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Associação Brasileira dos Terapeutas Ocupacionais (ABRATO)

ESTUDO SOBRE ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA, ATIVIDADES INSTRUMENTAIS DA


VIDA DIÁRIA E TECNOLOGIA ASSISTIVA.

Organização:

Dra. Ana Paula Martins Cazeiro

Dra. Simone Maria de Bastos

Dr. Élcio Alteris dos Santos

Dr. Marcus Vinícius Machado de Almeida

Dr. José Naum de Mesquita Chagas


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Sobre os Autores:

Dra. Ana Paula Martins Cazeiro (CREFITO 2: 6201-TO. Graduação em Terapia Ocupacional,
Especialização em Terapia Ocupacional na Reabilitação do Aparelho Locomotor e Terapia da Mão, Mestrado
e Doutorado (em andamento) em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano, Professora Assistente
da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Dra. Simone Maria de Bastos (CREFITO 2: 719-TO. Graduação em Terapia Ocupacional,


Especialização em Psiquiatria Social, em Ergonomia e em Terapia da Mão e Membro Superior, Funcionária
Pública Federal - Ministério da Saúde).

Dr. Élcio Alteris dos Santos (CREFITO 3-13: 10972-TO. Graduação em Terapia Ocupacional.
Especialização em Metodologia e Didática do Ensino Superior, Mestrado em Engenharia Elétrica,
Pesquisador da UNESP em Engenharia de Reabilitação e Tecnologia Assistiva em projetos de Engenharia
Mecânica e Elétrica, Funcionário Público Municipal da Prefeitura de Três Lagos – MS).

Dr. Marcus Vinícius Machado de Almeida (CREFITO 2: 3532-TO. Graduação em Terapia


Ocupacional, Dança e Filosofia, Especialização em Musicoterapia, Mestrado em Artes e Doutorado em
Educação Física, Professor Adjunto da Escola de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do
Rio de Janeiro).

Dr. José Naum de Mesquita Chagas (CREFITO 11: 8498-TO). Graduação em Terapia Ocupacional,
Mestrado em Saúde Pública. Conselheiro Nacional de Saúde. Presidente da Associação Brasileira dos
Terapeutas Ocupacionais. Delegado da ABRATO junto a World Federation of Occupational Therapists-
WFOT. Coordenador Adjunto da Comissão Intersetorial de Ciência e Tecnologia-CNS/MS. Membro da
Comissão de Especialidades do COFFITO.

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Apresentação:

Este estudo é fruto de consulta demandada pela Associação Brasileira dos Terapeutas
Ocupacionais para orientar e empoderar os profissionais acerca da defesa de sua atuação
profissional, evitando assim invasões de suas atividades específicas.

Espera-se com este estudo auxiliar os profissionais terapeutas ocupacionais na defesa


ativa de seu exercício, fundamentando-lhes para a execução de ações educativas e
esclarecedores, embasadas historicamente, legal e cientificamente, de modo a reverter o
quadro de invasões destas atribuições por outras profissões, fato crescente e
repetidamente vivenciado nos últimos anos.

Diante desta solicitação, coube-nos apresentar alguns aspectos pertinentes à definição,


história, desenvolvimento científico, formação, legislação e prática profissional do
terapeuta ocupacional, de forma a sanar dúvidas sobre o exercício profissional em torno
das atividades da vida diária (AVDs), atividades instrumentais da vida diária (AIVDs) e
tecnologia assistiva.

Esperamos com isto estar contribuindo para o bom exercício da profissão e para evitar
situações de exercício ilegal, que pode acarretar medidas disciplinares sobre aqueles que
insistem no exercício do erro.

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1 – Definição de Terapia Ocupacional.

A Federação Mundial dos Terapeutas Ocupacionais (WFOT – World Federation of


Occupational Therapists) define a Terapia Ocupacional como uma profissão da área da
saúde envolvida com a promoção da saúde e bem estar através da ocupação. O objetivo
primário da Terapia Ocupacional é habilitar as pessoas a participar das atividades da vida
diária. Este objetivo é alcançado por meio do trabalho com pessoas e comunidades para
aumentar suas habilidades para o engajamento nas ocupações que elas querem, desejam
ou precisam participar; esta intervenção é feita por meio da modificação das ocupações
ou do ambiente para melhor apoiar a participação nas atividades. Os terapeutas
ocupacionais acreditam que a participação pode ser melhorada ou reduzida em
decorrência das habilidades físicas, afetivas e cognitivas, das características das
ocupações, ou do ambiente físico, social, cultural, atitudinal e legislativo. Deste modo, a
prática da Terapia Ocupacional é focada em habilitar os indivíduos a modificar aspetos
pessoais, da ocupação e/ou do ambiente, visando aumentar a sua participação
ocupacional (Disponível em: <http://www.wfot.org/information.asp?id=2>. Acesso em:
12/03/11).
De maneira bastante semelhante, a Organização Mundial da Saúde refere que a
Terapia Ocupacional promove a saúde e o bem estar por meio da ocupação, sendo o seu
objetivo primário habilitar as pessoas para a participação nas atividades da vida cotidiana
(activities of everyday life). Os terapeutas ocupacionais alcançam este objetivo por meio
do favorecimento para que as pessoas aumentem suas habilidades para participação nas
atividades ou pela modificação do ambiente, de modo a melhor apoiar a participação
(WHO, 2011).
De acordo com a ABRATO (Associação Brasileira dos Terapeutas Ocupacionais), é
competência do terapeuta ocupacional
[...] o diagnóstico do desempenho ocupacional nas áreas das atividades de vida
diária, atividades instrumentais de vida diária, trabalho e produtivas, lazer ou
diversão e nos componentes de desempenho sensório-motor, integração
cognitiva, e componentes cognitivos, habilidades psicossociais e componentes
psicológicos, por meio da utilização de métodos e técnicas terapêuticas
ocupacionais. O Terapeuta Ocupacional é um profissional, membro da equipe
interdisciplinar de assistência à saúde, cujo foco é auxiliar o indivíduo a
desenvolver ou restaurar habilidades e melhorar sua adaptação para
desempenhar as atividades que ele deseja e precisa, considerando seus
potenciais, limitações e sua história pessoal. [...]
O Terapeuta Ocupacional estimula a independência e autonomia progressiva do
indivíduo, buscando sua satisfação e de sua família no desempenho das
atividades que lhe são próprias e possíveis, em cada fase da recuperação ou na
adaptação às seqüelas permanentes (Disponível em: <http://www.abrato.com.br/
mostra_caderno.aspx?id=243>. Acesso em: 12/03/11 – grifo nosso).

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Segundo o COFFITO (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional), a
Terapia Ocupacional
É uma área do conhecimento, voltada aos estudos, à prevenção e ao tratamento
de indivíduos portadores de alterações cognitivas, afetivas, perceptivas e psico-
motoras, decorrentes ou não de distúrbios genéticos, traumáticos e/ou de doenças
adquiridas, através da sistematização e utilização da atividade humana como base
de desenvolvimento de projetos terapêuticos específicos.
TERAPEUTA OCUPACIONAL
É um profissional dotado de formação nas Áreas de Saúde e Sociais. Sua
intervenção compreende avaliar o cliente, buscando identificar alterações nas
suas funções práxicas, considerando sua faixa etária e/ou desenvolvimento da sua
formação pessoal, familiar e social. [...]
O Terapeuta Ocupacional compreende a Atividade Humana como um processo
criativo, criador, lúdico, expressivo, evolutivo, produtivo e de auto-manutenção e o
Homem como um ser práxico, interferindo no cotidiano do usuário comprometido
em suas funções práxicas objetivando alcançar uma melhor qualidade de vida.
As atividades do profissional estendem-se por diversos campos das Ciências de
Saúde e Sociais. Avalia seu cliente para a obtenção do projeto terapêutico
indicado; que deverá, resolutivamente, favorecer o desenvolvimento e/ou
aprimoramento das capacidades psico-ocupacionais remanescentes e a melhoria
do seu estado psicológico, social, laborativo e de lazer (Disponível em:
<http://www.coffito.org.br/conteudo/con_view.asp?secao=46>. Acesso em:
11/03/2011 – grifo nosso).

Em diversas resoluções e notícias que dizem respeito à Terapia Ocupacional, o


COFFITO também relaciona esta prática profissional à intervenção nas atividades
humanas, incluindo-se as Atividades da Vida Diária e as Atividades Instrumentais da Vida
Diária. Abaixo são apresentados dois exemplos, sendo o primeiro extraído de uma notícia
publicada no site do Conselho e, o segundo, de uma consideração incluída na Resolução
COFFITO 383/2010, que define as competências do terapeuta ocupacional no contexto
social:
Profissão de nível superior regulamentada pelo decreto-lei n° 938/69, a Terapia
Ocupacional confere ao profissional graduado a capacidade de desenvolver
diagnóstico de desempenho ocupacional em áreas de atividades da vida diária
que “abrangem a mobilidade funcional, os cuidados pessoais, a comunicação
funcional, a administração de hardware e dispositivos ambientais e a expressão
sexual”, conforme a resolução Coffito nº. 316/2006 (Disponível em:
<http://www.coffito.org.br/publicacoes/pub_view.asp?cod=570&psecao=7>. Acesso
em: 12/03/11 – grifo nosso).
CONSIDERANDO que o terapeuta ocupacional no campo social atua a partir da
compreensão de hábitos, de costumes, de tradições, da diversidade, de modos de
realização da vida cotidiana, de atividades da vida diária e da vida prática, de
trabalho, de lazer, de saberes e conhecimentos, de história da vida ocupacional,
comunicacional e expressiva de pessoas e coletivos;
CONSIDERANDO que o terapeuta ocupacional no campo social atua como
articulador do desempenho ocupacional por meio do manejo das atividades
humanas que sejam significativas e dialógicas como tecnologia de mediação
sócio-ocupacional, a fim de estimular a participação social da pessoa, família,
grupos e comunidade em atividades culturais, expressivas, econômicas, corporais,
lúdicas e de convivência, dentre outras (COFFITO, 2010 – grifo nosso).

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O CREFITO 2 (Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 2a
Região) fornece a seguinte definição:
A Terapia Ocupacional é uma graduação com perfil de formação generalista,
humanista, crítica e reflexiva. [...] Atua com base no rigor científico e intelectual e é
apto a desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação em
saúde, tanto individual quanto coletivamente. [...]
Identifica, entende, analisa e interpreta as desordens da dimensão ocupacional do
ser humano e utiliza, como instrumento de intervenção, as diferentes atividades
humanas: as artes, o trabalho, o lazer, a cultura, as atividades artesanais,
corporais, lúdicas, o auto-cuidado, as atividades cotidianas e sociais, dentre
outras. Utiliza o raciocínio terapêutico ocupacional para realizar a análise da
situação na qual se propõe a intervir, o diagnóstico clínico e/ou institucional, a fim
de promover a intervenção propriamente dita, a escolha da abordagem terapêutica
apropriada e a avaliação dos resultados alcançados.
Trabalha com uso de tecnologia assistiva e acessibilidade, através da indicação,
confecção e treinamento de dispositivos, adaptações, órteses, próteses e software
(Disponível em: <http://www.crefito2.org.br/definicao_to.html>. Acesso em:
12/03/11 – grifo nosso).

O CREFITO 3 (Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 3 a


Região), define a Terapia Ocupacional como
Campo de conhecimento e de intervenção em saúde, na educação e na esfera
social que reúne tecnologias orientadas para a emancipação e autonomia de
pessoas que apresentam, por razões ligadas a problemáticas específica (físicas,
sensoriais, psicológicas, mentais e sociais), temporária ou definitivamente,
dificuldades na inserção à participação na vida social. As intervenções
dimensionam-se pelo uso de atividades, elemento centralizador e orientador na
construção complexa e contextualizada do processo terapêutico. A atividade é o
instrumento terapêutico do Terapeuta Ocupacional, que seleciona, analisa e
adapta a atividade a cada indivíduo e situação, dividindo-a em fases, observando
e determinando os aspectos motores, psíquicos, sensório-perceptivos,
socioculturais, cognitivos e funcionais necessários à realização da mesma
(Disponível em: <http://www.crefito.com.br/>. Acesso em: 12/03/11 – grifo nosso).
Ao abordar as atribuições dos terapeutas ocupacionais, o CREFITO 3 informa:
A Terapia Ocupacional é profissão regulamentada com perfil, métodos, ações,
intervenções definidas, atos privativos que só podem ser executados por
terapeutas ocupacionais, conforme legislação vigente (Decreto-Lei n° 938/69; Lei
n° 6.316/75; Resoluções COFFITO-8, 10 e 81). [...] O Terapeuta Ocupacional
compreende o homem como ser práxico interferindo no cotidiano do usuário
comprometido em suas funções práxicas, visando uma melhor qualidade de vida
diária, prática, de trabalho e de lazer (Disponível em: <http://www.crefito.com.br/>.
Acesso em: 12/03/11 – grifo nosso).

Dentre os atos privativos do terapeuta ocupacional, o CREFITO 3 inclui os seguintes:


Análise de Atividades: Procedimento próprio e exclusivo do Terapeuta
Ocupacional, que avalia o movimento como um todo, e suas partes componentes,
identificando as operações motoras realizadas e suas estruturas morfofisiológicas.
Analisa todos os aspectos da vida cotidiana de uma pessoa, ou seja, auto
cuidados, trabalho e lazer, bem como a gama de movimentos que se referem à
complexidade das atividades e suas especificidades. [...]
Atendimentos nas Atividades da Vida Diária (AVDs), Atividades da Vida
Prática (AVPs), Atividades da Vida de Trabalho (AVTs) e Atividades da Vida de
Lazer (AVLs).
Atividades da Vida Diária (AVDs): dizem respeito ao cuidado de si próprio e da
sua comunicação (alimentação, higiene, cuidado pessoal, vestuário, comunicação
escrita, verbal, gestual e locomoção).

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Atividades da Vida Prática (AVPs): atividades domiciliares, do cotidiano. [...]
Adaptações e dispositivos: recursos terapêuticos que facilitam a realização das
atividades, promovendo a independência pessoal e a melhora da funcionalidade e
a qualidade de vida, cabendo ao Terapeuta Ocupacional planejar, prescrever,
confeccionar, orientar e treinar (Disponível em: <http://www.crefito.com.br/>.
Acesso em: 12/03/11 – grifo nosso).

O CREFITO 8 (Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 8a


Região), por sua vez, menciona a WFOT para afirmar que:
A Terapia Ocupacional é uma profissão na área da saúde, com base no
conhecimento de que determinadas atividades podem promover a saúde e o bem-
estar em todos os aspectos da vida cotidiana. Os objetivos são: promover,
desenvolver, restaurar e manter habilidades necessárias para realizar atividades
diárias para evitar disfunção. Programas são desenvolvidos para facilitar o máximo
uso da função para atender às demandas do trabalho, sociais, pessoais e do
ambiente doméstico. [...] Estas [atividades] são concebidas para facilitar a
performance nas tarefas cotidianas e adaptação dos locais em que a pessoa
trabalha, vive e socializa-se. Inclui exemplos de ensino de novas técnicas,
fornecer equipamentos que facilitem a independência no cuidado pessoal, redução
de barreiras ambientais e fornecendo recursos para reduzir o estresse (Disponível
em: <http://www.crefito8.org.br/site/index.php?option=com_content& view=article
&id=147&Itemid=89>. Acesso em: 12/03/11 - grifo nosso)

No documento intitulado “Carta de Joinvile – Sistema Único de Assistência Social –


SUAS e as diretrizes norteadoras ao Terapeuta Ocupacional”, publicado no endereço
eletrônico do CREFITO 10, consta que:
O terapeuta ocupacional no âmbito da política de Assistência Social atua em todos
os níveis de proteção; contribuindo na autonomia individual, familiar e social. Pode
realizar acompanhamento da família por meio da intervenção terapêutica
ocupacional propondo orientações e se necessário, encaminhamentos a rede,
elabora parecer técnico, fomenta atividades na área senso-percepto-cognitiva,
cultural, social e de lazer entre outras, resgatando as áreas de desempenho
ocupacional: AVD’s - Atividades da Vida Diária (auto-cuidado, alimentar-se, vestir-
se, locomover-se, etc.); AIVD’s – Atividades Instrumentais (preparação de
alimentos, limpeza da habitação, compras, etc.); Brincar, Escola, Sono e Lazer e
Diversão (Disponível em: <http://www.crefito10.org.br/conteudo.jsp?idc=557>.
Acesso em: 08/05/11 – grifo nosso).

