
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do ciclo de vida resultante para um determinado projecto de pavimento. Isto,
evidentemente, depende muito da qualidade, quantidade e disponibilidade de recursos,
bem como das implicações políticas (Kleyn et al., 1986). No seguimento desta alegacão,
escolhe se o pavimento de categoria C cujo requisitos de acordo com o TRH4 seguindo
o estipulado na tabela 2, 10 anos para a estrutura do pavimento.
2. OBJECTIVO
O objectivo principal desta investigação consiste no estudo da melhor dosagem de
cimento na estabilização do material reciclado (revestimento betuminoso e solo
existente) contribuindo com existência de mais informação sobre este processo, visto
que a maior parte de rede de estradas revestidas em Moçambique precisa de renovada,
sendo que esta técnica poderá ser aplicada na maioria dos casos.
Avaliar igualmente a aspectos financeiros inerentes a construção da base importando
solos novos de camaras de empréstimo comparando com a solução de reciclagem do
material existente na estrada.
3. METODOLOGIA
Para o estudo da melhor dosagem de cimento na base reciclada (revestimento
betuminoso e solo existente) fez o seguinte:
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1. Colheita de amostra reciclada in situ;
2. No laboratório fez-se:
• Ensaio de granulometria;
• Proctor Modificado;
• Obtenção de CBR e UCS de material estabilizado com cimento em
proporções de (2.5% e 5%).
3. Avaliação de tráfego presente e estimativa do tráfego futuro.
4. ENSAIOS
4.1. Granulometria
Analisando a curva granulométrica do material peneirado pode-se considerar que o
material é bem graduado, pois nos solos bem graduados as dimensões das partículas
abrangem uma extensa faixa de valores, a curva granulométrica é suave apre- sentando
uma concavidade típica dos materiais bem graduados.
100.0
90.0
80.0
70.0
60.0
% PASSADA
50.0
40.0
30.0
20.0
10.0
0.0
9.5
0.08
2.00
4.75
6.70
13.2
19.0
25.0
37.5
50.0
75.0
0.150
0.300
0.425
0.600
1.180
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Salientar que para efeitos de estabilização de material para obtenção de C3 e C4, tipo
de solo-cimento usados em Moçambique para base e sub-base respectivamente o
TRH14 no seu ponto (f) 3.2.1 recomenda que para estimativa da “Resistência de
Dimensionamento, no que diz respeito aos requisitos de resistência ao esmagamento
de materiais cimentados, a resistência de dimensionamento laboratorial do material
cimentado deve estar de acordo com os valores indicados no quadro 1. Esta resistência
deve ser obtida com não mais de cinco por cento de cimento em massa de estabilizador
à densidade especificada e com um teor ótimo de humidade. Nos casos em que se
utilize estabilizador de cal, os critérios acima referidos podem ser satisfeitos por
amostras de cura acelerada preparadas em conformidade com o método prescrito.”
Sendo que pelos resultados obtidos com percentagem de cimento de 5% atingiu valores
preconizados na Tabela 1 para 7 dias de UCS a 100% densidade Mod. AASHTO.
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Quadro 3 – Estabilização com 5%
AASHTO T88 AASHTO T89-90 AASHTO T180 UCS MPA
Test Pit % Material Passado Limites de Atterberg MDD
GM OMC % Provete 1 2.1
2.0 0.425 0.075 LL % PL % PI % (kg/m3)
Km 126 70.1 40.9 20.6 1,68 - - NP 2322 6.5 Provete 2 1.9
Provete 3 2.1
5. TRÁFEGO
Para avaliação do tráfego no presente utilizou-se dados de contagem de tráfego do
Posto Principal 515 localizado em Vanduzi, 15 Km a partir do Crz. N6 em direção a
Changara tendo como resumo o quadro abaixo. O tráfego médio diário anual (TMDA) é
de 2042 veículos/dia dos quais 47% pesado (Autocarros com atrelado, autocarros sem
atrelado e autocarros de passageiros). Salientar que o tráfego avaliado foi efectuado de
janeiro a dezembro de 2022 durante 7 dias consecutivos de 06:00 as 22:00 excetuando
Quintas-Feiras que pesagem é feita 24 horas. Para um período de 5 anos antes da
reabilitação definitiva da estrada, espera-se que as secções recicladas sejam solicitadas
com ESA 29.965.372 E80s e actualmente ESA 5.418.693 E80s e de acordo com a
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tabela 4 do TRH 4 classifica-se a rodovia como ES10 com mais 700 v.p.d com alto
volume de tráfego e/ou muitos veículos pesados.
