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Tratamento de Algias Periféricas na MTC

Dr. Wu Tou Kwang


Dr. Ephraim Ferreira Medeiros
DOR E CONGESTÃO
• As dores, na maioria dos casos, ocorrem
por congestão de Qi, Xue ou Toxinas
(Umidade, Muco). Caracterizam-se por
exacerbação pela palpação superficial.
São as dores por congestão, provocadas
principalmente por entrada de Xie.
DOR E CONGESTÃO
• O Xie pode penetrar no corpo quando
estiver muito forte, quando aparecer
fora da estação correspondente (pega
o pessoal desprevenido), quando o
paciente não se preparou para as
mudanças de ambientes e condições,
ou quando o paciente está
enfraquecido (situação freqüente).
DOR E CONGESTÃO
• Ataca através dos Canais Secundários da
pele, ou via tubo digestivo. Provoca
estagnações e bloqueios de Qi e Xue, e
conseqüentemente, as dores. Podem
ocorrer 3 possibilidades:

1) a energia correta, Zheng Qi, está pleno e


expulsa o Xie;
2) a energia correta está fraca, ocorrem
congestões e dores;
3) não vence a energia correta nem o Xie,
este fica latente na pele, aguarda momento
propício para penetração, podendo provocar
áreas doloridas superficiais.
DOR E CONGESTÃO
• As congestões com presença de Xie
apresentam dores periféricas ou viscerais mais
violentas do que na ausência de Xie.
• As articulações e as dobras do corpo são mais
susceptíveis às congestões e às inflamações.
Correspondem às “Obstruções Dolorosas” ou
chamadas pelos chineses de “Síndromes Bi”. O
reumatismo é chamado de “Vento Umidade”, no
fundo significa “Vento, Frio, Umidade”,
considerando que os chineses costumam omitir
algumas palavras para encurtar as frases.
DOR E CONGESTÃO
• Nas Síndromes Bi, existem os tipos Yang (Calor, Vento)
e Yin (Frio, Umidade), provocando quadros clínicos
diferentes:
• a) Vento - dores migratórias;
• b) Frio - dores articulares fixas, intensas, com rigidez e
que pioram com frio.
• c) Umidade - dores fixas, adormecimento, peso, e
inchaço das extremidades.
• d) Calor - dores em agulhada, pontada, facada,
sensações de queimação. Quadro agudo, expansivo e
mais superficial. Geralmente com sinais inflamatórios
(dor, edema, rubor e calor), e pode apresentar febre,
sede, revestimento amarelo na língua e pulso rápido.
DOR E CONGESTÃO
• As dores, na maioria dos casos,
ocorrem por congestão de Qi,
Xue ou Toxinas (Umidade,
Muco). Caracterizam-se por
exacerbação pela palpação
superficial. São as dores por
congestão, provocadas
principalmente por entrada de
Xie.
Estratégias de Tratamento
• Dores superficiais com
processos inflamatórios tipo
tendinite, tenossinovite,
mialgia ou neurite.

• Tratamento pelas redes de


Meridianos
Tendinomusculares (MTM) e
de Meridianos Principais
(MP)
Estratégias de Tratamento
• Dores superficiais e unilaterais,
de distribuição anárquica,
evolução INTERMITENTE, com
precordialgia e alguns outros
sinais viscerais  Tratamento
por Meridianos Distintos
Estratégias de Tratamento
• Desordens
"torrenciais e
anárquicas", não sem
sistematização dos
meridianos principais
 Tratamento por
Vasos Maravilhosos
QUADROS CLÍNICOS E
INDICAÇÕES
1. Dor puntiforme ou muito delimitada
(em geral por trauma)
• Grande picada (técnica japonesa) - puncionar o
ponto contralateral correspondente
• Pequena picada (técnica francesa) - puncionar o
ponto contralateral correspondente, mais 1
ponto acima e 1 ponto abaixo, no meridiano
contralateral, 5mm de profundidade, deixar entre
15 a 20min.
QUADROS CLÍNICOS E
INDICAÇÕES
Dor Unilateral
• Abrangendo um, dois ou três meridianos da mesma natureza (In ou
Iang)  Pequena Picada
- dispersar pontos locais dolorosos
- estimular ponto Ting do lado atingido

• Atingindo um par de meridianos, acoplados In e Iang  Técnica de


pontos Lo para meridianos acoplados.

• Atravessando um ponto ou um meridiano de forma bem nítida 


Grande Picada (técnica de pontos Lo para um meridiano)  Ex.:
dor no VB40 esquerdo, tonificar o ponto Lo VB37 direito, e outra
agulha tonificando VB40 direito.

