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FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA

CURSO DE ENFERMAGEM

RAFAEL MASSINATORI PERES

ALTA À REVELIA: MOTIVAÇÃO EM UM HOSPITAL DE ENSINO

MARÍLIA
2019
Rafael Massinatori Peres

Alta à revelia: motivação em um hospital de ensino

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado


ao Curso de Graduação em Enfermagem da
Faculdade de Medicina de Marília.

Orientadora: Profª Drª Cássia Regina F. Biffe


Peres.

Marília
2019
Ficha Catalográfica
Rafael Massinatori Peres

Alta à revelia: motivação em um hospital de ensino

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado


ao Curso de Graduação em Enfermagem da
Faculdade de Medicina de Marília.

Banca examinadora:

_________________________________
Profª Drª Cássia Regina F. Biffe Peres
Faculdade de Medicina de Marília

_________________________________
Profª Drª Renata Marques de Oliveira
Faculdade de Medicina de Marília

_________________________________
Drª Danielle Abdel Massih Pio
Faculdade de Medicina de Marília

Data da aprovação: __________________


AGRADECIMENTOS

Sou grato à minha família pelo apoio que sempre me deram durante toda a minha vida.
Deixo um agradecimento especial a minha orientadora pelo incentivo e pela dedicação do seu
escasso tempo ao meu projeto de pesquisa.
Também quero agradecer à Universidade FAMEMA e a todos os professores do meu curso
pela elevada qualidade do ensino oferecido.
PERES, R. M. Alta à revelia: motivação em um hospital de ensino. 2019. Trabalho de
Conclusão de Curso (Bacharelado em Enfermagem) – Faculdade de Medicina de Marília,
Marília, 2019.

RESUMO

Introdução: O processo de alta hospitalar é importante para a articulação dos serviços


hospitalares com os da Atenção Básica, favorecendo o cuidado de acordo com a necessidade
da pessoa. No entanto, observou-se durante estágio curricular em um hospital de ensino, alta
ocorrência de alta à revelia, sendo que esta consiste em o paciente deixar o hospital por conta
própria, sem ter recebido alta dos cuidados hospitalares, bem como tenha ocorrido a
elaboração do plano de alta para seguimento dos cuidados no domicílio. Diante dessa
observação, esta pesquisa partiu da seguinte pergunta: “Qual a motivação para os pacientes
deixarem a internação à revelia?”. Objetivo: Compreender os motivos que levam as pessoas a
deixarem a internação em um hospital de ensino de uma cidade de médio porte do interior
paulista. Método: Pesquisa qualitativa, cujos participantes foram 10 pessoas, moradoras do
município do hospital, que saíram de alta à revelia, no período de janeiro de 2017 a junho de
2018. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista semiestruturada, com questões
norteadoras que abordavam, como foi o processo de internação e de alta. Os dados foram
analisados por meio da Análise de Conteúdo, modalidade temática. Resultados: Emergiram
duas categorias temáticas: “Alta à revelia por fragilidade na comunicação entre equipe e
paciente” e “Alta à revelia por insegurança do paciente”. Conclusões: Concluiu-se que o
processo comunicacional entre equipe e paciente é fundamental para o cuidado integral em
rede e para redução da insegurança inerente à pessoa em internação hospitalar.

Palavras – chave: Alta do Paciente. Hospital de ensino. Pacientes desistentes do tratamento.


PERES, R. M. Discharge by default: motivation in a teaching hospital. 2019. Trabalho de
Conclusão de Curso (Bacharelado em Enfermagem) – Faculdade de Medicina de Marília,
Marília, 2019.

ABSTRACT

Introduction: The process of hospital discharge is important for the articulation of hospital
services with those of Primary Care, favoring care according to the need of the person.
However, during a curricular internship in a teaching hospital, there was a high occurrence of
absence by default, which consists of the patient leaving the hospital on his own, without
having been discharged from hospital care, as well as the elaboration of discharge plan for
home care follow-up. Given this observation, this research started from the following
question: "What is the motivation for patients to leave hospitalization by default?". Objective:
To understand the reasons that lead people to leave the hospital in a teaching hospital in a
medium-sized city in the interior of São Paulo. Method: Qualitative research, whose
participants were 10 people, residents of the hospital municipality, who left the hospital in
absentia, from January 2017 to June 2018. The data collection took place through semi-
structured interviews with guiding questions. addressed, how was the process of
hospitalization and discharge. Data were analyzed using Content Analysis, thematic modality.
Results: Two thematic categories emerged: “High by default due to fragile communication
between team and patient” and “High by default due to patient insecurity”. Conclusions: It
was concluded that the communication process between team and patient is fundamental for
comprehensive care in the network and to reduce the insecurity inherent to the person
hospitalized.