Em 2009, a AOTA (American Occupational Therapy Association) definiu a Terapia


Ocupacional como o uso terapêutico das atividades da vida diária (ocupações) com
indivíduos ou grupos com o objetivo de favorecer a participação em papéis e situações em
casa, na escola, no trabalho, na comunidade e em outros ambientes. A Terapia
Ocupacional aborda os aspectos físicos, cognitivos, psicossociais e sensoriais do
desempenho em uma variedade de contextos para apoiar o engajamento nas atividades
da vida diária que afetam a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida. De maneira
resumida, a prática da Terapia Ocupacional inclui:
- Métodos e estratégias selecionadas para o processo de intervenção, como:
estabelecimento e restauração de habilidades que não foram desenvolvidas ou

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encontram-se alteradas; compensação, modificação e adaptação da atividade ou do
ambiente para melhorar o desempenho; manutenção ou melhoria das capacidades sem
as quais o desempenho das atividades da vida diária estaria reduzido; promoção da
saúde e do bem-estar para habilitar ou melhorar o desempenho em atividades da vida
diária; prevenção de barreiras para o desempenho, incluindo a prevenção de deficiências.
- Avaliação de fatores que afetem as atividades da vida diária, atividades
instrumentais da vida diária, atividades educacionais, de trabalho, lúdicas, de lazer e
participação social, incluindo: fatores do cliente, tais como as estruturas e funções
corporais (neuromuscular, sensorial, visual, perceptual, cognitiva); hábitos, rotinas, papéis
e padrões de comportamento; contextos cultural, físico, ambiental, social e espiritual e
demandas de atividades que afetem o desempenho de atividades; entre outros.
- Intervenções e procedimentos para promover ou aumentar a segurança e o
desempenho em atividades da vida diária, atividades instrumentais da vida diária,
atividades educacionais, de trabalho, lúdicas, de lazer e participação social, incluindo: uso
terapêutico de ocupações e atividades; treinamento do auto-cuidado, auto-manutenção,
manutenção do lar e reintegração na comunidade e no trabalho; desenvolvimento,
tratamento e compensação de habilidades físicas, cognitivas, neuromuscular, sensorial e
comportamental; educação e treinamento de indivíduos, incluindo a família, cuidadores e
outros; modificação de ambientes (casa, trabalho, escola e comunidade) e adaptação do
processo de realização das atividades; avaliação, desenvolvimento, fabricação, aplicação,
ajuste e treinamento em tecnologia assistiva, adaptações, órteses e treinamento no uso
de próteses; avaliação, recomendação e treinamento em técnicas para melhorar a
mobilidade funcional (incluindo o manuseio da cadeira de rodas) e a mobilidade na
comunidade (como a direção de veículos); entre outras.
Embora não seja o objetivo deste documento esgotar as definições fornecidas por
diferentes autores e entidades, as acima apontadas servem para ilustrar o modo com a
Terapia Ocupacional é atualmente conceituada pelas associações de representação
profissional, bem como pelos órgãos federais de fiscalização desta profissão. As
definições de Terapia Ocupacional, como é possível depreender, incluem as atividades
humanas e cotidianas como instrumento da intervenção do terapeuta ocupacional, sendo
o objetivo desta intervenção favorecer que os clientes desenvolvam habilidades e
condições cognitivas, motoras, afetivas e sociais para a realização de suas atividades.
Por sua vez, a Fisioterapia é definida pelo COFFITO da seguinte forma:
É uma ciência da Saúde que estuda, previne e trata os distúrbios cinéticos
funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por
alterações genéticas, por traumas e por doenças adquiridas. Fundamenta suas
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ações em mecanismos terapêuticos próprios, sistematizados pelos estudos da
Biologia, das ciências morfológicas, das ciências fisiológicas, das patologias, da
bioquímica, da biofísica, da biomecânica, da cinesia, da sinergia funcional, e da
cinesia patológica de órgãos e sistemas do corpo humano e as disciplinas
comportamentais e sociais.
Fisioterapeuta: Profissional de Saúde, com formação acadêmica Superior,
habilitado à construção do diagnóstico dos distúrbios cinéticos funcionais
(Diagnóstico Cinesiológico Funcional), a prescrição das condutas fisioterapêuticas,
a sua ordenação e indução no paciente bem como, o acompanhamento da
evolução do quadro clínico funcional e as condições para alta do serviço
(Disponível em: <http://www.coffito.org.br/conteudo/con_view.asp?secao=27>.
Acesso em 15/03/11).

O CREFITO 3 apresenta a seguinte definição de Fisioterapia:


Ciência aplicada tendo por objeto de estudos o movimento humano em todas as
suas formas de expressão e potencialidades, tanto nas alterações patológicas
quanto nas repercussões psíquicas e orgânicas. Seu objetivo é preservar, manter
(forma preventiva), desenvolver ou restaurar (reabilitação) a integridade de órgãos,
sistema ou função. Como processo terapêutico utiliza conhecimentos e recursos
próprios, utilizando-os com base nas condições psico-físico-social, tendo por
objetivo promover, aperfeiçoar ou adaptar o indivíduo a melhoria de qualidade de
vida. Para tanto utiliza-se da ação isolada ou conjugada de fontes geradoras
termoterápicas, crioterápicas, fototerápicas, eletroterápicas, sonidoterápicas e
aeroterápicas, além de agentes cinésio-mecanoterápicos e outros mais advindos
da evolução dos estudos e da produção científica da área (Disponível em:
<http://www.crefito.com.br/>. Acesso em: 14/03/11 – grifo nosso).

Embora não seja possível, aqui, esgotar as definições da Fisioterapia, os textos


acima apontados servem para exemplificar o modo como esta profissão é conceituada
pelos órgãos fiscalizadores da profissão no Brasil. Como é possível observar, as
definições de Fisioterapia não mencionam a prática voltada às atividades, funções
práxicas ou atividades cotidianas, tal como é apresentado por estes mesmos órgãos ao
fazerem referência à Terapia Ocupacional. Embora o COFFITO 3 inclua que o
fisioterapeuta utiliza-se de “outros [meios] mais advindos da evolução dos estudos e da
produção científica da área”, a legislação atual do COFFITO informa que a prática de uma
profissão (no caso, da Fisioterapia), deve respeitar os atos privativos da outra profissão
(no caso, a Terapia Ocupacional). Além disso, diversas outras profissões, como a
Medicina, a Educação Física, a Dança, entre outras, lidam com o movimento humano
dentro de suas especificidades, de modo que a aplicação da Fisioterapia ao “movimento
humano em todas as suas formas de expressão e potencialidade” não pode ocorrer de
maneira a desconsiderar ou desrespeitar a prática já desenvolvida e reconhecida das
outras profissões.
Segundo CRUZ, CORDEIRO e IOSHIMOTO (2008) a identidade da profissão de
terapeuta ocupacional está relacionada às atividades da vida diária. Este dado é
reforçado pelos próprios órgãos fiscalizadores desta profissão, os quais, conforme

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demonstrado nos parágrafos acima, incluem as Atividades da Vida Diária nas definições
da Terapia Ocupacional. Outro indício de que a identidade desta profissão vincula-se à
recuperação da independência para a realização das Atividades da Vida Diária pode ser
encontrado nos símbolos utilizados para a Comunicação Alternativa ou Suplementar.
Abaixo, serão ilustrados os símbolos de Terapia Ocupacional e Fisioterapia dos seguintes
sistemas pictográficos: as Figuras 1 e 2 apresentam os símbolos do PCS (Picture
Communication Symbols, disponível no software Boardmaker – Mayer-Johnson®); as
Figuras 3 e 4 apresentam os símbolos do Widget (disponível no software Invento –
Imagina®); as Figuras 5 e 6 apresentam símbolos do sistema pictográfico ARASAAC,
(disponível no Portal Aragones de Comunicação Aumentativa e Alternativa
<http://www.catedu.es/arasaac/index.php>, acesso em 08/05/11).

Figura 1 – Símbolos representativos da Terapia Ocupacional no sistema PCS

Figura 2 – Símbolos representativos da Fisioterapia no sistema PCS

Figura 3 – Símbolos representativos da Terapia Ocupacional no sistema Widget

Figura 4 – Símbolos representativos da Fisioterapia no sistema Widget

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Figura 5 – Símbolos representativos da Terapia Ocupacional no sistema ARASAAC

Figura 6 – Símbolos representativos da Fisioterapia no sistema ARASAAC

2 – Atividades da Vida Diária, Atividades Instrumentais da Vida Diária, Tecnologia


Assistiva e sua relação com a história da Terapia Ocupacional.

A Terapia Ocupacional começou a desenvolver-se na primeira década do século XX,


nos Estados Unidos. Na segunda década deste mesmo século, esta prática profissional
foi reconhecida no contexto da reabilitação física e mental, devido à necessidade de
reinserir os traumatizados de guerra na sociedade. A partir deste período, a Terapia
Ocupacional aprimorou-se e passou a atuar com diferentes populações, tendo sempre as
atividades humanas como objeto de estudo, instrumento de intervenção e objetivo do
tratamento. Neste documento, contudo, não serão apresentados todos os aspectos
históricos e os referenciais teóricos da Terapia Ocupacional, mas somente alguns
daqueles que podem auxiliar na compreensão de como as Atividades da Vida Diária, as
Atividades Instrumentais da Vida Diária e a Tecnologia Assistiva têm sido empregadas
desde os primórdios da profissão.
Os fundadores da Terapia Ocupacional acreditavam no valor da ocupação como
método de tratamento, tendo sido influenciados, principalmente, por três correntes
filosóficas/ideológicas: o Tratamento Moral, o Movimento de Artes e Ofícios e a
Administração Científica (PEDRETTI; EARLY, 2005). Desenvolvido a partir do final do
século XVIII, o Tratamento Moral foi um dos primeiros métodos de tratamento propostos
para pessoas com doenças mentais; dentre seus proponentes, podemos citar os
seguintes: Phillipe Pinel, na França, entendia a ocupação como o uso intencional do
tempo, energia, interesses e atenção, sendo que o tratamento do doente mental era

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baseado em atividades diárias com propósito/significativas para o sujeito; William Tuke,
na Inglaterra, acreditava que as ocupações, a religião e as atividades significativas
poderiam melhorar a função e minimizar os sintomas nos sujeitos com doenças mentais.
O uso das ocupações como método de tratamento expandiu-se até a metade do
século XIX, quando passou por um período de pouco reconhecimento na área da saúde.
Historiadores da Terapia Ocupacional afirmam que o nascimento desta profissão coincidiu
com o renascimento do Tratamento Moral, no final do século XIX e início do século XX,
quando o neuropatologista Adolph Meyer (nos Estados Unidos da América) adotou
princípios do Tratamento Moral para o desenvolvimento da Teoria da Psicobiologia. Esta
teoria reconhecia que a saúde de um indivíduo estava vinculada às experiências diárias
em um mundo físico e social complexo e propunha o enfoque de sua abordagem mais
sobre o estilo de vida do homem do que sobre sua doença. Enfatizava a importância da
função organizadora do tempo inserido na perspectiva de que a saúde deveria ser vista
dentro do contexto de vida diária, favorecendo o equilíbrio entre trabalho, repouso, lazer e
sono (BING, 1981).
O Romantismo foi uma das influências determinantes para as bases da Terapia
Ocupacional. O Tratamento Moral e a visão de que a arte é uma hermenêutica e
expressão do mundo interno são pensamentos românticos. Do mesmo modo, o
Movimento de Artes e Ofícios, herdeiro do Romantismo foi uma influência direta para o
surgimento da Terapia Ocupacional.
O Movimento de Artes e Ofícios (MAO) foi um complexo artístico, ético e ecológico
que surgiu na Inglaterra e nos Estados Unidos, no final do século XIX, e que contagiou
pensadores como Proust e Tolkien. John Ruskin e William Morris são as mais importantes
figuras do MAO (GALLEN, 1979). A indústria ― que, segundo Marx, alienava o
trabalhador ― e a grande arte burguesa ― que era excludente ― tiraram do operário as
experiências estéticas. Mas a criação estética, para o MAO, é vista como necessária e
que produziria uma revolução social e existencial. Morris sentia a urgência de devolver a
arte às massas e ao cotidiano. Seria na simplicidade do artesanato que Morris encontraria
o local ideal para sua revolução.
O conceito de tremido de Ruskin, que valorizava a estética do artesanal, atestava a
mão feliz do operário que imprimia sua singularidade em suas produções, que eram feitas
coletivamente. No MAO aparece a crítica à indústria e sua divisão do trabalho e o desejo
do retorno à multiplicidade de ações e fazeres; aqui o valor das atividades e do cotidiano
já se delineava e, o que hoje chamamos de Atividades da Vida Diária, já se apresentavam
como aspectos valiosos para a vida dos sujeitos. A separação entre arte e artesanato e
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entre objetos de uso cotidiano/funcional e de contemplação não tinha mais sentido.
Cozinhar, coser ou plantar eram consideradas como experiências estéticas significativas
(RUSKIN, 1992, 2004).
Tentando regatar a dignidade do operário, na Europa do século XX, várias
comunidades idílicas e de esquerda foram fundadas por influência do Movimento de Artes
e Ofícios. Nestas, as mulheres tiveram papel fundamental porque ainda guardavam os
antigos segredos da vida, presentes no fazer doméstico e artesanal. Estas comunidades
pregavam o trabalho artesanal, solidário e coletivo (KELVIN, 1999). Muitos operários que
lá viveram após sofrerem lesões na indústria foram capazes de, através da criação de
utensílios artesanais e de um ritmo próprio de trabalho, superar suas deficiências. E como
eles preferiam a produção artesanal ao invés dos objetos industrializados, muitas
experiências iniciais em tecnologias assitivas nasceram destas colônias. Ao
confeccionarem artesanalmente seus objetos do cotidiano — pratos, garfos, copos,
cadeiras, etc. — permitiram que estes fossem criados de forma a facilitar as atividades
dos operários com deficiências que lá viviam.
O uso da arte e do artesanato como meio terapêutico, bem como o uso de
adaptações confeccionadas para facilitar a realização das atividades, surgiu na Terapia
Ocupacional por influência deste movimento, levando a uma abordagem que defendia que
o “trabalho manual melhorava a saúde física e mental, por meio de exercício e satisfação
obtida na criação de um artigo útil ou decorativo com as próprias mãos”. Acreditava-se
que o trabalho manual poderia ser graduado e teria a capacidade de fornecer estimulação
mental e muscular ao mesmo tempo (PEDRETTI; EARLY, 2005, p. 15).
Deste modo, os fundadores da Terapia Ocupacional articulavam as idéias do
tratamento moral e do Movimento de Artes e Ofícios, desenvolvendo métodos de
tratamento voltados para pessoas com deficiências físicas e mentais. Segundo Pedretti e
Early (2005), a Terapia Ocupacional, em seus anos iniciais, propunha um tratamento que
consistia em três etapas: inicialmente eram realizados trabalhos manuais no leito; quando
os pacientes tinham condições de sair do leito, eram realizadas atividades para
fortalecimento do corpo e da mente e “ocupações destinadas a restabelecer os hábitos
básicos de cuidados pessoais e comunicação”; a terceira etapa consistia na preparação
para o retorno à vida social e laborativa (p. 15).
A National Society for the Promotion of Occupational Therapy (NSPOT) foi fundada
em 1917 e foi posteriormente denominada American Occupational Therapy Association
(AOTA). De acordo com Miralles e Valverde (2007), o fato de a profissão ter sido criada
por pessoas com diferentes formações conferiu o caráter plural da formação do terapeuta
13
ocupacional desde sua origem, bem como propiciou a formação de uma visão global
sobre as ocupações humanas. Dentre seus fundadores, destacam-se as figuras de
Eleanor Clark Slagle, George Barton e William Dunton.
Slagle trabalhou com Adolph Meyer na Clínica Phipps e desenvolveu, com base na
Teoria da Psicobiologia e no Movimento de Artes e Ofícios, o Programa de Treinamento
de Hábitos em hospitais para doentes mentais, visando restabelecer hábitos saudáveis de
cuidados pessoais e comportamento social. Seu método de treinamento de hábitos era
voltado para pacientes crônicos e consistia em pequenos grupos de pacientes que
recebiam supervisão durante o dia, seguindo uma escala de atividades que incluía
autocuidado e higiene pessoal, classes de ocupações, caminhadas, refeições, atividades
recreacionais e exercícios físicos. Os pacientes eram encorajados a assumir
responsabilidade pela execução de sua rotina (MIRALLES; VALVERDE, 2007; NELSON,
1997; PEDRETTI; EARLY, 2005). Nelson (1997) chama a atenção para o fato de que,
neste método, existiam horários específicos de instrução para o autocuidado. Miralles e
Valverde (2007) transcrevem trechos de um relato de caso, no qual é possível observar o
enfoque dado às atividades cotidianas por Slagle:
3 de maio de 1926 – Admitido no treinamento de hábitos. Não se veste nem se
despe sozinho. Roupa desarrumada e desabotoada. Mudo. Não se lava sozinho.
Molha e suja a cama. Come excessivamente. Masturbação freqüente.
01 de junho a 20 de junho de 1926 – Lava-se e veste-se sozinho. Molha e suja a
cama com menos freqüência. Poliu o piso quando supervisionado continuamente.
Realiza ocupações simples.
10 de julho a 22 de setembro de 1926 – Fala ocasionalmente. Disse ao
superintendente que melhorou ligeiramente. Tecendo tapete. Ajuda o atendente
com a limpeza e limpa os pratos da mesa nas refeições. Apetite mais normal
(WILSON, 19291 in MORALLES; VALVERDE, 2007, p. 140).
Barton, arquiteto e membro da Sociedade de Artes e Ofícios, foi hospitalizado no
Clifton Springs Sanatorium (Nova Iorque) em 1913, apresentando tuberculose, amputação
de três dedos e hemiparesia à esquerda. Durante o período de hospitalização, teve
contato com pessoas que defendiam o Tratamento Moral e o uso das atividades como
recurso terapêutico. Sua recuperação foi marcada por uma escala de atividades que ele
se impôs, a qual incluía a realização de atividades cotidianas, visando a recuperação de
sua independência. Ele percebeu que o hospital era um local de passagem, apostando
nas tarefas cotidianas e ocupações como trânsito na recuperação pessoal. Barton
comprou uma casa nas proximidades do hospital, visando favorecer sua própria
1
WILSON, S.C. Habit training for mental cases. Occupational Therapy and Rehabilitation, n. 8, p. 189-197,
1929.
14
independência, enquanto poderia ao mesmo tempo manter o tratamento no hospital. Ele
adaptou a casa e o banheiro, para que pudesse fazer sua própria higiene. Nesta casa,
posteriormente denominada Consolation House, ocorreu a primeira reunião da NSPOT;
este local também passou a ser utilizado por Barton para oferecer tratamento aos
pacientes internados no hospital, sendo que o seu método também se baseava no
Movimento de Artes e Ofícios. Muitas de suas publicações criticavam as condições de alta
dos pacientes dos hospitais, os quais não se atentavam às situações de vida e trabalho
que os pacientes vivenciariam ao retornar para casa (BING, 1981; MIRALLES;
VALVERDE, 2007).
Dunton, fortemente influenciado pelo Tratamento Moral, encorajou a participação da
Terapia Ocupacional na recuperação dos soldados feridos durante a Primeira Guerra
Mundial. Segundo Miralles e Valverde (2007), o período da primeira guerra levou a uma
maior aplicação da Terapia Ocupacional em pessoas com problemas físicos, focando a
atenção na restauração do paciente para uma condição funcional. No livro Reconstruction
Therapy (publicado em 1919), Dunton incluiu fotografias de homens usando adaptações
para vestir-se, fazer trabalhos em fazenda e dirigir carros. Também é possível observar
imagens de pessoas com amputações ao realizarem atividades diárias, o que reflete a
sua preocupação com o assunto (DUNTON, 1919). Alguns exemplos são apresentados
nas Figuras numeradas de 7 a 15. A experiência da guerra direcionou o uso de tecnologia
desenvolvida para aumentar a funcionalidade dos indivíduos (MIRALLES; AYUSO, 2005;
MIRALLES; VALVERDE, 2007).