6. CUSTOS DE CONSTRUÇÃO
6.1. Construção convencional através remoção dos solos existentes e importação
de novos solos estabilizando com 5% de Cimento.
O quadro 5 demostra o custo por km de estrada para construção de uma base nova
importando solos de camaras de empréstimo estabilizados com 5% de cimento.
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IVA 16% de 40% 937,728.00
TOTAL EM METICAL 15,589,728.00
TOTAL EM EURO (Câmbio 70 MT/1 EU) 194,871.60
7. EXECUÇÃO
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Unidos, por volta de 1935. O teor de cimento geralmente utilizado varia de 5 a 15% (em
pêso). Silvestre (1966).
O método de mistura no local tem como característica mais importante, o fato da mistura
do solo com o estabilizador e água se processar no próprio terreno de estabilização,
praticamente sem a retirada da mistura fora da caixa de construção. As técnicas de
construção dependem basicamente do equipamento disponível. De uma maneira geral
o método compreende às seguintes fases:
a) Preparo do leito;
b) Preparo e pulverização do solo;
c) Aplicação do estabilizador;
d) Mistura;
e) Adição de água;
f) Mistura;
g) Conformação;
h) Compactação;
i) Revestimento. Silvestre (1966)
Após a conclusão que a melhor solução deve ser dosagem com 5% de cimento, iniciou-
se a implementação da solução conforme se segue.
Referir que a mistura tem tempo de cura de 7 dias, após a conclusão a base é
impregnada com betume para garantir uma melhor cura ou utiliza-se solos soltos
(areias) e faz se a rega diária durante 7 com camião cisterna leve que não danifique a
base.
Figura 6 –Mistura Rotativa da base, revestimento e Cimento (fonte: autor e Silvestre (1966))
Conforme a figura 6 a mistura para reciclagem foi utilizando equipamento mecânico,
depois da garantia da homogeneização do material a reciclar.
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Figura 7 – Imagens ilustrativa de processo de reciclagem de base (fonte: autor)
8. CONCLUSÃO
A condição da estrada N7 em algumas secções a transitabilidade e comodidade são
maus, fruto da sua degradação, por a falta de dinheiro para investir na reabilitação da
estrada faz com que os engenheiros procurem uma solução para minimizar as
condições de transitabilidade. A ideia de usar se quanto menos cimento na estabilização
pretende reduzir os custos das intervenções apesar dos ensaios nos laboratórios terem
demostrado que 2.5% de cimento não melhora a condição de resistência da base.
A solução com estabilização com 5% de cimento demostrou ser a ideal para as
condições da estrada, no entanto, vale lembrar que pavimentos com base do tipo C3
são usualmente utilizados em estradas nacionais secundarias.
Recomenda-se que dentro da disponibilidade económica e tendo em conta o tráfego
futuro deve-se experimentar a estabilização com valores acima de 5%, pois a
estabilização química com cimento pode ir ate 15%.
Para o tráfego estudado a estrada deve ter uma base com C1 ou C2 que corresponde
a material de alta resistência para o nível do tráfego pesado e incrementar o ciclo de
vida da estrada.
Para uma solução provisoria a estabilização química 5% de cimento adequa-se a
disponibilidade financeira, portanto recomenda-se a taxa de 5% para estabilização do
material reciclado.
Salientar que para situação de Moçambique que enfrenta exiguidade de fundos para
financiamento no sector de estradas, a solução de reciclagem de pavimento é vantajosa
sobre o ponto de vista económico, visto que os números nos quadros 5 e 6 demostraram
uma poupança de cerca de 32% de custo de reparação de estrada por Km, que no caso
concreto corresponde a cerca de 63 mil euros.
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REFERÊNCIAS
TRH 14, Guidelines for road construction materials, South Africa, Pretoria, 1985;
TRH4, Structural design for flexible pavement for interuban and rural roads, South Africa,
Pretoria, 1985;
SATCC, Code of Practice for the Design of Road Pavements (draft), Southern Africa
Transport and Communications Commission, Maputo, 1998.
TRL, A Guide to the Structural Design of Bitumen-Surfaced Roads in Tropical and sub-
Tropical Climates. Overseas Road Note 31. Transportation Research Laboratory,
Crowthorne, Berkshire. (4th edition), 1993.
CSIR, SATCC – Draft – Code of Practice for the Rehabilitation of Road Pavements.
CSIR. Pretória, 1998.
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