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FISCALIZAÇÃO DE OBRAS RODOVIÁRIAS PARA O TC/DF

(EXERCÍCIOS COMENTADOS – INCLUSIVE QUESTÕES DISCURSIVAS)

QUESTÕES DISCURSIVAS

E aí pessoal, animados?

Esta é a aula de questões discursivas.

Vamos propor a vocês uma alternativa de resolução das questões


discursivas referentes à área de obras, em especial à nossa matéria, de
fiscalização de obras rodoviárias.

Para tanto apresentaremos a resolução das questões discursivas de


obras rodoviárias e das peças técnicas das provas de auditoria de obras
do TCU/2015 e 2016.

A escolha das provas de obras do TCU deve-se à semelhança do edital de


obras do TC/DF com o TCU, assim como da banca e a proximidade
temporal dos dois concursos, haja vista o certame do TCU ter ocorrido há
poucos meses.

De forma a orientá-los, objetivamente, apresentarei os modelos de


espelho de correção das questões e das peças técnicas, com as
pontuações máximas atribuídas pelo Cespe para cada quesito avaliado.

As resoluções propostas seguem acompanhadas dos respectivos


comentários, após os modelos de espelho de correção.

Com esta aula chegamos ao término do nosso curso de questões


comentadas de fiscalização de obras rodoviárias para o TC/DF.

Foi um prazer ministrar esse curso para vocês!

E fiquem à vontade para enviarem as suas dúvidas no fórum.

Boa Sorte e Grande Abraço!

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PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DAS QUESTÕES:

(TCU/2015 – Questão) Considerando que se pretenda construir um


pavimento flexível em determinada região do país e que, para isso, o
conhecimento de propriedades relevantes dos materiais a serem
utilizados na construção do pavimento é de fundamental importância para
o seu projeto e para a sua avaliação estrutural, discorra acerca de
investigações e cite ensaios relevantes para pavimentos rodoviários
flexíveis, abordando, necessariamente, os seguintes aspectos:

- etapas do estudo de ocorrências (jazidas) de solos e investigações


pertinentes que seriam necessárias para a execução do pavimento;
- tipos de ensaios, dados e propriedades relevantes para o projeto do
pavimento flexível;
- tipos de ensaios para posterior avaliação estrutural do pavimento.

COMENTÁRIO

Pessoal, essa questão poderia ser respondida com as informações


obtidas no estudo do Manual de Pavimentação do DNIT, entre as fls. 134/141 e
fls. 151/152.
Pelo modelo do espelho de correção, após a resposta, vocês perceberão
que há necessidade de responder as informações técnicas solicitadas para
obtenção da maior parcela de pontuação.
Verifica-se também, no caso específico dessa questão, a previsão de
poucas linhas diante da quantidade de informações requeridas. Isso mostra a
vantagem de fazer o rascunho antes do texto definitivo, para evitar o uso de
palavras desnecessárias ou construções textuais longas que ocuparão o
espaço imprescindível para a escrita das palavras-chave objeto de pontuação,
assim como torna possível dimensionar o tamanho de letra que caiba no
espaço disponibilizado. Afinal, informações fora das linhas reservadas e/ou das
margens não são consideradas.
É bom caprichar na caligrafia de forma a evitar dúvida e facilitar a leitura
dos examinadores. Uma forma de unir o útil ao agradável durante a fase de
preparo é o candidato estudar escrevendo resumos. Com isso, treina-se a
caligrafia além de se reter melhor o conhecimento na memória.