15
Figura 7 – Homem com amputação no membro superior, utilizando próteses durante
alimentação (DUNTON, 1919).

Figura 8 – Homem com amputação no membro superior, utilizando prótese durante


alimentação (DUNTON, 1919).

Figura 9 – Homem com amputação bilateral nos membros superiores fazendo a


barba (DUNTON, 1919).

Figura 10 – Homem utilizando adaptação para o vestuário (DUNTON, 1919).

16
Figura 11 – Homem com amputação em membro superior utilizando uma adaptação
durante sua atividade laboral (DUNTON, 1919).

Figura 12 – Adaptação em assento de trator, para pessoa com amputação na coxa


(DUNTON, 1919).

Figura 13 – Homem com amputação em membro superior, utilizando adaptação para


a escrita (DUNTON, 1919).

Figura 14 – Homem com amputação em membro superior, utilizando adaptação para


a gravata (DUNTON, 1919).

17
Figura 15 – Homem com amputação em membro superior utilizando adaptação para
o martelo (DUNTON, 1919).

As idéias relacionadas à administração científica, desenvolvidas por Frederick Taylor,


também influenciaram alguns dos primeiros terapeutas ocupacionais, levando à
compreensão da importância da pesquisa científica para a validação da profissão. Esta
concepção influenciou fortemente a prática com pacientes ortopédicos, na qual as
atividades eram selecionadas com base na análise dos movimentos envolvidos; também
eram sugeridos métodos para adaptação de ferramentas e confecção de talas. Este
método foi denominado por Baldwin como Restauração Funcional, “no qual o propósito da
TO era 'ajudar cada paciente a encontrar-se e voltar a funcionar como um homem
completo, física, social, educacional e economicamente'” (BALDWIN, 19192 in PEDRETTI;
EARLY, 2005, p. 16). De acordo com Nelson (1997), Baldwin acreditava que o melhor
exercício terapêutico era aquele que requeria uma série de movimentos voluntários
envolvidos nas ocupações, jogos e nas atividades da rotina da vida diária (daily routine
activities of life). Foi no Departamento de Terapia Ocupacional do Walter Reed General
Hospital, chefiado por Baldwin, que o método da Análise de Atividades foi empregado pela
primeira vez, em 1918 (CASTRO et al., 2004)
Baldwin participou da reabilitação de soldados feridos na Primeira Guerra Mundial
(NELSON, 1997). A participação dos terapeutas ocupacionais neste momento histórico
teve uma grande importância para o desenvolvimento e o reconhecimento inicial da
profissão. Pode-se destacar que, dentre os fundadores da NSPOT, encontrava-se
Thomas B. Kidner, supervisor do governo norte-americano para reabilitação vocacional
dos soldados.
A participação dos terapeutas ocupacionais também foi bastante importante durante
a Segunda Guerra Mundial. Estes profissionais forneceram atendimentos aos militares e
seus dependentes, durante e após o período da guerra. Dentre os procedimentos e
técnicas utilizados pelos terapeutas ocupacionais neste período, MacDaniel (19--) inclui

2
BALDWIN, B.T. Occupational Therapy. Am. J. Care Cripples, 8: 447, 1919.
18
as Atividades da Vida Diária: o objetivo do programa de Atividades da Vida Diária era
tornar os pacientes com deficiência física o mais independente possível nas suas
atividades diárias pessoais: alimentação, vestuário, higiene pessoal, comunicação
(escrever e telefonar), lidar com dinheiro e outras funções necessárias.
De acordo com MacDaniel (19--), o termo ADL (Activities of Daily Living) se tornou
popular nos anos 50, mas, apesar da modificação no termo, o tratamento de tais
atividades não era algo novo na Terapia Ocupacional, visto que programas similares já
eram realizados antes desta década, tanto no exército, quanto nos programas civis com
pacientes com lesões encefálicas e poliomielite.
MacDaniel (19--) informa que, nas clínicas de Terapia Ocupacional do exército, o
treinamento de tais atividades era feito por simulação, visto que não havia os utensílios
reais de uma casa, como já havia naquela época em clínicas civis (nas quais existiam
camas, cozinhas e banheiros para o treinamento das atividades cotidianas). A autora
também explica que, em conjunção com os programas de Atividades da Vida Diária, era
necessário desenhar e fabricar adaptações para que pacientes, por exemplo, com lesões
na medula espinhal ou lesões encefálicas pudessem fazer suas atividades com maior
independência. Tais equipamentos (hoje incluídos sob o termo Tecnologia Assistiva)
podiam ser indicados para uso temporário ou permanente. No site do exército americano
há registros fotográficos de terapeutas ocupacionais realizando intervenções nas
Atividades da Vida Diária e o treino do uso de adaptações por pacientes, no período da
Segunda Guerra Mundial. Exemplos são apresentados nas Figuras 16 e 17.
Figura 16 – Órtese e adaptação utilizadas nas Atividades da Vida Diária: órtese
abdutor do polegar e adaptação para escova de dentes, que também pode ser utilizada
para o garfo e a colher (MACDANIEL, 19--).

19
Figura 17 – Treinamento de atividades da vida diária: criança com amputação
bilateral aprendendo a utilizar o telefone e criança aprendendo a abotoar e desabotoar
(MACDANIEL, 19--).

Segundo Kielhofner e Burke (1977 apud CARLO; BARTALOTTI, 2001), a Terapia


Ocupacional viveu, durante as décadas de 30 e 40, uma pressão por um maior
desenvolvimento científico na área da saúde. Neste contexto, houve uma busca pelo
aprimoramento dos métodos utilizados, desenvolvimento de recursos tecnológicos, bem
como o aprofundamento de conhecimentos em diferentes especialidades, divididas
conforme as especialidades médicas. Um dos métodos fortemente utilizados para o
embasamento científico do uso de atividades como método de tratamento foi a Análise de
Atividades.
Entre as décadas de 40 e 60, a Terapia Ocupacional foi bastante influenciada pelo
Movimento Internacional de Reabilitação, que resultou de ações da ONU (Organização
das Nações Unidas), OIT (Organização Internacional do Trabalho) e OMS (Organização
Mundial da Saúde). Este movimento foi criado devido à necessidade da população em
receber atendimentos de Reabilitação Física, especialmente em decorrência da guerra
(CARLO; BARTALOTTI, 2001; CAVALCANTI; GALVÃO, 2007). Foi por meio deste
movimento internacional que os primeiros programas de reabilitação física surgiram no
Brasil, a partir da década de 40, mas a utilização do trabalho como forma de tratamento já
existia neste país desde meados do século XIX, em instituições de longa permanência.
Conforme descrito por Carlo e Bartalotti (2001) a Terapia Ocupacional surgiu, no
Brasil, por dois processos: pela ocupação de doentes institucionalizados em hospitais
20
psiquiátricos; pela recuperação da capacidade funcional de pessoas com incapacidades
físicas. Neste último caso, a Terapia Ocupacional já fazia parte de equipes
multiprofissionais, sendo que esta profissão vinculava-se ao uso de atividades de
autocuidado, lazer, trabalho, entre outras.
Na constituição da profissão de terapeuta ocupacional no Brasil, bem como na
criação dos primeiros cursos neste país, houve a influência dos trabalhos de Slage,
Spackman e outros autores norte-americanos, bem como houve a influência de Simon,
que criou um modelo europeu que considerava a doença mental inerente ao ser humano
e a Terapia Ocupacional a profissão que, a partir da ocupação/atividade, trata as
capacidades remanescentes dos indivíduos.
Apesar de ter surgido inicialmente em grandes hospitais e centros de reabilitação, a
Terapia Ocupacional expandiu sua prática para outros espaços, inclusive para a
comunidade, compreendendo a importância da inclusão social dos usuários. De acordo
com Ribeiro e Oliveira (2005), foi a experiência da desinstitucionalização italiana que
trouxe novas discussões e inovações para os terapeutas ocupacionais, que passaram a
pensar na sua prática profissional para além dos muros das instituições e passaram a “[...]
assumir como objeto da ação terapêutica a pessoa e suas necessidades e não a doença
e os sintomas. Neste contexto, a ação terapêutica deve investir na complexidade da vida
cotidiana da pessoa, englobando os aspectos: práticos, concretos, simbólicos, relacionais
e materiais, de forma a produzir movimentos capazes de oferecer suportes, proteção e
resolução de problemas [...]”.
Benetton (2010) discute como a Terapia Ocupacional tem pensado no cotidiano dos
sujeitos, desde o treinamento de hábitos proposto por Slagle até as concepções mais
atuais de como o cotidiano é significado na Terapia Ocupacional. Segundo a autora, a
Terapia Ocupacional preocupa-se em conhecer o cotidiano dos sujeitos e atua frente à
erosão desse cotidiano. O terapeuta ocupacional busca não só ensinar atividades, mas
auxiliar o sujeito a dar significados ao seu cotidiano.
De acordo com Bing (1981), a Terapia Ocupacional é a única profissão da área da
saúde cujo foco se centra na totalidade do organismo humano envolvido em atividades.
Como é possível depreender do percurso histórico anteriormente apresentado, as
atividades cotidianas estiveram sempre presentes nesta profissão. No início, eram
denominadas atividades cotidianas ou de autocuidado, incluídas, por exemplo, no método
de treinamento de hábitos. Posteriormente, houve uma predominância do uso do termo
Atividades da Vida Diária, que incluíam todas as tarefas desempenhadas pelos sujeitos
em seu dia-a-dia, tanto para o cuidado pessoal, quanto para o cuidado com o domicílio ou
21
para a vida em comunidade. Visando diferenciar as atividades voltadas para a
sobrevivência daquelas outras tarefas realizadas cotidianamente, foi proposta a divisão
entre Atividades da Vida Diária e Atividades da Vida Prática (ainda comumente
empregada por alguns autores); recentemente, chegou-se a uma denominação
amplamente aceita na área da saúde: Atividades Básicas da Vida Diária (ou simplesmente
Atividades da Vida Diária) e Atividades Instrumentais da Vida Diária.

3 – Terapia Ocupacional e a definição de Atividades da Vida Diária e Atividades


Instrumentais da Vida Diária.

Segundo Miralles e Ayuso (2005), as atividades que os seres humanos fazem


cotidianamente têm sido, desde a origem da Terapia Ocupacional, objetos de seu
interesse e atenção constante. Não obstante a prática desta área profissional, Miralles e
Ayuso (2005) e Neistadt e Crepeau (2002) atribuem à Deaver, um médico, a elaboração
desta expressão, a qual era utilizada para categorizar as atividades cotidianas. Foi em
1947 que Willard e Spackman3 publicaram a primeira obra que utilizou o termo em
questão na Terapia Ocupacional. Na quarta edição deste livro, publicado em 19714, estes
autores informam que, inicialmente, destacou-se os cuidados próprios, mas que, por
ocasião desta publicação, incluía-se dentre as Atividades da Vida Diária todas as
atividades necessárias ou desejáveis para cada indivíduo.
Dunton, autor anteriormente citado que utilizou fotografias de pacientes realizando
atividades de autocuidado e utilizando adaptações já em 1919, fez uso de uma expressão
semelhante a que se encontra em discussão, em seu livro publicado em 1950. Na página
97, ao indicar a intervenção do terapeuta ocupacional com pacientes amputados, o autor
afirma que este profissional lida com as ações da vida diária: “Everyday actions of life,
such as dressing, eating, shaving, wrinting” (DUNTON, 1950).
Em um documento publicado em 1958 pela AOTA (American Occupational Therapy
Association), as Atividades da Vida Diária figuram dentre os objetivos e funções da
Terapia Ocupacional. Ao abordar as funções do terapeuta ocupacional, a AOTA inclui:
testar e avaliar as Atividades da Vida Diária; adequar e estruturar o ambiente e
equipamento; selecionar e graduar as atividades; modificar as atividades e adaptar os
métodos de ensino; auxiliar o paciente na integração com a família, trabalho e
comunidade, favorecendo a competência para o autocuidado, a independência no

3
WILLARD, H.S.; SPACKMAN, C.S. Principles of occupational therapy. Philadelphia: J.B. Lippincott, 1947.
4
WILLARD, H.S.; SPACKMAN, C.S. Occupational Therapy. 4. Ed. Philadelphia: J.B. Lippincott, 1971.
22
cuidado da casa, o ajustamento psicossocial, a tolerância e a preparação para o trabalho.
No que se refere especificamente ao tratamento de pessoas com deficiências físicas, o
terapeuta ocupacional, entre outras ações: provê assistência no planejamento de
modificações em casa ou no trabalho; encoraja o paciente a desenvolver segurança nas
habilidades necessárias para o seu ajustamento na vida diária; ajuda o paciente na
aquisição de máxima independência; treina o paciente no autocuidado e na
independência no máximo de suas capacidades (AOTA, 1958).
Embora tenha sido popularizado na década de 50, o termo Atividades da Vida Diária
não havia recebido uma definição até a década de 70. De acordo Miralles e Ayuso (2005),
a primeira definição foi elaborada em 1978, pela AOTA5, a qual considerava as AVDs
como sendo os componentes da atividade cotidiana compreendidos nas atividades de
autocuidado, trabalho, jogos e lazer. Em 1980, Reed e Sanderson (19806 apud
MIRALLES; AYUSO, 2005) definiram as AVDs como as tarefas que uma pessoa deve ser
capaz de realizar para cuidar de si mesma com independência, compreendendo o
autocuidado, a comunicação e o deslocamento. Para Miralles e Ayuso (2005), estas
autoras introduziram uma das características constitutivas das AVDs, qual seja: o cuidado
de si próprio associado à independência do sujeito.
Desde a década de 50, muitos documentos oficiais, livros e artigos da área da
Terapia Ocupacional passaram a utilizar a expressão “Atividades da Vida Diária”, de modo
que outros autores desenvolveram e ampliaram o termo. Pode-se citar o exemplo de
Pedretti (1981)7, que associou a idéia de automanutenção e manejo do lar às AVDs,
salientando a importância das atividades cotidianas para que o indivíduo alcance a
independência pessoal em seu ambiente. Alguns autores também passaram a distinguir
as atividades ligadas ao cuidado pessoal daquelas voltadas para a manutenção e
administração do lar. Por este motivo, na década de 90, observou-se a multiplicação do
conceito original em duas categorias de atividades: Atividades da Vida Diária e Atividades
Instrumentais da Vida Diária (MIRALLES; AYUSO, 2005). Antes, contudo, de definir tais
atividades, faz-se necessário situá-las dentre as ocupações humanas e o desempenho
ocupacional.
Segundo AOTA (2008) e Carleto et al. (2010), a Terapia Ocupacional é focada no
desempenho de ocupações. A contribuição principal da Terapia Ocupacional é a aplicação

