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DIAGNÓSTICO CINESIOLÓGICO

FUNCIONAL
FISIOTERAPIA X FISIOTERAPEUTA
DADOS HISTÓRICOS

• O perfil profissional proposto inicialmente


não valorizava o profissional, não
reconhecia a sua autoridade científica,
submetendo-os ao comando médico.
• Em 1959, foi fundada a Associação
Brasileira de Fisioterapia (ABF).
• Em 1969, 13 de outubro, o governo
brasileiro pelo decreto lei 938,
assegura ao fisioterapeuta a
atividades da fisioterapia
reconhecendo a titulação somente
aos diplomados por instituições de
ensino superior, e deixando claro que
o fisioterapeuta não estava subjugado
a nenhum outro profissional.
• Ainda insatisfeitos os fisioterapeutas
conseguiram em 17/12/1975, através
da lei 6316 a criação de seu órgão
normativo e de controle ético científico
(COFFITO).
• Em 1978, foram criados os três
primeiros conselhos regionais.
(CREFITO).
• A lei nº 6.316 de 1975, que criou o
Conselho Federal e os conselhos
regionais de fisioterapia em seu artigo
13º cita os locais nos quais o
fisioterapeuta, devidamente
identificado, poderá exercer suas
funções. Os locais citados são:
estabelecimentos hospitalares, clínicas,
ambulatórios, creches e asilos.
• Esses locais, considerando a “política de
assistência à saúde” vigente no país,
são por definição, locais que fornecem
um tipo de assistência basicamente
remediadora, curativa, recuperadora ou
reabilitadora.
• Em hospitais, clínicas e ambulatórios
esses tipos de assistência são
evidentes, enquanto em asilos e
creches, embora elas existam, sua
identificação é menos fácil.
• Um dos únicos documentos, cujo
conteúdo parece ir além da concepção
de uma assistência em nível (ou
âmbito) curativo ou reabilitador, é o
código de ética profissional do
fisioterapeuta. Esse documento, embora
contenha os termos “tratamento e
recuperação”, não se resume a essas
formas, âmbitos ou níveis de assistência
à saúde.
• Apresenta como dever do
fisioterapeuta, também a promoção da
saúde do homem. O termo “saúde”,
nesse contexto, adquire uma
importância fundamental, pois surge
uma preocupação voltada para à
assistência ao indivíduo não somente
após ele Ter sido lesado, acometido por
algum tipo de patologia ou seqüelas
correspondentes.
• No Brasil, o início da fisioterapia
implantou-se como possibilidade de
“solução” para os altos índices de
acidentes de trabalho existentes.
Também aqui era preciso curar ou
reabilitar as vítimas desses acidentes
para integrá-las no sistema produtivo
ou, pelo menos atenuar seus
sofrimentos.
• Nos últimos anos por força da pesquisa
e da qualificação dos profissionais
fisioterapeutas nos campos da
educação continuada nos cursos de pós
graduação, especializações, mestrados
e doutorados, é que deu início a
formação de uma massa crítica que é o
mais importante mecanismo para a
definição e clareza do objeto de
trabalho de uma profissão.
• Desta forma apresenta-se hoje a
fisioterapia com uma abrangência
maior, atuando de forma preventiva,
curativa e reabilitadora ou seja, nos três
níveis de saúde: primário, secundário e
terciário.
• “...Os métodos da terapia física se
caracterizam por ativar o corpo. No aspecto
biológico, todo tratamento físico constitui
uma terapêutica de reação. Os procedimentos
de terapia física não servem unicamente para
o desencadeamento imediato de uma reação
determinada, mas como também constituem
um apoio geral a tendência de cura do
próprio organismo...” (H. Thom, Heideberg ).
• Segundo a WCPT:
“Fisioterapia é o tratamento de pacientes
por diferentes meios físicos com o
objetivo de restaurar ao máximo a sua
capacidade funcional e independência
para o trabalho no lar e na sociedade,
conjuntamente com outros profissionais
de saúde”.
• Por meios físicos, entende-se exercícios
ativos, mobilização passiva de
estruturas articulares por meios
manuais e mecânicos, massagem,
estimulação elétrica de tecido neuro-
muscular, hidroterapia, reeducação da
função cardio-respiratória e várias
formas de aplicação de frio e calor.
• Ela inclui avaliação das condições
iniciais do paciente e prognóstico como
parte essencial de um programa
terapêutico que alcança o nível de
auxilio para subsistência e reemprego.
Ela requer habilidade para reconhecer e
impedir riscos ocupacionais e
industriais”.
• FINALIDADES:
• Alívio da dor.
• Prevenção e correção de incapacidades.
• Recuperação máxima e manutenção da força
muscular.
• Recuperação máxima e manutenção da ADM.
• Recuperação da mobilidade e coordenação
motora.
• Melhorar e manter a capacidade funcional.
• Melhorar e manter o trofismo e condições
circulatórias.
• Programar e executar tratamento baseado nas
condições reais e necessárias, objetivando:
recuperar, desenvolver, capacitar e conservar.
• OBJETIVOS:

