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A Parceria Público-Privada na Qualificação dos

Ambientes de Saúde:
A Experiência da Cooperação Técnica entre a Universidade Católica de Brasília e o Hospital Regional da
Ceilândia.

Andrea Nogueira de Araújo - Diretora do Hospital, Mestre


Marcio Nascimento de Oliveira - Arquiteto, Mestre
Milena Canabrava S. de Lannoy - Arquiteta, Mestre
Tatiana Mamede Salum Chaer - Arquiteta, Doutora
1. O TRABALHO
• parceria técnica realizada entre o Curso de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Católica de Brasília e o Hospital Regional de Ceilândia - HRC,
iniciada no ano de 2017

• inspiração e respaldo pelas diretrizes institucionais da UCB:

o formação ampla do estudante; pesquisa acadêmica e realidade


prática; cidadania; extensão junto à comunidade; valores
humanistas; diferentes atores
2. O OBJETO DA PARCERIA:
HOSPITAL REGIONAL DE
CEILÂNDIA

• Inaugurado em 1981

• Atendimentos antes
dependentes do Hospital de
Base, região central de Brasília, a
mais de 25 km, ou Hospital
Regional de Taguatinga - HRT, a
7km, que apresentava condições
limitadas de atendimento
3. CEILÂNDIA

• Localizada na porção oeste do Distrito Federal, das maiores cidades do DF,


mais de 390 mil habs (PDAD 2015) e com maior densidade

• Há três hospitais: da rede pública, o HRC, e os outros dois prestam


atendimento misto, público e privado

• Conta com 0,76 de leitos do SUS, bem abaixo dos 3-5 leitos/1.000 habs
(OMS) e 1-2/mil habitantes (MinSaúde)
4. O PORTE DO HRC

• Possui área total de 15.765,95 m2 de área construída


• São 318 leitos de internação (clínica médica, pediatria, cirurgia geral,
ortopedia, ginecologia e obstetrícia, UTI adulto, UTI neonatal)
• Emergência em cirurgia geral, ortopedia, pediatria, clínica médica,
ginecologia e obstetrícia e odontologia
• Atendimento ambulatorial de 50 especialidades, entre elas neurologia,
psiquiatria, geriatria, fisioterapia e endocrinologia
• Realiza por mês uma média de 285 cirurgias e 13.548 mil atendimentos de
Emergência
5. OBJETIVOS DA PARCERIA TÉCNICA (TEMAS DOS PROJETOS)

• OBJETIVO 1 Projeto arquitetônico para o Centro de Parto Normal anexo


ao HRC. Conforme Programa Rede Cegonha do Ministério da Saúde,
instituído pela Portaria n.º 1.459 de 24 de junho de 2011

• Se apoia em três diretrizes:


1) a atenção aos fluxos da gestante (com base na RDC n.º
36/ANVISA);
2) a programação arquitetônica disposta pelo Guia de Elaboração de
Projeto - Parto e Nascimento (BRASIL, Ministério da Saúde, 2011);
3) O o princípio da humanização
5. OBJETIVOS DA PARCERIA TÉCNICA (TEMAS DOS PROJETOS)

• OBJETIVO 2 Reforma do edifício do HRC com foco em: fluxos,


dimensões, layout, instalações, revestimentos, fachadas e áreas
externas

• Dois estudos:
• Estudo 1) elaboração dos ambientes ao apoio logístico para as
atividades de descanso e repouso de funcionários de forma conjunta e
setorizada
• Estudo 2) desenvolvimento das melhorias espaciais e adequações
normativas nos demais setores
5. OBJETIVOS DA PARCERIA TÉCNICA (TEMAS DOS PROJETOS)

• Estudo 1) elaboração dos ambientes ao apoio logístico para as


atividades de descanso e repouso de funcionários de forma conjunta e
setorizada

o Ambientes em diferentes setores de internações utilizados como


áreas improvisadas de descanso
o Alternativa de trabalhar no bloco de expansão (CPN)
5. OBJETIVOS DA PARCERIA TÉCNICA (TEMAS DOS PROJETOS)

• Estudo 2) desenvolvimento das melhorias espaciais e adequações


normativas nos demais setores

o Principalmente a adequação normativa, sobretudo à RDC 50;


o Restabelecimento dos leitos e alterações espaciais,
principalmente, circulações e fluxos; redimensionamento; layout
qualificação interna dos espaços (revestimentos, acabamentos,
instalações, cores, comunicação visual), princípio da humanização.
6. ETAPAS DOS ESTUDOS
• ETAPA 1 APROXIMAÇÃO E LEVANTAMENTOS
o entre as equipes das duas instituições, reuniões e palestras, além
de visitas técnicas. Produtos: inventários imagens e relatórios,
levantamentos físicos e medições quando necessário