POSSÍVEL RESPOSTA:

O estudo de ocorrências de jazidas divide-se em duas etapas: preliminar


e definitiva. Na fase preliminar são feitas avaliações expeditas táteis e visuais,
sondagens e ensaios de laboratório para se identificar as ocorrências com

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possibilidade de aproveitamento tendo em vista a sua qualidade e volume


aproximado. Na fase definitiva delimita-se a área de ocorrência do material,
faz-se 4 ou 5 furos de sondagem na periferia e 1 no interior. Em cada furo e
para cada camada coletam-se amostras para a realização dos ensaios
desejados. Amarram-se os furos em relação à rodovia.
Para o projeto de pavimento flexível deve-se determinar a capacidade de
suporte e expansão dos materiais das camadas previstas através do ensaio de
Índice de Suporte Califórnia – ISC, assim como o Índice de Grupo – IG, por
meio dos ensaios de caracterização (Limite de Liquidez, Limite de Plasticidade
e granulometria). São necessários também os ensaios de compactação e
equivalente de areia.
Para avaliação estrutural do pavimento adotam-se os ensaios
defletométricos, que podem ser quase estáticos (Viga Benkelman), dinâmicos
(Dynaflect) ou de impacto (FWD) e o ensaio de determinação do Módulo de
Resiliência.

MODELO DE ESPELHO DE CORREÇÃO:

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(TCU/2016 – Questão 3)

Para a devida preservação do meio ambiente em toda a sua abrangência — meio


físico, meio biótico e meio antrópico —, o complexo da atividade rodoviária deve
ser submetido a adequado tratamento ambiental, por meio do qual seja possível
eliminar, mitigar ou compensar impactos ambientais negativos decorrentes do
processo de construção e posterior operação das rodovias. (Manual de
Implantação Básica de Rodovia – IPR 742 – com adaptações)

Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente


motivador, descreva três principais diretrizes para a elaboração de projetos de
terraplenagem com vistas à proteção do meio ambiente.

COMENTÁRIOS:

Solicitou-se a descrição das principais diretrizes para a elaboração de projetos de


terraplenagem com vistas à proteção do meio ambiente. Algumas orientações devem
ser seguidas para a minimização de impactos ambientais são encontradas no Manual
Rodoviário de Conservação, Monitoramento e Controle Ambientais do DNIT, pp.
39/41, conforme a seguir:

- As seções transversais das ocorrências de material das escavações para


empréstimos e bota-foras serão projetadas de modo que o terreno escavado restitua a
conformação natural. Detalhar suficientemente a localização e dimensões, com cotas
de afastamento do eixo, comprimento, largura, profundidade, rampas e taludes, bem
como os acabamentos destinados a facilitar a drenagem e evitar erosões;

- Quando houver excesso de material de cortes e for impossível incorporá-los ao corpo


dos aterros, mediante compensação de cortes e aterros, serão indicadas áreas para
bota-foras, recomendando-se a devida compactação. Deverão estar localizadas,
preferencialmente, em áreas situadas a jusante da rodovia. Para evitar que o
escoamento das águas pluviais carreiem o material depositado, causando
assoreamentos, os taludes dos bota-foras deverão ser projetados com inclinação
suficiente para evitar escorregamentos e com proteção de revestimento vegetal,
inclusive nos bota-foras com material de 3a categoria, após informação final, a fim de
incorporá-los à paisagem local;

- O material para aterros deve ser obtido, sempre que possível, por meio de
alargamento dos cortes;

- Nas situações em que forem utilizados empréstimos laterais (bota-dentro) indicar os


cuidados especiais de drenagem das caixas de empréstimos, evitando:

- o acúmulo de águas das chuvas que poderão originar o aparecimento de


vetores nocivos

- taludes altíssimos, compostos pela soma das alturas do aterro construído e


da caixa de empréstimo explorada;

- Deverão ser aproveitados ao máximo a flora nativa para o capeamento das áreas
cortadas e aterradas.