Key - words: Patient discharge. Hospitals, teaching. Patient dropouts.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 7
2 JUSTIFICATIVA 9
3 PERGUNTA DE PESQUISA 11
4 OBJETIVOS 12
5 MÉTODO 13
5.1 LOCAL DE ESTUDO 13
5.2 PARTICIPANTES DO ESTUDO 13
5.3 PROCEDIMENTOS DO ESTUDO 14
5.4 ASPECTOS ÉTICOS 14
5.5 COLETA DE DADOS 14
5.6 ANÁLISE DE DADOS 15
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO 17
6.1 CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES 17
6.2 CATEGORIAS TEMÁTICAS 17
6.2.1 ALTA À REVELIA POR FRAGILIDADE NA 18
COMUNICAÇÃO ENTRE EQUIPE E PACIENTE
6.2.2 ALTA À REVELIA POR INSEGURANÇA DO PACIENTE 22
7 CONCLUSÃO 24
REFERÊNCIAS 25
APÊNDICE A TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 27

APÊNDICE B CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES 28

APÊNDICE C INSTRUMENTO DA COLETA DE DADOS 29


ANEXO A PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP 30
7

1 INTRODUÇÃO

Os pressupostos para mudança do modelo de atenção, da lógica fragmentada do cuidado


para um olhar ampliado e com cuidado integral, incluem investimentos na Rede de Atenção
em Saúde (RAS). Entendida como “arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de
diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico,
logístico e de gestão”, buscam garantir a integralidade do cuidado”. Seu objetivo é prestar
atenção contínua, responsável, integral, humanizada e de qualidade. A RAS caracteriza-se
pela formação de relações horizontais e comunicação entre os pontos de atenção, esses que,
por sua vez, “são entendidos como espaços onde se ofertam determinados serviços de saúde,
por meio de uma produção singular” (BRASIL, 2010).
Nesse sentido, o processo de alta do usuário ocupa posição de destaque para a
articulação de serviços hospitalares como os da Atenção Básica, favorecendo o cuidado de
acordo com a necessidade da pessoa.
Alta é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como sendo “a liberação
de um paciente de um centro de cuidados, usualmente referindo-se a data em que o paciente
deixa o hospital” (COREN, 2010).
De acordo com Brasil (2002), a alta é um ato médico que determina a finalização da
modalidade de assistência que vinha sendo prestada ao paciente, ou seja, a finalização da
internação hospitalar. A pessoa poderá, caso necessário, continuar a receber outra modalidade
de cuidado no serviço de saúde que necessite ou no próprio domicílio.
A alta é
[...] um momento privilegiado para se produzir a continuidade do tratamento em
outros serviços, não apenas de forma burocrática, cumprindo um papel de contra
referência, mas pela construção ativa da linha de cuidado necessária àquele paciente
específico (CECÍLIO; MERHY, 2003, p. 6).

Assim, é essencial um planejamento para que a mesma ocorra. O plano de alta é uma
organização para expressar os cuidados que devem ser prestados a cada pessoa. Para ampliar
as ações do cuidado, o plano de alta deve ser individual e pode ser utilizado um roteiro com
condições específicas de cada pessoa, informações necessárias para a manutenção da saúde e
serviços de apoio. O ideal é que o planejamento da alta seja iniciado logo após a admissão do
cliente ou mesmo antes da internação, em nível ambulatorial, com a identificação das suas
necessidades ou potenciais (DE FIGUEIREDO, 2017).
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Considerando a integralidade do cuidado, o planejamento de alta é uma ação que