• ETAPA 2 DIAGNÓSTICO E ESTUDOS PRELIMINARES


o conhecimento aprofundado do objeto e tem início na construção
do diagnóstico amplo. Produtos: estudos da área e do edifício,
leitura funcional e formal à luz das normas
6. ETAPAS DOS ESTUDOS
• ETAPA 3 PROPOSTAS
o formulação do programa arquitetônico; processo de concepção do
partido, setorização e zoneamento, apresentação da volumetria e
os princípios da estrutura; desenvolvimento do anteprojeto
(plantas, cortes, fachadas, volumetria final)
Estudos e diagnósticos alunos
Estudos e diagnósticos alunos
Estudos e diagnósticos alunos
7. A PROPOSTA PARA A CPN

Condicionantes e problemas
• 6 mil nascimentos por ano, 532 partos por mês
• fluxo das parturientes comprometido no HRC
• 9 boxes com macas especiais
• evolução acompanhada em outras áreas do centro obstétrico
• necessidade de reunir num mesmo ambiente o atendimento PPP
• parto humanizado, valorizando a individualidade, a participação de um
familiar
Projeto Modelo do Programa Rede Cegonha – análise e avaliação
7. A PROPOSTA PARA A CPN

A) A OPÇÃO PELO MODELO INTRA-HOSPITALAR

• Foi adotado o modelo da ampliação intra-hospitalar tipo 2, que é o


acréscimo de área física interligada ao hospital, nos termos da portaria
GM MS n 11 de 7 de janeiro de 2015, seguindo também a RDC 50/2002.

• Possibilitada pela disponibilidade de terreno em área adjacente aos


blocos da ginecologia/obstetrícia e centro obstétrico e do acesso à
emergência e das gestantes,
Estudos de locação e implantação dos alunos
7. A PROPOSTA PARA A CPN

B) FLUXOS E SETORIZAÇÃO

• O fluxo da parturiente, da sua entrada à sua alta, previsto na RDC 36,


balizou a setorização do Centro e complementa a adoção do programa
arquitetônico.
• previsão das intercorrências no processo do parto natural.
• AMBIENTES FINS, com a internação - os quartos PPP com banheiros,
área de deambulação e posto de enfermagem/sala de utilidades;
AMBIENTES DE APOIO, com os serviços - depósitos, copa, refeitório,
quarto de plantão.
Estudos setorização e fluxos alunos
7. A PROPOSTA PARA A CPN

B) FLUXOS E SETORIZAÇÃO

• Pontos facilitadores: aberturas, acessos e ventilação, em função da


adoção do bloco destacado do edifício.

• Pontos dificultadores: desnível entre o centro cirúrgico obstétrico em


pavimento superior e o nível do terreno na área do novo bloco, e a
alteração da topografia natural do terreno que receberá o novo bloco,
cujo levantamento topográfico de atualização não foi realizado para os
estudos.

• Duas tipologias de propostas


7. A PROPOSTA PARA A CPN

C) BIOCLIMATISMO E SUSTENTABILIDADE

• A Sul e Leste do terreno, o setor de atendimento da parturiente,


possibilitando as aberturas mais generosas, a ventilação e a
permeabilidade visual.

• Norte o setor de apoio

• A Oeste, ambientes complementares ao apoio, mesmo assim com


artifícios de proteção externa (brises), os acessos, marquises, a
integração com o edifício e as caixas de circulação verticais.
7. A PROPOSTA PARA A CPN

4. FUNÇÃO E FORMA

• Critérios de função: as propostas seguiram a composição dos 18 itens


do programa mínimo (presentes no Guia), o dimensionamento e as
atividades determinadas. os estudos desenvolveram áreas totais em
torno de 450 m2 ou 500m2
• Critérios formais: estrutura da forma, proporções, relação com o
conjunto pré-existente, aberturas e a relação de cheios e vazios, ritmo,
composição de fachadas
• Os estudos individuais puderam gerar um conjunto variado de
possibilidades
8. REFLEXÕES FINAIS
• A importância dos estudos iniciais:

• A definição de cronogramas mais compatíveis entre as duas instituições:

• A aproximação das entidades no processo de projetação:

• A valorização do projeto arquitetônico como conquista importante nos


processos de intervenção do espaço no edifício de saúde:

• ao desenho da parceria, há ainda uma lacuna sobre qual o instrumento


adequado para a formalização do acordo de cooperação.
Obrigada a todos e ao VIII CBDEH!

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