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POSSÍVEL RESPOSTA:

Os projetos de terraplenagem devem ser elaborados com vistas à


mitigação ou compensação dos impactos ambientais inevitáveis. Nesse
sentido, há diversas diretrizes a seguir, entre elas podemos citar:
- as áreas de empréstimo, bota-fora e caminhos de serviços devem ser
recuperadas de forma a recompor a conformação natural, assegurando a
drenagem e evitando erosões;
- o material para aterros deve ser obtido, sempre que possível, por meio
de alargamento dos cortes, assim como se deve aproveitar o material
excedente para suavização de taludes e alargamento de plataforma antes de
sua destinação para botas-foras;
- os botas-foras deverão estar localizados, preferencialmente, a jusante
da rodovia e devidamente compactados;
Essas são algumas das principais diretrizes a serem seguidas na
elaboração de um projeto de terraplenagem que minimize os impactos
ambientais.

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PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DAS PEÇAS TÉCNICAS:

COMENTÁRIOS:

Pessoal, esses comentários servem para ambas as peças técnicas das


provas de obras do TCU/2015 e TCU/2016, abaixo.
Conforme vocês poderão verificar, a avaliação é feita principalmente de
acordo com a percepção do candidato quanto às irregularidades existentes nos
fatos descritos.
É interessante apresentar as ideias de forma organizada e seqüencial,
apresentando-as na introdução do texto e desenvolvendo-as em diferentes
parágrafos e, de preferência, seguindo a mesma sequência inicialmente
apresentada.
No caso de parecer ou de peça técnica, a proposta de encaminhamento
não se torna essencial. Mas, por segurança, convém apresentarmos uma
proposta coerente com a análise apresentada. No presente caso, vocês podem
verificar que houve uma proposição singela e coerente.
Cabe destacar que é recomendável propor a aplicação de penalidade ou
de determinação após análise de manifestação dos responsáveis. Por isso,
propus ouvir os responsáveis em audiência em vez de propor aplicação de
penalidade ou de determinação, apesar de este quesito não ter sido objeto de
avaliação nessa peça técnica.

(TCU/2015 – Peça Técnica) Uma unidade técnica do TCU, durante a


realização de auditoria de determinada obra pública, mais precisamente a
construção de um prédio de escritórios, relatou os seguintes fatos:

1 A fiscalização constatou a ausência de orçamento detalhado, mas


aceitou a argumentação apresentada pelo contratado, que afirmou não
haver a necessidade ou obrigação desse tipo de orçamento, uma vez que
a modalidade de licitação foi de empreitada integral.

2 A execução de elementos estruturais de concreto armado aparente foi


precedida por uma verificação, por parte do contratado e da fiscalização,
das fôrmas e armaduras, bem como do exame da correta colocação de
tubulações elétricas, hidráulicas e outras que, eventualmente, deveriam
ser embutidas na massa de concreto. Para manter o posicionamento da
armadura durante as operações de montagem, lançamento e
adensamento do concreto, garantindo o cobrimento mínimo preconizado
no projeto, foram utilizados fixadores e espaçadores, que ficaram
parcialmente envolvidos pelo concreto, de modo a facilitar a sua retirada
posterior.

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3 A medição de serviços e obras baseou-se nos registros do diário de


obra lançados pelo contratado e foi aprovada pela fiscalização após esta
verificar que os serviços e as obras considerados na medição
respeitavam rigorosamente as estimativas de custo anexas ao contrato. O
contratante efetuou os pagamentos das faturas emitidas pelo contratado
com base nas medições de serviços aprovadas pela fiscalização e
naqueles serviços parcialmente concluídos, cuja disponibilidade de
materiais, equipamentos e mão de obra para sua conclusão o contratado
comprovou ter.