requer cuidado especial e é considerada uma atividade interdisciplinar envolvendo todos os
profissionais que prestam assistência ao paciente. Esse processo deve ser elaborado
juntamente com os profissionais que atuaram no cuidado, que podem dialogar com a família e
o paciente a respeito dos cuidados que podem ser realizados após a alta hospitalar. O
envolvimento da família é imprescindível para o sucesso no tratamento e deve ser
compartilhado com as equipes de Atenção Básica, do território de saúde. (SOUZA, 2017)
No entanto, existem algumas dificuldades para a realização de todo esse processo de
alta hospitalar se a instituição não adota estratégias de planejamento de alta responsável.
A alta à revelia ou evasão é a saída do paciente do hospital sem autorização médica e
sem comunicação da saída à unidade de cuidado (BRASIL, 2002). Ou seja, o próprio paciente
decide deixar o hospital por conta própria, sem o consentimento do médico/equipe, sendo essa
situação relacionada a casos de reinternação e mortalidade (COELHO, 2002).
Vale ressaltar que essas situações têm suporte em um dos princípios da bioética: a
autonomia, entendida como a capacidade de se autogovernar. Para que uma pessoa seja capaz
de realizar escolhas autônomas, é necessário que seja capaz de agir intencionalmente e que
tenha liberdade para agir dessa maneira. Menores de idade, pessoas com comprometimentos
mentais e alterações do nível consciência são exemplos de agentes que, permanente ou
temporariamente, não possuem capacidade de agir intencionalmente (BEAUCHAMP;
CHILDRESS, 1994).
Na vivência no cenário hospitalar, como estudante da 3ª série de Enfermagem,
observei que a saída do paciente à revelia acontece com frequência na Unidade Assistencial
Materno-Infantil de um hospital de ensino. De acordo com dados do Núcleo Técnico de
Informações do HC Famema, no período de janeiro de 2017 a março de 2018, 54 pacientes
saíram por alta à revelia desse Hospital, pessoas que foram para casa sem orientação alguma,
descontinuando o cuidado.
Durante o estágio no referido, me mobilizei com a saída de uma puérpera com seu
recém-nascido, sem estar de alta, sem orientações para seu cuidado e de seu bebê.
Considerando a importância do plano de alta para o cuidado integral da pessoa, a alta
sem elaboração do mesmo constitui-se em um problema relativo a falta de contra referência
para dar seguimento na Atenção Básica e no domicílio.
Quando isso acontece, vale lembrar da importância sobre as orientações e vínculo com
a pessoa internada e no trabalho da equipe. Ressalta-se que a pessoa que está internada está
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sob os cuidados da equipe de saúde, tornando-a algumas vezes uma pessoa dependente e
vulnerável, tanto emocional quanto fisicamente.
Ademais, destaca-se que alguns profissionais possuem pouca habilidade para realizar
o processo de alta hospitalar, com a devida educação em saúde necessária para o seguimento
em outro nível de atenção, que considere seu contexto de vida.
Esta situação impede a mudança do modelo hegemônico para o modelo de vigilância
em saúde, à medida em que não há a contra referência à Atenção Básica e não se privilegia a
integralidade do cuidado.
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2 JUSTIFICATIVA

Considerando a importância do cuidado integral à saúde das pessoas e o papel dos


serviços de saúde na rede de atenção, este estudo justifica-se pela possibilidade de conhecer
os motivos pelos quais levaram as pessoas a deixarem o hospital à revelia.
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3 PERGUNTA DE PESQUISA

Qual o motivo pelo qual as pessoas deixam a internação à revelia em um Hospital de


ensino, Unidade Materno Infantil?
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4 OBJETIVOS

 Compreender os motivos que levam as pessoas a deixarem a internação


hospitalar, sem terem recebido alta.
 Contribuir com reflexões que subsidiem ações para diminuir o número de altas
à revelia.
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5 MÉTODO

Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo, cujo objeto é a representação das pessoas


quanto aos motivos que as levaram a sair de alta à revelia Hospital de ensino, Unidade
Materno Infantil?
Um estudo descritivo descreve os fatos e fenômenos da realidade (TRIVIÑOS, 1987).
E, com a abordagem qualitativa, busca-se a compreensão dos fenômenos e experiências
humanas, partindo de uma relação de intersubjetividade, de interação, dentro de um processo
mais amplo de construção de conhecimentos (MINAYO, 2013). Neste sentido, a intenção é
considerar os motivos da saída hospitalar, sem estar de alta considerada pela equipe.

5.1 Local de estudo

O campo de estudo foi um município de médio porte do interior paulista. O Hospital


onde foi realizado o estudo constitui-se em uma Unidade Materno Infantil, no qual são
desenvolvidas ações de cuidado individual e coletivo, nas áreas de Atenção à Saúde da
Criança e Mulher com uma capacidade operacional de 102 leitos. Possui oito leitos de UTI
Neonatal, oito leitos na Unidade de Cuidados Intermediários, sete leitos de UTI Pediátrica, 24
leitos nas especialidades de Pediatria, 25 leitos clínico-cirúrgicos, 10 leitos de Ginecologia e
20 leitos de Obstetrícia que funciona em sistema de alojamento conjunto para o cuidado mãe-
bebê. Conta com sala de ordenha e prioriza o aleitamento materno, a ordenha direcionada e a
doação de leite humano. Possui ainda, Centro Cirúrgico e Centro Obstétrico e a Unidade de
Urgência, que visa prestar cuidado às urgências à criança e mulher utilizando-se da tecnologia
do Acolhimento com Avaliação e Classificação de Risco (HC FAMEMA, c2018).
O hospital é intitulado de Hospital Amigo da Criança, status de referência no que diz
respeito ao atendimento da mãe e do bebê, seguindo o que determinam as diretrizes do
Ministério da Saúde. (HC FAMEMA, c2018)

5.2 Participantes do estudo

A amostra foi constituída por pacientes que saíram de alta à revelia do Hospital
Materno Infantil no período de janeiro de 2017 a junho de 2018. Foram incluídos pacientes de
todas as unidades de internação moradores no município do hospital, que saíram de alta à
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revelia, totalizando 32 pacientes. Desses, foram realizadas 10 entrevistas, visto que 11 não foi
possível a localização do contato, e 11 se recusaram a participar.