5
AMERICAN OCCUPATIONAL THERAPY ASSOCIATION. Manual on Administration. Rockville: The
Association, 1978.
6
REED, K.L.; SANDERSON, S. Concepts of Occupational Therapy. Baltimore: Lippincott-Williams and
Wilkins, 1980.
7
PEDRETTI, L.W. Occupational Therapy: Practive skills for physical dysfunction. St. Louis: Mosby, 1981.
23
de valores, conhecimentos e habilidades para auxiliar seus clientes a se engajarem em
ocupações ou atividades diárias que eles queiram ou necessitem, favorecendo a sua
saúde e participação. Nesta profissão, o termo Ocupação é utilizado para abarcar a
dimensão e o significado da atividade cotidiana, sendo sua constituição fundamentada na
compreensão de que o engajamento em atividades/ocupações possibilita a estruturação
da vida diária e contribui para a saúde e para o bem-estar.
Assim, a intervenção do profissional terapeuta ocupacional visa ao desempenho
ocupacional, que é a capacidade de um indivíduo em realizar as atividades que necessita
ou deseja realizar (CAVALCANTI; MANHÃES, 2007). Para o terapeuta ocupacional, a
ocupação é algo complexo e multidimensional, pois envolve tanto os aspectos subjetivos
(emocionais e psíquicos), quanto os aspectos objetivos (físicos e observáveis) do
desempenho; a ocupação é, também, resultado de uma inter-relação dinâmica entre o
cliente, o contexto e o ambiente (AOTA, 2008; CARLETO et al., 2010).
Os sujeitos desempenham uma gama de ocupações ao longo de sua vida; tais
ocupações são classificadas em categorias chamadas Áreas de Ocupações, ou Áreas de
Desempenho Ocupacional, as quais incluem:
- atividades da vida diária;
- atividades instrumentais da vida diária;
- descanso e sono (atividades destinadas à obtenção do repouso e do sono,
incluindo a identificação da necessidade de repouso e sono, preparação para o sono, e
participação no repouso e sono);
- atividades educacionais (atividades para participar como um aprendiz em um
ambiente educacional);
- atividades laborais (atividades relacionadas ao trabalho e atividades voluntárias);
- atividades lúdicas (atividades espontâneas e organizadas que promovem
entretenimento e diversão);
- atividades de lazer (atividades não-obrigatórias e intrinsecamente gratificantes);
- participação social (atividades voltadas para a interação com outros indivíduos)
(AOTA, 2008; AOTA, 2009; CARLETO et al., 2010).
Dentro deste contexto, as Atividades da Vida Diária são aquelas “[...] orientadas para
o cuidado do indivíduo para com seu próprio corpo”, sendo consideradas fundamentais
para a vida no mundo social, por permitirem a sobrevivência e o bem-estar (CARLETO, et
al., 2010, p. 66). Estas atividades incluem:
Banho, tomar banho – Obter e utilizar os equipamentos para, ensaboar, enxaguar
e secar as partes do corpo; manter a posição para o banho; e transferir-se de e

24
para posições de banho.
Controle de esfíncteres – “inclui o controle intencional e completo dos movimentos
intestinal e urinário e, se necessário, uso de equipamento ou agentes para
controle dos mesmos” (Uniform Data System for Medical Rehabilitation, 1996, p.
8
III-20, III-24) .
Vestir-se – Selecionar as roupas e acessórios de acordo com a hora do dia, o
clima e a ocasião; retirar as roupas dos locais em que estão guardadas; vestir-se e
despir-se adequadamente de maneira seqüencial; ajustar e fechar as roupas e
sapatos, e aplicar e remover dispositivos pessoais, próteses ou órteses.
Comer – “A habilidade para manter e manipular comida ou líquidos na boca e
9
engoli-los [...]” (AOTA, 2007) .
Alimentação – O processo de colocar, arranjar e trazer a comida (líquido) do prato
ou copo até a boca, algumas vezes nomeado auto-alimentação (AOTA, 2007).
Mobilidade funcional – mover-se de uma posição ou lugar para outro (durante o
desempenho em atividades diárias), tais como mobilidade na cama, mobilidade na
cadeira de rodas e transferências (ex. cadeira de rodas, cama, carro, banheira,
vaso sanitário, chuveiro, cadeira, chão). Inclui deambulação funcional e transporte
de objetos.
Cuidado com equipamentos pessoais – Usar, limpar e manter itens de cuidado
pessoal, tais como aparelho auditivo, lentes de contato, óculos, órteses, próteses,
equipamentos adaptativos, e dispositivos sexuais e contraceptivos.
Higiene pessoal e autocuidado – obter e usar suprimentos; remover pêlos do
corpo (ex., uso de lâmina de barbear, tesouras, loções), aplicar e remover
produtos de beleza, lavar, secar, pentear, modelar, escovar e prender o cabelo;
cuidar das unhas (mãos e pés); cuidar da pele, orelhas, olhos e nariz, aplicar
desodorante; limpar a boca, escovar e passar fio dental nos dentes; ou remover,
limpar, e recolocar órtese e prótese dentária.
Atividade sexual – envolver-se em atividades que resultam em satisfação sexual.
Uso do vaso sanitário – Obter e usar equipamentos; manejar roupas; manter
posição no vaso sanitário; transferir-se para e do vaso sanitário; limpar o corpo; e
cuidar das necessidades de continência e de menstruação (incluindo cateteres,
colostomias e manejo de supositórios) (CARLETO, et al., 2010, p. 66).

As Atividades Instrumentais da Vida Diária, por sua vez, são “Atividades que apóiam
a vida diária de casa e na comunidade que, freqüentemente, requer maior complexidade
de interações do que o autocuidado usado na AVD” (CARLETO, et al., 2010, p. 66). Estas
atividades incluem:
8
UNIFORM DATA SYSTEM FOR MEDICAL REHABILITATION. Guide for the uniform data set for medical
rehabilitation (including the FIM instrument). Buffalo, NY: Author, 1996.
9
AMERICAN OCCUPATIONAL THERAPY ASSOCIATION. Specialized knowledge and skills in feeding,
eating, and swallowing for occupational therapy practice. American Journal of Occupational Therapy, v.
61, p. 686-700, 2007.
25
Cuidado dos outros (incluindo seleção e supervisão de cuidadores) – arranjar,
supervisionar ou fornecer cuidado para outros.
Cuidado de animais – Arranjar, supervisionar ou fornecer cuidado para com
animais e serviços de animais.
Educar criança – Fornecer o cuidado e supervisão que apóia as necessidades de
desenvolvimento de uma criança.
Gerenciamento de comunicação – Enviar, receber e interpretar uma informação
usando uma variedade de sistemas e equipamentos, incluindo ferramentas para a
escrita, telefones, máquinas de escrever, gravador áudio-visual, computadores,
pranchas de comunicação, luzes de chamada, sistemas de emergência, escrita
Braille, dispositivos de telecomunicação para surdos, sistema de comunicação
alternativa e assistente pessoal digital.
Mobilidade na comunidade – mover-se na comunidade e usar transporte privado
ou público, tais como dirigir, caminhar, pedalar, tomar ou passear de ônibus, táxi
ou outro sistema de transporte.
Gerenciamento financeiro – Usar recursos fiscais, incluindo métodos alternativos
de transação financeira, planejar e usar finanças com objetivos a curto-prazo e a
longo-prazo.
Gerenciamento e manutenção da saúde – desenvolver, gerenciar e manter rotinas
para saúde e promoção de bem-estar, tais como condicionamento físico, nutrição,
diminuição dos comportamentos de risco para saúde e rotinas de medicação.
Estabelecimento e gerenciamento do lar – Obter e manter bens pessoais, da casa
e do ambiente (ex. casa, quintal, jardim, ferramentas, veículos), incluindo
manutenção e reparação dos bens pessoais (vestuário e itens da casa) e saber
como procurar ajuda ou entrar em contato.
Preparo de refeição e limpeza – planejar, preparar e servir com equilíbrio,
alimentos nutricionais e limpar os alimentos e utensílios depois de usá-los.
Costume religioso – participar de religião [...].
Manutenção da segurança e emergência – conhecer e desempenhar
procedimentos de prevenção para manter a segurança do ambiente assim como
reconhecer subitamente situações inesperadas de perigo e iniciar ações de
emergência para reduzir o risco à saúde e a segurança.
Fazer compras – preparar lista de compras (mercearia e outra); selecionar, adquirir
e transportar itens; selecionar métodos de pagamento e completar a transação
financeira (CARLETO, et al., 2010, p. 66).

Para Reed e Sanderson (1999 apud MIRALLES; AYUSA, 2005), a idéia de


sobrevivência associada às AVDs é muito ampla, não estando somente relacionada à
satisfação das necessidades básicas e manutenção das funções vitais, mas também à
manutenção da consciência de si e o sentimento de pertencimento do indivíduo a um
grupo, comunidade e cultura. Miralles e Ayusa (2005) e Pedral e Bastos (2008), afirmam
26
que as atividades dependem de cada cultura, que regula os detalhes para que as
mesmas sejam desempenhadas de forma adequada, de modo que a sua aquisição se
constitui em um veículo para incorporar e assumir como próprios os valores e crenças da
cultura. As AVDs também apresentam uma função social, por serem consideradas
indispensáveis para que o sujeito seja reconhecido como um membro de determinada
comunidade. Por outro lado, as AVDs conformam a identidade de cada sujeito,
constituindo-se em formas de expressão e diferenciação pessoal, bem como vinculados
com a própria sexualidade (por exemplo, barbear-se, maquiar-se, depilar-se, decorar a
casa).
Segundo Trombly (1989), as Atividades da Vida Diária requerem capacidades mais
básicas, enquanto que as Atividades Instrumentais da vida diária requerem habilidades
mais avançadas de soluções de problemas, habilidades sociais e interações ambientais
complexas. Esta autora considera importante que o terapeuta ocupacional auxilie o
individuo a equilibrar/organizar as atividades nas áreas de desempenho ocupacional de
acordo com a sua personalidade, habilidades, valores culturais e estilo de vida.
Portanto, deve-se compreender que, para a recuperação ou desenvolvimento das
capacidades para a realização de Atividades da Vida Diária e Atividades Instrumentais da
Vida Diária, o conhecimento somente dos componentes motores não é suficiente para um
trabalho conciso e eficiente. Além dos componentes físicos/motores incluem-se os
sensoriais, ambientais, psicossociais, emocionais e cognitivos: conhecimentos que
formam a base da formação do profissional terapeuta ocupacional e foram desenvolvidos
ao longo da história desta profissão.
Para a terapia ocupacional, as atividades envolvem os aspectos motores,
psicomotores e cognitivos, contextualizados no campo social e cultural inerente à
execução do tratamento terapêutico ocupacional, onde se fundamenta a complexidade de
uma tarefa prescrita, a compreensão e facilitação da realização da mesma, assim como a
adesão da participação do paciente. Deste modo, o profissional de terapia ocupacional
não analisa e trata apenas um elemento do desempenho ocupacional, pois todos os
elementos que compõem a atividade são analisados e direcionados para a recuperação
do desempenho nas Atividades da Vida Diária e Atividades Instrumentais da Vida Diária.
Como exemplo, pode-se citar Perlmutter et al. (2010), que avaliaram o impacto de fatores
cognitivos, visuais, auditivos e emocionais sobre a participação de idosos em atividades
instrumentais, de lazer e sociais, discutindo a importância da avaliação destes fatores
pelo terapeuta ocupacional.
Por outro lado, não são somente as afecções físicas e motoras que podem trazer
27
repercussões para a participação dos sujeitos em suas atividades cotidianas. Como tem
sido demonstrado por meio de pesquisas e relatos de experiências na área da Terapia
Ocupacional, pessoas com transtornos psiquiátricos, alterações cognitivas ou condições
sociais ou ambientais desfavoráveis também poderão apresentar dificuldades no
desempenho ou participação nas AVDs e AIVDs (vide o item 5 deste parecer). Por este
motivo, a intervenção do terapeuta ocupacional sobre estas atividades não caracteriza
somente uma prática profissional na área de reabilitação física, mas seu olhar volta-se
para o cotidiano do sujeito assistido em todas as áreas de atuação deste profissional, seja
na Saúde Mental, na Inclusão Educacional, na Saúde do Trabalhador, nos Contextos
Sociais e/ou Prisionais.
Atuar sobre algum aspecto específico que contribui na realização das Atividades da
Vida Diária, por exemplo, deglutição, marcha ou prescrição de dieta, envolve atos
profissionais de diferentes áreas no campo da saúde, ressaltando a importância da
intervenção interdisciplinar. A especificidade do terapeuta ocupacional reside no fato de
que nenhum outro profissional apresenta uma prática fundamentada na recuperação da
capacidade/independência para a realização das Atividades da Vida Diária em seus
diferentes aspectos e de maneira integrada às demais ocupações desempenhadas pelos
sujeitos. Além disso, no favorecimento de tais capacidades, o terapeuta ocupacional utiliza
como recurso terapêutico as próprias atividades (por exemplo, ao treinar o uso de um
equipamento assistivo durante a alimentação), de modo que as atividades compõem o
objetivo e também o meio de intervenção deste profissional. Tal atuação está de acordo
com o inciso IV do Art. 4° da Resolução COFFITO 8 de 1978 (COFFITO, 1978), segundo
o qual é ato privativo do terapeuta ocupacional o emprego de atividade para a educação
ou reeducação de função do corpo humano, visando a restauração da capacidade
funcional do cliente a fim de habilitá-lo ao melhor desempenho no lar, na escola, no
trabalho e na comunidade. Esta e outras resoluções serão apresentadas no item 7 deste
parecer.
A participação de um sujeito em suas atividades pode ser influenciada por diferentes
fatores, de modo que toda intervenção em saúde pode interferir direta ou indiretamente
sobre as atividades. As intervenções indiretas são aquelas que fazem parte do escopo de
atuação de outras áreas profissionais e que influenciam de alguma forma na participação
nas atividades. Intervenções diretas, realizadas por terapeutas ocupacionais, dizem
respeito ao uso da própria atividade como recurso terapêutico e envolvem a avaliação,
adaptação, orientação e supervisão do sujeito durante a realização de suas ocupações.
Há evidências de que a presença do terapeuta ocupacional na equipe de reabilitação
28
(como será pormenorizado no item 5 deste parecer) tem implicações significativas no
aumento da independência de pessoas com deficiência, o que indica que a atuação
indireta dos demais profissionais não é suficiente para a recuperação da capacidade
ocupacional dos sujeitos. A interferência indireta sobre as atividades, portanto, não
confere a um profissional uma justificativa plausível para afirmar que faça parte de seu
escopo a atuação sobre as Atividades da Vida Diária ou as Atividades Instrumentais da
Vida Diária.
Como afirma Bing (1981), a Terapia Ocupacional é a única profissão cujo foco se
centra na totalidade do ser humano ao realizar suas atividades. Clark (2010) também
afirma que a Terapia Ocupacional é a única profissão da saúde cujo currículo provê uma
compreensão complexa, detalhada e cientificamente embasada sobre como as pessoas
vivem sua vida diária no mundo real, sendo estas pessoas com deficiência ou não. Deve-
se reforçar, ademais, que as atividades da vida diária e as atividades instrumentais da
vida diária compreendem parte das atividades desempenhadas pelos sujeitos, não
podendo ser compreendidas de maneira dissociada das demais atividades que compõem
a vida cotidiana. A intervenção do terapeuta ocupacional, neste sentido, considera todas
as atividades que seu cliente deseja ou necessita realizar, favorecendo um equilíbrio e
organização de sua vida ocupacional.

4 - A interdisciplinaridade e o uso da Tecnologia Assistiva.