POSSÍVEL RESPOSTA:

Trata-se de auditoria realizada por unidade técnica do TCU em uma obra


pública de construção de um prédio de escritórios, em que foram constatados
os seguintes fatos:
- ausência de orçamento detalhado, aceita pela fiscalização sob a
argumentação de que não há necessidade ou obrigação desse tipo de
orçamento, uma vez que a modalidade de licitação foi de empreitada integral;
- execução de elementos estruturais de concreto armado aparente
precedida por verificação, por parte do contratado e da fiscalização, das fôrmas
e armaduras, bem como do exame da correta colocação de tubulações
eventualmente embutidas na massa de concreto;
- instalação de fixadores e espaçadores parcialmente envolvidos pelo
concreto, para manutenção do posicionamento da armadura durante a
concretagem, de forma a garantir o cobrimento mínimo, e de forma a facilitar a
sua retirada posterior;
- medição baseada nos diários de obra aprovados pela fiscalização após
esta verificar que os serviços e as obras considerados na medição respeitavam
rigorosamente as estimativas de custo anexas ao contrato.
- pagamentos das faturas com base nas medições aprovadas pela
fiscalização e em serviços parcialmente concluídos, cuja disponibilidade de
materiais, equipamentos e mão de obra para sua conclusão o contratado
comprovou ter.
Passa-se à análise dos fatos.
A ausência de orçamento mostra-se irregular, pois de acordo com a Lei
8.666/93 e jurisprudência do Tribunal de Contas da União, a sua existência é
obrigatória, tanto no edital de licitação quanto no contrato. Não há excludente
em função do regime de contratação, mesmo que seja de empreitada integral.
Neste ponto, cabe destacar que empreitada integral não se trata de modalidade
de licitação, como consignado.
A verificação prévia, pela contratada e pela fiscalização da obra, dos
detalhes construtivos das formas, armaduras e eventuais instalações
embutidas nas peças estruturais de concreto trata-se de prática desejável e
recomendada.

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O embutimento parcial dos fixadores e espaçadores no concreto para


sua posterior retirada, mesmo com a garantia dos cobrimentos mínimos de
projeto, configura-se em prática tecnicamente desconforme, pois resultará em
falhas de acabamento na superfície do concreto aparente.
A medição baseada nos lançamentos do diário de obras não se mostra
prática usual. Recomenda-se que as medições sejam baseadas em relatórios
periódicos entregues pela contratada, acompanhados das respectivas
memórias de cálculo, a serem aferidos e aprovados pela fiscalização da obra.
As faturas, para serem pagas, dependem do acompanhamento das
respectivas medições aprovadas pela fiscalização e do ateste desta. O
pagamento de serviços concluídos parcialmente não se apresenta compatível
com o regime de contratação de empreitada integral. E o pagamento de
materiais adquiridos pela contratada que ainda não foram aplicados nos
serviços trata-se de irregularidade.
Diante disso, recomenda-se chamar os responsáveis em audiência para
se manifestarem acerca dos indícios de irregularidades constatadas na
auditoria em apreço.

MODELO DE ESPELHO DE CORREÇÃO

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(TCU/2016 – Peça Técnica)

Na construção de um complexo de prédios públicos em concreto armado


contrato no valor de R$ 12.000.000,00; 12 meses para execução da obra;
desembolsos de R$ 1.000.000,00 por mês, a equipe de auditoria constatou os
seguintes fatos:

1. A contratada, por ordem da fiscalização, realizou serviços da planilha


orçamentária acima das quantidades previstas em contrato. A autorização
constava no diário de obras, não extrapolava o limite de 25% e foi executada
corretamente, mas o contrato ainda não havia sido aditado;

2. A obra, por motivos plenamente justificáveis, teve início oito meses após a
data de entrega das propostas do processo licitatório. A contratada atrasou o
cronograma em dois meses: um mês justificado por alterações de projeto
solicitadas pela fiscalização e o outro, por problemas de manutenção dos
equipamentos da contratada, devido às condições severas de uso; as duas
justificativas foram aceitas pelo fiscal de contrato. Doze meses após a data da
entrega da proposta, a fiscalização autorizou o pagamento do reajustamento,
conforme índice previsto em cláusula contratual, relativo aos dez milhões de
reais que ainda deveriam ser executados, sendo aplicado o fator de
reajustamento a cada medição realizada;

