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CURSO DE ENFERMAGEM
MARÍLIA
2019
Rafael Massinatori Peres
Marília
2019
Ficha Catalográfica
Rafael Massinatori Peres
Banca examinadora:
_________________________________
Profª Drª Cássia Regina F. Biffe Peres
Faculdade de Medicina de Marília
_________________________________
Profª Drª Renata Marques de Oliveira
Faculdade de Medicina de Marília
_________________________________
Drª Danielle Abdel Massih Pio
Faculdade de Medicina de Marília
Sou grato à minha família pelo apoio que sempre me deram durante toda a minha vida.
Deixo um agradecimento especial a minha orientadora pelo incentivo e pela dedicação do seu
escasso tempo ao meu projeto de pesquisa.
Também quero agradecer à Universidade FAMEMA e a todos os professores do meu curso
pela elevada qualidade do ensino oferecido.
PERES, R. M. Alta à revelia: motivação em um hospital de ensino. 2019. Trabalho de
Conclusão de Curso (Bacharelado em Enfermagem) – Faculdade de Medicina de Marília,
Marília, 2019.
RESUMO
ABSTRACT
Introduction: The process of hospital discharge is important for the articulation of hospital
services with those of Primary Care, favoring care according to the need of the person.
However, during a curricular internship in a teaching hospital, there was a high occurrence of
absence by default, which consists of the patient leaving the hospital on his own, without
having been discharged from hospital care, as well as the elaboration of discharge plan for
home care follow-up. Given this observation, this research started from the following
question: "What is the motivation for patients to leave hospitalization by default?". Objective:
To understand the reasons that lead people to leave the hospital in a teaching hospital in a
medium-sized city in the interior of São Paulo. Method: Qualitative research, whose
participants were 10 people, residents of the hospital municipality, who left the hospital in
absentia, from January 2017 to June 2018. The data collection took place through semi-
structured interviews with guiding questions. addressed, how was the process of
hospitalization and discharge. Data were analyzed using Content Analysis, thematic modality.
Results: Two thematic categories emerged: “High by default due to fragile communication
between team and patient” and “High by default due to patient insecurity”. Conclusions: It
was concluded that the communication process between team and patient is fundamental for
comprehensive care in the network and to reduce the insecurity inherent to the person
hospitalized.
1 INTRODUÇÃO 7
2 JUSTIFICATIVA 9
3 PERGUNTA DE PESQUISA 11
4 OBJETIVOS 12
5 MÉTODO 13
5.1 LOCAL DE ESTUDO 13
5.2 PARTICIPANTES DO ESTUDO 13
5.3 PROCEDIMENTOS DO ESTUDO 14
5.4 ASPECTOS ÉTICOS 14
5.5 COLETA DE DADOS 14
5.6 ANÁLISE DE DADOS 15
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO 17
6.1 CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES 17
6.2 CATEGORIAS TEMÁTICAS 17
6.2.1 ALTA À REVELIA POR FRAGILIDADE NA 18
COMUNICAÇÃO ENTRE EQUIPE E PACIENTE
6.2.2 ALTA À REVELIA POR INSEGURANÇA DO PACIENTE 22
7 CONCLUSÃO 24
REFERÊNCIAS 25
APÊNDICE A TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 27
1 INTRODUÇÃO
Assim, é essencial um planejamento para que a mesma ocorra. O plano de alta é uma
organização para expressar os cuidados que devem ser prestados a cada pessoa. Para ampliar
as ações do cuidado, o plano de alta deve ser individual e pode ser utilizado um roteiro com
condições específicas de cada pessoa, informações necessárias para a manutenção da saúde e
serviços de apoio. O ideal é que o planejamento da alta seja iniciado logo após a admissão do
cliente ou mesmo antes da internação, em nível ambulatorial, com a identificação das suas
necessidades ou potenciais (DE FIGUEIREDO, 2017).
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sob os cuidados da equipe de saúde, tornando-a algumas vezes uma pessoa dependente e
vulnerável, tanto emocional quanto fisicamente.
Ademais, destaca-se que alguns profissionais possuem pouca habilidade para realizar
o processo de alta hospitalar, com a devida educação em saúde necessária para o seguimento
em outro nível de atenção, que considere seu contexto de vida.
Esta situação impede a mudança do modelo hegemônico para o modelo de vigilância
em saúde, à medida em que não há a contra referência à Atenção Básica e não se privilegia a
integralidade do cuidado.