• Envolvendo vários meridianos da mesma natureza  Técnica de


ponto Lo de grupo
QUADROS CLÍNICOS E
INDICAÇÕES
Dor Bilateral
• Dor linear atingindo um meridiano de
forma bem nítida (caso raro)  Estimular
os pontos Ting
• Atingindo vários meridianos da mesma
natureza  Técnica de ponto Lo de grupo
• Envolvendo vários meridianos de
naturezas diferentes (casos difíceis) 
Técnica dos Vasos Maravilhosos
MERIDIANOS PRINCIPAIS
• Fortalecer os Zang Fu  5 Elementos e
Shu-Mo

• Desbloquear e Circular o Qi  5
Elementos e Iong-Iu, mais a dispersão
do ponto de máxima dor.

• Complementação com seleção de


pontos para aumentar o Qi Correto dos
meridianos e Zang Fu  pontos vizinhos
e distantes; Xi; pontos mestres das
funções etc.
TÉCNICA IONG-IU

• Aumentar e circular o Qi do lado assintomático


 Iong-Iu do MP afetado e do seu Canal de
Energia Unitário.
• Primeiro atuar sobre o meridiano com
Deficiência de Qi e depois, atuar sobre o outro
meridiano constituinte do Canal Unitário, em
geral com Excesso de Qi. Tonificar
contralateralmente o ponto correspondente ao
ponto de máxima dor.
• Estimulação do Iong Iu do MP do lado afetado
mais a sedação do ponto de máxima dor.
MERIDIANOS
TENDINOMUSCULARES
São meridianos localizados em camada
superficial do corpo, apresentam trajeto
paralelo aos meridianos principais. O
ponto de ligação entre o MTM e MP é o
ponto Ting.
Devido ao trajeto superficial, o desequilíbrio
dos MTM apresentam quadros clínicos
tipo tendinites, mialgias, nevralgias e
tenossinovites.
MERIDIANOS
TENDINOMUSCULARES
Os MTM apresentam pontos de reunião
entre si.

• MTM Yang do membro superior VB


13
• MTM Yin do membro superior VB
22
• MTM Yang do membro inferior E2
• MTM Yin do membro inferior VC 3
Relação entre pontos Shu Antigos
e os MTM
• Ting - ponto de passagem da Energia Perversa
do MTM para MP; para sobrecarga de Energia
Perversa sobre um MTM, o ponto Ting pode ser
utilizado para expulsá-la.
• Iong - ponto acelerador; para bloqueio à
circulação energética entre MTM e MP.
• Iu - ponto de embarque; ponto de Umidade para
meridianos Yin.
• King - ponto de desembarque local.
• Ho - ponto de Umidade para meridianos Iang.
Técnicas usando MTM
• Nas patologias dolorosas superficiais, ocorre um
desequilíbrio entre MTM e seu MP correspondente
(plenitude do MTM e vazio no MP). Para restabelecer o
equilíbrio:
• 1) Dispersar os pontos locais do MTM;
• 2) Estimular o ponto Ting;
• 3) Tonificar o MP;
• 4) Estimular o ponto Terra (Umidade) do MP se houver
agressão pela Umidade;
• 5) Estimular o ponto reunião do MTM para bloquear a
difusão do desequilíbrio a outros MTM.
MERIDIANOS
DISTINTOS
• São meridianos secundários que
conduzem energia defensiva (Wei),
localizados num plano intermediário
entre os MTM e os MP, penetram pelas
grandes articulações (ombros, quadris,
joelhos), apresentam pontos de junção,
circulam na profundidade, nos órgãos e
vísceras correspondentes, atravessam
o coração e terminam todos no VG20.
MERIDIANOS DISTINTOS

• Os MD atuam em duplas com pontos de junção


específicos, um inferior e outro superior:
INFERIOR SUPERIOR
IG/P IG18
E/BP E30 E1 ou B1
ID/C C1 B1 ou ID 19
B/R B54 B10
TA/CS TA16
VB/F VC2 VB 1
O tratamento das afecções do MD
consiste em:
1) Dispersar pontos locais para esvaziar energia
perversa do MD;
2) Tonificar o MP correspondente ipsolateral, pois
está fraco;
3) Estimular o ponto Ting contralateral para dar
energia ao lado afetado e bloquear a passagem
da energia perversa para o lado são;
4) Estimular ponto Iu ipsolateral a fim de embarcar
a energia perversa para fora;
5) Estimular os pontos de junção da dupla de MD
e por fim, o VG20.
Existe erro tanto em deixar de ver aquilo que existe,
quanto em querer ver aquilo que não existe.

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