5. 3 Procedimentos do estudo

Foi solicitado à Diretoria Clínica autorização para obter, junto ao Núcleo Técnico de
Informações, listagem com nome, endereço e número de telefone dos pacientes, bem como
idade, sexo, motivação e tempo de internação com alta à revelia do hospital em estudo, no
período de janeiro 2017 a junho de 2018.
Com as informações, foi traçado o perfil desses pacientes, quanto à idade, sexo,
motivação, tempo de internação e município de residência. Posteriormente, foram
selecionados os pacientes moradores no município do interior de São Paulo para a coleta de
dados por meio de entrevista.

5.4 Aspectos éticos

O projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da


Faculdade de Medicina de Marília, conforme Resolução do Conselho Nacional de Saúde nº
466/12 e aprovado sob n°2.915.460. Os participantes foram esclarecidos sobre a finalidade da
pesquisa, bem como sobre a manutenção do sigilo, do anonimato e do direito de participação
ou recusa em qualquer momento do estudo. Foi solicitada, ainda, autorização para gravação, o
uso da informação, de seus direitos a esse acesso e não prejuízo a qualquer tratamento
institucional, bem como a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido-TCLE
(APÊNDICE A)

5.5 Coleta de dados

Os dados referentes à caracterização dos participantes foram coletados por meio das
informações obtidas no NTI e organizados por meio de instrumento (APÊNDICE B).
A coleta de dados sobre os motivos para alta à revelia foi realizada por meio de
entrevista norteada por duas questões: Qual(is) o(s) motivos que a levaram a sua internação e
qual(is) o(s) motivos que a(o) levaram a sair do hospital antes receber alta?
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Foi realizado contato telefônico com as pessoas para agendamento das entrevistas em
seus domicílios, no melhor dia e horário para os participantes. As entrevistas tiveram duração
média de 20 minutos, foram gravadas e transcritas na íntegra pelo pesquisador.

5.6 Análise dos dados

A caracterização dos participantes foi apresentada por número absoluto.


A análise dos dados obtidos nas entrevistas ocorreu por meio da técnica de análise de
conteúdo, modalidade temática, proposta por Minayo (2016). Segundo essa autora, a análise
do conteúdo é “uma técnica de investigação, que através de uma descrição objetiva,
sistemática e quantitativa do conteúdo manifesto das comunicações, tem por finalidade a
interpretação destas mesmas comunicações (p. 226)”. Segundo Minayo (2013), a análise dos
dados possui três finalidades: estabelecer uma compreensão dos dados coletados, responder às
questões formuladas ou aos pressupostos da pesquisa e ampliar o conhecimento sobre o tema
em estudo, articulando-o ao contexto cultural do qual faz parte.
Na análise de conteúdo foram seguidos os passos: 1) ordenação dos dados; 2)
classificação dos dados; 3) análise final.
Na fase de ordenação dos dados, buscou-se a organização do material e
reconhecimento das ideias iniciais do texto, tendo sido realizada leitura de cada entrevista,
com o objetivo de reconhecer o texto e nos aproximarmos das impressões e orientação para
iniciar a análise dos dados propriamente dita.
Na fase de classificação dos dados, o material foi submetido a um estudo
aprofundado, orientado pelos objetivos e referenciais teóricos, desmembrando-se as unidades
de registro, ou seja, realizada uma codificação que corresponde à transformação dos dados
brutos do texto, transformação esta que, por recorte do texto, classificação e agregação,
possibilita atingir uma representação do conteúdo para categorização. A codificação foi feita
por frases, em cada um dos depoimentos do grupo focal. Cada frase representou uma unidade
de registro, ou seja, uma unidade de sentido a exprimir um pensamento. Assim surgiram
indicadores que possibilitaram uma classificação por categorias empíricas, ou seja, aquelas
construídas no decorrer da análise. No momento de análise final foi estabelecida a articulação
entre os dados obtidos e os referenciais teóricos, respondendo às questões e objetivos da
pesquisa, procurando relações entre o concreto e abstrato, o geral e o particular e entre a teoria
e a prática. Assim, procurou-se responder as inquietações do estudo, contemplando-se as
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finalidades de compreender os dados coletados, responder à questão que originou a pesquisa,


com ampliação do conhecimento sobre o tema (MINAYO,2016).
A fim de garantir anonimato, os participantes foram identificados com a letra “E” (em
menção à entrevista) seguida por número que indica a ordem de participação.
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6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Inicialmente, os resultados são apresentados com a caracterização dos participantes e


posteriormente, as categorias temáticas.