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2 JUSTIFICATIVA
3 PERGUNTA DE PESQUISA
4 OBJETIVOS
5 MÉTODO
A amostra foi constituída por pacientes que saíram de alta à revelia do Hospital
Materno Infantil no período de janeiro de 2017 a junho de 2018. Foram incluídos pacientes de
todas as unidades de internação moradores no município do hospital, que saíram de alta à
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revelia, totalizando 32 pacientes. Desses, foram realizadas 10 entrevistas, visto que 11 não foi
possível a localização do contato, e 11 se recusaram a participar.
5. 3 Procedimentos do estudo
Foi solicitado à Diretoria Clínica autorização para obter, junto ao Núcleo Técnico de
Informações, listagem com nome, endereço e número de telefone dos pacientes, bem como
idade, sexo, motivação e tempo de internação com alta à revelia do hospital em estudo, no
período de janeiro 2017 a junho de 2018.
Com as informações, foi traçado o perfil desses pacientes, quanto à idade, sexo,
motivação, tempo de internação e município de residência. Posteriormente, foram
selecionados os pacientes moradores no município do interior de São Paulo para a coleta de
dados por meio de entrevista.
Os dados referentes à caracterização dos participantes foram coletados por meio das
informações obtidas no NTI e organizados por meio de instrumento (APÊNDICE B).
A coleta de dados sobre os motivos para alta à revelia foi realizada por meio de
entrevista norteada por duas questões: Qual(is) o(s) motivos que a levaram a sua internação e
qual(is) o(s) motivos que a(o) levaram a sair do hospital antes receber alta?
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Foi realizado contato telefônico com as pessoas para agendamento das entrevistas em
seus domicílios, no melhor dia e horário para os participantes. As entrevistas tiveram duração
média de 20 minutos, foram gravadas e transcritas na íntegra pelo pesquisador.
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir da análise dos dados emergiram duas categorias temática, Alta à revelia por
fragilidade na comunicação equipe-paciente e Alta à revelia por insegurança da paciente, que
são apresentadas no quadro abaixo, bem como os núcleos de sentido.
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Pois quando o paciente é totalmente esclarecido do que está acontecendo ou do que irá
acontecer com ele, todo o processo se torna mais benéfico, tanto para o paciente que pode
precisar dar continuidade no seu cuidado fora do hospital, evidenciando-se novamente
essencial o processo de comunicação entre paciente e equipe, ajudando assim, a ter um
melhor processo de recuperação e evitando reinternações. (CORIOLANO-MARINUS et al.,
2014)
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Com este tipo relação entre profissional de saúde-paciente o resultado pode ser o
agravo da situação de saúde que o paciente se encontra, que para serem evitados, deve-se
conscientizar os profissionais da saúde, sobre as consequências e falhas que atitudes como a
descrita acima podem gerar.
Assim, deve-se descontruir o processo de comunicação que é caracterizado como
relações de poder, este deve ser estabelecido com atitudes de sensibilidade, de aceitação e de
empatia pela pessoa, tendo a consciência que este processo se dá tanto pelo ato verbal e como
pelo não verbal, visto que gestos ou posturas perante o paciente podem ser interpretadas de
diversas maneiras (CORIOLANO-MARINUS et al., 2014)
Nesse sentido, vale ressaltar a importância de se utilizar todos os sentidos possíveis
para interpretar as expressões feitas pelos usuários, levar em conta o seu contexto de vida e
cultura. Deve-se considerar, também que como a mensagem é transmitida e como ela será
interpretada pelo paciente, levando em conta as emoções dos envolvidos na conversa
(CORIOLANO-MARINUS et al., 2014).
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“[...] no meu quarto teve uma paciente que teve hemorragia a noite
inteira e enfermeiro entrando, tirando um monte de lençóis com
sangue e aquilo me impressionou, pois nunca tinha sido internada em
hospital público, sempre hospital particular” (E3).
Nos dias de hoje, para todos nós, o processo de ser hospitalizado, pode parecer algo
rotineiro pois a maioria de nós temos contato direta e indiretamente com isto. Sempre
esperamos que o hospital tenha a equipe de saúde, dividida em suas diversas especialidades
que um hospital demanda e que o mesmo forneça recursos tecnológicos para nos atender.
Porém todo o processo de hospitalização nem sempre pode ocorrer desta maneira. (ABRÃO
et al., 2014).
O medo do desconhecido, muitas vezes acaba despertando uma certa insegurança
quanto ao local em que estamos e também o fato de não termos a certeza do que irá acontecer,
acaba assustando os pacientes, fazendo com que tomem decisões precipitadas com base no
medo, insegurança e estresse (ABRÃO et al., 2014).