• O principal “objetivo” do serviço de


Fisioterapia é prover o paciente com
recursos e técnicas fisioterapêuticas, no
sentido de aliviar a dor, minimizar
seqüelas, oferecendo subsídios para
reintegração do indivíduo ao meio
social.
• Segundo o COFFITO temos a seguinte
definição:
• “A fisioterapia é uma ciência aplicada,
cujo objetivo de estudo é o movimento
humano em todas as suas formas de
expressão e potencialidades, quer na
suas alterações patológicas, quer nas
suas repercussões psíquicas e
orgânicas, com o objetivo de preservar,
manter ou restaurar a integridade de
órgão, sistema ou função”.
• O COFFITO reconhece fisioterapia
como:
• Processo terapêutico, que lança mão de
conhecimentos e recursos próprios, com
os quais, baseando-se nas condições
psíco-físico-sociais, busca promover
aperfeiçoar ou adaptar através de uma
relação terapêutica, o indivíduo a uma
melhor qualidade de vida.
• B) Profissão que utiliza, para alcançar
os fins e objetivos propostos na sua
metodologia, a ação isolada ou
conjugada de fontes geradoras
termoterapeuticos, crioterapeuticos,
fototerapeuticos, eletroterapeuticos,
sonidoterapeuticos e aeroterapeuticos,
bem como agentes cinésio-mecânicos
terapêuticos e outros decorrentes da
evolução científica nesta área.
• Reconhece o fisioterapeuta como:
• Profissional de saúde promotor e responsável
por suas ações junto à sociedade. Sendo suas
ações importantes nas fases, primária,
secundária e terciária da saúde.
• Por sua formação acadêmico – profissional,
pode o fisioterapeuta atuar juntamente com
outros profissionais nos diversos níveis de
assistência à saúde na administração de
serviços, na área educacional, na área
esportiva e desenvolvimento de pesquisas.
• Profissional que utiliza métodos e técnicas
fisioterapêuticas como ato privativo de sua
profissão, e que métodos compreendem um
conjunto sistemático de procedimentos
orientados para os fins de produção e/ou
aplicação de conhecimentos e que técnicas
são todas as atividades específicas
apropriadas aos princípios gerais delineados
na metodologia incluindo ainda avaliação
físico-funcional, prescrição fisioterapêutica,
programação e uso de recursos terapêuticos
reavaliação e alta fisioterapêutica.
• A palavra reabilitar etimologicamente
significa restaurar ou restabelecer os
privilégios anteriores como posição,
caráter, reputação ou condição. É um
termo familiar e bem conhecido pelo
fisioterapeuta.
• A reabilitação é definida como um
processo de tratamento projetado para
ajudar indivíduos fisicamente
incapacitados, restabelecendo-os
completamente ao meio ou fazerem uso
máximo das capacidades residuais e
habilita-los a obter satisfação e utilidade
ótima em benefício dela própria, da
família e da comunidade.
• No universo dos cuidados da saúde
pode parecer que para alguns o termo
reabilitação leva em seu significado
primário, a mesma conotação de cura
ou seja ela significa a restauração ao
total funcionamento a um nível anterior
ou aquele que é considerado
satisfatório ao indivíduo de acordo com
sua idade, sexo, função e etc.
• Esta é a meta desejável, já que quando
realizada não dará margem a discussão.
Entretanto deve ficar claro que este
“forte” significado da palavra
reabilitação esta além da expectativa
razoável para maioria dos indivíduos na
nossa sociedade. Muitos destes
indivíduos podem recuperar parte do
funcionamento, mas não a total
eficiência de que antigamente gozavam.
• Alguns podem atingir um nível
equivalente, se bem que não idêntico,
através de alguns processos de
adaptação e correção. Outros
simplesmente perderam a habilidade
particular vindo a precisar de
compensações externas ou apoio
naquilo que é importante em suas
vidas.
• Muitos ainda não tem o conhecimento,
por falta de informação e divulgação,
das diferenças de uma avaliação médica
(clínica) para uma avaliação
fisioterapêutica (cinético-funcional). Ao
contrário do que parece, o
fisioterapeuta não busca na sua
avaliação um diagnóstico clínico de uma
doença, ele busca sempre as alterações
cinético-funcionais relacionadas ao
indivíduo que tenham relação com a
sua queixa e/ou seu diagnóstico clínico.
• Um exemplo: Um indivíduo apresenta um
diagnóstico de tendinite patelar (diagnóstico
médico-clínico), na avaliação fisioterapêutica
ou cinético-funcional, procura-se nessa
situação hipotética, alterações da mecânica
articular, alterações de movimento, alterações
de postura, alterações do controle neuro-
muscular, de trofismo, de flexibilidade, entre
outros que estejam relacionados ao
diagnóstico médico (tendinite patelar) e que
devam e possam ser corrigidas para que se
restabeleça a funcionalidade da articulação
em questão.
• Com base neste princípio, procura-se na
avaliação fisioterapêutica o fator causal e as
alterações decorrentes da lesão (tendinite
patelar no exemplo acima). É importante
salientar que o único profissional capacitado a
realizar a avaliação cinético-funcional, o
diagnóstico cinético-funcional, o prognóstico
cinético-funcional, a prescrição da conduta
fisioterapêutica, sua execução e alta
fisioterapêutica é o FISIOTERAPEUTA.
O DCF e o fisioterapeuta