6.1 Caracterização dos participantes

Quadro 1, é apresentada a caracterização dos participantes.


Quadro 1 – Caracterização dos participantes segundo idade, sexo, motivo e tempo de
internação, 2018.
Número Idade Sexo Motivo internação Tempo
(anos) internação
(horas)
01 33 Feminino Parto 132
02 18 Feminino Parto 98
03 62 Feminino Curetagem 27
04 47 Feminino Curetagem 21
05 36 Feminino Curetagem 3
06 26 Feminino Parto 17
07 31 Feminino Parto 88
08 27 Feminino Parto 44
09 24 Feminino Hipertensão arterial 102
10 41 Feminino Histerectomia 98
Fonte: Núcleo Técnico de Informações

Todas as participantes eram do sexo feminino, com idade entre 18 e 62 anos. Os


motivos da internação foram cinco (50%) para parto, três (30%) para curetagem, uma (10%)
por hipertensão arterial e uma (10%) para histerectomia. O tempo de internação variou de três
a 132 horas, sendo a média de 63 horas, aproximadamente dois dias e meio.

6.2 Categorias Temáticas

A partir da análise dos dados emergiram duas categorias temática, Alta à revelia por
fragilidade na comunicação equipe-paciente e Alta à revelia por insegurança da paciente, que
são apresentadas no quadro abaixo, bem como os núcleos de sentido.
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Quadro 2 – Categorias e Núcleos de sentido

Categorias Temáticas Núcleos de sentido


Alta à revelia pelas fragilidades na Comunicação e
relação entre profissional e paciente
Alta à revelia pela dificuldade em compreender e aceitar
a necessidade do cuidado efetivo ao binômio mãe-bebê.
Falta de continência da equipe às dúvidas.
Alta à revelia por fragilidade na Fragilidade na comunicação entre equipe e paciente
comunicação equipe-paciente sobre entendimento do processo de alta.
Falta de comunicação entre equipe e paciente e
esclarecimento sobre os questionamentos da paciente.
Fragilidade na comunicação entre equipe e paciente
sobre entendimento da sua situação e do processo de
alta.
Falta de orientação sobre a importância da permanência
no hospital gerando incômodo e falta de adesão.
Expectativas divergentes quanto ao tempo de espera
para evolução e resolução da gravidez
Ansiedade em relação à espera e sensação de desamparo
da família.
Dificuldade de esperar, pela falta de entendimento da
importância da permanência no hospital.
Alta à revelia pela insegurança em relação ao seu caso e
processo de internação.
Alta à revelia por insegurança da Alta à revelia pela insegurança e falta de escuta da
paciente paciente.
Percepção de incoerência entre as condutas e
informações ao longo do processo de cuidado.
Medo do desconhecido pela troca de informações entre
os pacientes.
Medo do desconhecido e pré-conceitos diante da
fragilidade da estrutura física do hospital.
Medo do desconhecido pela falta do entendimento do
processo de internação em hospital público e associação
com o descaso de equipe.

6.2.1 Alta à revelia por fragilidade na comunicação entre equipe e paciente

Os participantes revelam como motivos para a alta à revelia a fragilidade na


comunicação entre equipe e paciente. Esta fragilidade perpassa diversos aspectos da
comunicação durante a internação, um deles é o entendimento do processo de alta, conforme a
fala abaixo:
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“Eu assinei os papéis dela só que como eu tinha assinado o dela,


achei que também tinha assinado o meu, mas não era e ninguém me
avisou que tinha que esperar eu achei que como tinha dado alta e
dado os papéis para assinar dela, eu podia sair.” (E1)

Segundo a OMS, o processo de alta hospitalar deve acontecer com todos os


profissionais que estão envolvidos diretamente com o paciente, sendo assim uma atividade
interdisciplinar trazendo o enfermeiro como responsável por realizar todo este processo
(COREN,2010).
Como pode ser visto na fala da participante é possível perceber que houve uma falha
no entendimento de como ocorre esse processo e, consequentemente, uma falha na
comunicação entre equipe e paciente.
A comunicação, derivada do latim “communicare”, significa partilhar, tornar comum,
sendo necessário pelo menos duas pessoas, um emissor e um receptor de certa mensagem.
Porém, não é sempre algo que encontramos dentro dos hospitais ou serviços de saúde
(CORIOLANO-MARINUS et al., 2014).
O profissional de saúde deve sempre buscar entender melhor as características da
personalidade de seus pacientes, pois desta maneira poderá entende-lo, utilizando-se o mesmo
tipo de linguagem, sempre se atentando para uma comunicação entre profissional e paciente,
levando em consideração sua idade e escolaridade, pois não se deve tratar um adulto como
criança e nem o contrário. A comunicação em si somente irá trazer resultados positivos
quando a pessoa que estiver recebendo a mensagem obter entendimento do que está sendo
falado (CORIOLANO-MARINUS et al., 2014).
Sempre deve-se garantir que o paciente está totalmente esclarecido, seja sobre a sua
condição de saúde ou ao processo de alta hospitalar, de modo contrário ao que foi evidenciado
na fala abaixo:
“Aí ninguém me disse nada eu ainda perguntava e ninguém me
falava, diziam que iam falar com um médico, falar com a equipe aí
acabei indo embora. “(E1)