Os sentimentos de medos e insegurança vem juntamente com o sentimento de
desconhecimento, seja na relação com o ambiente ou na relação de contato humano com os
profissionais da equipe. É neste momento que a equipe deve entrar e realizar o seu papel
essencial para o processo de hospitalização, onde devem agir de maneira a entender que ações
dadas como ordinárias, como o toque, dialogo e fornecer informações de maneira empática,
são fatores que contribuem de modo considerável para diminuir os sentimentos de medo e
insegurança. (ABRÃO et al., 2014)
Para o paciente, o fato de estar internado, longe de sua família, vivenciando
experiências novas que não contribuem para seu processo de hospitalização, isto somente
contribui para o aumento do medo e da insegurança que consequentemente assusta o paciente
fazendo com que tome alguma decisão errada no momento como por exemplo sair do hospital
por alta à revelia como mostra a fala a seguir (ABRÃO et al.., 2014)
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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando que o objetivo desse trabalho que foi entender quais os motivos que
levam os pacientes hospitalizados em um Hospital de ensino Unidade Materno Infantil, a
saírem por alta à revelia, foi possível compreender os diferentes fatores que interferiram na
decisão de os participantes deixarem o hospital antes de receberem alta.
A partir dos relatos observou-se que a fragilidade no processo de comunicação entre
equipe de saúde e paciente é fator preponderante para a decisão do paciente em deixar o
hospital antes de ter recebido alta. Essa fragilidade potencializa a insegurança do paciente em
relação aos cuidados em saúde prestados no serviço, bem como dificulta a compreensão da
necessidade dos planos de cuidados em relação ao seu agravo em saúde. Outro motivo
observado em relação à alta à revelia foi o fato do paciente sentir-se inseguro durante a
internação, situação essa inerente a esse momento vivenciado.
Depreende-se, portanto, a necessidade de espaços de discussões dessa problemática,
para que a equipe possa refletir sobre a situação das altas à revelia e avançar no
desenvolvimento de comunicação em saúde efetiva, visando a diminuição dessas com
planejamento de alta responsável e qualificação do cuidado.
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REFERÊNCIAS
COELHO, A. R. A face do sujeito sem alta médica: a discussão sobre a autonomia e a postura
do profissional psicólogo. Psicol. Cienc. Prof. Brasília, v. 22, n. 3, p. 38-45, set. 2002.
APÊNDICE A
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Eu Cássia Regina Fernandes Biffe Peres, responsável pela pesquisa, “Alta à revelia:
motivações em um Hospital de Ensino” convido você a participar como voluntário (a) deste
estudo por ter passado por internação no Hospital Materno Infantil.
Esta pesquisa pretende conhecer os motivos pelos quais as pessoas deixam a
internação hospitalar sem terem recebido alta.
Para a realização da pesquisa o Sr (a) deverá conceder entrevista com duração média
de 30 minutos.
Não há riscos relacionados com a sua participação. Caso perceba qualquer risco ou
dano à sua saúde não previstos neste termo, o Sr.(a) tem o direito de não participar mais da
entrevista. Durante todo o período da pesquisa você tem o direito de tirar qualquer dúvida ou
pedir qualquer outro esclarecimento, bastando para isso entrar em contato, usando o endereço
ou telefone do pesquisador principal ou orientadora, que constam neste termo (vide abaixo).
Você tem garantido o seu direito de não aceitar participar ou de retirar sua permissão,
a qualquer momento, sem nenhum tipo de prejuízo ou retaliação pela sua decisão no
atendimento às suas necessidades de saúde. As informações desta pesquisa serão
confidencias, e poderão ser divulgadas apenas em eventos ou publicações científicas, não
havendo identificação dos voluntários, sendo assegurado o sigilo sobre sua participação. O
(A) Sr (a) não terá nenhuma despesa e também não receberá nenhuma remuneração com a sua
participação.
Consentimento Pós Informação
Eu,_________________________________________, RG___________________, após a
leitura deste documento e ter tido a oportunidade de conversar com a pesquisadora
responsável para esclarecer todas as minhas dúvidas, estou suficientemente informado(a),
ficando claro para mim que minha participação é voluntária e que posso retirar este
consentimento a qualquer momento sem penalidades ou perda de qualquer benefício. Estou
ciente também do objetivo da pesquisa, dos procedimentos aos quais serei submetido, de não
haver riscos à saúde, da garantia de confidencialidade, esclarecimentos, e que não terei gastos
ou remuneração pela minha participação. Diante do exposto, expresso minha concordância de
espontânea vontade em participar deste estudo.
APÊNDICE B
Caracterização dos participantes
APÊNDICE C
Instrumento da Coleta de Dados
ANEXO A
Parecer Consubstanciado do CEP
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