• “É de competência do Fisioterapeuta elaborar


o diagnóstico fisioterapêutico compreendido
como avaliação físico-funcional, sendo este
um processo pelo qual, através de
METODOLOGIAS E TÉCNICAS
FISIOTERAPÊUTICAS...”
(Resolução COFFITO n.º 80, D.O.U. n.º 93 de 21.05.1987, seção I, p.7609 )
O DCF e o fisioterapeuta

• “... através de METODOLOGIAS E TÉCNICAS


FISIOTERAPÊUTICAS são analisados e
estudados os desvios físico-funcionais
intercorrentes (...), considerados os desvios
dos graus de normalidade para os de
anormalidade...”
(Resolução COFFITO n.º 80, D.O.U. n.º 93 de 21.05.1987, seção I, p.7609)
DCF x Diagnóstico Clínico
Fisioterapeuta Médico

Diagnóstico Diagnóstico Clínico


Cinesiológico Funcional

Análise e quantificação das


alterações fisiológicas
causadas por
Análise e quantificação das
distúrbios biomecânicos
alterações biomecânicas
causadas por
distúrbios fisiológicos
O DCF e o fisioterapeuta

• O diagnóstico fisioterapêutico funcional


foi descrito pela primeira vez na
literatura por Sahrmann, em 1988,
como nome dado a uma série de sinais
e sintomas relevantes associados com a
função primária para a qual a o
fisioterapeuta direciona o tratamento.
O DCF e o fisioterapeuta

• A disfunção é identificada pelo


fisioterapeuta com base na nas
informações obtidas a partir da história,
sinais, sintomas, exames e testes que o
fisioterapeuta executa ou requisita. A
função do diagnóstico é fornecer
informações que possam direcionar o
tratamento.