Pois quando o paciente é totalmente esclarecido do que está acontecendo ou do que irá
acontecer com ele, todo o processo se torna mais benéfico, tanto para o paciente que pode
precisar dar continuidade no seu cuidado fora do hospital, evidenciando-se novamente
essencial o processo de comunicação entre paciente e equipe, ajudando assim, a ter um
melhor processo de recuperação e evitando reinternações. (CORIOLANO-MARINUS et al.,
2014)
20

Nos depoimentos das participantes ressalta-se a falta da comunicação efetiva entre


paciente em equipe, cujas dúvidas dos pacientes não são sanadas e estes não recebem todas as
informações necessárias sobre a sua condição de saúde ou do seu familiar hospitalizado. Isto
acaba gerando ansiedade e muitas vezes assustando o paciente, visto que este não se torna
partícipe durante o processo de hospitalização, causando insatisfação quanto aos cuidados
oferecidos a ele.
Berwick (1994) define a qualidade da assistência dentro dos serviços de saúde como
sendo a satisfação das necessidades de saúde do paciente, que é para estas pessoas que devem
ser focadas os planos para buscarem a melhor qualidade possível. As pessoas devem ser
escutadas, seja com relação a atitudes da equipe, com relação a estrutura hospitalar, sobre
como está sendo o processo do tratamento com relação a sua saúde e sobre suas
necessidades/desejos pois são a partir destes que são elaborados os planos para a melhoria da
qualidade dos serviços de saúde. (SANTOS, Sérgio Ribeiro dos et aI, 1999)
É importante mostrar clareza quanto ao segmento do cuidado, e reforçar a importância
de cada etapa para que os pacientes ou familiares entendam a necessidade da e realização de
exames ou de procedimentos para que seja assegurada também qualidade no cuidado nos
serviços de saúde. (SANTOS, Sérgio Ribeiro dos et aI, 1999)
Como é demonstrado na fala a seguir, não é realizado o processo de escuta das
demandas do paciente, bem como a construção da autonomia da paciente, por meio de todas
as informações necessárias sobre a internação e a importância da alta ocorrer no momento
adequado, considerando a necessidade do acompanhamento na Rede de Atenção.
“Não deu tempo de ninguém falar comigo, a enfermeira só falou que
não podia tá fazendo isso, pois colocava o bebê em risco e a minha
vida também, ai peguei nem liguei, arrumei minha cama e fui embora,
a noite meu marido me buscou e não falei pra ninguém não.” (E7)

Além do entendimento do processo de alta, houve também fragilidade na comunicação


em virtude da dificuldade do entendimento do processo de cuidado, associado às necessidades
familiares fora do ambiente hospitalar, conforme observa-se na fala abaixo:

“[...] estava pra ter alta, inventaram de fazer exame de sangue no


meu filho, isso já era quase cinco da tarde porque falaram que tava
amarelinho... Ai quiseram fazer esse exame que demora quase uma
hora pra sair e peguei e conversei com eles falei que não podia ficar
mais uma noite lá que tinha um filho em casa de 1 ano e meio, e esse
meu filho tava ficando doente porque tava sem mim... eles não queria
me liberar ai peguei e sai [...]” (E8)
21

Algumas teorias definem Família como um conjunto de elementos interligados tendo


como base um mesmo objetivo que seria de alcançar o equilíbrio, físico e emocional. Existem
certos fatores que interferem neste objetivo, como o ambiente que se encontram, a capacidade
de reação da família frente a contratempos e a quantidade de recursos para lidar com tais
adversidades. Estas intercedem na homeostase familiar modificando o dinamismo da família
(PASSOS, 2015), como observado no relato da participante ao sair de alta à revelia por
necessidade de resolver uma situação familiar.
Nesse sentido, o processo de adoecimento juntamente com a inaptidão da família
frente a tal situação, gera repercussões dentro do circulo familiar, sendo ainda maiores quando
existe a necessidade de hospitalização, pois geralmente isto esta acarretado a algum nível de
dependência da pessoa que esta sendo cuidada e é neste momento que a família se sente
despreparada. (PASSOS, 2015)
A dificuldade de comunicação entre paciente e equipe médica, ainda é apontada
explicitando-se a relação de poder no processo do cuidado em saúde, conforme expressa a fala
seguinte:
“[...] falei que não ia fazer a curetagem ai ela começou a aumentar a
voz dela gritando que eu ia fazer uma curetagem sim e tinha 5
estudante com ela, ai ela começou se alterar falando que quem
mandava ali era ela, que eu ia fazer a curetagem sim ai retruquei com
ela que eu internei, passei 5 dias internada pra fazer a retirada do
útero”.(E10).