De acordo com o Comitê de Ajudas Técnicas, a Tecnologia Assistiva é “uma área de


conhecimento de característica multidisciplinar que compreende recursos, estratégias,
metodologias, práticas e serviços com o objetivo de promover a funcionalidade e
participação de pessoas com incapacidades visando autonomia, qualidade de vida e
inclusão social” (PELOSI; NUNES, 2009). Segundo Rocha e Castiglioni (2005) “a
Tecnologia Assistiva envolve tanto o objeto, ou seja, a tecnologia concreta (o equipamento
ou instrumento), quanto o conhecimento requerido no processo de avaliação, criação,
escolha e prescrição, isto é, a tecnologia teórica” (p. 98).
A Tecnologia Assistiva abrange diferentes áreas de aplicação, quais sejam:
adaptações para Atividades da Vida Diária, Sistemas de Comunicação Alternativa,
Informática, Unidades de Controle Ambiental, Adaptação do ambiente doméstico,
profissional e comunitário, Adequação da postura sentada, Adaptações para déficits
visuais e auditivos, Cadeiras de Rodas e Dispositivos de Mobilidade, Adaptação de
Veículos.
29
Por ser a Tecnologia Assistiva uma área que envolve diferentes profissionais, faz-se
necessário esclarecer o que se entende por multidisciplinaridade e interdisciplinaridade.
Multidisciplinaridade refere-se à interação de diferentes disciplinas, cada qual trazendo a
sua contribuição. A interdisciplinaridade, por sua vez, diz respeito a um maior nível de
interação e reciprocidade destas disciplinas, buscando restabelecer o diálogo entre elas
(ZULIAN et al., 2004). Gomes e Deslandes (1994) lembram que a interdisciplinaridade
não anula a disciplinaridade, não significa a justaposição de saberes e não anula a
especificidade de cada campo de saber. “Ela, antes de tudo, implica numa consciência
dos limites e das potencialidades de cada campo de saber para que possa haver uma
abertura em direção de um fazer coletivo”. Estes autores citam Morin 10 ao afirmarem que
a interdisciplinaridade baseia-se na lógica da complexidade, a qual “partindo de diferentes
dimensões, procura tornar o pensamento mais complexo para dar conta da produção do
conhecimento”. Mesmo a transdisciplinaridade, que defende uma interação ainda maior
entre as disciplinas, não propõe a eliminação das esferas de competência ou a
equalização dos saberes, visto que estas iriam contra o princípio da complexidade, que
exige um olhar multidimensional e multirreferencial (SPINK, 1992). Justamente a
formação diferenciada de cada profissional e o enfoque que cada um traz sobre diferentes
aspectos que permitem a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade, fornecendo um
olhar abrangente sobre a complexidade dos sujeitos atendidos.
Assim sendo, o fato da Tecnologia Assistiva envolver uma atuação multi ou
interdisciplinar não sugere a inexistência de limites entre as profissões (como se qualquer
profissional pudesse executar todas as ações em saúde) e nem justifica que esta prática
ocorra de maneira contraditória com a normatização vigente. Deste modo, embora
determinadas áreas de aplicação da Tecnologia Assistiva possam envolver diferentes
profissionais na discussão das necessidades do cliente e elaboração de estratégias de
intervenção, a aplicação e a execução de algumas ações dizem respeito à atuação de
profissionais específicos, segundo a legislação de cada país. Por exemplo, se a Lei n°
12378 de 31 de dezembro de 2010 afirma que é de competência do Arquiteto e Urbanista
a concepção e a execução de projetos arquitetônicos, deve-se considerar que a aplicação
de conhecimentos e equipamentos de Tecnologia Assistiva no planejamento e execução
de projetos arquitetônicos de ambientes domésticos, comunitários e laborais não pode ser
feita por outros profissionais (BRASIL, 2010).
De modo bastante semelhante, pode-se supor que, se a Resolução COFFITO

10
MORIN, E. O problema epistemológico da complexidade. Portugal: Publicações Europa-América, s.d.
30
8/1978 define que é ato privativo do fisioterapeuta a realização de exercícios para
locomoção, não caberia a outro profissional a indicação, o treinamento e a supervisão do
paciente no uso de equipamentos de auxílio à marcha. Se esta mesma resolução define
que é de competência exclusiva do terapeuta ocupacional a “programação das atividades
da vida diária e outras a serem assumidas e exercidas pelo cliente, e orientação e
supervisão do mesmo na execução dessas atividades”, não poderia caber a outro
profissional a indicação, treinamento e supervisão do cliente no uso de adaptações para
as Atividades da Vida Diária (COFFITO, 1978).
A especificidade de cada profissional no que tange à Tecnologia Assistiva é também
mencionada por Moraes e Abreu (2004), que afirmam que cada um dos profissionais
contribuem para a indicação desse tipo de dispositivo de acordo com sua área específica
de conhecimento, cabendo ao terapeuta ocupacional o treinamento no uso de
equipamentos nas atividades funcionais. De acordo com Caniglia (2008), o trabalho em
equipe na área de saúde envolve profissionais com formações diferentes e com objetos
específicos para atuarem com objetivos comuns, que são a saúde humana e a defesa da
vida; porém, os saberes, ações e identidades dos diversos profissionais devem ser
respeitados, pois, do contrário, tem-se como conseqüência uma assistência diluída e
disforme.
Não obstante a especificidade de cada profissão, Renger e Guimarães (2008),
terapeuta ocupacional e arquiteto respectivamente, fornecem um exemplo de como um
trabalho interdisciplinar é possível no âmbito da Tecnologia Assistiva. Segundo estes
autores, as intervenções de terapeutas ocupacionais e arquitetos podem ser
complementares em relação à avaliação do ambiente. Os arquitetos utilizam normas
técnicas e resoluções dos problemas ambientais e terapeutas ocupacionais utilizam
protocolos funcionais e a análise do indivíduo em atividades. O projeto da utilização do
espaço deve considerar ambas as abordagens.
Pelosi e Nunes (2009) afirmam que:

A especificidade do trabalho do terapeuta ocupacional na Tecnologia Assistiva


envolve a ênfase que é dada na função, ou seja, na habilidade de realizar tarefas
específicas em casa, na escola ou no ambiente educacional. A Tecnologia
Assistiva possibilita ao terapeuta ocupacional estimular a função e reduzir a
interferência da deficiência na realização de atividades funcionais de maneira
independente.

Segundo Cruz, Cordeiro e Ioshimoto (2008), por ser a recuperação da participação


do cliente nas AVDs e AIVDs a característica primordial da atuação do terapeuta
ocupacional na reabilitação, também cabem a este profissional o conhecimento e a
31
aplicação de métodos e adaptações “que facilitem e promovam a independência de
pessoas com disfunções físicas que interferem no domínio da atividade” (p. 09).
Segundo a Associação Canadense de Terapeutas Ocupacionais, a utilização da
Tecnologia Assistiva nas atividades ocupacionais envolve necessariamente a avaliação
das necessidades e das habilidades físicas, cognitivas e sensoriais do usuário, incluindo-
se a receptividade do mesmo com a modificação e a adaptação, bem como a condição
sociocultural e as características do ambiente onde será usado. O terapeuta ocupacional,
assim, promove a instrução do uso apropriado da tecnologia assistiva assim como orienta
outras pessoas envolvidas em seu uso (Disponível em: <http://www.caot.ca/default.asp
?pageid=598>. Acesso em 01/06/11).
A Organização Mundial da Saúde (WHO, 2011) menciona Heywood et al. (2001) ao
afirmar que as adaptações são altamente efetivas, considerando-se justificados os
investimentos em saúde e reabilitação para a oferta de tais recursos. Neste trabalho,
realizado no Reino Unido, em que Heywood et al. (2001) avaliam a efetividade das
adaptações recebidas por pessoas com deficiência, encontra-se evidenciada a
participação do terapeuta ocupacional, tanto no processo de indicação, quanto no
treinamento do uso das adaptações domiciliares. Os dados sugerem que a falta ou
insuficiência de terapeutas ocupacionais neste processo pode estar relacionada à
ineficácia ou abandono das adaptações. Desta pesquisa pode-se depreender, também,
que tais adaptações, quando adequadamente indicadas e acompanhadas em seu
treinamento, favorecem a independência nas atividades cotidianas.
Cumming et al. (1999) também realizaram uma pesquisa, na Austrália, com o
objetivo de determinar se visitas domiciliares realizadas por terapeutas ocupacionais para
modificação do ambiente domiciliar são eficazes para reduzir o risco de quedas na
população idosa. Os autores confirmaram a hipótese da efetividade desta intervenção
profissional e discutem que o resultado pode ser devido tanto às modificações
domiciliares quanto ao fato de que o terapeuta ocupacional favorece mudanças
comportamentais nos idosos atendidos, estimulando hábitos mais seguros tanto em casa
quanto no ambiente externo.
De maneira compatível com a Resolução COFFITO 8/1978 e com a prática clínica
na área da saúde, o COFFITO ratificou, por meio da Resolução 316/2006, que compete
ao terapeuta ocupacional a aplicação da Tecnologia Assistiva nas Atividades da Vida
Diária e Atividades Instrumentais da Vida Diária (COFFITO, 2006).

32
5 - Evidências científicas e a prática profissional da Terapia Ocupacional nas Atividades
da Vida Diária e Atividades Instrumentais da Vida Diária.

Segundo CRUZ, CORDEIRO e IOSHIMOTO (2008) os terapeutas ocupacionais têm


a função de engajar as pessoas em ocupações significativas para si, favorecendo a
recuperação e ampliação de papéis ocupacionais. Tal abordagem, tradicional na Terapia
Ocupacional, é consonante com a CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde), para a qual as atividades e a participação devem ser
consideradas no processo saúde-doença tal como as estruturas e funções corporais.
Segundo estes autores, “um dos papéis do terapeuta ocupacional é lidar com as
capacidades de desempenho das AVDs básicas (ABVD) e instrumentais (AIVD), identificar
os problemas que interferem na independência, planejar objetivos de tratamento e
proporcionar treinamento para aumentar a independência”. O treino e o resgate das
habilidades para desempenhar as AVDs “são considerados como o papel que mais
representa e identifica a atuação do terapeuta ocupacional em centros de reabilitação” (p.
9). Pesquisas indicam que “as AVDs são as atividades mais enfocadas por estes
profissionais e, de certa forma, representam a identidade do profissional e a delimitação
de papéis diante da equipe interdisciplinar” (p. 11).
Ao fazer esta afirmação, estes autores citam dois trabalhos. O primeiro deles trata-se
da pesquisa realizada por De Wit et al. (2006) em centros de reabilitação europeus, a qual
concluiu que a Fisioterapia e a Terapia Ocupacional são profissões distintas, com papéis
claramente demarcados. Nas sessões de Fisioterapia, os autores observaram com
freqüência os exercícios, transferências, treino da marcha e equilíbrio. Já nas sessões de
Terapia Ocupacional, observou-se a ocorrência de Atividades da Vida Diária, atividades
domésticas, atividades de lazer, treinamento sensorial, perceptual e cognitivo. Foi
revelado que há uma divisão implícita de tarefas, na qual os fisioterapeutas estão focados
na mobilidade e o terapeuta ocupacional no treinamento das Atividades da Vida Diária e
atividades domésticas.
O segundo estudo refere-se à revisão sistemática realizada por Legg et al. (2007), a
qual determinou que os pacientes que receberam tratamento de Terapia Ocupacional,
centrado na recuperação das Atividades da Vida Diária, eram mais independentes para
estas atividades quando comparados com pacientes que não receberam esta modalidade
de tratamento. Estes autores afirmam que a Terapia Ocupacional é uma intervenção
complexa, cuja prática inclui a observação, o uso de avaliações dos determinantes
biológicos, psíquicos, sociais e ambientais, o esclarecimento dos problemas, a formulação
33
de objetivos individuais e o oferecimento de intervenções individualizadas para a solução
de tais problemas. O terapeuta ocupacional faz uso de intervenções e atividades
significativas destinadas a alcançar melhoria funcional e aumento no nível de
independência. O trabalho de Legg et al. (2007) é também mencionado pela Organização
Mundial da Saúde, ao afirmar que o treinamento das atividades da vida diária tem um
resultado positivo para pessoas com Acidente Vascular Encefálico (WHO, 2011).
Além do trabalho de Legg et al. (2007), no que se refere ao tratamento de adultos
com Acidente Vascular Encefálico, outros pesquisadores também identificaram que a
intervenção da Terapia Ocupacional favorece a independência dos indivíduos para a
realização de suas atividades básicas e instrumentais da vida diária, tais como Barclay e
Veja (2007), Gilberton et al. (2000), Legg, Drummond e Langhorne (2006) e Logan et al.
(2004).
Autores de outras áreas, ao abordarem a prática interdisciplinar, também fazem
referência ao tratamento das atividades da vida diária como uma prática da Terapia
Ocupacional. Como exemplo, podemos citar Eisenberg, Glueckaruf e Zaretsky (1999), que
afirmam que a intervenção do fisioterapeuta é essencial para prevenir contraturas
articulares e manter a força muscular, enquanto que o terapeuta ocupacional é essencial
para prover assistência nas atividades da vida diária e equipamento domiciliar. Estes
autores afirmam, ainda, que a intervenção do fisioterapeuta não ocorre diretamente sobre
as AVDs, sendo sua intervenção indireta: por exemplo, os exercícios de flexibilidade e
amplitude de movimento ajudarão a melhorar a habilidade do paciente para desempenhar
as AVDs, enquanto que a intervenção direta na recuperação destas atividades é feita pelo
terapeuta ocupacional. Stolov e Clowers (1981) também atribuem ao fisioterapeuta o
tratamento da força muscular e da amplitude de movimento, de modo que sua
participação na melhoria da função concentra-se no treino da deambulação e de técnicas
de transferências, sendo atribuição do terapeuta ocupacional a avaliação e o tratamento
das funções manuais e das atividades da vida diária (incluindo-se a independência,
conservação de energia, proteção articular e tecnologia assistiva).
A Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação inclui a Terapia
Ocupacional dentre as profissões envolvidas no tratamento do sujeito com espasticidade,
afirmando que esta área profissional, “[...] ao maximizar a independência funcional e
autonomia, utiliza a tecnologia assistiva, incluindo o uso de adaptações e órteses, a
estimulação cognitiva e a integração sensorial”. Segundo este documento, “a Terapia
Ocupacional tem como objetivos diferenciados dirigir a participação do ser humano
promovendo sua adaptação, restauração, reforçando e facilitando a aprendizagem de
34
habilidades essenciais para a vida diária (AVD), prática (AVP), de trabalho (AVT) e de
lazer (AVL)” (FONSECA et al., 2006, p. 6).
Para a realização deste parecer, não houve a intenção de esgotar todos os trabalhos
desenvolvidos e publicados por terapeutas ocupacionais que abordam as atividades da
vida diária, de modo que as pesquisas e artigos aqui mencionados referem-se a uma
pequena amostragem, coletada de maneira não sistematizada. Um indício da dimensão
da produção dos terapeutas ocupacionais acerca do tema aqui abordado pode ser
encontrado ao observarmos qualquer exemplar de alguma revista da área de Terapia
Ocupacional. Por exemplo, ao consultar o periódico de número 02 - volume 19 da revista
Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar pode-se identificar que, dos 10 artigos
completos publicados neste exemplar, oito deles fazem menção às Atividades da Vida
Diária ou utilizam algum outro termo relacionado, tais como Atividades Cotidianas, Vida
Cotidiana ou Vida Independente (BESSA; SILVA; ROSA, 2011; BREGALDA; LOPES,
2011; CASTILHO et al., 2011; MARQUETTI; KINOSHITA, 2011; MATSUKURA;
MENECHELI, 2011; ROSSI; FERRIGNO; CRUZ, 2011; SAITO; CASTRO, 2011; VAROTO;
AZEVEDO, 2011).
De maneira bastante semelhante, ao analisarmos o exemplar de número 4 – volume
65 do American Journal of Occupational Therapy constatamos que, dos 16 artigos
publicados, 12 mencionam as Atividades da Vida Diária (activities of daily living) e um
trabalho utiliza um termo relacionado (participation in life) ao referir-se a uma atividade
instrumental da vida diária - dirigir (CLASSEN et al., 2011; GOLOS et al., 2011; HAHN-
MARKOWITZ; MANOR; MAEIR, 2011; HAND; LAW; MCCOLL, 2011; MCCALL, et al.,
2011; PRAGER; BIRKENMEIER; LANG, 2011; PYATAK, 2011; RADOMSKI, 2011; SMITH;
GUTMAN, 2011; SPIRTOS; O’MAHONY; MALONE, 2011; STAV; WEIDLEY; LOVE, 2011;
SU et al., 2011; WOLF, 2011).
A abrangência da produção na área de Terapia Ocupacional a respeito das
Atividades da Vida Diária, Atividades Instrumentais da Vida Diária e Tecnologia Assistiva
pode também ser identificada ao analisarmos um único tema. Partindo do exemplo
anteriormente citado, a respeito da atividade de dirigir, e realizando uma busca no
American Journal of Occupational Therapy, no período de 2008 a 2011, além do artigo de
Stav, Weidley e Love (2011), foram encontrados outros 20 artigos a respeito desta mesma
Atividade Instrumental da Vida Diária (ARBESMAN; PELLERITO, 2008; BE´DARD et al.,
2010; BOHR, 2008; CLASSEN; AWADZI; MKANTA, 2008; CLASSEN et al., 2010 A;
CLASSEN et al., 2010 B; CLASSEN et al., 2011; DALCHOW et al., 2010; DICKERSON et
al.; 2011; DUQUETTE et al., 2010; GEORGE; CROTTY, 2010; HUNT; ARBESMAN, 2008;
35
HUNT; BROWN; GILMAN, 2010; KAY; BUNDY; CLEMSON, 2008; KAY; BUNDY;
CLEMSON, 2009; KORNER-BITENSKY et al., 2010; SHAW et al., 2010; SHECHTMAN et
al., 2010; STAV; ARBESMAN; LIEBERMAN, 2008; VRKLJAN et al., 2010). Resultados
semelhantes poderão ser encontrados ao analisarmos publicações de quaisquer outras
Atividades Básicas ou Instrumentais da Vida Diária.
Ao realizarmos uma busca dos trabalhos de terapeutas ocupacionais acerca dos
temas em questão, outro fato que chama a atenção é a diversidade de enfoques com os
quais estes profissionais os abordam. Conforme mencionado nas sessões anteriores, a
Terapia Ocupacional compreende as Atividades da Vida Diária como parte integrante do
Desempenho Ocupacional, de modo que alterações em quaisquer componentes do
indivíduo (sensório-motor, cognitivo e/ou psicossocial) ou do contexto (ambiental, social e
cultural) podem influenciar na capacidade do indivíduo em realizar suas atividades. Tal
compreensão reflete-se na produção científica desta área profissional. Exemplos de
trabalhos que investigam a dimensão contextual das Atividades da Vida Diária são Larson
e Von Eye (2010), que investigaram a temporalidade, e Geusgens et al. (2010), que
avaliaram os efeitos do ambiente no desempenho de tarefas diárias.
No que se refere ao tratamento de adultos com Acidente Vascular Encefálico, além
dos trabalhos anteriormente citados de Legg et al. (2007), Barclay e Veja (2007), Gilberton
et al. (2000), Legg, Drummond e Langhorne (2006) e Logan et al. (2004), diversos outros
autores mencionam as AVDs ao abordarem o assunto, tanto no que se refere às
alterações sensório-motoras, quanto no que tange às alterações cognitivas (ABADE,
2010; CONTI, 2006; CORVELO; MALENGO; SCHMIDT, 2010; CRUZ, 2010; EGGERS,
1987; GUIDETTI; ASABA; THAM, 2007; HARTMAN-MAEIR; HAREL; KATZ, 2009;
HENSHAW et al., 2011; MCCALL, et al., 2011; PRAGER; BIRKENMEIER; LANG, 2011;
ROGERS; COE; HARTKE, 2002; SANCHEZ, 2005; SHIN et al., 2009; SOUZA, 2002;
THAME et al., 2010; WOLF, 2011).
No que diz respeito às alterações traumato-ortopédicas, Hagsten, Svensson e
Gardulf (2006) comprovaram, por meio de um estudo randomizado com pacientes com
fratura de quadril, que as intervenções da Terapia Ocupacional conduzem a uma melhora
na habilidade para a realização de Atividades da Vida Diária e Atividades Instrumentais da
Vida Diária, bem como possibilita a aceleração da recuperação mental e social no pós-
operatório. A revisão meta-analítica realizada por Murphy e Tickle-degnen (2004) também
sugerem a efetividade da Terapia Ocupacional na melhoria do desempenho nas AVDs por
pacientes com Doença de Parkinson.
Podemos também exemplificar a abrangência do tema na Terapia Ocupacional por
36
meio de outros trabalhos que abordam as Atividades da Vida Diária ao discutirem a
intervenção com pacientes com traumatismo crânio-encefálico (CRONIN, 2001;
GOVEROVER et al., 2009; PHIPPS; RICHARDSON REISTETTER, 2007; POWELL et
al., 2007; CHANG; ABREU, 2009), alterações reumatológicas (BIANCHIN et al., 2010;
NOORDHOEK; LOSCHIAVO, 2005), pacientes ostomizados (NOSELLA; MARTINS;
NETINHO, 2006), sujeitos com insuficiência renal crônica (ANDOLFATO; MARIOTTI,
2009; BEZERRA; FERREIRA, 2008; MARIOTTI, 2009), com obesidade mórbida
(BLANCHARD, 2009; CLARK; REINGOLD; SALLES-JORDAN, 2007; MORAES et al.,
2002; MORAES et al., 2002), sujeitos com epilepsia (PICCIN; ALAHMAR; NEVES, 2009),
com diabetes (COSTA, 2011; PYATAK, 2011), pacientes em tratamento oncológico
(FIRMO; VICENTE, 2009; OLIVEIRA et al., 2003; TAKEDA, 2009), sujeitos com HIV
(KILHOFNER et al., 2008), com alterações visuais (CASTILHO et al., 2011; COPOLILLO;
TEITELMAN, 2005; GERENUTTI; SÁ; REY, 2009; IVANOFF; SONN; SVENSSON, 2002;
TEITELMAN; COPOLILLO, 2005) e pacientes com doenças crônicas de modo geral
(HAND; LAW; MCCOLL, 2011).
No que tange ao uso da Tecnologia Assistiva nas Atividades da Vida Diária, além do
trabalho de Heywood et al. (2001), citado no item 4 deste parecer, que evidencia que o
terapeuta ocupacional favorece o sucesso no uso de recursos adaptativos para as
atividades cotidianas, encontramos alguns outros exemplos de autores que relacionam
estes dois temas: Atividades da Vida Diária e Tecnologia Assistiva (ALMEIDA;
CASTIGLIOLI, 2007; ANDRADE; SOUZA, 2009; CRUZ; CORDEIRO; IOSHIMOTO, 2008;
CUMMING et al., 1999; FÄNGE; IWARSSON, 2005; IOSHIMOTO; CRUA, 2010;
KRASKOWSKY; FINLAYSON, 2001; KLEIN, 2006; LEITE; PESSOA, 2009;
NOORDHOEK; LOSCHIAVO, 2006; PELOSI, 2005).
Ao analisarmos textos da área de Terapia Ocupacional que abordam o tratamento de
pessoas idosas, também é possível observar que muitos deles fazem referência às
Atividades Básicas e Instrumentais da Vida Diária; além dos trabalhos já mencionados
referentes a lesões neurológicas, reumatológicas, ortopédicas ou sensoriais,
acrescentamos alguns exemplos que dizem respeito à adaptação do ambiente domiciliar
(MENDES, 2007; MENDES; CÔRTE, 2009), à qualidade de vida (SANTOS; ABREU,
2004), ao perfil de idosos institucionalizados (JABUR; SIQUEIRA; REIS, 2007), a idosos
com depressão (LEITE et al., 2006; MANN et al., 2008) ou com quadro demencial
(DONOVAN; CORCORAN, 2010; DOOLEY; HINOJOSA, 2004; FREITAS; NIGRI, 2006;
GITLIN et al., 2009; GRAFF et al., 2006; HASSELKUS; MURRAY, 2007; HOPPES;
DAVIS; THOMPSON, 2003; LIU; MCDOWD; LIN, 2004; NYGÅRD, 2004 ).
37
Neste último aspecto, Graff et al. (2006) afirmam que o objetivo do terapeuta
ocupacional com pacientes com demência é aumentar a habilidade destes em
desempenhar suas atividades da vida diária e promover a independência e a participação
em atividades sociais; por meio de um trabalho de pesquisa, os autores comprovaram que
a intervenção deste profissional possibilita o alcance dos objetivos acima identificados,
diminuindo a sobrecarga sobre os cuidadores.
Clark et al. (1997) também realizaram um estudo no qual foram avaliados aspectos
como capacidade para realizar AVDs e AIVDs, dor, participação social e saúde mental em
idosos participantes de um grupo de Terapia Ocupacional, comparando com os resultados
encontrados em idosos que participavam de um grupo de atividades sociais e idosos que
não freqüentavam nenhum grupo. Após dois anos de acompanhamento, os autores
encontraram resultados significativamente melhores nos idosos que participavam do
grupo de Terapia Ocupacional.
As Atividades da Vida Diária são abordadas pelo terapeuta ocupacional em
diferentes contextos e enfoques. Como exemplo, podemos mencionar trabalhos que
dizem respeito à intervenção deste profissional em dois contextos: hospitalar (CARLO et
al., 2006; CARDOSO et al, 2010; CAZEIRO; PERES, 2010; CAZEIRO et al, 2004;
DOMINGUES; MARTINEZ, 2001; GAJARDO, 2008; GAGNÉ; HOPPES, 2003; JOAQUIM,
2010; OBANA et al, 2006; SANTOS; MARQUES; PFEIFER, 2006) e escolar (ABE, 2009;
ABE; ARAÚJO, 2010; ARAÚJO; OMOTE, 2005; CHAPPARO; HOOPER, 2005; DOLVA;
LILJA; HEMMINGSSON, 2007; GOLOS et al., 2011; KUIJPER et al., 2010; PEREIRA;
ARAÚJO; BRACCIALI, 2010; ZULIAN, et al., 2004).
No que se refere à atuação da Terapia Ocupacional com crianças, além destes
trabalhos que enfocam o contexto escolar ou o processo de hospitalização de crianças, as
atividades da vida diária também são temas constantes em trabalhos a respeito da
reabilitação de crianças com deficiência motora (BARBOSA et al., 2005; FONSECA;
CORDANI; OLIVEIRA, 2005; GUERZONI et al., 2008; MANCINI et al., 2002; ROCHA,
2003; SPIRTOS; O’MAHONY; MALONE, 2011; VITTA, 2010), com alterações na
coordenação (REDONO; GERRA, 2009), crianças com autismo (CASE-SMITH;
ARBESMAN, 2008; MATSUKURA; MENECHELI, 2011; ZANNI, 2005), com hiperatividade
e transtorno da atenção (HAHN-MARKOWITZ; MANOR; MAEIR, 2011), alterações
cardíacas (IMMS, 2001), entre outros. Vale ressaltar que, além das alterações motoras, o
terapeuta ocupacional também relaciona outros aspectos do desenvolvimento da criança
com deficiência às Atividades da Vida Diária, tais como os aspectos cognitivos
(CAZEIRO, 2008; CAZEIRO; LOMÔNACO, 2011).
38
Nos artigos que tratam da Terapia Ocupacional na Saúde do Trabalhador, as
atividades cotidianas também figuram dentre os assuntos abordados (BREGALDA;
LOPES, 2011; FIGUEIRA; SAMPAIO; MANCINI, 2006; GUTTERRES; BARFKNECHT,
2005; ROSSI; FERRIGNO; CRUZ, 2011; SANTOS, 2004); o mesmo pode ser observado
nos trabalhos da área de Saúde Mental, indicando que a capacidade para desempenhar
as Atividades da Vida Diária não depende somente dos componentes motores, mas
reflete todos os componentes do desempenho ocupacional (BARATA; COCENAS;
KEBBE, 2010; BARROS, 2010; BASTOS; MANCINI; PYLO, 2010; DITTZ; SANTOS;
RIBEIRO, 1999; LOPES et al., 2010; MORAIS; CRIPPA; LOUREIRO, 2008; RIBEIRO;
OLIVEIRA, 2005; ROSSETO; AKASHI; OLIVEIRA, 2004; SOUZA; BALLARIN, 2010; SU
et al., 2011) . Outro aspecto que reforça esta afirmação é o relacionamento que vem
sendo discutido pelos terapeutas ocupacionais entre as Atividades da Vida Diária e o luto,
indicando que a perda de uma pessoa próxima interfere no desempenho ocupacional dos
sujeitos (CORRÊA, 2009; CORRÊA, 2010; HOPPES, 2005; HOPPES; SEGAL, 2010).
O tema Atividades da Vida Diária também pode ser observado em grande parte dos
livros da área de Terapia Ocupacional, tanto no que se refere a discussões teóricas sobre
o assunto, quanto à abordagem prática do tratamento terapêutico ocupacional, ou seja, a
respeito das técnicas empregadas por este profissional no tratamento das Atividades
Básicas e Instrumentais da Vida Diária. Como exemplos, podemos mencionar os
seguintes livros, escritos ou traduzidos para o português: Carlo e Bartalotti (2001), Carlo e
Luzo (2004), Cavalcanti e Galvão (2007), Costa (2011), Eggers (1987), Ferland (2006),
Francisco (2008), Greene e Roberts (2002), Grieve (2006), Hagedorn (2003), Neistadt e
Crepeau (2002), Oliveira, Lourenço e Gavotti (2008), Pádua e Magalhães (2003), Pedral e
Bastos (2008), Pedretti e Early (2005), Takatori (2003), Teixeira et al. (2003) e Trombly
(2005).