3. Devido aos dois meses de atraso, a contatada recebeu dois meses a mais de
manutenção do canteiro de obras, cujo valor não foi considerado para o cálculo
do limite de 25% de acréscimo de serviços. A justificativa da fiscalização era de
que a manutenção do canteiro não representava execução de serviços;

4. No sexto mês de execução de obra, o preço do cimento sofreu alta de 50%,


causando um desequilíbrio que, após pleito da contratada, culminou em um
termo aditivo contratual de reequilíbrio econômico-financeiro. A fiscalização,
para calcular o valor do aditivo contratual, substituiu o preço do cimento em
todas as fichas de composição de custos da obra que possuíam esse insumo
pelo novo preço de mercado. Esse aditivo gerou um aumento de 30% no valor
inicial do contrato.
Com referência à situação hipotética acima apresentada, redija um parecer que
atenda, necessariamente, o que se pede a seguir.

- Indique quais dos fatos citados são considerados irregularidades,


justificando o enquadramento de cada um deles mediante fundamentação
técnica.

- De forma justificada, descreva os fatos que necessitam de


esclarecimentos adicionais e os que não são considerados
irregularidades.

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POSSÍVEL RESPOSTA:

Trata-se de parecer a respeito de contratação de um complexo de


prédios públicos no valor de R$ 12.000.000,00, prazo de execução de 12
meses com desembolso mensal programado de R$ 1.000.000,00.
A equipe de auditoria apontou os seguintes fatos: realização de serviços
em quantidades acima das previstas no contrato, autorizadas por diário de
obras, sem aditivo contratual; atraso justificável de oito meses para o início das
obras; atraso de dois meses no cronograma da obras com justificativa aceita
pela fiscalização, sendo um mês por alterações de projeto a pedido da
fiscalização e o outro mês por problemas de manutenção dos equipamentos da
contratada; autorização de reajustamento para o saldo de R$ 10.000.000,00;
pagamento de mais dois meses de manutenção do canteiro devido aos atrasos
da obra, sem a sua consideração no limite de aditivo de 25%; e aprovação de
aditivo de 30% a título de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato devido
à elevação de 50% do preço do cimento.
A execução de quantidades acima das previstas no contrato com base
em autorização por meio de diário de obras é irregular. Pela Lei 8.666/93, há
necessidade de celebração de termo aditivo para isso. Esse instrumento é
importante por permitir que os gestores dos escalões superiores fiquem cientes
das alterações de valor necessárias para a execução da obra assim como
verificar a existência de recursos adicionais para o atendimento do pleito.
A aceitação de atraso da obra devido problemas de manutenção dos
equipamentos também é irregular, pois se tratam de situações previsíveis pela
contratada. Em consequência dessa irregularidade houve antecipação irregular
do reajustamento contratual em um mês e o pagamento adicional de um mês
de manutenção do canteiro.
Não se verifica irregularidade no atraso inicial de oito meses, pois é
plenamente justificável, assim como no atraso de um mês devido alterações de
projeto, por terem decorrido de solicitação da fiscalização. Da mesma forma,
não se constata irregular o reajuste com base no índice contratual.
A desconsideração do acréscimo de dois meses de manutenção do
canteiro do limite de 25% trata-se de irregularidade, pois a Lei nº 8.666/93 não
prevê esse tipo de exceção nas alterações contratuais que ensejam aditivo.
Outra irregularidade foi a aplicação do novo preço do cimento em todas
as composições que possuíam esse insumo, pois a atualização do preço
somente era devida nos serviços ainda não executados até a data da elevação
do preço do cimento. Ademais, deve haver comprovação cabal acerca da
elevação do preço do cimento no mercado.
Diante disso, submete-se o parecer à apreciação superior, com proposta
de chamar os responsáveis em audiência para se manifestarem acerca das
irregularidades constatadas na auditoria em apreço.

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