Com este tipo relação entre profissional de saúde-paciente o resultado pode ser o
agravo da situação de saúde que o paciente se encontra, que para serem evitados, deve-se
conscientizar os profissionais da saúde, sobre as consequências e falhas que atitudes como a
descrita acima podem gerar.
Assim, deve-se descontruir o processo de comunicação que é caracterizado como
relações de poder, este deve ser estabelecido com atitudes de sensibilidade, de aceitação e de
empatia pela pessoa, tendo a consciência que este processo se dá tanto pelo ato verbal e como
pelo não verbal, visto que gestos ou posturas perante o paciente podem ser interpretadas de
diversas maneiras (CORIOLANO-MARINUS et al., 2014)
Nesse sentido, vale ressaltar a importância de se utilizar todos os sentidos possíveis
para interpretar as expressões feitas pelos usuários, levar em conta o seu contexto de vida e
cultura. Deve-se considerar, também que como a mensagem é transmitida e como ela será
interpretada pelo paciente, levando em conta as emoções dos envolvidos na conversa
(CORIOLANO-MARINUS et al., 2014).
22

A comunicação em saúde é usada com diversos objetivos, entre eles: o principal de


fornecer informações, persuadir o paciente para gerar mudanças de comportamento ou fazê-lo
entender sobre o porquê de certas mudanças nos procedimentos que seriam realizados com
ele. (CORIOLANO-MARINUS et al., 2014)

6.3.2 Alta à revelia por insegurança do paciente

A fala abaixo retrata a insegurança da paciente como motivadora da alta à revelia:

“[...] no meu quarto teve uma paciente que teve hemorragia a noite
inteira e enfermeiro entrando, tirando um monte de lençóis com
sangue e aquilo me impressionou, pois nunca tinha sido internada em
hospital público, sempre hospital particular” (E3).

Nos dias de hoje, para todos nós, o processo de ser hospitalizado, pode parecer algo
rotineiro pois a maioria de nós temos contato direta e indiretamente com isto. Sempre
esperamos que o hospital tenha a equipe de saúde, dividida em suas diversas especialidades
que um hospital demanda e que o mesmo forneça recursos tecnológicos para nos atender.
Porém todo o processo de hospitalização nem sempre pode ocorrer desta maneira. (ABRÃO
et al., 2014).
O medo do desconhecido, muitas vezes acaba despertando uma certa insegurança
quanto ao local em que estamos e também o fato de não termos a certeza do que irá acontecer,
acaba assustando os pacientes, fazendo com que tomem decisões precipitadas com base no
medo, insegurança e estresse (ABRÃO et al., 2014).
Os sentimentos de medos e insegurança vem juntamente com o sentimento de
desconhecimento, seja na relação com o ambiente ou na relação de contato humano com os
profissionais da equipe. É neste momento que a equipe deve entrar e realizar o seu papel
essencial para o processo de hospitalização, onde devem agir de maneira a entender que ações
dadas como ordinárias, como o toque, dialogo e fornecer informações de maneira empática,
são fatores que contribuem de modo considerável para diminuir os sentimentos de medo e
insegurança. (ABRÃO et al., 2014)
Para o paciente, o fato de estar internado, longe de sua família, vivenciando
experiências novas que não contribuem para seu processo de hospitalização, isto somente
contribui para o aumento do medo e da insegurança que consequentemente assusta o paciente
fazendo com que tome alguma decisão errada no momento como por exemplo sair do hospital
por alta à revelia como mostra a fala a seguir (ABRÃO et al.., 2014)
23

“Bom eu já estava aterrorizada ai no outro quarto a menina já


começou a contar uma história que entrou com infecção urinaria
estando de 8 meses e perdeu o bebê (E3)

Nessa altura eu já peguei meu travesseiro e minhas coisas e mandei


meu marido me buscar porque me senti insegura, e estava correndo
boatos de infecção hospitalar e que não foi o primeiro bebê que tinha
morrido...”(E3)
24