6 - Diretrizes curriculares mínimas e a atuação nas AVDs, AIVDs e Tecnologia Assistiva.

A Terapia Ocupacional, sendo uma profissão reconhecida mundialmente, teve os seus


padrões curriculares mínimos estabelecidos pela WFOT (World Federation of
Occupational Therapists) desde 1954. Visando adequar a formação profissional às
modificações na área da saúde e aos avanços da profissão, os padrões mínimos sofreram
revisões nas décadas de 70, 80 e 90 do século passado. A versão atual, revista no ano de
2002, estabelece que o pilar de sustentação da formação dos terapeutas ocupacionais
deve englobar, entre outros aspectos, “[...] as diversas possibilidades de problemas e/ou
39
satisfações vivenciadas pelas pessoas em relação ao seu engajamento, ou não, nas
diferentes ocupações” (UFSCAR, 2007, p. 11). Ademais, os cursos de graduação em
Terapia Ocupacional devem contemplar questões como:
a promoção dos cuidados de saúde primários, desenho ambiental e acessibilidade
universal, abordagens comunitárias individuais e grupais e que também
mantenham as abordagens mais clássicas e tradicionais da profissão, como as
intervenções em reabilitação e habilitação, desenvolvimento e treinamento de
funções prejudicadas em relação às atividades de vida diária e vida prática (p. 12 –
grifo nosso).

No Brasil, segundo o documento intitulado “Indicadores de Áreas de Conhecimento –


Descrição da Área de Terapia Ocupacional”, desenvolvido no ano de 1997 por uma
Comissão de Especialistas de Ensino de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (BRASIL,
1997), os cursos de Terapia Ocupacional foram introduzidos no Brasil na década de 50,
datando de 1963 a aprovação do primeiro currículo mínimo para o ensino de Terapia
Ocupacional no país. A segunda estrutura curricular para os cursos de graduação em
Terapia Ocupacional foi aprovada em 1982, segundo o Parecer 622/82 e a Resolução
CFE nº4 de 28/02/83. Esta resolução dividia o currículo em ciclos, sendo que no Ciclo de
Matérias Pré-profissionalizantes deveriam constar os seguintes conteúdos:
a) Fundamentos de Terapia Ocupacional, compreendendo História da Terapia
Ocupacional, sua evolução Filosófica, científica, e social;
b) Avaliação Funcional, compreendendo Cinesiologia, Métodos e Técnicas de
Avaliação em Terapia Ocupacional;
c) Metodologia da Terapia Ocupacional, compreendendo Atividades e Recursos
Terapêuticos, Técnicas e Métodos de Instrução, Análise de Atividades Artesanais,
Artísticas, Domésticas, Lúdicas, Culturais, Profissionais e Atividades de Vida diária
(BRASIL, 1997, p. 15 - grifo nosso).

O parecer supracitado, conforme mencionado no Projeto Pedagógico do Curso de


Graduação em Terapia Ocupacional da UFSCAR (UFSCAR, 2007), definia o terapeuta
ocupacional da seguinte forma:
o profissional da equipe de saúde que faz uso específico de atividades
expressivas, lúdicas, artísticas, vocacionais, artesanais e de auto-manutenção.
Avalia, previne e trata de indivíduos que, por disfunção de origem física e/ou social
e/ou de desenvolvimento, apresentam alterações de suas funções, com o objetivo
de promoção da saúde e da qualidade de vida. Avalia as alterações apresentadas
pelo paciente nas relações interpessoais, de trabalho e de lazer decorrentes de
sua disfunção específica. Cria, desenvolve e acompanha o programa terapêutico,
selecionando métodos, técnicas e recursos apropriados (p. 13 – grifo nosso).

As diretrizes curriculares nacionais para os cursos de graduação em Terapia


Ocupacional que se encontram atualmente em vigor foram atualizadas por meio do
parecer CNE/CES 1.210/2001 (CNE, 2001) e Resolução CNE/CES 6/2002 (CNE, 2002).
40
Tais documentos estabelecem que a formação do terapeuta ocupacional deve dotar o
profissional de conhecimentos para o exercício de competências e habilidades
específicas, dentre os quais podemos citar:
Compreender o processo de construção do fazer humano, isto é, de como o
homem realiza suas escolhas ocupacionais, utiliza e desenvolve suas habilidades,
se reconhece e reconhece a sua ação;
Identificar, entender, analisar e interpretar as desordens da dimensão ocupacional
do ser humano, e a utilizar, como instrumento de intervenção, as diferentes
atividades humanas quais sejam as artes, o trabalho, o lazer, a cultura, as
atividades artesanais, o auto cuidado, as atividades cotidianas e sociais;
Conhecer, experimentar, analisar, utilizar e avaliar a estrutura e dinâmica das
atividades e trabalho humano, tais como: atividades artesanais, artísticas,
corporais, lúdicas, lazer, cotidianas, sociais, culturais.
Conhecer a tecnologia assistiva e acessibilidade, através da indicação, confecção
e treinamento de dispositivos, adaptações, órteses, próteses e software;
Desenvolver atividades profissionais com diferentes grupos populacionais em
situação de risco e ou alteração nos aspectos: físico, sensorial, percepto cognitivo,
mental, psíquico e social (CNE, 2002, p. 3 - grifo nosso).

Dentre os conteúdos essenciais para o Curso de Graduação em Terapia


Ocupacional, encontram-se aqueles relacionados às Ciências da Terapia Ocupacional,
nas quais:
incluem-se os conteúdos referentes aos fundamentos de Terapia Ocupacional, as
atividades e recursos terapêuticos, a cinesiologia, a cinesioterapia, a ergonomia,
aos processos saúde-doença e ao planejamento e gestão de serviços, aos
estudos de grupos e instituições e à Terapia Ocupacional em diferentes áreas de
atuação (CNE, 2002, p. 4).

O Ministério da Educação, por meio do documento “Padrão Mínimo de Qualidade


para os Cursos de Terapia Ocupacional” (BRASIL, 1997), determina que, além dos
laboratórios para as disciplinas básicas, tais cursos devem conter no mínimo três
laboratórios voltados às atividades pré-profissionalizantes e profissionalizantes:
1) Laboratório de Atividades e Recursos Terapêuticos
2) Laboratório de Atividades de Vida Diária, Prótese e Órtese
3) Laboratório de Atividades Corporais, Expressivas e Dramáticas.

No que se refere ao Laboratório de Atividades e Recursos Terapêuticos, o


documento informa que este:
Atenderá as disciplinas de metodologia da Terapia Ocupacional, compreendendo
o ensino de atividades e recursos terapêuticos, análise de atividades, estudo
teórico e prático de atividades artesanais, artísticas, lúdicas, culturais,
profissionais, senso-perceptivas. Com relação ao material de consumo, o material
existente deverá permitir ao aluno vivenciar uma gama variada de atividades, tais
como: pintura, desenho, cerâmica, modelagem, entalhe, artesanato em couro,
madeira, fios e teares ,etc (BRASIL, 1997, p. 5 – grifo nosso).

41
Quanto ao Laboratório de Atividades de Vida Diária, Prótese e Órtese, o Ministério
da Educação determina:
Atenderá a disciplinas do ciclo profissionalizante de Técnica e Métodos de
Instrução, atividades de vida diária e disciplinas de Terapia Ocupacional aplicada.
Para tanto deverá reproduzir as dependências de uma casa (sala, quarto, cozinha,
banheiro, área de serviço, jardim...) além de conter sala “tipo oficina” com
bancadas para confecção de órteses, balcão e pia (BRASIL, 1997, p. 5 – grifo
nosso).