Sahrmann, 1988
Exame

Processo de obtenção da
história, realização de revisões
relevantes do sistemas e seleção
de aplicação de testes e medidas
específicos para a obtenção de
dados.

Guide to physical therapist practice. Phys Ther 77 (11):1-4, 1997


Avaliação

Um processo dinâmico no qual


o fisioterapeuta faz juízos
clínicos baseado nos dados
coletados durante o exame

Guide to physical therapist practice. Phys Ther 77 (11):1-4, 1997


Diagnóstico
Tanto o processo como o resultado
final das informações de avaliação
obtidas através do exame, que o
fisio então organiza em grupos,
síndromes ou categorias definidas
para auxiliar a determinar as
estratégias de intervenção mais
apropriadas

Guide to physical therapist practice. Phys Ther 77 (11):1-4, 1997


Prognóstico

Determinação do nível ótimo de


melhora que poderia ser
conseguido através da
intervenção e do tempo
requerido para alcançar tal nível.

Guide to physical therapist practice. Phys Ther 77 (11):1-4, 1997


Intervenção
Interação objetiva e hábil do
fisioterapeuta com o paciente /
cliente e, se apropriado, com outros
indivíduos envolvidos no cuidado do
paciente / cliente, utilizando vários
métodos fisioterapêuticos e técnicas
para produzir mudanças na condição
que sejam coerentes com o
diagnóstico e prognóstico.
Guide to physical therapist practice. Phys Ther 77 (11):1-4, 1997
Resultados

Resultados da abordagem, do
paciente / cliente que incluem a
correção da limitação funcional e da
incapacidade, a otimização da
satisfação do paciente / cliente e a
prevenção primária e secundária.

Guide to physical therapist practice. Phys Ther 77 (11):1-4, 1997


LEMBRE-SE

“PERCA TEMPO AVALIANDO PARA

NÃO PERDER TEMPO TRATANDO”.


Processo de entrevista

• Primeiro contato com o paciente;


• Cerca de 80% das informações
necessárias para esclarecer a causa dos
sintomas;
• Tem como intenção descobrir a causa
dos sintomas e avaliar o grau de
incapacidade cinético funcional;
• Deve ser bem detalhada e completa.
Anamnese

• Queixa principal: deve-se questionar o


paciente para que conte sobre seu
problema(s) de maneira bem detalhada.
Quando iniciou o problema?
Qual a localização da dor?
Qual a intensidade da dor?
Existem períodos de melhora? Qual?
Etc..........
Histórias de problemas antecedentes

• Deve-se questionar o paciente sobre


outros problemas que já teve e que
podem gerar sintomas semelhantes.
Verificar os exames complementares

• Se o paciente tiver exames


complementares o fisioterapeuta deve
vê-los. Isso ajuda a formular melhor o
diagnóstico cinético funcional.
• Caso não os possua e o fisioterapeuta
ache conveniente deve ser solicitado ao
paciente.
Realizar a avaliação físico-funcional

Que consiste em:


• Inspeção;
• Palpação;
• Exame físico.
No exame físico segmentar vamos:

• Observar a articulação (inspeção);


• Palpar;
• Realizar a goniometria;
• Propedêutica ortopédica e neurológica;
• Diagnóstico diferencial.
Resultados

O paciente deve ser informado sobre:


• O diagnóstico;
• O prognóstico;
• Como será o tratamento e quais os
objetivos se esperam alcançar.

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