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando que o objetivo desse trabalho que foi entender quais os motivos que
levam os pacientes hospitalizados em um Hospital de ensino Unidade Materno Infantil, a
saírem por alta à revelia, foi possível compreender os diferentes fatores que interferiram na
decisão de os participantes deixarem o hospital antes de receberem alta.
A partir dos relatos observou-se que a fragilidade no processo de comunicação entre
equipe de saúde e paciente é fator preponderante para a decisão do paciente em deixar o
hospital antes de ter recebido alta. Essa fragilidade potencializa a insegurança do paciente em
relação aos cuidados em saúde prestados no serviço, bem como dificulta a compreensão da
necessidade dos planos de cuidados em relação ao seu agravo em saúde. Outro motivo
observado em relação à alta à revelia foi o fato do paciente sentir-se inseguro durante a
internação, situação essa inerente a esse momento vivenciado.
Depreende-se, portanto, a necessidade de espaços de discussões dessa problemática,
para que a equipe possa refletir sobre a situação das altas à revelia e avançar no
desenvolvimento de comunicação em saúde efetiva, visando a diminuição dessas com
planejamento de alta responsável e qualificação do cuidado.
25

REFERÊNCIAS

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terapia intensiva. Rev.Enferm. UFPE, Recife, v. 8, n. 3, p. 525-527, mar. 2014.

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diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de
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CAT Nº 023/2010. São Paulo: Coren-SP, 2010. Disponível em: https://portal.coren-
sp.gov.br/sites/default/files/parecer_coren_sp_2010_23.pdf. Acesso em: 10 jul. 2018.

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integrativa da literatura. Saúde Soc., São Paulo, v. 23, n. 4, p. 1336-1369, ago. 2014.

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acompanhados em serviço de orientação e referenciamento farmacoterapêutico. Rev. APS,
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26

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educação. São Paulo: Atlas, 1987.
27

APÊNDICE A
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Eu Cássia Regina Fernandes Biffe Peres, responsável pela pesquisa, “Alta à revelia:
motivações em um Hospital de Ensino” convido você a participar como voluntário (a) deste
estudo por ter passado por internação no Hospital Materno Infantil.
Esta pesquisa pretende conhecer os motivos pelos quais as pessoas deixam a
internação hospitalar sem terem recebido alta.
Para a realização da pesquisa o Sr (a) deverá conceder entrevista com duração média
de 30 minutos.
Não há riscos relacionados com a sua participação. Caso perceba qualquer risco ou
dano à sua saúde não previstos neste termo, o Sr.(a) tem o direito de não participar mais da
entrevista. Durante todo o período da pesquisa você tem o direito de tirar qualquer dúvida ou
pedir qualquer outro esclarecimento, bastando para isso entrar em contato, usando o endereço
ou telefone do pesquisador principal ou orientadora, que constam neste termo (vide abaixo).
Você tem garantido o seu direito de não aceitar participar ou de retirar sua permissão,
a qualquer momento, sem nenhum tipo de prejuízo ou retaliação pela sua decisão no
atendimento às suas necessidades de saúde. As informações desta pesquisa serão
confidencias, e poderão ser divulgadas apenas em eventos ou publicações científicas, não
havendo identificação dos voluntários, sendo assegurado o sigilo sobre sua participação. O
(A) Sr (a) não terá nenhuma despesa e também não receberá nenhuma remuneração com a sua
participação.
Consentimento Pós Informação
Eu,_________________________________________, RG___________________, após a
leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com a pesquisadora
responsável para esclarecer todas as minhas dúvidas, estou suficientemente informado(a),
ficando claro para mim que minha participação é voluntária e que posso retirar este
consentimento a qualquer momento sem penalidades ou perda de qualquer benefício. Estou
ciente também do objetivo da pesquisa, dos procedimentos aos quais serei submetido, de não
haver riscos à saúde, da garantia de confidencialidade, esclarecimentos, e que não terei gastos
ou remuneração pela minha participação. Diante do exposto, expresso minha concordância de
espontânea vontade em participar deste estudo.

Assinatura do Participante Pesquisador: Rafael Profª DrªCassia Regina


Massinatori Peres Fernandes Biffe Peres
RG: Profª da Faculdade de
RG: 43.867.825-4 Medicina de Marília
Fone: 14) 99693-6822 Orientadora da Pesquisa
RG: 23351352-8
e-mail: COREN/SP: 71815
rafaelmperes@hotmail.com Fone:(14) 3402 1744 – ramal
1316
e-mail: cassiabp@famema.br
28

APÊNDICE B
Caracterização dos participantes

Motivo Tempo Município de Procedência


Número Idade Sexo Internação Internação
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APÊNDICE C
Instrumento da Coleta de Dados

Questão norteadora para entrevista


Qual(is) o(s) motivos que a levaram a sua internação?
Qual(is) o(s) motivos que a(o) levaram a sair do hospital antes receber alta?
30

ANEXO A
Parecer Consubstanciado do CEP
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