De maneira compatível às determinações do Ministério da Educação e da


Federação Mundial de Terapeutas Ocupacionais, os cursos de graduação em Terapia
Ocupacional apresentam em suas grades curriculares disciplinas que envolvem a análise
de atividades, as atividades enquanto recursos terapêuticos, atividades da vida diária,
cotidianidade, entre outras. A formação do terapeuta ocupacional possibilita o
desenvolvimento de uma compreensão dos diversos aspectos físicos, cognitivos,
sensoriais, sociais e afetivos que estão relacionados ao cotidiano e às atividades
humanas. Além disso, as disciplinas profissionalizantes, voltadas para a atuação da
Terapia Ocupacional em diferentes áreas e com diferentes populações, abordam a
intervenção nas atividades da vida diária e atividades instrumentais da vida diária, bem
como a aplicação de recursos de tecnologia assistiva em tais atividades, de maneira
compatível com as necessidades específicas de cada clientela. Conforme é possível
observar no documento citado acima (BRASIL, 1997), o Laboratório de Atividades de Vida
Diária destina-se também às disciplinas de Terapia Ocupacional aplicada, indicando que
o estudo e a prática de fatores envolvidos nestas atividades perpassam toda a formação
do terapeuta ocupacional.
Segundo Guimarães e Falcão (2004), o que confere especificidade à formação do
terapeuta ocupacional é o conhecimento das atividades e a experiência em analisar tais
atividades. De acordo com Nestaidt e Crepeau (2002), a análise de atividades é “[...] uma
forma de raciocínio usada por terapeutas ocupacionais para compreender as atividades,
os componentes de desempenho necessários para fazê-las, e os significados culturais
tipicamente atribuídos a elas” (p. 121). Assim, por meio da análise das atividades, o
terapeuta ocupacional pode conhecer as atividades, identificando as suas características,
tais como as habilidades necessárias (motoras, sensório-perceptivas, cognitivas e
psicossociais), os instrumentos utilizados, os procedimentos/etapas envolvidos e as
possibilidades de modificá-los. Além disso, a análise de atividades possibilita ao terapeuta
a observação e a avaliação do sujeito que realiza uma atividade, identificando suas
capacidades, limitações e interesses, os objetos utilizados e o ambiente em que a tarefa é

42
realizada. Cavalcanti e Galvão (2007) afirmam que tal raciocínio é fundamental para que
o terapeuta ocupacional: identifique as metas e os objetivos do tratamento, estabeleça as
possibilidades de um cliente realizar determinada atividade, determine se e como a
atividade pode ser modificada, adaptada ou graduada. A análise das atividades é, assim,
imprescindível para a formação e para a prática clínica do terapeuta ocupacional
(GUIMARÃES; FALCÃO, 2004), não sendo possível intervir sobre as atividades e utilizá-
las como instrumento terapêutico sem este conhecimento e prática.
No que tange à formação do fisioterapeuta, as diretrizes curriculares nacionais para
os cursos de graduação em Fisioterapia também foram estabelecidas por meio do parecer
CNE/CES 1.210/2001 (CNE, 2001) e encontram-se arroladas na Resolução CNE/CES 4,
de 19/02/2002 (CNE, 2002). Este documento não faz menção à aprendizagem, aplicação,
análise, experimentação ou vivência de atividades humanas ou à utilização destas
enquanto recursos terapêuticos, tal como é apropriado à formação do terapeuta
ocupacional.
Ao especificar os conteúdos relacionados aos Conhecimentos Fisioterapêuticos, o
documento referente às diretrizes curriculares dos cursos de Fisioterapia indica que estes
compreendem:
a aquisição de amplos conhecimentos na área de formação específica da
Fisioterapia: a fundamentação, a história, a ética e os aspectos filosóficos e
metodológicos da Fisioterapia e seus diferentes níveis de intervenção.
Conhecimentos da função e disfunção do movimento humano, estudo da
cinesiologia, da cinesiopatologia e da cinesioterapia, inseridas numa abordagem
sistêmica. Os conhecimentos dos recursos semiológicos, diagnósticos,
preventivos e terapêuticas que instrumentalizam a ação fisioterapêutica nas
diferentes áreas de atuação e nos diferentes níveis de atenção. Conhecimentos da
intervenção fisioterapêutica nos diferentes órgãos e sistemas biológicos em todas
as etapas do desenvolvimento humano (CNE, 2002, p. 3 – grifo nosso).

No documento intitulado Padrão Mínimo de Qualidade para Cursos de Fisioterapia


(BRASIL, 1998), também não é feita referência a nenhum espaço físico, laboratório ou
disciplina voltada á pratica de atividades, análise de atividades, atividades da vida diária,
atividades instrumentais da vida diária, confecção de adaptações ou recursos de
tecnologia assistiva. Os laboratórios ou clínicas de serviço dos Cursos de Graduação em
Fisioterapia devem apresentar:
- Ginásio Terapêutico, que “é o local adequado para a realização dos exercícios
terapêuticos” (BRASIL, 1998, p. 12) e deve conter:
Recursos para Crioterapia, Espaldar, Barras Paralelas, Bicicleta Ergométrica,
Esteira Ergométrica, Mesa Ortostática, Cadeira de Rodas, Macas, Andadores,
Muletas, Bengalas, Escadas e Rampas, Divã e Tablado, Bolas e Rolos de
diferentes diâmetros, Colchonetes, Esteira Elétrica, Pranchas de Equilíbrio e

43
Propriocepção, Equipamentos para fortalecimento muscular (como por exemplo
pesos, polias, etc) e outros (p. 11).

- Área de Eletro e Termoterapia, que “é o local adequado para a aplicação de eletricidade


e calor com fins terapêuticos” (BRASIL, 1998, p. 12) e deve conter:
Ondas Curtas; Ultra-Som; Infra-Vermelho, Ultra-Violeta; Micro-Ondas; Forno de
Bier; Banho de Parafina; Geradores de Correntes Elétricas (eletroestimuladores,
gerador universal de pulsos, estimulador galvano-farádico, corrente diadinâmica e
ultraexcitante, TENS, estimulação neuromuscular (FES), Interferencial, Corrente
de alta frequência russa), Laser HeNe e Diodo e outros (p. 11).

- Área de Hidroterapia, que “é o local adequado para tratamento com água. Podem ser
feitas aplicações ou exercícios na água” (BRASIL, 1998, p. 12). Esta área deve conter:
“Turbilhão para MMSS, MMII e tronco. Piscina terapêutica e outros” (p. 11).
- Área para Fisioterapia Cardio-respiratória, que “É o local adequado à inaloterapia e
manobras de higiene brônquica e aspiração de secreções, com espaço que garanta a
privacidade da clientela, áreas para reeducação respiratória e para condicionamento
físico” (BRASIL, 1998, p. 12), contendo:
Equipo de Aspiração, Cilindro de Oxigênio, Manovacuamento, Mesa de
Drenagem, Nebulizador, Incentivador Respiratório, Estetoscópio e
Esfignomanômetro, Peak flow, Espirômetro, Bicicleta e Esteira Ergométrica,
eletrocardiógrafo, Desfibrilador, Cronômetro, relógio de parede, colchonetes,
pesos, bastões. Salas com Ar condicionado e controle de umidade relativa do ar,
termômetro ambiente e outros. Obs: os dois últimos ítens são peculiares para
setor de cardiologia (p. 11).

- Consultórios, que deverão conter: “Simetógrafo; Mesa de Exame; Negatoscópio;


Esfignomanômetro; Goniômetros; Réguas; Fitas Métricas; Espirômetro; Fios de Prumo;
Cadeiras; Mesas e outros” (BRASIL, 1998, p. 12).
Consonante com as diretrizes educacionais estabelecidas pelo Ministério da
Educação, a formação do fisioterapeuta volta-se para o estudo da função, disfunção e
intervenção sobre o movimento humano, capacitando-o à realização do diagnóstico e
tratamento cinético-funcional. Esta formação encontra-se compatível com os atos
privativos do fisioterapeuta, que serão mencionados no item 7 deste parecer, e com a
definição de Fisioterapia apresentada pelo COFFITO (vide item 1).
O graduando em Terapia Ocupacional, por sua vez, encontra nas diretrizes
curriculares e no padrão mínimo de qualidade para os cursos de Graduação em Terapia
Ocupacional, a garantia de que receberá, em qualquer Instituição de Ensino Superior
nacional, uma formação voltada para o estudo das atividades humanas como instrumento
de intervenção terapêutica, tendo por base a análise das atividades, o estudo do cotidiano
e a compreensão das implicações das diversas condições físicas, sensoriais, psíquicas,

44
cognitivas e sociais sobre as atividades laborais, atividades de lazer, atividades da vida
diária e instrumentais da vida diária, bem como o conhecimento da tecnologia assistiva
como meio de promoção da independência e autonomia nas relações cotidianas, sociais e
produtivas. Esta formação o habilita à realização dos atos privativos que serão
apresentados no item 7 deste documento e é compatível com as definições de Terapia
Ocupacional apresentadas pelo sistema COFFITO/CREFITOs.

7 - Legislação.

A Terapia Ocupacional é uma profissão regulamentada, no Brasil, desde 1969, por


meio do DECRETO-LEI 938 (BRASIL, 1969). Em 1975, por meio da Lei 6316, foi criado o
Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional
(BRASIL, 1975). De acordo com esta lei, uma das competências do Conselho Federal é
exercer a função normativa no que concerne a ambas as profissões. Assim sendo, a partir
do ano de 1975, o COFFITO (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional)
passou a normatizar a prática das profissões de fisioterapeuta e terapeuta ocupacional,
por meio de resoluções que serão parcialmente apresentadas a seguir.
A Resolução COFFITO n° 08/1978, que aprova as normas para habilitação ao
exercício das profissões de fisioterapeuta e terapeuta ocupacional e dá outras
providências, determina que:
Art. 4º. Constituem atos privativos do terapeuta ocupacional prescrever, ministrar
e supervisionar terapia ocupacional, objetivando preservar, manter, desenvolver ou
restaurar a capacidade funcional do cliente a fim de habilitá-lo ao melhor
desempenho físico e mental possível, no lar, na escola, no trabalho e na
comunidade, através de:
I - elaboração de testes específicos para avaliar níveis de capacidade funcional e
sua aplicação:
II - programação das atividades da vida diária e outras a serem assumidas e
exercidas pelo cliente, e orientação e supervisão do mesmo na execução dessas
atividades;
III - orientação à família do cliente e à comunidade quanto às condutas
terapêuticas ocupacionais a serem observadas para a aceitação do cliente, em
seu meio, em pé de igualdade com os demais;
IV - adaptação dos meios e materiais disponíveis, pessoais ou ambientais, para o
desempenho funcional do cliente:
V - adaptação ao uso de órteses e próteses necessárias ao desempenho funcional
do cliente, quando for o caso;
VI - utilização, com o emprego obrigatório de atividade dos métodos específicos
para educação ou reeducação de função de sistema do corpo humano [...].
Art. 5º. A prática de ato privativo de fisioterapeuta por terapeuta ocupacional, e
vice-versa, constitui exercício profissional ilegal. (COFFITO, 1978 – grifo nosso).

Deste modo, desde 1978, a programação das Atividades da Vida Diária e outras
atividades, a adaptação de meios e materiais para o desempenho funcional do cliente,

45
bem como o emprego de atividade para a (re)educação de função do corpo humano se
constituem atos privativos do terapeuta ocupacional, caracterizando-se exercício
profissional ilegal a realização de tais atos por outros profissionais. Embora não seja o
objetivo deste documento apresentar todas as resoluções que determinam os atos
privativos do fisioterapeuta, cabe sinalizar que tais atos são determinantemente proibidos
aos terapeutas ocupacionais.
Um exemplo disso pode ser citado no fato de que a resolução supramencionada
estabelece claramente que, para a (re)educação de função de sistema do corpo humano,
o terapeuta ocupacional deve fazer uso obrigatório de atividade como instrumento
terapêutico. Esta determinação esclarece que, para a reeducação de função do sistema
do corpo humano, o terapeuta ocupacional não pode fazer uso de qualquer recurso
terapêutico, visto que se constitui ato privativo do fisioterapeuta o emprego de “agente
termoterápico ou crioterápico, hidroterápico, aeroterápico, fototerápico, eletroterápico ou
sonidoterápico [...]”, bem como a utilização do exercício, seja ele “respiratório,
cardiorrespiratório, cardiovascular, de educação ou reeducação neuromuscular, de
regeneração muscular, de relaxamento muscular, de locomoção, de regeneração
osteoarticular, de correção de vício postural, de adaptação ao uso de órtese ou prótese e
de adaptação dos meios e materiais disponíveis, pessoais ou ambientais, para o
desempenho físico do cliente [...]” (COFFITO, 1978 – grifo nosso).
Visando baixar atos complementares à Resolução COFFITO 8, este Conselho
publicou a Resolução COFFITO n° 81/1987, que dispõe:
Considerando que a Terapia ocupacional é uma ciência aplicada que tem como
objeto de estudos a cinética do homem e sua relação com atividades
ocupacionais, em todas as suas formas de expressão, quer nos seus desvios
patológicos, quer nas suas repercussões psíquicas e orgânicas, tendo como meta
restaurar a capacidade físico-mental do indivíduo;
Considerando que como processo terapêutico, lança mão de conhecimentos e
recursos próprios, com os quais, em razão das condições psico-físico-social,
busca promover ou adaptar, através de uma relação terapêutica-ocupacional, o
indivíduo para uma melhor qualidade de vida;
[...] Considerando que métodos e técnicas terapêuticas ocupacionais são atos
privativos de profissional TERAPEUTA OCUPACIONAL, [...] compreendendo
ainda, avaliação cinética-ocupacional, prescrição terapêutica ocupacional,
programação e uso dos recursos terapêuticos, tratamento, reavaliação, e alta
terapêutica ocupacional.
Considerando que a reabilitação é um processo de consolidação de objetivos
terapêuticos, não caracterizando área de exclusividade profissional, e sim uma
proposta de atuação multiprofissional, voltada para a recuperação e o bem-estar
biopsicossocial do indivíduo, onde a cada profissional componente da Equipe deve
ser garantida a dignidade e autonomia técnica no seu campo específico de
atuação, observados os preceitos legais do seu exercício profissional;
[...] RESOLVE:
Art. 1° É competência exclusiva do TERAPEUTA OCUPACIONAL elaborar o
diagnóstico Terapêutico Ocupacional, compreendido como avaliação cinética-
ocupacional, sendo esta um processo pelo qual, através de metodologia e técnicas

46
terapêuticas ocupacionais, são analisadas e estudadas as alterações psico-físico-
ocupacionais, em todas as suas expressões e potencialidade, objetivando uma
intervenção terapêutica específica [...] (COFFITO, 1987 – grifo nosso).

Em 2006, o COFFITO ratificou a prática do terapeuta ocupacional nas Atividades da


Vida Diária e Atividades Instrumentais da Vida Diária, por meio da publicação da
Resolução COFFITO 316/2006, a qual afirma:
Considerando que as Resoluções Coffito n° 8/1978, 10/1978 e 81/1978 e a
Resolução CNE/CES n° 6, de 19/02/2002, que define as diretrizes curriculares
nacionais do curso de graduação em Terapia Ocupacional, atribuem competência
ao terapeuta ocupacional para diagnóstico terapêutico ocupacional motor,
sensorial, perceptocognitivo, mental, emocional, comportamental, funcional,
performance ocupacional, cultural, social e econômico do indivíduo através de
utilização de métodos e técnicas terapêuticas ocupacionais;
Considerando que a Terapia Ocupacional é uma profissão da área da saúde que
objetiva a promoção, prevenção, desenvolvimento, tratamento e recuperação do
indivíduo que necessita de cuidados físicos, mentais, senso-perceptivos,
cognitivos, emocionais e/ou sociais, visando a ampliar seu desempenho em todo o
contexto biopsicossocial da vida cotidiana;
Considerando que é função do terapeuta ocupacional operar com as capacidade
de desempenho das atividades da vida diária (AVDs) e que estas abrangem a
mobilidade funcional, os cuidados pessoais, a comunicação funcional, a
administração de hardware e dispositivos ambientais e a expressão sexual;
Considerando que é atribuição do terapeuta ocupacional operar com as
capacidades de desempenho nas atividades instrumentais da vida diária (AIVDs) e
que estas incluem a administração doméstica e capacidades para a vida em
comunidade;
Considerando que se denomina Tecnologia Assistiva quaisquer produtos, itens,
peças de equipamentos ou sistemas, adquiridos comercialmente ou desenvolvidos
artesanalmente, produzidos em série, modificados ou feitos sob medida, assim
utilizados para aumentar, manter ou melhorar habilidades de pessoas que
apresentam limitações funcionais, sejam físicas, mentais, comportamentais ou
sensoriais;
Considerando que a Tecnologia é Assistiva quando usada para auxiliar no
desempenho funcional de atividades, reduzindo incapacidades para a realização
de AVDs e das AIVDs, nos diversos domínios do cotidiano;
Considerando que compete ao terapeuta ocupacional identificar os problemas que
interferem na independência do indivíduo, determinar objetivos de tratamento e
proporcionar treinamento para aumentar a sua autonomia;
RESOLVE:
Art. 1° É de exclusiva competência do terapeuta ocupacional, no âmbito de sua
atuação, avaliar as habilidades funcionais do indivíduo, elaborar a programação
terapêutico-ocupacional e executar o treinamento das funções para o
desenvolvimento das capacidades de desempenho das atividades da vida diária
(AVDs) e atividades instrumentais da vida diária (AIVDs) para as áreas
comprometidas no desempenho ocupacional, motor, sensorial, perceptocognitivo,
mental, emocional, comportamental, funcional, cultural, social e econômico de
pacientes.
Art. 2° Compete ao terapeuta ocupacional o uso da tecnologia assistiva nas
atividades da vida diária (AVDs) e nas atividades instrumentais da vida diária
(AIVDs) com os objetivos de:
I – promover adaptações de jogos, brincadeiras e brinquedos;
II – criar equipamentos, adaptações de acesso ao computador e software;
III – utilizar sistemas de comunicação alternativa, de órteses, de próteses e de
adaptações;
IV – promover adequações posturais para o desempenho ocupacional por meio de
adaptações instrumentais;
V – realizar adaptações para déficits sensoriais (visuais, auditivos, táteis, entre
outros) e cognitivos em equipamentos e dispositivos para mobilidade funcional;
47
VI – adequar unidades computadorizadas de controle ambiental;
VII – promover adaptações estruturais em ambientes domésticos, laborais, em
espaços públicos e de lazer;
VIII – promover ajuste, acomodação e adequação do indivíduo a uma nova
condição e melhora na qualidade de vida ocupacional;
Art. 3° É competência do terapeuta ocupacional no âmbito das atividades da vida
diária (AVDs) e das atividades instrumentais da vida diária (AIVDs), de acordo com
o diagnóstico e o prognóstico terapêutico ocupacional, prescrever a alta da
terapêutica ocupacional (COFFITO, 2006 – grifo nosso).

A Resolução 287/98 do Conselho Nacional de Saúde (CNS, 1998), ao mencionar a


importância da ação interdisciplinar no âmbito da saúde, relaciona o terapeuta
ocupacional dentre as categorias profissionais de saúde de nível superior imprescindíveis
para a integralidade da atenção. Em reconhecimento da importância deste profissional,
diversas portarias ministeriais incluem o terapeuta ocupacional em equipes mínimas de
atenção à saúde.
Segundo o Manual de Legislação em Saúde da Pessoa com Deficiência (BRASIL,
2006), o atendimento à saúde desta população deve comportar ações e serviços nos três
níveis de complexidade e devem ser desenvolvidas ações de prevenção primária,
secundária e terciária, bem como ações de reabilitação, executadas por equipes
multiprofissionais e interdisciplinares, as quais devem incluir o terapeuta ocupacional.
De acordo com este documento, o terapeuta ocupacional deve fazer parte das
equipes mínimas de atenção a sujeitos com deficiência atendidos em Leitos ou Unidades
de Reabilitação em Hospital Geral, bem como em Hospitais ou Centros Especializados de
Reabilitação (Portaria MS/SAS n° 303 de 02/07/1992), Ambulatórios Especializados,
Núcleos e Centros de Atenção à Saúde da Pessoa Portadora de Deficiência (Portaria
MS/SAS n° 304 de 02/07/1992), Serviços de Referência em Medicina Física e
Reabilitação (Portaria MS/GM n° 818 de 05/06/2001). O terapeuta ocupacional pode,
ainda, compor equipes de reabilitação em Unidades Básicas de Saúde e em Centros de
Saúde (Portaria MS/SAS n° 304 de 02/07/1992; Portaria MS/GM n° 818 de 05/06/2001).
A Portaria 73/2001 (SEAS/MPAS) também prevê a participação do terapeuta
ocupacional em equipes ideais multidisciplinares para o atendimento ao idoso em
diferentes tipos de serviços, como no programa de residência temporária, centro de
convivência, centro dia, atendimento domiciliar e atendimento integral institucional
(BRASIL, 2001). A inserção do terapeuta ocupacional em Centros de Referência em
Saúde do Trabalhador é prevista pela Portaria 1679/GM de 19 de setembro de 2002, a
qual dispõe sobre a estruturação da rede nacional de atenção integral à saúde do
trabalhador no SUS (BRASIL, 2002).
De acordo com a Portaria MS/GM 154 de 24 de Janeiro de 2008, o terapeuta
48
ocupacional compõe o quadro de profissionais previstos para os Núcleos de Apoio à
Saúde da Família – NASF I e II (BRASIL, 2008). Esta atuação profissional também é
prevista no NASF III, destinado a promover a atenção integral em saúde e saúde mental,
com prioridade para usuários de crack, álcool e outras drogas, conforme a Portaria
MS/GM 2843, de 20 de setembro de 2010 (BRASIL, 2010).
A Portaria MS/GM Nº 2841 de 20 de setembro de 2010 também prevê que o
terapeuta ocupacional pode compor a equipe mínima dos Centros de Atenção
Psicossocial de Álcool e outras Drogas – CAPS AD III (BRASIL, 2010).
A inserção do terapeuta ocupacional em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) foi
assegurada recentemente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, por meio da
Resolução-RBD n° 7 de 24 de fevereiro de 2010, segundo a qual deve ser garantida a
assistência de Terapia Ocupacional à beira do leito em UTI adulto e pediátrica (BRASIL,
2010).
O Departamento Penitenciário Nacional inclui o terapeuta ocupacional nas equipes
de atendimento de Penitenciárias Federais. A Portaria 287 de 14 de maio de 2010, ao
incluir o setor de Terapia Ocupacional nas Penitenciárias Federais, define como
competência do terapeuta ocupacional, dentre outras atribuições, a avaliação do
desempenho ocupacional e dos componentes do desempenho ocupacional, e a
realização de ações de reabilitação e atividades pertinentes a sua responsabilidade
profissional (DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL, 2010).
Tendo-se por base a legislação atual, que incumbe ao terapeuta ocupacional práticas
que são condizentes com sua formação profissional, bem como inclui este profissional em
diferentes serviços, garantindo à população o direito de acesso aos procedimentos
terapêuticos ocupacionais prestados por profissional competente, cabe, por fim, ressaltar
que a prática da Terapia Ocupacional é proibida aos fisioterapeutas. Conforme
mencionado anteriormente, a Resolução COFFITO 8/1978 afirma que: “A prática de ato
privativo de fisioterapeuta por terapeuta ocupacional, e vice-versa, constitui exercício
profissional ilegal” (COFFITO, 1978).
O Código de Ética Profissional da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional, aprovado
pela Resolução COFFITO 10/1978, publicada no DOU n° 182, de 22/09/1978, também
determina que:
Art. 8º. É proibido ao fisioterapeuta e ao terapeuta ocupacional, nas respectivas
áreas de atuação:
[...] III - concorrer, de qualquer modo para que outrem exerça ilegalmente atividade
privativa do fisioterapeuta e/ou terapeuta ocupacional [...].
Art. 26. É proibido ao fisioterapeuta e ao terapeuta ocupacional:
I - prestar ao cliente assistência que, por sua natureza, incumbe a outro

49
profissional [...] (COFFITO, 1978).

No que concerne ao inciso III do Art. 8° desta resolução, Battisti e Quirino (2006)
defendem que a má gestão não é justificativa aceitável para a prática ilegal de uma
profissão. Assim sendo, diante de diversas leis que incluem o profissional terapeuta
ocupacional em serviços de saúde de diferentes níveis de complexidade, a ausência
deste profissional em qualquer serviço público ou privado, por má administração pública
ou privada, não justifica que o profissional fisioterapeuta exerça atividade privativa do
terapeuta ocupacional. Somado a isto, é possível afirmar que a disparidade entre o
número de profissionais fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais no mercado de
trabalho, por má gestão dos órgãos competentes, também não é justificativa aceitável
para que fisioterapeutas exerçam atividades que não condizem com a sua formação
profissional.
A respeito do inciso I do Art. 26, Battisti e Quirino (2006) afirmam:
Além de tratar explicitamente da questão do exercício ilegal da profissão, esse
inciso reintroduz a reflexão com relação à habilitação profissional, uma vez que
veda a prestação de assistência para a qual, em razão de sua natureza ou
formação, o profissional não esteja capacitado (p. 212).

Faz-se necessário reforçar que, de acordo com a Lei 6316/1975, constitui infração
disciplinar “transgredir preceito do Código de Ética Profissional”, bem como “exercer a
profissão quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos
não registrados ou aos leigos” (BRASIL, 1975).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a importância da Terapia
Ocupacional, indicando esta profissão dentre aquelas que se fazem necessárias para a
reabilitação e educação de pessoas com deficiência. A OMS também enfatiza a
necessidade de acesso das pessoas com deficiência aos cuidados deste profissional,
como é possível depreender do capítulo 4 do documento intitulado World Report on
Disabitity, publicado no ano de 2011 (WHO, 2011). Também se faz necessário ressaltar
que a Federação Mundial de Terapeutas Ocupacionais (WFOT) é colaboradora da OMS
desde 1959, apoiando os objetivos estratégicos e as atividades deste órgão internacional
há mais de 50 anos; ademais, a WFOT contribuiu significativamente no desenvolvimento
da matriz de saúde relacionada à reabilitação, que baseou os conceitos da CIF
(Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde) (Disponível em: <
http://www.wfot.org/office_files/International%20Day%2020091509final.pdf>. Acesso em:
17/09/11).

50
III – Conclusão.

Diante do exposto, pode-se concluir que:


- As Atividades da Vida Diária estão presentes nas definições de Terapia Ocupacional de
diferentes órgãos nacionais e internacionais, de modo que o tratamento voltado para o
desempenho de tais atividades faz parte da identidade profissional do terapeuta
ocupacional.
- Profissionais da Terapia Ocupacional vêm defendendo, em mais de um século de
história, o valor da ocupação como um método de tratamento, sendo as atividades de
autocuidado e a organização da vida cotidiana temas constantes na prática terapêutica
ocupacional desde sua constituição enquanto profissão; o uso de adaptações para a
realização de tais atividades também surgiu precocemente nesta área profissional, de
maneira compatível com seus primeiros pressupostos filosóficos.
- A prática da Terapia Ocupacional nas atividades cotidianas tem recebido diferentes
denominações ao longo de sua história. Foi no contexto da Terapia Ocupacional que o
termo Atividades da Vida Diária foi definido e desenvolvido, de modo que esta profissão
contribuiu significativamente para o atual reconhecimento da importância destas e de
outras atividades para a saúde dos indivíduos. As Atividades da Vida Diária são
compostas e influenciadas por diferentes aspectos, sejam sensório-motores,
psicossociais, cognitivos, ambientais e culturais, não podendo ser reduzidas a aspectos
puramente cinesiológicos.
- Na Terapia Ocupacional, as atividades diárias são parte de uma gama complexa de
ocupações que os sujeitos realizam ao longo de sua vida, as quais constituem as áreas
de desempenho ocupacional; não é compatível com suas bases filosóficas e teóricas a
intervenção sobre as Atividades Básicas ou Instrumentais da Vida Diária de maneira
descontextualizada ou desvinculada das demais esferas da vida ocupacional.
- A Tecnologia Assistiva é uma área de conhecimento interdisciplinar, sendo que a
interdisciplinaridade implica no conhecimento e respeito dos limites de cada profissão.
Assim sendo, a participação de cada profissional nesta área deve ocorrer de maneira
compatível com seu escopo de atuação e com a legislação. Considerando-se que cabe ao
terapeuta ocupacional a programação, orientação e supervisão do cliente na execução
das atividades da vida diária e outras a serem assumidas pelo cliente, compete a este
profissional a indicação e o treinamento do uso de recursos da Tecnologia Assistiva nas
Atividades da Vida Diária e Atividades Instrumentais da Vida Diária.
- A prática da Terapia Ocupacional mostra-se, por meio de pesquisas científicas,
51
fundamental para a recuperação da independência nas Atividades da Vida Diária em
diferentes populações. As Atividades da Vida Diária vêm sendo pesquisadas e discutidas
pelos terapeutas ocupacionais em seus diversos aspectos, indicando que alterações nos
componentes individuais (motores, sensoriais, psicossociais e/ou cognitivos) ou nos
contextos de vida (ambiental, social e/ou cultural) podem influenciar no desempenho
ocupacional dos sujeitos.
- As diretrizes curriculares nacionais para os cursos de graduação em Terapia
Ocupacional garantem uma formação voltada para o estudo das atividades humanas
como instrumento de intervenção terapêutica, tendo por base a análise das atividades, o
estudo do cotidiano e a compreensão das implicações das diversas condições físicas,
sensoriais, psíquicas, cognitivas e sociais sobre as atividades laborais, atividades de
lazer, atividades da vida diária e instrumentais da vida diária, bem como o conhecimento
da tecnologia assistiva como meio de promoção da independência e autonomia nas
relações cotidianas, sociais e produtivas. As diretrizes curriculares para os cursos de
graduação em Fisioterapia, por sua vez, não fazem menção à aprendizagem, aplicação,
análise, experimentação ou vivência de atividades humanas ou à utilização destas
enquanto recursos terapêuticos, assim como não abordam a prática de atividades, análise
de atividades, atividades da vida diária, atividades instrumentais da vida diária, confecção
de adaptações ou uso de recursos de tecnologia assistiva nas atividades humanas. Assim
sendo, o profissional fisioterapeuta não possui formação condizente com a atuação sobre
as Atividades da Vida Diária ou Atividades Instrumentais da Vida Diária.
- A importância da Terapia Ocupacional na integralidade da Atenção à Saúde é
reconhecida pelo Conselho Nacional de Saúde, sendo que diversas portarias ministeriais
incluem esta categoria profissional em equipes ideais interdisciplinares. A Organização
Mundial da Saúde também reconhece a importância da Terapia Ocupacional, a qual vem
contribuindo para as mudanças na concepção da saúde, que hoje inclui a funcionalidade
e a participação.
- De maneira compatível à história e aos avanços tecnológicos da Terapia Ocupacional, o
COFFITO (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional) definiu, desde 1978,
que a “programação das atividades da vida diária e outras a serem assumidas e exercidas
pelo cliente, e orientação e supervisão do mesmo na execução dessas atividades” e “a
adaptação dos meios e materiais disponíveis, pessoais ou ambientais, para o
desempenho funcional do cliente” constituem atos privativos do terapeuta ocupacional
(Resolução COFFITO n° 08/1978), os quais foram ratificados por meio da Resolução
COFFITO n° 316/2006, caracterizando-se exercício ilegal da profissão a execução de tais
52
ações por outros profissionais.
- O emprego de atividade para a educação ou a reeducação de função de sistema do
corpo humano, o treinamento das funções para o desenvolvimento das capacidades de
desempenho das Atividades da Vida Diária e Atividades Instrumentais da Vida Diária, bem
como o uso da tecnologia assistiva nestas atividades são de competência exclusiva do
terapeuta ocupacional, de modo que a realização de tais ações por profissional
fisioterapeuta constitui-se em exercício profissional ilegal e infração disciplinar, conforme
as resoluções do COFFITO. A má gestão pública ou privada ou a ausência do profissional
terapeuta ocupacional em serviços públicos ou privados não é justificativa aceitável para a
prática ilegal da profissão, a qual coloca em risco a saúde da população e retira do sujeito
que necessita deste profissional o seu direito à integralidade da atenção.

É o parecer.

Rio de Janeiro, 18 de setembro de 2011.

Dra. Ana Paula Martins Cazeiro (CREFITO 2: 6201-TO. Graduação em Terapia Ocupacional,
Especialização em Terapia Ocupacional na Reabilitação do Aparelho Locomotor e Terapia da Mão, Mestrado
e Doutorado (em andamento) em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano, Professora Assistente
da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Dra. Simone Maria de Bastos (CREFITO 2: 719-TO. Graduação em Terapia Ocupacional,


Especialização em Psiquiatria Social, em Ergonomia e em Terapia da Mão e Membro Superior, Funcionária
Pública Federal - Ministério da Saúde).

Dr. Élcio Alteris dos Santos (CREFITO 3-13: 10972-TO. Graduação em Terapia Ocupacional.
Especialização em Metodologia e Didática do Ensino Superior, Mestrado em Engenharia Elétrica,
Pesquisador da UNESP em Engenharia de Reabilitação e Tecnologia Assistiva em projetos de Engenharia
Mecânica e Elétrica, Funcionário Público Municipal da Prefeitura de Três Lagos – MS).

Dr. Marcus Vinícius Machado de Almeida (CREFITO 2: 3532-TO. Graduação em Terapia


Ocupacional, Dança e Filosofia, Especialização em Musicoterapia, Mestrado em Artes e Doutorado em
Educação Física, Professor Adjunto da Escola de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do
Rio de Janeiro).

Dr. José Naum de Mesquita Chagas (CREFITO 11: 8498-TO). Graduação em Terapia Ocupacional,
Mestrado em Saúde Pública. Conselheiro Nacional de Saúde. Presidente da Associação Brasileira dos
Terapeutas Ocupacionais. Delegado da ABRATO junto a World Federation of Occupational Therapists-
WFOT. Coordenador Adjunto da Comissão Intersetorial de Ciência e Tecnologia-CNS/MS. Membro da
Comissão de Especialidades do COFFITO.

53
IV – Referências Bibliográficas:

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